Boulos explora BO de esposa de Nunes e é criticado por apoiadores: 'Não se rebaixe'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, foi alvo de críticas de seus próprios apoiadores nas redes sociais por explorar, já no início do segundo turno, o boletim de ocorrência registrado pela esposa de Ricardo Nunes (MDB) em 2011 por suposta prática de violência doméstica e ameaça. O vídeo, publicado ontem no Instagram do líder sem-teto, mostra eleitores reagindo a explicações do prefeito sobre o caso. Nos comentários, muitos seguidores demonstraram descontentamento com a estratégia adotada pelo psolista.

"Galera, esse assunto já deu. Temos que focar na corrupção dele, nos contratos sem licitação", sugeriu uma apoiadora, em um comentário que já soma quase 800 curtidas. Outro seguidor sugeriu focar apenas nas propostas: "A sociedade está farta disso", criticou, provavelmente se referindo à estratégia de ataques que deu a tônica do primeiro turno. Um usuário ainda classificou a abordagem de falar mal do adversário como "antiga", "ultrapassada" e da "velha política".

Alguns comentários pediram que Boulos mudasse o tom. "Mudar o foco seria o melhor caminho", enfatizou uma apoiadora, ressaltando que a esposa de Nunes já sofreu o impacto da exposição. "Não se rebaixe a esse nível! Ganhe por quem você é", aconselhou um eleitor. "Não curto a política do ataque. Fale de suas propostas", reforçou outro.

Muitos também alertaram para o impacto da estratégia. Boulos passou para o segundo turno com uma diferença de 56,8 mil votos para Pablo Marçal (PRTB). "Para com esses ataques. Desse jeito você não vai ganhar", apontou um comentário. "Faça melhor, Boulos. Mostra um segundo turno limpo", sugeriu um usuário. "Mudem a estratégia de campanha! Essa é velha, antiga e ultrapassada, foi usada no primeiro turno e deu errado", concluiu um seguidor.

Boulos tem sinalizado que pretende explorar com mais frequência o episódio do boletim de ocorrência no segundo turno. Após publicar um vídeo sobre o caso ontem, ele voltou ao tema hoje, destacando que o prefeito chegou a negar a existência do registro durante a campanha e afirmando que "esse é um tema que os eleitores precisam saber". }

O deputado psolista também havia mencionado o caso na sua coletiva logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciar o resultado do pleito na capital paulista.

Nesta terça-feira, 8, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) mandou Boulos excluir um vídeo em que afirma que o prefeito agrediu fisicamente sua esposa e tem vinculação com o crime organizado. No material, Boulos diz que Nunes tem "que responder por boletim de ocorrência de violência contra a mulher", esclarecendo mais adiante tratar-se de "agressão contra a mulher, violência física". O boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes não menciona agressão física. Ao determinar a suspensão da publicação, a juíza cita que Marçal fez alegações semelhantes.

"A vinculação do autor com o crime organizado e a afirmação de que ele praticou violência física contra a mulher já foram enfrentadas pelo Poder Judiciário Eleitoral nestas eleições de 2024, existindo várias condenações do candidato Pablo Marçal por ter feito alegações semelhantes em face do requerente. Assim, tampouco é possível admitir-se que essas acusações sejam feitas pelo candidato Guilherme Boulos. Entendo que no caso concreto está presente o perigo da demora, considerada a potencialidade lesiva do conteúdo para a imagem do candidato, bem como a abrangência do veículo de publicação em questão, com rápida difusão a elevado número de pessoas", escreve a juíza Claudia Barrichello.

Prefeito pediu que adversários evitassem temas pessoais

Ao longo da campanha, Nunes apelou, em várias ocasiões, para que adversários não abordassem temas da esfera familiar. Em determinado momento, chegou ao conhecimento da campanha a informação de que, a pedido do presidente Lula, Boulos teria se comprometido a evitar menções à família do prefeito. O filho mais novo de Lula enfrentou acusações de agressões físicas e psicológicas feitas pela ex-namorada, classificadas pela defesa dele como "fantasiosas".

Um aliado do prefeito conta que Nunes acreditou por um tempo que sua família seria poupada pelos concorrentes -o que não se confirmou na reta final do primeiro turno. Uma ala da campanha chegou a sugerir que Nunes endurecesse o discurso contra Boulos, mencionando, por exemplo, o episódio envolvendo o filho do presidente e a reportagem do UOL que revelou a compra de um imóvel do Minha Casa, Minha Vida pela esposa do líder sem-teto. Mas o prefeito vetou qualquer tentativa de explorar temas pessoais, alegando que há limites éticos em uma disputa eleitoral.

