Danton Mello comemora 40 anos de carreira com novelas, dublagem e tempo para a família

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A vida pode não ser sempre um ciclo perfeito, mas Danton Mello não deixa de pensar como as coisas sempre se encaixam. O ator, de 49 anos, está prestes a atingir um marco na carreira: no próximo ano, ele completa quatro décadas na televisão desde seu primeiro trabalho, com a novela A Gata Comeu. Para Danton, o momento não poderia ser mais propício: está no ar em uma novela na faixa das 18h, dublando, fazendo filmes e, sempre que pode, com a família.

"Estou vivendo uma fase muito feliz e realizadora", resume ele. É uma virada interessante para o mineiro, desligado da Rede Globo em 2022, em uma leva com vários outros artistas, após 37 anos de casa. A mudança, porém, acabou trazendo outros frutos: desde então, Danton está fazendo apenas aquilo que quer e passeando em várias áreas.

"Tenho tido a chance de escolher meus projetos, e o mercado está aquecido. Escolho as histórias, os diretores e os elencos com quem quero trabalhar. Não paro de trabalhar e estou muito feliz com isso", afirma o ator, no ar agora com o folhetim Garota do Momento. "Coincidentemente, em 2025, completo 40 anos da minha primeira novela, que também foi no horário das 18h. Estar no ar novamente, no mesmo horário, é muito simbólico para mim. Estou pronto para esse desafio, mesmo com a saudade da família e a rotina longe de casa."

Aliás, é ao falar da família que Danton deixa as emoções surgirem, como já aconteceu em outras conversas entrevistas, especialmente nas dos filmes Ninguém é de Ninguém e Predestinado. Se sentir necessidade, o ator chora e não esconde. O nariz começa a ficar vermelho, e as lágrimas rolam no rosto sem vergonha.

O motivo disso é que as duas filhas moram nos Estados Unidos e Danton, com a agenda cheia de trabalhos, não consegue estar sempre com elas. Segundo ele, um período sabático no início do ano foi essencial para passar tempo com as filhas e se conectar consigo.

"No início deste ano, tirei um tempo para descansar, especialmente porque minhas filhas vieram ao Brasil para passar uma temporada comigo. Decidi que queria estar com elas", contextualiza Danton, visivelmente emocionado. "A minha filha mais velha ficou um mês e meio, e logo depois a mais nova chegou de um intercâmbio. Foi ótimo poder passar esse tempo com elas, ouvir suas histórias e conviver de perto, pois moro fora e sinto falta desse convívio diário. Isso me deu forças para os novos desafios que vieram depois."

Mundo da dublagem

Nesse ciclo perfeito que vai se desenhando nos 40 anos de carreira de Danton Mello, uma outra faceta volta a aparecer: os trabalhos como dublador. Após voltar ao universo dos trabalhos de voz com a simpática animação brasileira Chef Jack, Mello agora faz as vezes de dublador na animação Dalia e o Livro Vermelho, que estreia nos cinemas de quinta-feira, 14.

Danton, que já foi a voz oficial de Leonardo DiCaprio em filmes como A Praia e Titanic, faz a voz, no novo filme, de dois personagens: Adolfo, o pai da protagonista que dá nome ao longa-metragem, e de um bode que se torna o melhor amigo de Dalia após a morte do patriarca.

Na história, acompanhamos essa garotinha vivendo o luto após a morte de Adolfo, um escritor com muita imaginação e criatividade, e que vai para o mundo imaginário dentro do romance inacabado do pai. É lá que ela faz essa forte amizade com o bode.

"Quando recebi o convite, veio junto um material com imagens, esboços e desenhos. Achei tudo muito fofo. É uma animação que mistura técnicas, com elementos de stop motion e cenários detalhados. É um projeto diferente", diz. "E foi interessante explorar duas vozes distintas. Para o Adolfo, usamos um tom jovem, parecido com a minha voz. Já o Bode é um personagem que não tem muita expressão, então trabalhamos com um tom bem grave."

