Ringo Starr retorna ao country em próximo álbum: 'A música mais bonita que ouvi em muito tempo'

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O country vem naturalmente para Ringo Starr.

Tem sido uma parte discreta de sua carreira desde o início dos Beatles, então não foi um grande desvio para ele fazer um álbum inteiro de country, o vindouro Look Up, uma colaboração com o maestro moderno do country clássico e do gênero Americana, T Bone Burnett.

"Eu fiz 20 álbuns e sempre tem uma faixa que é meio country em cada um", o artista de 84 anos disse à Associated Press recentemente. Seu amor pelo gênero - Hank Williams e Kitty Wells são favoritos - começou na infância, junto de sua afeição por blues, swing e o que mais chegasse à sua cidade natal.

"Liverpool é a capital da música country na Inglaterra," disse Starr, "acho que isso vem do fato de ser uma cidade portuária, e nós conseguimos acesso ao rock 'n' roll fisicamente porque os caras nos barcos iam para a América, para o Egito, para todos os lugares. Mas eles traziam música."

Starr - até mesmo seu nome artístico tem ares de cowboy - teve seu momento de destaque com os Beatles em 1965, quando ele cantou o clássico honky-tonk [subgênero do country] de Buck Owens, Act Naturally. Muitas das faixas originais dos Beatles em que o baterista cantou, incluindo What Goes On e Don't Pass Me By, tinham notas suaves de country.

Isso culminaria com seu segundo álbum solo, Beaucoups of Blues, de 1971, indo totalmente para o country. Ele continuou experimentando - ele gravou um dueto de Act Naturally com Owens em 1989 - mas não fez outro álbum inteiramente country por décadas.

Entra Burnett, o principal curador da cultura do country clássico nos últimos 25 anos, o homem por trás das trilhas sonoras dos filmes E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000) e Inside Llewyn Davis - Balada de Um Homem Comum (2013), e a combinação improvável de Robert Plant e Alison Krauss.

Starr conhecia Burnett havia décadas, mas nunca tinha colaborado em um projeto inteiro com ele. "Nos anos 1970 eu costumava dar muitas festas e ele estava sempre lá, e eu nunca o convidei," disse Starr. "Nós sempre rimos disso."

Os dois estavam no hotel Sunset Marquis no ano passado para uma leitura de poesia de Olivia Harrison, viúva do ex-companheiro de banda de Starr, George Harrison. Starr andava fazendo uma série de EPs com diferentes compositores e produtores, incluindo um lançamento recente com Linda Perry, e sugeriu que Burnett lhe desse uma música para o próximo.

Burnett rapidamente voltou com uma faixa country. "Era linda. A música mais bonita que ouvi em muito tempo," disse Starr. Ele começou a pensar: "Vou fazer uma obra country".

Um inspirado Burnett escreveria nove músicas que, junto com mais duas, uma delas escrita por Starr com seu amigo Bruce Sugar, transformaria o EP em um LP.

Starr tocou bateria e cantou em Los Angeles, enquanto Burnett gravava partes do disco em Nashville, trazendo os jovens artistas de country neo-clássico Billy Strings e Molly Tuttle para várias faixas cada um.

Alison Krauss canta com Starr na música que ele coescreveu, Thankful, lançada na sexta-feira, 15, como o segundo single do álbum, na qual ele conseguiu contrabandear seu bordão, "paz e amor," em um gênero que geralmente é sobre qualquer coisa, menos isso.

"Sim, eu coloquei isso na música," ele disse com um sorriso.

Look Up, a ser lançado em janeiro, chega em um grande momento do country na música, com todo mundo, de Beyoncé a Post Malone, calçando botas de cowboy e adotando o twang (um tipo de canto muito usado no gênero).

"O meu [álbum] simplesmente surgiu. Quer dizer, eu não pensei em nada disso," disse Starr. "Eu apenas pensei, vou fazer."

Beyoncé foi mencionada em certo ponto no trabalho de Burnett e Starr. "Ele perguntou, 'como você vai chamar o álbum?'", disse Starr. "Eu pensei, 'BE-ON-SAY.' Mas ninguém riu."

Em janeiro, o músico vai tocar um par de concertos e um especial de TV em um de seus lugares favoritos, o auditório Ryman de Nashville, nos Estados Unidos, antiga casa de longa data do Grand Ole Opry, um concerto semanal de música americana.

