Com Lula, Boulos explora crédito a SP lançado por gestão federal a uma semana do 2º turno

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A uma semana do segundo turno e atrás nas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura em São Paulo, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) fez uma transmissão ao vivo ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado, 19, em que explorou a linha de crédito recém lançada pelo governo federal para apoiar os moradores de SP afetados pela falta de luz.

Na live, Boulos ainda aproveitou a presença de Lula para comparar sua trajetória à do chefe do Executivo e defendeu que a eleição "se decide nos últimos dias", ao pontuar os questionamentos sobre seu desempenho nas pesquisas eleitorais.

O candidato do PSOL voltou a criticar a gestão do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, com declarações recheadas também de indiretas à gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do governo Bolsonaro.

Apesar de reforçar o discurso de que não procurava culpados pela crise envolvendo a concessionária de energia, Lula endossou as avaliações do apadrinhado, repetindo que a gestão federal também vai atender à população que perdeu seus bens em razão do apagão, além da linha para empresários já formalizada.

Enquanto a live era transmitida, o Planalto divulgou que havia publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) a Medida Provisória que disponibiliza R$ 150 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO), para ser usado como garantia no crédito a micro e pequenas empresas afetadas pelo apagão em SP.

Lula disse que queria ter falado do assunto durante as caminhadas que estavam programadas para acontecer na capital paulista ao lado de Boulos, mas foram canceladas devido às chuvas. Com os eventos de campanha impossibilitados, o presidente e o candidato optaram pela Live.

O vídeo com Boulos foi transmitido ao vivo nas redes sociais do presidente, em título que chamava atenção para o número do candidato do PSOL na disputa eleitoral. "Atenção: em São Paulo nosso candidato é 50!", dizia a descrição da mídia. O número de Boulos foi repetido várias vezes por Lula durante a transmissão.

Após o primeiro turno, reportagem do jornal O Globo mostrou que cerca de 48,1 mil eleitores paulistanos anularam seu voto no dia 6 de outubro em São Paulo por votar no número do PT, de Lula, o 13.

Desafiado na campanha pela imagem de "radical" atribuída a ele por adversários, Boulos também aproveitou o bate-papo para relembrar uma conversa em que o presidente disse a ele que havia passado pela mesma situação nas eleições presidenciais de 1989. "O senhor falou: eu vivi isso, em 89 (...) A história às vezes se repete. O que pode de algum modo deixar as pessoas receosas da mudança é o medo", disse Boulos. "Eu vivi todo tipo de preconceito", respondeu o petista.

O candidato do PSOL ainda minimizou os resultados das pesquisas de intenção de voto e disse ter "muita confiança" no pleito, confiando numa "virada". "A melhor vitória é que você está perdendo aos 40 do segundo tempo, faz gol de empate aos 45 e vira aos 49. Eleição se decide nos últimos dias. Vou estar na rua sem parar."

Lula reforçou o apelo, pedindo para que as pessoas que apoiam o psolista conversem com quem ainda tem dúvidas e "acham que o Boulos vai invadir" suas casas.

"É importante que a militância compreenda que temos uma semana, é importante que na vila que a gente mora, no local que trabalha, a gente converse com quem tem dúvida, com aquelas pessoas que acham que o Boulos vai invadir a casa deles, para a gente convencer as pessoas", disse o presidente, que garantiu apoio do governo federal a uma eventual gestão Boulos. "Certamente projetos que Boulos levar a Brasília serão analisados", afirmou Lula.

Em outra categoria

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, pediu neste domingo, 30, que o grupo terrorista Hamas se desarme. Caso os terroristas aceitem a demanda, os líderes do Hamas poderão deixar a Faixa de Gaza. Israel retomou seus bombardeios aéreos e sua ofensiva terrestre no enclave palestino no dia 17 de março, após uma frágil trégua de dois meses.

"Com relação ao Hamas em Gaza, a pressão militar funciona. Podemos ver que rachaduras estão começando a aparecer nas exigências do grupo nas negociações", declarou Netanyahu no início de uma reunião de gabinete. "O Hamas deve entregar suas armas. Seus líderes então poderão sair do território".