Danton lembra com carinho dos tempos em que trabalhava muito focado em dublagem - com trabalhos nos estúdios da Herbert Richers e dividindo vozes com nomes como Mário Monjardim e Orlando Drummond. "A dublagem me ensinou a usar a voz, a brincar com a voz. Aí veio o desafio de conciliar a dublagem com as novelas, que acabavam ocupando minha agenda. Com o tempo, fui me afastando da dublagem e fazendo mais participações pontuais", afirma. "Esse convite foi especial por me permitir retornar a esse universo."

Por fim, ele diz que não tem planos direcionados de voltar a dublar como antes - a agenda continua sendo a principal pedra no caminho. Danton diz que o que manda na hora de decidir o próximo trabalho é a conexão com a história, com os personagens e sentimentos.

"Essas histórias sempre me tocam", diz ele, voltando ao tema da família. "Minhas filhas já são adultas, têm 23 e 21 anos. Elas moram fora do Brasil, mas sempre tive uma relação muito próxima com elas. Incentivei muito a criatividade e a imaginação. Inclusive, minha filha mais velha fez roteiro de cinema e quer trabalhar com animação. Sempre achei importante cultivar a imaginação e a criatividade. O filme mostra isso: uma menina de 12 anos que perdeu o pai e, de certa forma, encontra esse apoio emocional dentro de um livro. Acho que a animação vai tocar o coração das pessoas, tanto das crianças quanto dos pais."

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Um incêndio de grandes proporções atinge um galpão com materiais recicláveis localizado na altura do número 272 da Rua Sinumbu, na Liberdade, região central da capital paulista, nesta quinta-feira, 16.

O acionamento do Corpo de Bombeiros foi feito por volta das 17h40. Até a publicação deste texto, ao menos nove viaturas e 28 militares foram deslocados para o controle das chamas. Ainda não há informação sobre vítimas e sobre as causas do incêndio.

A Rua Sinumbu é uma travessa da Rua Barão Iguape e desemboca no encontro da Rua Glicério com a Rua da Glória. Nas proximidades do galpão, há imóveis e outros terrenos, que podem ser atingidos pelas chamas.

Imagens captadas pela TV Globo mostram o fogo saindo pelo teto do galpão, já danificado pelo incêndio, junto de uma grande coluna de fumaça densa. Cerca de uma hora depois do chamado aos bombeiros, o fogo ainda consumia o galpão.

Informações preliminares apontam que o local se trata de um depósito de material reciclável. Os bombeiros buscam acessar o interior do espaço para tentar fazer a retirada deste material e controlar o fogo, segundo a porta-voz do Corpo de Bombeiros, Karol Burunsizian.

"A gente está controlando as chamas ainda. Tem bastante chama no interior (...). Possui muito material reciclável e estamos buscando ter acesso por outra rua para acessar outro foco de incêndio", disse Karol ao programa Brasil Urgente, da Band.

Ela afirma que não há vítimas no local. "No piso superior tem residências, mas não há ninguém, não tem vítimas. Os bombeiros fizeram a varredura e não há vítimas nessa ocorrência".

A porta-voz acrescenta que a preocupação é controlar o incêndio e impedir que o fogo atinja edificações vizinhas. Após o combate às chamas, a perícia deverá ser chamada para fazer a vistoria e investigar as causas do incêndio.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Faierstein, afirmou que haverá um esforço do órgão regulador para participar da discussão sobre a cobrança por bagagens pelas companhias aéreas, buscando conciliar preocupações de consumidores e das empresas. O tema voltou a ganhar repercussão após reação do Congresso Nacional contra tarifas extras anunciadas pela Gol no mesmo molde já praticado pela Latam.

"Conversei com o presidente Hugo Motta sobre as preocupações do Congresso quanto à cobrança por bagagens. Queremos reduzir custos das passagens, mas não podemos criar dificuldades para as empresas operarem no Brasil", afirmou em coletiva de imprensa no início da noite desta quinta-feira, 16, referindo-se a diálogo presidente da Câmara.