"Estou animado porque vamos tocar algumas das outras músicas e algumas das músicas country," ele disse. "Vamos fazer With a Little Help From My Friends de uma maneira country, estilo country. Então, vamos ver."

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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A mulher que estava nua no colo do juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, de 61 anos, que atropelou e matou uma ciclista em Araçatuba (SP) disse à polícia que tentou assumir a direção da caminhonete ao perceber que ele estava embriagado. A morte ocorreu no último dia 24.

A reportagem teve acesso aos depoimentos. No momento em que ela tentava trocar de lugar, ele não parou e atropelou a ciclista Thais Bonatti de Andrade, de 30 anos. A auxiliar de cozinha foi internada, mas morreu no hospital.

Procurada, a defesa informou que pediu sigilo no processo e disse que, por ora, não se manifestará. Em seu depoimento dado antes da morte da vítima, o juiz manifestou "estar arrasado" com a situação da ciclista e ofereceu apoio aos familiares.

A mulher, de 25 anos, disse que já conhecia o magistrado, que a pegou em sua casa, por volta das 23 horas daquela noite para irem à boate. Na mesa em que estavam, foram servidos uísque, champanhe, cerveja e drinques. O juiz consumiu bebidas, segundo ela. Por volta das dez horas da manhã seguinte, o Rodrigues Junior decidiu ir embora e disse que a levaria para casa.

Segundo a depoente, em razão de o ex-magistrado estar bêbado, o dono da boate chegou a oferecer o serviço de Uber, mas ele não aceitou. Durante o percurso, o juiz chegou a percorrer um trecho de uma rua na contramão. Ele teria dito que estava "sem condições" e ela tentou assumir o volante com a caminhonete em movimento - foi quando aconteceu o acidente.

Outra testemunha, o motorista de aplicativo que tinha se colocado à disposição do juiz quando ele saiu da boate, disse que conhecia a mulher que estava com ele, por isso se preocupou com o fato de o condutor estar embriagado e acompanhou a caminhonete.

No percurso, o juiz teria trafegado um trecho de uma rua na contramão, sem causar acidente. O motorista de aplicativo presenciou quando a mulher tentou sentar no colo do juiz e também narrou detalhes do acidente.

O policial militar que atendeu a ocorrência disse que, no momento em que foi abordado, o ex-juiz negou que tivesse bebido, mas apresentava "sinais claros de embriaguez, como fala enrolada, olhos vermelhos, dificuldade para andar, odor etílico e comportamento desorientado".

Segundo ele, a mulher que acompanhava o condutor confirmou que os dois haviam consumido bebida alcoólica durante a madrugada.

Em seu depoimento, o juiz aposentado afirmou que tinha tomado duas cervejas em um barzinho e disse que não bebeu durante o período em que esteve na boate. Ele acrescentou que ficou várias horas sem beber, pois precisava tomar medicamentos para depressão.

O ex-magistrado alegou que não viu a ciclista, pois ela entrou na rotatória pelo lado direito - o lado do passageiro - em um ponto cego. Ele confirmou que pediu à mulher que assumisse o volante, mas ela teria se negado. Após o acidente, aguardou a chegada da polícia e do atendimento médico.

Thais morreu após ficar dois dias internada em estado grave e passar por duas cirurgias na Santa Casa de Araçatuba. A morte foi decorrente das fraturas e ferimentos sofridos durante o atropelamento. O corpo foi sepultado no sábado, 26. A mulher trabalhava como auxiliar de cozinha.

Após o acidente, o juiz foi preso em flagrante e autuado pela Polícia Civil por lesão corporal culposa na direção do veículo. Na sexta-feira, 25, o juiz pagou fiança de R$ 40 mil e foi colocado em liberdade. Com a morte da ciclista, ele passou a responder por homicídio culposo na condução de veículo automotor.

O ex-magistrado teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e precisa de autorização da justiça para sair da cidade, além de não poder sair à noite, frequentar bares e casas noturnas.

Um grupo de servidoras municipais de São Paulo protestou na noite de quinta-feira, 31, contra o encerramento das atividades do centro obstétrico do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), localizado na Aclimação, região central da cidade.

