PF apreende R$ 160 mil em operação sobre deputado que multiplicou patrimônio

Política
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A Polícia Federal no Rio de Janeiro vasculhou na manhã desta segunda-feira, 14, endereços ligados ao deputado estadual Thiago Rangel (PMB) no bojo de uma investigação sobre desvios de dinheiro público por meio da contratação de empresas do parlamentar. O dinheiro, posteriormente, era lavado por uma extensa rede de postos de combustíveis do deputado, diz a PF.

 

O Estadão pediu manifestação do parlamentar, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto.

 

Durante as buscas na casa e no endereço de empresas do deputado, os agentes apreenderam dinheiro vivo. Ao todo, foram apreendidos R$ 160 mil em espécie, um veículo de luxo blindado avaliado em R$ 350 mil, além de celulares e documentos.

 

A operação foi batizada "Postos de Midas", em referência ao Rei Midas da Frigia que, "segundo a mitologia adquiriu o poder de transformar em ouro tudo que tocava".

 

A PF destacou que o nome foi escolhido em razão do "crescimento exponencial" do patrimônio de Rangel - quando ele concorreu a vereador em Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense, ele declarou um patrimônio modesto, de R$ 224 mil, relativos a dois carros, participação em um posto de gasolina e um jet esqui.

 

Em 2022, quando concorreu a deputado estadual, Rangel declarou patrimônio mais alentado, agora de R$ 1,9 milhão, incluindo participação em uma rede de 18 postos de combustíveis e 12 empresas.

 

Agentes federais foram às ruas para cumprir 14 ordens de busca e apreensão nos endereços residenciais e em empresas de investigados. Quatro prédios públicos também foram vistoriados.

 

As diligências estão sendo realizadas em Campos dos Goytacazes, na capital fluminense e na região metropolitana do Rio.

 

A ofensiva apura supostos crimes de organização criminosa, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de capitais e outros.

 

A investigação foi aberta após a prisão em flagrante de um dos integrantes da suposta quadrilha - apontado como braço direito do chefe da organização, ele foi preso em flagrante no último dia 30 por corrupção eleitoral.

 

Segundo a PF, o inquérito descortinou um esquema de contratação direta, com dispensa fraudulenta de licitação de empresas ligadas ao deputado ou "emprestadas" a ele.

 

A corporação vê indícios de sobrepreço e de desvios de recursos públicos. Os investigadores também apuram suposto direcionamento de licitações para o mesmo grupo econômico.

 

COM A PALAVRA, O DEPUTADO THIAGO RANGEL

 

A reportagem pediu manifestação via gabinete e, até a publicação deste texto, ela não havia ocorrido. O espaço está aberto para manifestações.

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