As declarações de Netanyahu coincidem com a tentativa dos países mediadores - Egito, Catar e Estados Unidos - de voltar a negociar um cessar-fogo e garantir a libertação dos reféns israelenses ainda mantidos em Gaza.

Nova proposta

Um oficial do gabinete político do grupo terrorista Hamas afirmou no sábado, 29, que o grupo aceitou nova proposta de cessar-fogo apresentada por mediadores do Egito. Israel recebeu o texto e enviou uma contraproposta em coordenação com os Estados Unidos.

Segundo a proposta, o grupo terrorista Hamas deve libertar cinco reféns israelenses vivos, em troca de 50 dias de trégua e a libertação de prisioneiros palestinos. Corpos de reféns de Israel também seriam devolvidos durante a trégua.

Ainda há 59 reféns israelenses no cativeiro do Hamas. Israel acredita que apenas 24 estejam vivos, mas deseja a volta dos corpos dos sequestrados para que os familiares enterrem propriamente seus entes queridos.

Por meio de relatos de reféns libertados, famílias de pelo menos 13 sequestrados receberam informações de que seus parentes estão vivos desde o início do cessar-fogo em janeiro. Alguns reféns apareceram em vídeos publicados pelo Hamas, como Evyatar David e Guy Gilboa-Dalal, levados à "cerimônia" de libertação dos outros sequestrados durante a primeira fase da trégua, em sinal claro de tortura psicológica.

O grupo terrorista também publicou um vídeo de despedida dos irmãos argentinos Eitan e Yair Horn antes da libertação de Yair no dia 15 de fevereiro. O Estadão entrevistou o pai dos argentinos, Itzik Horn, para uma reportagem especial de um ano da guerra entre Israel e Hamas.

O conflito começou no dia 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1,2 mil pessoas. Naquele dia, 251 israelenses foram sequestrados pelo grupo terrorista. Após o ataque, Israel iniciou uma ofensiva na Faixa de Gaza que deixou mais de 50 mil mortos no enclave palestino, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas e não diferencia civis de terroristas.

Netanyahu desafia ordem do TPI

O primeiro-ministro de Israel anunciou neste domingo que irá viajar para a Hungria, no dia 2 de abril. A viagem irá desafiar uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Netanyahu por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.

Durante a visita, o primeiro-ministro de Israel deve se reunir com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, e outras altas autoridades húngaras. Ele retornará a Israel no dia 6 de abril.

A Hungria assinou o Estatuto de Roma, o tratado internacional que criou o TPI, em 1999 e o ratificou dois anos depois, durante o primeiro mandato de Orban. No entanto, Budapeste nunca promulgou a convenção associada ao Estatuto de Roma, por razões de conformidade com sua Constituição. Por isso, alega não ser obrigada a cumprir as decisões do TPI. (Com agências internacionais).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a comentar sobre a possibilidade de tentar um terceiro mandato em 2030, o que é proibido pela Constituição americana. Em entrevista à NBC News, o republicano disse que "há métodos para fazer isso", sem esclarecer quais seriam.

Trump disse não estar "brincando" ao abordar a possibilidade de concorrer a mais um mandato presidencial, mas reforçou que "é muito cedo para pensar sobre isso". O presidente americano afirmou que há "muita gente querendo que ele tente ser presidente pela terceira vez. "Mas eu basicamente digo a eles que temos um longo caminho a percorrer, ainda é muito cedo", acrescentou.

A 22ª Emenda da Constituição dos EUA proíbe que uma pessoa ocupe a cadeira presidencial por três vezes, mesmo que não sejam consecutivas. Trump já presidiu os EUA no seu primeiro mandato entre 2017 e 2021, antes de retornar à Casa Branca neste ano.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, afirmou neste domingo (30) que os Estados Unidos não assumirão o controle do território insular, um dia depois de o presidente americano Donald Trump citar até a possibilidade de uso de força militar para tomar a ilha.

"O presidente Trump diz que os Estados Unidos ficarão com a Groenlândia. Deixe-me ser claro: os Estados Unidos não ficarão a Groenlândia. Não pertencemos a mais ninguém. Nós decidimos nosso próprio futuro", disse Nielsen em uma publicação no Facebook.

A Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca que, como os Estados Unidos, faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo Trump, a anexação do território seria uma questão de segurança nacional para os americanos.