Malafaia diz que fez as pazes com Bolsonaro após criticar sua conduta na eleição

Política
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O pastor evangélico Silas Malafaia afirmou nesta quarta-feira, 9, que fez as pazes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após fazer duras críticas sobre a postura do ex-presidente em declarações à imprensa. Ao final do primeiro turno das eleições municipais, realizadas no domingo, 6, Malafaia disse que Bolsonaro teve um comportamento "dúbio" nas campanhas de São Paulo e Curitiba.

Ao Estadão, Malafaia afirmou que trocou mensagens com Bolsonaro desde a terça-feira, 8, dia em que as declarações repercutiram. O pastor evangélico disse que o ex-presidente ficou "aborrecido", mas reforçou a ideia de que ele cometeu um erro ao não demonstrar apoio a Ricardo Nunes (MDB) e Eduardo Pimentel (PSD), candidatos que recebem o apoio do PL em São Paulo e Curitiba, respectivamente.

"Ele ficou aborrecido, natural, se ele não ficasse aborrecido, ele não era ser humano. Eu mostrei para ele as minhas razões e dizendo que ninguém quis ver o lado bom. Eu disse que ele tem gasolina, que ele tem história e que não por causa de um erro que ele vai ser crucificado", afirmou Malafaia.

Malafaia também disse que, na troca de mensagens com Bolsonaro, reafirmou o apoio ao ex-presidente. O pastor evangélico também ressaltou que já havia explicitado as opiniões dele para o clã antes da repercussão das declarações.

"Eu falei para ele: 'Eu continuo te apoiando, mas eu não falei nada que não falei para você para os seus filhos'. Foi uma troca de 'zap', nada de mais. Ele sabe que pode contar comigo, mas que eu sou independente e um cara de opinião", disse Malafaia.

Em entrevista ao Estadão nesta terça-feira, Malafaia classificou como "dúbio" o comportamento de Bolsonaro nas eleições de Curitiba e São Paulo. Mesmo com o apoio formal do PL, o ex-presidente distribuiu acenos para Cristina Graeml (PMB), que vai enfrentar Pimentel em segundo turno, e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que terminou em terceiro na disputa pela prefeitura paulistana.

"Entra nas redes sociais de Bolsonaro e dos filhos dele. (Durante) Toda a campanha, não teve uma palavra de apoio ao Nunes. É como se a eleição de São Paulo não existisse. Que conversa é essa? Bolsonaro é um líder e eu continuo apoiando ele, mas errou estupidamente. (...) Que líder é esse? Sinal dúbio para o povo? Líder toma frente, líder dá a direção", disse Malafaia.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Malafaia considerou que Bolsonaro foi "covarde" e "omisso" ao não apoiar enfaticamente os candidatos apoiados formalmente pelo PL. "Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná foi uma vergonha", disse o pastor para a colunista Mônica Bergamo.

Ainda nesta terça-feira, Bolsonaro rebateu as críticas feitas pelo pastor evangélico, que se tornou um dos aliados mais próximos após a saída dele da Presidência: "Ele ligou a metralhadora, mas isso passa. Eu amo o Mafalaia. Ninguém critica mulher feia".

Os filhos do ex-presidente também reagiram às falas de Malafaia. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que "roupa suja se lava em casa" e pontuou que o apoio de Bolsonaro a Ricardo Nunes foi essencial para levar o emedebista ao segundo turno em São Paulo.

"Roupa suja se lava em casa, e não em público. (...) O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno", disse o senador.

Pelas redes sociais, o vereador Carlos Bolsonaro (PL) classificou como um "ataque absurdo" as críticas feitas por Malafaia. Apesar disso, o filho "02" do ex-presidente disse que o pastor evangélico "tem o respeito" dele, apesar de que "esteja extremamente irritado por algum motivo".

"Tem meu respeito, mesmo que esteja extremamente irritado por algum motivo e cometa alguns equívocos, agora atacando de forma absurda meu pai. Desejo do fundo do meu coração muita paz e saúde. Um forte abraço", publicou Carlos.

Ao Estadão, Malafaia distribuiu afagos aos filhos do ex-presidente e afirmou que as pazes com eles também estão seladas. Segundo o líder religioso, as respostas dadas pelos dois foram naturais diante da natureza das declarações.

"Eu ficaria com vergonha se alguém fizesse com o meu pai o que eu fiz, de confrontar, e eu ficasse calado. Eu ia dizer alguma coisa. Mas você vê como eles responderam muito respeitosamente a mim. Eu já falei com eles", disse Malafaia.