Em outra categoria

A empresa estatal russa de gás natural Gazprom vai cortar o fornecimento para a companhia austríaca de gás OMV na manhã de sábado, 16, disse o chanceler austríaco, Karl Nehammer, nesta sexta-feira, 15. Ele acrescentou que o armazenamento de gás do país está cheio e que há alternativas de abastecimento ao gás russo.

O corte ocorre após a OMV anunciar que deixará de pagar pelo gás da Gazprom para sua operação na Áustria com o propósito de receber 230 milhões de euros como indenização decidida em um processo de arbitragem, em razão de um corte anterior no fornecimento de gás da Gazprom para a subsidiária da OMV na Alemanha.

Nehammer garantiu que a Áustria tem um fornecimento alternativo seguro de combustível e que "ninguém vai congelar", referindo-se ao frio do inverno que se aproxima no Hemisfério Norte. "O abastecimento está seguro", declarou. "Nossas instalações de armazenamento de gás estão cheias e temos capacidade suficiente para obter gás de outras regiões", acrescentou.

A Associated Press não havia conseguido contatar representantes da OMV e da Gazprom para comentar o assunto até a publicação desta nota.

A administração da presidente mexicana Claudia Sheinbaum pretende reduzir o déficit fiscal no próximo ano por meio de uma combinação de cortes de gastos e um aumento nas receitas fiscais, de acordo com a proposta orçamentária apresentada nesta sexta-feira, 15, ao Congresso.

A redução do déficit é vista pelos economistas como uma das primeiras e mais urgentes tarefas da nova presidente, que assumiu o cargo em 1 de outubro. O antecessor e apoiador de Sheinbaum, Andrés Manuel López Obrador, aumentou o déficit no seu último ano de mandato, em parte para completar uma série de projetos importantes de infraestrutura antes de deixar o cargo.

A proposta de orçamento para 2025 prevê que as necessidades de financiamento do setor público - uma medida ampla do déficit fiscal - diminuam para 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 5,9% este ano. A dívida do setor público deverá se manter estável em 51,4% do PIB em 2025.

O total de despesas do orçamento propostas de 9,226 bilhões de pesos (US$ 453 bilhões) diminuiu 1,9% em relação a 2024, prevendo-se que os custos mais elevados de financiamento da dívida compensem parcialmente a redução de outras despesas, incluindo investimento. As receitas fiscais deverão aumentar 3% em relação a este ano, apoiadas pelo crescimento econômico e por medidas para reduzir a evasão fiscal.

"No geral, um orçamento difícil, mas não impossível de executar", disse Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, em nota. O ajuste depende fortemente de cortes nas despesas e "as receitas também podem decepcionar, dado que o crescimento real do PIB está provavelmente superestimado em pelo menos 1,5%, mas a administração pode eventualmente beneficiar de um peso mais depreciado e de preços mais elevados do petróleo", acrescentou.

A proposta orçamentária estima um crescimento econômico no próximo ano entre 2% e 3%, "apoiado por um mercado de trabalho sólido, um consumo privado robusto e elevados níveis de investimento público e privado", afirmou o Ministério das Finanças.

O chanceler alemão Olaf Scholz conversou por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin nesta sexta-feira (15). A ligação, de iniciativa alemã, foi a primeira desde dezembro de 2022, segundo comunicado do governo russo. Na conversa, os dois líderes discutiram sobre a guerra da Ucrânia. De acordo com ambos os governos, Putin se mostrou disposto a retornar às negociações pelo fim da guerra.

Scholz pediu a Putin que retire as tropas que invadiram a Ucrânia em fevereiro de 2022. Em contrapartida, o presidente russo voltou a responsabilizar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pelo conflito e reiterou que as condições de paz são as mesmas anunciadas em junho deste ano, no discurso que proclamou no Ministério das Relações Exteriores. Na próxima semana, a guerra completa mil dias de duração.

Os dois líderes também discutiram a relação diplomática e comercial entre Alemanha e Rússia, e os conflitos no Oriente Médio.

Ainda, segundo a nota do governo russo, Putin se mostrou aberto a negociar com o país germânico. "A Rússia sempre honrou seus compromissos sob diversos tratados e contratos no setor energético e ainda estava disposta a promover cooperação mutuamente benéfica".

*Com Associated Press