Linkin Park volta ao Brasil com nova formação, disco inédito e primeira turnê em 7 anos

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Depois de sete anos longe dos palcos, o Linkin Park está de volta. O retorno, anunciado em setembro deste ano, veio acompanhado do primeiro single da banda em quase uma década, The Emptiness Machine, e do anúncio de lançamento do disco From Zero, que será lançado em 15 de novembro, mesmo dia do primeiro show do grupo em São Paulo.

 

em Chester Bennington, morto em 2017, e Rob Bourdon, que não retornou para o novo trabalho, Mike Shinoda, Joe Hahn, Dave Farrell e Brad Delson alistaram Emily Armstrong, vocalista do Dead Sara, e o baterista Colin Brittain para o aguardado retorno. A primeira apresentação da nova formação aconteceu ainda em setembro, em Los Angeles, com transmissão ao vivo no YouTube. No mesmo dia, foi anunciada uma turnê mundial com paradas na Inglaterra, Alemanha, Coreia do Sul, Colômbia e, é claro, no Brasil. (Delson participou da concepção e das gravações de From Zero, mas não saiu em turnê com a banda, dando lugar para o guitarrista Alex Feder).

 

A banda também voltou a se apresentar na televisão norte-americana, mostrando as novas músicas durante o programa Tonight Show with Jimmy Fallon. Além de levar as composições para a TV, o Linkin Park também iniciou seu processo de divulgação do novo trabalho, com Shinoda dando entrevistas em rádios e gravando um podcast ao lado de Armstrong para contar alguns dos bastidores da gravação de From Zero.

 

Polêmicas

 

O retorno da banda, apesar de muito aguardado, não aconteceu sem polêmicas. A mãe de Bennington, Susan Eubanks, chegou a dizer que não foi avisada que o Linkin Park retomaria suas atividades, algo que supostamente lhe foi garantido pelos membros do grupo, e acusou Shinoda de tentar apagar a história de seu filho ao colocar outra vocalista para cantar suas músicas. Eubanks também afirma que Mike já havia dito ao seu filho que o substituiria por uma vocalista mulher caso ele algum dia deixasse a banda, algo que teria chateado o músico.

 

Já um dos filhos de Chester, Jaime Bennington, reclamou publicamente do envolvimento de Armstrong com a Igreja da Cientologia e sua participação no julgamento do ator e também membro do culto Danny Masterson, condenado a 30 anos de prisão por estupro e agressão sexual. A cantora, por sua vez, afirmou que retirou seu apoio a Masterson quando ouviu o depoimento de suas vítimas.

 

Armstrong, no entanto, em momento algum falou sobre sua relação com a Cientologia, um dos cultos mais fechados dos Estados Unidos, que conta com seguidores como Tom Cruise, John Travolta e Elisabeth Moss, além de políticos influentes. É muito comum, inclusive, que os envolvidos com a igreja não falem abertamente sobre suas experiências com a Cientologia.

 

Nenhuma das polêmicas afetou a busca do público por ingressos No Brasil, as entradas para as duas apresentações no Allianz Parque, em 15 e 16 de novembro, esgotaram em menos de uma hora, e muitos fãs que esperavam pelo retorno da banda ficaram de mãos abanando mesmo depois de horas de fila presencial e online.

 

Recomeço com 'From Zero'

 

Desde o anúncio do lançamento de From Zero - referência ao nome original da banda, "Xero" -, o Linkin Park já soltou outros dois singles: Heavy is The Crown, que também se tornou a música-tema oficial da nova temporada do game League of Legends, e Over Each Other, lançada na segunda metade de outubro.

 

Primeiro disco de inéditas do Linkin Park em sete anos, From Zero surgiu após Shinoda e Hahn decidirem que era hora de voltar ao estúdio. Gravado em segredo, o álbum representa um momento de renascimento para a banda, ao mesmo tempo em que busca resgatar a sonoridade que os transformou em um dos principais expoentes do Nu Metal nos anos 2000.

 

O disco conta com 11 faixas, incluindo os três singles lançados até o momento, e já pode ser pré-salvo em plataformas de streaming. Somadas, as novas canções já ultrapassam os 200 milhões de streams no Spotify e devolveram o Linkin Park para o topo das paradas de rock.

 

Primeira turnê em sete anos

 

Depois da apresentação em 5 de setembro em Los Angeles - o primeiro show da banda desde o show tributo a Bennington, em outubro de 2017 -, o Linkin Park ainda se apresentou em Inglewood (cidade da Califórnia), Nova York, Hamburgo (Alemanha) e Incheon (Coreia do Sul).

 

A segunda parte da turnê, iniciada em novembro, levou a banda a passar por Paris (França), e pela cidade norte-americana de Arlington. Na América do Sul, o Linkin Park se apresentou em Bogotá (Colômbia), no dia 11, antes de desembarcar no Brasil para os dois últimos shows de 2024.

