Lula: Vejo muitas festas do governo que gastam para financiar artistas; nunca vi para maracatu

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 12, que seu governo precisa arrumar dinheiro para financiar eventos de maracatu, e sugeriu que empresas estatais devem patrocinar essa expressão cultural. Ele falou na cerimônia de sanção da lei que institui 1º de agosto como Dia Nacional do Maracatu.

"Não tem patrocinador, então as pessoas que fazem maracatu ficam confinadas na sua cidade, no seu bairro, no seu mundinho. Porque não tem dinheiro para isso. E agora, querida Margareth Menezes, ministra da Cultura, a gente vai ter que arrumar dinheiro, a gente vai ter que arrumar patrocínio para que essa arte chamada maracatu tenha o mesmo apreço e o mesmo respeito que tem um rock, que tem um samba, que tem qualquer outro show", disse o presidente da República.

"A gente tem que convencer as empresas públicas brasileiras a fazer o que outra empresa privada não quer fazer. Se uma empresa privada não quer financiar um festival de maracatu, a gente precisa arrumar uma empresa pública que possa financiar. Um Banco do Brasil", declarou o petista.

"No Brasil há sempre a compreensão de que tem lei que pega e lei que não pega. Se nós fizemos esse ato hoje, sancionamos uma lei que cria um dia nacional do maracatu, dia primeiro de agosto, é importante que o presidente da República, que a ministra da Cultura e que as pessoas que fazem parte do governo, inclusive o Iphan, saibam que nós temos que fazer com que essa lei seja cumprida ao pé da letra. Significa que nós precisamos transformar o maracatu em uma arte de conhecimento de todo o povo brasileiro", disse Lula.

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Em meio ao grande impacto da ação violenta de pistoleiros armados que executaram a tiros de fuzil o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, encontrou espaço para fazer uma brincadeira na sessão desta quarta, 13.

Durante o julgamento da ADPF das Favelas, Barroso dirigiu-se ao ministro Alexandre de Moraes e disse. "O denunciante do PCC psicografou uma mensagem dizendo que não foi bem defendido pela polícia de São Paulo."

Foi uma resposta de Barroso a um comentário de Moraes sobre a possibilidade de a Polícia Militar de São Paulo ter defendido o Supremo no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes e depredaram instalações do Palácio do Planalto, do Congresso e da Corte. Na ocasião, a PM do Distrito Federal não impediu a marcha dos radicais.

Vinicius Gritzbach foi executado na última sexta, 8, com 10 tiros no aeroporto de Guarulhos quando desembarcava de uma viagem a Maceió. Na sessão do STF, Moraes tomou a palavra para defender a necessidade de uma Promotoria de controle externo da atividade policial.

Ele pontuou. "Todo mundo reclama da Polícia Militar, mas quando a coisa aperta todo mundo chama." Em seguida, o ministro Gilmar Mendes acrescentou. "Não foi a Polícia do DF que veio defender o Supremo". O comentário do decano provocou risos no plenário da Corte.

Alexandre de Moraes, que foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, retrucou. "Se fosse a Polícia Militar de São Paulo, isso não teria acontecido, posso garantir."

Em uma discussão descontraída, o presidente da Corte tomou a palavra para contrapor Moraes e falou da 'mensagem psicografada' que, segundo ele, foi enviada ao STF pela vítima do ataque no aeroporto.

O plenário do Supremo seguia com o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n° 635, conhecida como ADPF das Favelas, protocolada em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Sob a relatoria do ministro Edson Fachin, o mérito da ação trata da adoção de um plano para redução da letalidade nas operações policiais no estado do Rio de Janeiro.

Nesta quarta-feira, o relator da ação apresentou o relatório do caso, seguido pelas sustentações orais das partes envolvidas, como o PSB, o Estado do Rio e o Ministério Público fluminense.

Representantes da Argentina tiveram de sair da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, capital do Azerbaijão, e voltar ao país por ordem do presidente Javier Milei. O presidente tem posições conhecidas contra o debate sobre mudanças climáticas, na mesma linha que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Para Milei, a crise climática é uma "mentira socialista".

As plenárias de alta liderança - leia-se chefes de Estado - da COP chegaram ao fim. Assim, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, chefe da comitiva brasileira, retorna na quinta-feira, 14, ao País. Alckmin deve participar do encontro do G20.

Também retorna ao Brasil a comitiva ministerial composta por Renan Filho, ministro dos Transportes; Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas. A secretária-Geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixadora Maria Laura da Rocha, e o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do MRE, embaixador André Corrêa do Lago, também retornam.

O embaixador e a ministra Marina Silva também devem participar da agenda do G20. Na semana que vem, retornam para Baku para participar dos últimos dias da conferência do clima.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, disse que a instituição de fomento vai disponibilizar R$ 1 bilhão em editais de programas para reflorestamento e preservação da Amazônia. Serão R$ 450 milhões do Fundo Amazônia (não reembolsáveis), conforme já anunciado, e mais R$ 550 milhões oriundos do Fundo Clima.

"A ideia é plantar árvores nativas em várias áreas dentro desse imenso território (Amazônia). Visamos 6 milhões de hectares de restauração em três macro-regiões: no Acre-Amapá-Roraima; no Mato Grosso-Tocantins; e no Pará-Maranhão", disse Mercadante.

Além disso, o BNDES anunciou hoje a assinatura de um protocolo de intenções com a Petrobras para o financiamento de editais com o mesmo objetivo no valor de R$ 100 milhões adicionais, sendo R$ 50 milhões do Fundo Amazônia e o restante da petroleira estatal. A Petrobras, destacou a diretora socioambiental do banco, Tereza Campello, é a primeira empresa a apoiar o programa Restaura Amazônia.

Todas ações vão acontecer no arco do desmatamento, nas franjas das regiões arrasadas para interromper a destruição. Segundo Mercadante, o objetivo é evitar que a Amazônia chegue a um ponto de "não-retorno" de devastação. Ele disse que o banco segue procurando parcerias internacionais e aporte de outras empresas nesse esforço.