Cidade de Minas Gerais tem empate na eleição; veja como novo prefeito foi escolhido

Política
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O município de Inhaúma, na região central de Minas Gerais (MG), foi protagonista de uma situação inusitada após a apuração de votos das eleições deste domingo, 6. Os eleitores do município mineiro, de 6.239 habitantes segundo o Censo 2022 do IBGE, deram exatamente a mesma quantidade de votos para os candidatos a prefeito Zula (Republicanos) e Carlinhos (Republicanos).

Cada um deles recebeu 2.434 votos, o que os colocou em empate numérico, de 50% dos votos válidos, uma vez que eram os únicos concorrentes ao cargo do Executivo municipal. A eleição na cidade, localizada a 88 quilômetros da capital Belo Horizonte (MG), teve 12,96% de abstenção, 1,41% de votos brancos e 1,83% de votos nulos - o total foi de 5.031 votos.

Apesar de casos como esse serem raros, a Justiça Eleitoral prevê uma regra do que ser feito quando empates ocorrem. Conforme descreve o artigo 110 do Código Eleitoral, "em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato mais idoso".

Como Carlinhos tem 46 anos, e Zula, 62, o candidato do Republicanos foi declarado eleito e assume a prefeitura mineira pelos próximos quatro anos.

Empates em 2020

Embora seja um episódio raro, não é a primeira vez que acontece em eleições brasileiras. No pleito de 2020, por exemplo, três cidades tiveram que ter o resultado decidido pelo critério de idade. Os casos ocorreram em municípios pequenos, e em dois deles apenas dois candidatos concorriam à vaga.

No interior da Paraíba, no município de Caraúbas, Silvano Dudu (União Brasil), que buscava sua reeleição, empatou com Nerivan (MDB). Ambos tiveram 1.761 votos. Um terceiro candidato teve apenas 2,6% dos votos válidos. Pela idade, com 52 anos, ante 34 de Nerivan, Silvano Dudu foi eleito para chefiar o município.

Em Jardinópolis, (SC), a disputa foi decidida por apenas 57 dias de diferença de idade entre Mauro Risso (MDB) e Antoninho (PT) - o candidato do MDB, mais velho, foi eleito. Em outra cidade sulista, Kaloré (PR), Edmilson Luis (PL) teve 1.186 votos, assim como sua concorrente Rita de Cássia (PSD) - o candidato é 17 anos mais velho que a oponente, o que lhe garantiu a vitória.

Houve também 50 casos em que o pleito foi decidido por menos de 10 votos de diferença entre o prefeito eleito e o segundo colocado. No segundo turno de 2020, a disputa mais acirrada foi em Mauá (SP), entre Marcelo Oliveira (PT), que conquistou 50,74% dos votos válidos, enquanto Átila Jacomussi (na época no PSB) totalizou 49,26% - uma diferença de 2.676 votos. Os dois foram para o segundo turno, e Oliveira foi eleito.

Neste ano, a dupla se encontrou novamente nas urnas, mas com uma margem maior entre o primeiro colocado, Oliveira (45,13%), e Atila (hoje no União, com 35,56%), totalizando 19.816 votos de diferença. Mesmo assim, a disputa será decidida no segundo turno, no final deste mês. O terceiro colocado, Sargento Simões (PL), ficou com 10,20%.

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O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".