 

A turnê de From Zero será retomada em abril de 2025, com show em Las Vegas, nos Estados Unidos.

 

Serviço - Linkin Park: From Zero World Tour - São Paulo

Local: Allianz Parque, R. Palestra Itália, 200, São Paulo - SP

Horário de abertura dos portões: 15h

Horário de início do show: 20h30

Os ingressos para as duas datas estão esgotados

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Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram, na última semana o recurso apresentado por Luciane Barbosa Farias, a "Dama do Tráfico". O recurso foi apresentado por ela e pelo marido, o traficante Clemilson dos Santos Farias, o "Tio Patinhas", apontado pelo Ministério Público do Amazonas como um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas. A decisão do STF foi unânime entre os 11 ministros da Corte. O relator foi o ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF. Depois de concluída a votação no plenário virtual do STF, o tribunal publicou o acórdão da decisão nesta segunda-feira, 18.

Com isso, se encerra a fase de discussão do mérito do processo - ou seja, não é possível mais discutir a condenação em si. Luciane Barbosa Farias e Tio Patinhas foram condenados a 10 anos de prisão por associação para o tráfico, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Procurada pelo Estadão, a defesa de Luciane Barbosa e Clemilson dos Santos Faria não se manifestou até o momento. O espaço segue aberto.

Na tarde desta quarta-feira, 20, a defesa apresentou embargos de declaração contra a decisão. Esses embargos são os últimos possíveis e visam esclarecer eventuais omissões ou trechos obscuros da decisão, explica a advogada criminalista Fernanda de Almeida Carneiro, que é sócia do escritório Castelo Branco Advogados. Só depois da análise dos embargos de declaração é que o caso pode ser considerado "transitado em julgado", ou seja, encerrado.

Inocentada em primeira instância, Luciane Barbosa Farias foi depois condenada em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Os advogados dela e de Tio Patinhas acionaram o STF depois de perder o prazo para recurso, de 15 dias, no próprio TJ. No agravo ao STF, os defensores alegam que o cálculo do prazo foi feito de forma equivocada. Os advogados também recorreram diversas vezes ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao longo deste ano, mas foram derrotados.

Reuniões no Ministério da Justiça e nos Direitos Humanos

Mesmo sendo considerada pelo Ministério Público do Amazonas como integrante do Comando Vermelho e responsável por lavar dinheiro da facção no Amazonas, Luciane foi recebida duas vezes no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para reuniões com dirigentes da pasta, durante a gestão do ex-ministro da Justiça e atual ministro do STF Flávio Dino. Dino nunca recebeu ou se encontrou com Luciane.

Em março de 2023, ela se reuniu com o então Secretário Nacional de Assuntos Legislativos da pasta, Elias Vaz. Ele era o responsável por cuidar da relação do MJSP com o Congresso. Em maio, Luciane voltou ao MJ e se encontrou com Rafael Velasco Brandani, então titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Luciane foi levada aos encontros no Ministério da Justiça pela advogada criminalista e ex-deputada estadual pelo PSOL Janira Rocha. Ela foi colega de partido e de tendência interna de Elias Vaz, mas já deixou a legenda, assim como ele.

Na época, os registros de agendas do Ministério da Justiça traziam apenas o nome de Janira Rocha. "Hoje em Brasília, nas articulações políticas no Congresso Nacional, em reuniões no Ministério da Justiça e no debate de construção de estratégias para trazer a luz a pauta de direitos fundamentais e humanos para o sistema prisional brasileiro só deu esse time de mulheres (...) Ficou notória a diferença política na sensibilidade de tratar o tema, outro governo, outra conversa, seguiremos!!!", escreveu Janira ao postar uma foto com Luciane no Instagram.

Na ocasião, o Ministério da Justiça disse, em nota, que as audiências foram pedidas pela Associação Nacional da Advocacia Criminal (ANACRIM), entidade de Janira Rocha, e não por Luciane. "A cidadã (Luciane Barbosa Farias) mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes", disse o MJ, à época. Tanto Brandani quanto Elias Vaz deixaram a pasta.

À época da divulgação das reuniões, autoridades do governo, como Flávio Dino e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, divulgaram informações falsas sobre o ocorrido. Gleisi disse, por exemplo, que Luciane esteve em Brasília a convite do Governo do Amazonas - o que é mentira. As duas primeiras visitas dela à capital, quando esteve no Ministério da Justiça, não tiveram relação com o governo amazonense.

Lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho

De acordo com as investigações da Polícia Civil do Amazonas, Luciane Barbosa Farias usava a Organização Não Governamental (ONG) Associação Instituto Liberdade do Amazonas, criada por ela, para "perpetuar a existência da facção criminosa e obter capital político para negociações com o Estado". Ela também seria a responsável, de acordo com os investigadores, por "acobertar a ilicitude do tráfico", por meio da lavagem de dinheiro. A verba seria usada para compra de veículos, imóveis e para a abertura de negócios.

