Com 201 prefeituras, Kassab vira principal líder político do Estado

Política
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Gilberto Kassab sai como principal cacique político paulista desta eleição, com o PSD à frente da apuração em 201 cidades paulistas até as 20h30 de ontem. Dessa forma, se consolida um processo de ocupação da sigla em espaços anteriormente comandados pelo PSDB, que começou com a derrota de João Doria e Rodrigo Garcia há dois anos. Além disso, em processo semelhante ao visto também em 2022, há certo domínio do centro e da direita no interior.

 

Antes mesmo das eleições deste ano, o PSDB declinou de 180 prefeituras para 41, enquanto o PSD passou de 66 para 329. O atual secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) patrocinou candidaturas em 408 dos 645 municípios paulistas.

 

O Republicanos é o partido que aparecia como mais bem posicionado nas dez maiores cidades do Estado nas pesquisas. A legenda obteve a reeleição de Rodrigo Manga em Sorocaba. Em Taubaté, Ortiz Junior disputará o segundo turno com Sergio Victor (Novo).

 

CONTRA O PT. As pesquisas eleitorais mais recentes já indicavam que partidos de centro-direita dominavam a intenção de voto nas dez maiores cidades do interior de São Paulo. Enquanto siglas do Centrão, bloco marcado pelo pragmatismo em vez de uma posição ideológica clara, se destacam em cidades-chave - como Sorocaba e Franca -, legendas de esquerda enfrentam dificuldade numa região marcada pelo conservadorismo e pela influência do agronegócio.

 

A apuração ainda trouxe mais derrotas ao PT, que ficou só com três prefeituras. Em Campinas, Dário Saadi (Republicanos) teve 66,55%. O petista Pedro Tourinho ficou com 23,3%. Em São José do Rio Preto, a legenda também (diferentemente do que apontavam algumas pesquisas) ficou fora do segundo turno, que será entre o Coronel Fabio Candido (PL) e Itamar (MDB).

 

Como mostrou o Estadão, a disputa em Campinas se tornou um empate entre Tarcísio e Lula. Tanto o governador como o presidente marcaram presença na campanhacom visitas à cidade durante a pré-campanha e com gravações de vídeos para as redes sociais na reta final da disputa.

 

Após mobilizar na campanha um de seus filhos e sua mulher, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu emplacar um aliado como vencedor da prefeitura de Araraquara (SP) e retirou o domínio do PT, que governava a cidade desde 2016. O resultado foi celebrado por Bolsonaro na noite deste domingo. "Varremos o PT de Araraquara", disse.

 

O médico Dr. Lapena (PL) conquistou 49,18% dos votos válidos ante 45,16% da ex-secretária da Saúde Eliana Honain (PT), apoiada pelo atual prefeito, Edinho Silva (PT), um dos principais nomes do partido.

 

Na semana final de campanha, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro reforçaram a campanha a visitaram a cidade para manifestar o apoio de Lapena. Na cidade, o filho de Bolsonaro elogiou Lapena e disse que ele era a pessoa certa para vencer o pleito "no ninho do PT". "Certamente é a pessoa correta para entrar no ninho do PT", disse Eduardo.

 

Durante a pandemia de covid-19, Araraquara foi um dos principais alvos de críticas de Bolsonaro, por ser uma das primeiras cidades que promoveram regras de isolamento social mais estritas. "Eu inclusive sou contra as prisões administrativas (em razão das regras de isolamento social) que estão acontecendo pelo Brasil. Prendendo mulher de biquíni na praia do Recreio, prendendo em Araraquara a mulher em praça pública sozinha", disse Bolsonaro, em abril de 2020.

 

Edinho é um dos principais cotados para assumir a presidência do PT. Ele já tinha sido prefeito em Araraquara eleito em 2000 e 2004 e foi coordenador de comunicação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.

 

EXPLICAÇÃO. O professor de teoria política Paulo Nicolli Ramirez, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), conta que o cenário observado no interior do Estado reflete uma questão histórica, em que as elites locais mantêm sua hegemonia independentemente do regime político ou do presidente da República. "Os partidos servem apenas como fachada, já que no Brasil predomina o personalismo. Isso significa que a instituição partidária tem menos importância do que a figura pessoal que angaria votos. No interior de São Paulo, esse fenômeno é mais acentuado."

 

Segundo Ramirez, o personalismo se manifesta por meio de um poder oligárquico, no qual as elites locais se adaptam de forma flexível ao cenário político. Quando há polarização, geralmente ocorre através de representantes locais que aproveitam o momento. "Se for para apoiar a redemocratização, eles apoiam, mas com o objetivo de preservar seus privilégios", afirma. Ele cita Raymundo Faoro para reforçar que "as transformações políticas no Brasil são superficiais, servindo mais para manter privilégios do que para promover mudanças sociais."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, o vice-presidente americano, JD Vance, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discutiram na tarde desta sexta-feira, 28, no Salão Oval da Casa Branca, ameaçando o acordo de minerais previsto para ser assinado entre os dois países nesta sexta-feira.

Trump acusou Zelensky de estar "jogando com a terceira guerra mundial" e de ser ingrato com os EUA. "Sem nós, você não tem carta nenhuma contra a Rússia. Ou você faz um acordo ou estamos fora", disse.

O republicano ainda afirmou que não está alinhando com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que a Ucrânia precisa da ajuda americana, pois "estão ficando sem soldados e recursos, e diz que não quer cessar-fogo". "Americanos precisam ter seus bilhões de volta", acrescentou.

Enquanto isso, Zelensky disse aos repórteres que Putin "tem que pagar" pelo início da guerra e que o acordo sobre os minerais, por si só, não é suficiente para seu país.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu vice, J.D. Vance, bateram boca com o ucraniano Volodmir Zelenski, chamado por eles de "desrespeitoso" durante encontro na Casa Branca.