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Os Estados Unidos interromperam grande parte de seu compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, reduzindo o fluxo de informações vitais que Kiev tem usado para repelir as forças russas invasoras e atacar alvos selecionados dentro da Rússia, de acordo com autoridades norte-americanas e ucranianas. O rompimento do compartilhamento de informações de inteligência inclui a interrupção dos dados de alvos que as agências de espionagem dos EUA fornecem a Kiev para que ela possa lançar armas fornecidas pelos EUA e drones de longo alcance fabricados na Ucrânia contra alvos russos, disseram autoridades ucranianas.

Alguns operadores de mísseis ucranianos dizem que não estão mais recebendo as informações necessárias para atingir alvos dentro da Rússia.

A pausa segue a decisão do presidente Donald Trump, no início da semana, de congelar futuras entregas de armas à Ucrânia, para pressionar o presidente ucraniano Volodmir Zelenski a iniciar negociações de paz com a Rússia.

O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou a última medida nesta quarta-feira, 5, dizendo à Fox News que os Estados Unidos suspenderam tanto o compartilhamento de inteligência quanto os sistemas de armas após uma reunião controvertida no Salão Oval na semana passada entre Trump e Zelenski. Ratcliffe disse que as pausas "desapareceriam" quando ficasse claro que Zelenski estava comprometido com a paz.

A medida é outra grande reviravolta em relação à abordagem do governo Biden, que estabeleceu sistemas especiais para compartilhar grandes quantidades de inteligência sobre as forças militares russas com a Ucrânia, segundo as autoridades - praticamente sem precedentes para um país que não pertence à Otan.

Um oficial militar ucraniano familiarizado com as operações do sistema de lançamento múltiplo de foguetes de longo alcance, conhecido como HIMARS, que falou sob condição de anonimato, disse que, aproximadamente no último mês, pelo menos um dos grupos ucranianos responsáveis pelo lançamento de foguetes dos sistemas dos EUA não recebeu coordenadas para atacar a mais de 64 quilômetros além da linha de contato.

Tal inteligência permitiu que a Ucrânia usasse os sistemas HIMARS fornecidos pelos EUA para lançar ATACMS, um sistema de mísseis guiados de longo alcance dos EUA, e atingir alvos bem no interior do território ucraniano ocupado ou dentro da Rússia.

Os ataques desabilitaram alguns sistemas de defesa aérea russos e forçaram Moscou a mover seus centros logísticos centenas de quilômetros das linhas de frente, o que desacelerou as operações de reabastecimento russas.

O oficial disse que limitar repentinamente essa inteligência à Ucrânia claramente ajudará Moscou e permitirá que as tropas russas se reagrupem. "O que estávamos fazendo com o HIMARS - é doloroso para eles, é problemático. Eles sofrem baixas ou perdem suas armas", disse o oficial sobre a Rússia. Essa pausa "acelerará as operações de assalto porque a logística pode estar muito, muito mais próxima da linha de contato."

No entanto, na medida em que a pausa afeta os ataques ATACM de longo alcance, o impacto pode ser limitado, já que a Ucrânia provavelmente tem apenas um pequeno número desses mísseis em mãos e os estava economizando, dizem analistas. Mas o movimento pode encorajar a Rússia e levá-la a mover suas próprias armas para mais perto da frente, dizem eles. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira, 4, que vai "construir uma cúpula dourada para proteger o território dos Estados Unidos", a exemplo da que existe em Israel. "Agora temos a tecnologia para fazê-la."

Trump também destacou, em discurso no Congresso, que o governo pretende "criar um departamento para construir navios nos Estados Unidos". O país ainda vai "recuperar o Canal do Panamá", disse o presidente.

Ainda de acordo com Trump, a Groenlândia é necessária para a segurança dos Estados Unidos, e o país assumirá o território dinamarquês "de uma forma ou de outra".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira, 4, em discurso no Congresso, que o governo fará os imigrantes ilegais deixarem o país rapidamente. Trump afirmou ainda que quer que "Canadá e México façam muito mais para conter a exportação de fentanil" ao país.

Trump afirmou, também, que "vamos derrotar a inflação, proteger idosos e colocar mais dinheiro no bolso de cidadãos" e que o orçamento federal será equilibrado "no futuro próximo".

Trump destacou, em discurso no Congresso americano, que o "gold card estará à venda logo por US$ 5 milhões" para investidores que quiserem viver nos Estados Unidos. A iniciativa, segundo o presidente, ajudará a equilibrar o orçamento federal.

"Vamos aprovar corte de impostos logo no Congresso. Não vamos cobrar impostos para quem recebe gorjetas e aposentados idosos", disse Trump. "O pagamento de juro de financiamento de carro poderá ser deduzido [de impostos] para quem comprar carros fabricados nos EUA. A indústria automotiva nos Estados Unidos vai crescer muito e teremos um grande boom. A Honda acabou de anunciar uma fábrica para produzir carros em Indiana." O presidente ressaltou ainda que seu governo vai cortar taxas para a produção doméstica de manufaturados.