Clemilson e Luciane se casaram em 30 de outubro de 2012. Na época, ela abriu um salão de beleza que, segundo os investigadores, era usado para lavar dinheiro do tráfico. O casal prosperou: a declaração de Imposto de Renda de Luciane apresentava bens de R$ 30 mil em dezembro de 2015. No ano seguinte, passou para R$ 346 mil, alta de 1.053%. Segundo os investigadores, os dois também eram donos de ao menos três imóveis no Amazonas e em Pernambuco, além de seis veículos (sendo uma moto, três carros e dois caminhões).

Os pais de Marco Aurélio Acosta cobram explicações da polícia e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a morte do universitário de 22 anos, ocorrida nesta quarta-feira, 20, em uma abordagem da Polícia Militar.

"Quero ver alguém que me dê explicações para dar conforto a toda a família. Quem vai devolver o meu filho?", questionou Julio Cesar Acosta Navarro, pai de Marco Aurélio, em entrevista ao programa Cidade Alerta, da TV Record.

Cardiologista, o pai afirma ter pedido à polícia informações sobre o disparo para tentar salvar o filho, mas diz que ninguém da corporação se pronunciou. Ele trabalha no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, ligado à Faculdade de Medicina da USP, onde também atua como professor colaborador.

Ainda à emissora, a mãe de Marco Aurélio se dirigiu ao governador: "O que o senhor está fazendo para evitar mortes como a do meu filho? O que justifica esse policial ter matado o meu filho?". Ela cobrou que Tarcísio de Freitas tenha "a decência de pedir perdão" a ela.

A mãe também afirmou que o jovem era solteiro e estava no hotel com uma moça, morava com os pais e mais dois irmãos e era "um menino bom". Marco Aurélio estudava Medicina na Universidade Anhembi Morumbi.

Como ocorreu o disparo

Imagens da câmera de segurança de um hotel do bairro mostram o jovem correndo, seguido de um policial militar que o puxa pelo braço, empunhando a arma. Um segundo policial aparece, dando um chute no jovem, que segura seu pé e o faz desequilibrar. Em seguida, o policial de arma em punho dispara na altura do peito da vítima.

Na versão divulgada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, o jovem teria golpeado uma viatura e tentado fugir em seguida. Ainda segundo a SSP, ele teria investido contra os policiais ao ser abordado e foi ferido por um disparo. O rapaz foi levado ao Hospital Ipiranga, mas morreu nesta manhã.

A arma do policial responsável pelo disparo foi apreendida e encaminhada à perícia, e as polícias Civil e Militar apuram as circunstâncias da morte. "Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e ficarão afastados até a conclusão das investigações", afirma a pasta.

De acordo com a SSP, as imagens registradas pelas câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De janeiro a setembro, a polícia de São Paulo matou 496 pessoas, o maior número para o período desde 2020, quando ocorreram 575 mortes.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou nesta quarta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, dois professores - um brasileiro e uma argentina - pelo crime de racismo. Em julho, eles foram flagrados imitando macacos em uma roda de samba na região central da capital fluminense. A atitude, gravada por testemunhas, foi alvo de críticas na época.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação começou imediatamente após a repercussão do caso e foi capitaneada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), unidade da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) criada há pouco mais de cinco anos.

A corporação afirmou que o relatório do inquérito, que será enviado ao Ministério Público do Estado, aponta que "os atos são graves". A equipe da Decradi responsável pelo caso analisou as imagens e ouviu testemunhas, além dos professores. Como mostrou o Estadão, a Polícia Civil teve dificuldades em localizar a professora no começo das investigações.

"O ato praticado associou negativamente indivíduos ou grupos, especialmente em relação à população negra, uma vez que esse comportamento é carregado de uma história de racismo, já que a comparação entre pessoas negras e macacos foi amplamente usada para desumanizá-los e discriminá-los ao longo da história", aponta a conclusão do inquérito.

O relatório diz ainda que, por vezes considerados "brincadeiras", são comportamentos que podem perpetuar traumas e desigualdades sociais, ferindo a dignidade de pessoas, o que torna imprescindível a necessidade de conscientizar e educar a sociedade sobre os impactos históricos e emocionais de tais ações. O crime, de acordo com a legislação vigente, é inafiançável e imprescritível, com penas que vão de dois a cinco anos de reclusão.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro acrescentou que as vítimas de preconceito que desejarem registrar ocorrências do tipo podem procurar a sede da Decradi, na Rua do Lavradio, 155, no centro. "Há a possibilidade também de comunicar os crimes em qualquer delegacia distrital do Estado ou por meio da delegacia online", informou. "Todos os fatos são apurados, a fim de responsabilizar criminalmente os autores."