Nikolas Ferreira é cabo eleitoral de 7 candidatos do PL que vão ao 2º turno em capitais

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Um dos principais cabos eleitorais do bolsonarismo nas eleições municipais deste ano, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) agora vê seus indicados irem ao 2º turno em diferentes capitais.

De acordo com a assessoria de Nikolas, o deputado visitou 10 capitais na campanha eleitoral, iniciada em 16 de agosto. O PL está no 2º turno em sete: Cuiabá (MT), Belém (PA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Manaus (AM) e Palmas (TO). Em uma capital, Rio Branco (AC), o PL foi reeleito, e em duas, Rio de Janeiro e São Paulo, seus candidatos perderam.

Entre seus colegas de Câmara, Abílio Brunini (PL) vai ao 2º turno em Cuiabá (MT) em 1º lugar, com 39,61% dos votos, contra Lúdio Cabral (PT), que teve 28,31%.

Na campanha, Nikolas esteve presente em ato favorável a Abílio e teve participação especial na propaganda eleitoral, com direito a aparição em adesivos. "Quem é Abílio, dá um grito aí!", diz o deputado, montado nas costas de um apoiador, no horário gratuito de 7 de setembro.

Outro aliado da Câmara também vai ao 2º turno: Éder Mauro (PL), em Belém (PA), teve 31,48%, e enfrenta Igor Normando (MDB), que teve 44,89%. "Quem é Éder Mauro, dá um grito aí", diz Nikolas em uma das propagandas eleitorais, durante um ato de rua.

Em Fortaleza (CE), Nikolas cantou um "hit" eleitoral que atribui problemas da cidade ao atual prefeito, José Sarto (PDT): "Se na tua rua tem buraco, é culpa do Sarto", gritou em microfone, em cima do trio elétrico.

Seu candidato, o ex-youtuber André Fernandes (PL), vai ao 2º turno com 40,20%, contra Evandro Leitão (PT), que recebeu 34,33%, sob o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Elmano de Freitas (PT) e do ministro da Educação, Camilo Santana.

Também sob o apoio de Nikolas, Fred Rodrigues (PL) surpreendeu em Goiânia e vai ao 2º turno em 1º lugar, com 31,14% dos votos, contra Mabel (União Brasil), que teve 27,66%.

Em setembro, Nikolas chegou a ocupar um horário eleitoral inteiro de Fred e deu conselhos ao candidato, numa conversa que simulava um podcast.

"Principalmente no âmbito do Executivo, você vai ter que ter transparência. Se a cidade estiver suja, insegura, mal gerida, no âmbito escolar, da saúde, isso impacta a vida das pessoas diariamente", diz.

Em Belo Horizonte (MG), Bruno Engler (PL) superou o favoritismo de Mauro Tramonte (Republicanos) e se classificou na dianteira para o 2º turno, com 34,38% dos votos, contra o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), com 26,54%.

Engler divulgou agendas "com Bruno e Nikolas" e recebeu o deputado em sua propaganda eleitoral como "grande nome da direita" e "amigo de caminhada". "Estamos juntos, Bruno, você é corajoso, determinado e está preparado para fazer a mudança que BH precisa", retribui Nikolas.

Janad Valcari (PL) alardeou a primeira visita de Nikolas em Palmas (TO), em 1º de outubro, com um banner em que o deputado aparece em destaque. O encontro rendeu conteúdo para as redes. "Candidata do Bolsonaro, candidata da direita, uma pessoa que veio para fazer a diferença", diz o parlamentar, ao lado de Janad. Ela obteve 39,22% dos votos e vai ao 2º turno contra Eduardo Siqueira (Podemos), cuja votação foi de 32,42%.

Uma das aparições de Nikolas nas propagandas de Capitão Alberto Neto (PL), em Manaus (AM), ocorreu no último horário gratuito, de 3 de outubro. "Nós vamos votar Capitão Alberto Neto, 22, para a Prefeitura de Manaus", diz o deputado, em cima de um palanque. O candidato está no 2º turno contra David Almeida com 24,94% dos votos, contra 32,16%.