Mais cedo, o deputado Da Vitória (PP-ES) apresentou projeto que estabelece que é direito do passageiro levar bagagens de mão sem cobrança adicional. Motta (Republicanos-PB) afirmou na rede social X que pautará um requerimento de urgência para o projeto.

As passagens que preveem essas taxas são praticadas apenas pela Latam e agora devem ser iniciadas pela Gol. Porém, em ambos os casos, só se aplicam para rotas internacionais. O texto do projeto de Da Vitória diz que a gratuidade deve se dar também para as rotas internacionais.

Faierstein disse na coletiva que a extensão da regra para viagens entre o Brasil e o exterior afetaria as companhias estrangeiras, aumentando os desafios do País para se conectar com o resto do mundo. "O regulamento atual da Anac permite cobrar bagagens em linhas internacionais", destacou.

O tema enfrenta forte oposição do Congresso há muitos anos. Em 2021, o então presidente Jair Bolsonaro vetou a volta do despacho gratuito de bagagem em voos, ao sancionar a Lei 14.368, que flexibilizou regras do setor aéreo. Desde então, o veto está pendente de análise pelos parlamentares.

O diretor-presidente da Anac afirmou que não é possível, neste momento, apontar quais termos poderão pacificar o entendimento entre o Congresso e as companhias aéreas, que foram demandadas para que se manifestem sobre o assunto. "Companhias se mostraram dispostas a dialogar", acrescentou.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 16, uma operação contra um grupo criminoso que despachava malas com cocaína para a África pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Foram cumpridos cinco mandados judiciais de busca e apreensão e quatro de prisão. Dinheiro em espécie, uma moto e dois veículos de luxo foram apreendidos. Entre os suspeitos está um funcionário do terminal, segundo a PF.

Os suspeitos não tiveram os nomes divulgados, o que impossibilitou o contato com as defesas. A reportagem procurou a concessionária do aeroporto, a GRU Airport, e aguarda retorno.

As investigações tiveram início no dia 12 de junho, quando o grupo tentou introduzir três malotes contendo cerca de 160 quilos de cocaína na área restrita do aeroporto. A ação foi flagrada: um militar da Aeronáutica percebeu a movimentação suspeita e acionou a Polícia Federal.

A PF apreendeu a droga e atuou para identificar o modus operandi da organização criminosa. Os alvos foram identificados a partir da análise de imagens de câmeras, registros de acesso e movimentações internas no aeroporto.

De acordo com a investigação, o grupo utilizava dois veículos, sendo que um deles atuava como "batedor", monitorando a presença de policiamento no entorno do aeroporto. O outro transportava o entorpecente até a área restrita do aeroporto. Nesse local, um funcionário do terminal, também envolvido no esquema, desviava a droga até a aeronave com destino a Joanesburgo, na África do Sul.

Do país sul-africano, segundo a PF, o entorpecente seria distribuído para outras nações do continente e seguia também para a Europa. O grupo mantinha conexões com redes internacionais de tráfico de cocaína. Durante a operação denominada Denied Drop (queda negada, em tradução livre), os agentes cumpriram mandados em regiões próximas ao aeroporto, em Guarulhos, e em outras cidades da região.

Troca de etiquetas

A nova operação da PF mostra que o aeroporto de Guarulhos continua sendo usado como rota para despachar drogas para o exterior por grupos criminosos. Em julho deste ano, a PF prendeu um dos líderes de uma quadrilha que trocava etiquetas de bagagens de passageiros para o envio de cocaína para a Europa. O esquema foi descoberto em 2023, após a prisão de um casal de brasileiras na Alemanha por suposto tráfico de drogas.

Elas foram detidas ao desembarcar no aeroporto alemão com cerca de 40 kg de cocaína nas malas que não eram delas: as etiquetas de suas bagagens tinham sido colocadas nas malas com drogas no aeroporto onde embarcaram, em Guarulhos. Mesmo inocentes, elas ficaram detidas durante 38 dias. As brasileiras só foram libertadas depois que o Ministério Público alemão recebeu o inquérito da PF brasileira comprovando a troca de etiquetas e autorizou a soltura delas.