Zelenski foi a Washington com a expectativa para assinatura do acordo para exploração de minerais na Ucrânia. Durante reunião no Salão Oval da Casa Branca, Zelenski disse a Trump que não se pode confiar nas promessas de paz de Vladimir Putin, observando o histórico de promessas não cumpridas do líder russo. Trump disse que Putin não quebrou acordos com ele.

"Você precisa ser mais grato", disse Trump a Zelenski. Ele disse que o líder ucraniano está "apostando com a Terceira Guerra Mundial".

Trump repreendeu Zelenski depois que o vice-presidente JD Vance, uma das vozes mais céticas do governo em relação à Ucrânia, disse que o presidente estava sendo desrespeitoso por debater com Trump no Salão Oval na frente da imprensa americana.

"Você já disse 'obrigado' uma vez?" perguntou Vance a Zelenski.

Rose Girone, considerada a mais velha sobrevivente do Holocausto e uma forte defensora do compartilhamento de histórias de sobreviventes, morreu aos 113 anos na última segunda-feira, 24, em Nova York (EUA), de acordo com a Claims Conference, uma conferência sediada em Nova York sobre reivindicações materiais judaicas contra a Alemanha.

"Rose foi um exemplo de coragem, mas agora somos obrigados a continuar em sua memória", disse Greg Schneider, vice-presidente executivo da Claims Conference, em um comunicado na quinta-feira, 27. "As lições do Holocausto não devem morrer com aqueles que suportaram o sofrimento."

Rose nasceu em 13 de janeiro de 1912, em Janow, na Polônia. Sua família se mudou para Hamburgo, Alemanha, quando ela tinha 6 anos, disse ela em uma entrevista filmada em 1996 com a USC Shoah Foundation. Quando questionada pelo entrevistador se ela tinha algum plano de carreira específico antes de Hitler, ela disse: "Hitler chegou em 1933 e então acabou para todos".

Rose Girone era um dos cerca de 245 mil sobreviventes que ainda vivem em mais de 90 países, de acordo com um estudo divulgado pela Claims Conference no ano passado. Seus números estão diminuindo rapidamente, pois a maioria é muito velha e frequentemente de saúde frágil, com uma idade média de 86 anos. Seis milhões de judeus europeus e pessoas de outras minorias foram mortos pelos nazistas e seus colaboradores durante o Holocausto.

"Essa morte nos lembra da urgência de compartilhar as lições do Holocausto enquanto ainda temos testemunhas em primeira mão conosco", disse Schneider. "O Holocausto está escorregando da memória para a história, e suas lições são importantes demais, especialmente no mundo de hoje, para serem esquecidas."

Rose se casou com Julius Mannheim em 1937 por meio de um casamento arranjado. Ela estava grávida de 9 meses e morava em Breslau, que agora é Wroclaw, Polônia, quando os nazistas chegaram para levar Mannheim para o campo de concentração de Buchenwald. A família deles tinha dois carros, então ela pediu ao marido que deixasse as chaves.

Ela disse que se lembra de um nazista dizendo: "Levem essa mulher também". O outro nazista respondeu: "Ela está grávida, deixem-na em paz". Na manhã seguinte, seu sogro também foi levado e ela foi deixada sozinha com a governanta.

Depois que sua filha Reha nasceu em 1938, Girone conseguiu vistos chineses de parentes em Londres e garantiu a libertação de seu marido. Em Gênova, Itália, quando Reha tinha apenas 6 meses de idade, eles embarcaram em um navio para Xangai ocupada pelo Japão com pouco mais do que roupas e alguns lençóis. Seu marido primeiro ganhou dinheiro comprando e vendendo produtos de segunda mão. Ele economizou para comprar um carro e começou um negócio de táxi, enquanto Rose tricotava e vendia suéteres.

Mas, em 1941, os refugiados judeus foram presos em um gueto. A família de três foi forçada a se amontoar em um banheiro em uma casa enquanto baratas e percevejos rastejavam em seus pertences.

O sogro dela veio pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, mas ficou doente e morreu. Eles tiveram que esperar na fila para comer e viveram sob o governo de um japonês implacável que se autodenominava "Rei dos Judeus".

"Eles fizeram coisas realmente horríveis com as pessoas", disse Rose Girone sobre os caminhões militares japoneses que patrulhavam as ruas. "Um dos nossos amigos foi morto porque não se movia rápido o suficiente."

As informações sobre a guerra na Europa só circularam na forma de boatos, já que rádios britânicas não eram permitidas.

Quando a guerra acabou, eles começaram a receber correspondência da mãe, avó e outros parentes de Rose nos EUA. Com a ajuda deles, eles embarcaram em um navio para São Francisco (EUA) em 1947 com apenas US$ 80, que Rose escondeu dentro de botões. Eles chegaram à cidade de Nova York em 1947. Mais tarde, ela abriu uma loja de tricô com a ajuda de sua mãe.

Rose Girone também se reuniu com seu irmão, que foi para a França para estudar e acabou obtendo sua cidadania americana ao se juntar ao Exército. Quando ela foi ao aeroporto para buscá-lo em Nova York, foi a primeira vez que o viu em 17 anos.

Rose mais tarde se divorciou de Mannheim. Em 1968, ela conheceu Jack Girone, no mesmo dia em que sua neta nasceu. No ano seguinte, eles se casaram. Ele morreu em 1990.

Quando questionada em 1996 sobre a mensagem que gostaria de deixar para sua filha e neta, ela disse: "Nada é tão ruim que algo bom não deva sair disso. Não importa o que seja."

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.