Das nove capitais em que o PL disputará o 2º turno, duas destoam da participação ostensiva de Nikolas. Em João Pessoa (PB) e em Aracaju (SE), o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga e a vereadora Emilia Correa focaram nas figuras de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. A assessoria de Nikolas confirmou que ele não viajou a essas duas capitais durante a campanha.

Na capital do Acre, Rio Branco, Tião Bocalom (PL) venceu a reeleição em 1º turno. Nikolas visitou o município no fim de setembro, subiu no palanque e gravou vídeos para o candidato. "Rio Branco é 22", exclama no microfone, em um dos conteúdos.

Presente também em São Paulo, Nikolas não teve o seu favorito, Pablo Marçal (PRTB), no 2º turno, mas seu aliado Lucas Pavanato (PL) foi o mais votado para vereador na capital do Estado. Agora, Nikolas diz que vai apoiar Ricardo Nunes (MDB) contra Guilherme Boulos (PSOL).

Uma derrota significativa para Nikolas nas capitais foi no Rio de Janeiro, onde fez carreata com Alexandre Ramagem (PL), mas Eduardo Paes (PSD) venceu no 1º turno. Em Recife (PE), Gilson Machado (PL) também perdeu para a reeleição de João Campos (PSB). Nikolas esteve no município pouco antes da campanha eleitoral começar.

Procurado pela reportagem do Estadão, o deputado não se manifestou.

Em outra categoria

Diplomatas dos países do G20 encaminharam um acordo para que a Cúpula de Líderes divulgue um comunicado conjunto no Rio, passando uma mensagem em nome das maiores economias do mundo. Divergências nas negociações ameaçam a derrubada da declaração, o que significaria um fracasso diplomático.

O cenário é visto como remoto, mas não impossível. E não está completamente superado. O governo brasileiro tem sido cauteloso e ainda evita dizer que chegou a um consenso total e que considera a Declaração de Líderes do G20 acordada.

O teor do documento é submetido aos líderes para endosso e divulgação posterior durante a cúpula, que começa nesta segunda-feira dia 18 e será concluída na terça-feira, dia 19.

Segundo diplomatas do Itamaraty, que coordenam as negociações, os "sherpas" - negociadores que chefiam as delegações - concluíram a rodada de debates em grupo na madrugada deste domingo, dia 17. Eles finalizaram o rascunho de um texto base. No entanto, o documento ainda é passível de mudanças.

O embaixador Mauricio Lyrio, principal negociador diplomático do Brasil no G20, vai passar o dia em Copacabana, disponível para consultas finais, em formato bilateral, com países que ainda levantarem algum tipo de questionamento. As delegações no Rio ficaram de submeter o teor do documento final do G20 a seus governos para receber aprovação final.

O comunicado em si não voltará a ser debatido em grupo em plenárias. A última fase da reunião dos sherpas avançou a madrugada e terminou por volta das 5h deste domingo, no hotel anexo ao Aeroporto Santos Dumont. Foram seis dias de discussão, com ao menos 41 delegações fechadas em salas, debatento cada palavra dos documentos.

Como o Estadão mostrou, havia problemas em quesitos como a taxação de grandes fortunas, questionada pela Argentina, o financiamento climático, que opunha países desenvolvidos e em desenvolvimento, e sobretudo as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Os argentinos puseram uma série de objeções ao acordo, em ao menos cinco capítulos.

Sob Milei, a Argentina abriu ao menos cinco frentes de embate: multilateralismo, gênero, desenvolvimento sustentável, tributação de grandes fortunas, clima e meio ambiente. Ao Estadão, membros de dois ministérios do Brasil, das Relações Exteriores e da Fazenda, confirmaram as informações de resistências nas pautas política, de costumes e finanças. A Argentina cruzou uma "linha vermelha", segundo um integrante da equipe do ministro Fernando Haddad. Na tarde deste domingo, 18, ainda não estava claro se todas as divergências com o país vizinho haviam sido resolvidas.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Gueterres, clamou neste domingo, 17, que os países tenham "bom senso", para que cheguem a um consenso em torno dos temas coletivos, como os que integram a Agenda 2030, que determina os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). "Peço a todos os países para que tenham espírito de consenso e bom senso", declarou. Gueterres lembrou que o mundo "já tem tantas divisões geopolíticas". "Se o G20 se divide, o G20 perde relevância", alertou.

Guterres respondia justamente a questionamento sobre discordâncias da Argentina. A mudança de posição dos representantes do governo do presidente argentino Javier Milei tem prolongado as discussões em torno do comunicado final de líderes da cúpula do G20, no Rio de Janeiro.

"A agenda 2030 é um instrumento que tem consenso de todos os países do mundo e é um caminho claro para enfrentar tremendas desigualdades e tremendas injustiças que existem pelo mundo", afirmou Guterres, em coletiva a jornalistas no centro de imprensa da cúpula de líderes, no Rio.

Guerras

A representação do governo Milei não é o único fator complicador. Há outra frente de disputa, no capítulo geopolítico, que opõe sobretudo Estados Unidos e Rússia, e uma segunda nos assuntos financeiros e de mudança climática, onde também fica clara a divisão entre os membros do G-7 e do Brics. Não há expectativa de que o recado seja ambicioso ao tratar das guerras em curso no mundo.

A tendência é de resultados tímidos nas duas frentes. Há disputa porque os países ricos, que jamais cumpriram a promessa, apontam o dedo para os atuais maiores poluidores, como China e Índia, e exigem que os países em desenvolvimento também paguem a conta da transição energética e mudança climática. Isso é considerado inaceitável por eles e pelo Brasil. Os russos vetam uma linguagem dura contra si ao abordar a guerra na Ucrânia, exigindo que seja adotado o mesmo padrão contra a ofensiva militar israelense na Faixa da Gaza. Nem sequer o termo guerra vem sendo usado. E o rascunho do documento final omite a Rússia e Israel.

Na entrevista coletiva, Guterres disse que é necessário evitar uma escalada da guerra na Ucrânia, mas que a paz deve ser "justa".

"Nossa posição tem sido muito clara em relação à necessidade de evitar uma escalada permanente da guerra na Ucrânia. Queremos paz, mas queremos uma paz justa, em linha com as resoluções da Assembleia Geral, a carta das Nações Unidas e com a lei internacional", disse Guterres. /COLABOROU DANIELA

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Gueterres, clamou neste domingo, 17, que os países tenham "bom senso", para que cheguem a um consenso em torno dos temas coletivos, como os que integram a Agenda 2030, que determina os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). "Peço a todos os países para que tenham espírito de consenso e bom senso", declarou. Gueterres lembrou que o mundo "já tem tantas divisões geopolíticas". "Se o G20 se divide, o G20 perde relevância", alertou.

Guterres respondia a questionamento sobre discordâncias da Argentina. A mudança de posição dos representantes do governo do presidente argentino Javier Milei tem prolongado as discussões em torno do comunicado final de líderes da cúpula do G20, no Rio de Janeiro.

"A agenda 2030 é um instrumento que tem consenso de todos os países do mundo e é um caminho claro para enfrentar tremendas desigualdades e tremendas injustiças que existem pelo mundo", afirmou Guterres, em coletiva a jornalistas no centro de imprensa da cúpula de líderes, no Rio.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, reforçou o apoio à Ucrânia em mensagem na rede social X, após o país ter sido atacado por drones da Rússia neste domingo, 17. "A Ucrânia pode contar com muitos amigos no mundo - especialmente com a Alemanha", escreveu.

Na postagem, Scholz reforça que seria uma ilusão do presidente russo, Vladimir Putin, acreditar que o apoio alemão à Ucrânia diminuiria, mas sem mencionar diretamente a guerra ou o ataque deste domingo. "Essa é uma mensagem importante para o encontro do G20, para o qual estou a caminho agora", salientou.

A declaração foi feita após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticar Scholz por ter realizado um telefonema a Putin na semana passada.