Em ato simbólico, as mulheres usaram correntes para se prender às portas do oitavo andar da unidade, onde fica o setor de obstetrícia.

A manifestação foi uma reação à decisão da Prefeitura de transferir a realização de partos de servidoras municipais para um hospital particular, contratado via pregão. O centro de saúde em questão é o Hospital San Patrick Portinari, na Vila Jaguara, zona oeste da cidade.

Segundo as manifestantes, o modelo de contrato não garante critérios de qualidade ou estrutura equivalente à do HSPM. "(O pregão) é uma forma de contratação usada para adquirir serviços comuns, como canetas e cadeiras, porque nela não se pode exigir indicadores de qualidade mais profundos", diz Flávia Anunciação, diretora do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) e enfermeira da UTI Neonatal do HSPM.

"É uma contratação baseada em critérios superficiais e padronizados. Como pode ser usado para contratar um serviço tão especializado como obstetrícia?", questiona a servidora.

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirma que as servidoras gestantes continuarão tendo assistência garantida para o atendimento de obstetrícia e que a reestruturação visa otimizar os leitos hospitalares para outras especialidades - entre 1º e 30 de julho, foram realizados sete partos na unidade.

"Eles alegam que o espaço está ocioso, que as servidoras estão envelhecendo e não têm mais tido filhos", comenta Laudicéia Reis, secretária de mulheres trabalhadoras do Sindsep, sobre os motivos apresentados pela administração municipal.

Para o sindicato, a saída seria o redimensionamento dos leitos de acordo com a demanda, não a troca de hospital. "(Na proposta atual) todo o acompanhamento é feito no HSPM, e só o parto seria feito no Saint Patrick. Mas não há segurança, não há preparo, há relatos de desrespeito e a empresa tem histórico negativo", diz Flávia, citando críticas publicadas no "Reclame Aqui".

"Das 144 reclamações envolvendo o hospital nos últimos 12 meses, apenas 33,3% foram respondidas", diz o sindicato, em nota.

O fluxo entre os dois hospitais, definido em contrato, também é motivo de preocupação para as servidoras, que apontam a distância de quase 20 km entre as unidades e a dificuldade de acesso ao Saint Patrick.

"Se o bebê nascer e precisar de UTI neonatal, ele só pode permanecer três dias no hospital contratado. Depois disso, será transferido para o Hospital do Servidor", afirma Laudicéia.

Prefeitura prevê 'avaliação do atendimento'

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, realiza nesta sexta-feira, 1º, uma visita à maternidade do Hospital Saint Patrick para conhecer as instalações.

"Além da pesquisa institucional de satisfação do cliente, encontra-se em fase de implementação um questionário específico para as pacientes da clínica de obstetrícia para ampliar o canal de comunicação e avaliar o atendimento no serviço contratado", diz a SMS.

Segundo a pasta, após a alta do Saint Patrick, as puérperas e recém-nascidos seguirão sendo acompanhados em consultas previamente agendadas nos ambulatórios central e descentralizados do HSPM.

Saint Patrick diz que vai responder reclamações

Em nota, o Hospital Saint Patrick afirma que opera como maternidade desde 2008 e que realiza 60 partos por mês, "oferecendo toda estrutura com equipes altamente treinadas para atendimento humanizado".

Sobre a alegação de falta de respostas às críticas no "Reclame Aqui", a instituição informa que foi contratada uma equipe especial de Ouvidoria para analisar caso a caso e normalizar a situação em até 7 dias.

Preso por agredir a namorada com mais de 60 socos, o ex-atleta de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, 29 anos, foi transferido para uma unidade prisional do Sistema Penal do Rio Grande do Norte. A informação é da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap).

O preso saiu do Centro de Recebimento e Triagem (CRT), em Parnamirim, espécie de porta de entrada do sistema penitenciário, para a Cadeia Pública Dinorá Sinas, em Ceará-Mirim, na Grande Natal. Ele está preso de maneira preventiva e a defesa diz que ele está à disposição das autoridades.

"O interno foi alocado em ala de segurança adequada, de forma a preservar a integridade física dos custodiados e garantir a estabilidade operacional da unidade", disse a Seap em nota. A pasta confirmou ainda que, apesar do custodiado estar sozinho em uma cela, ele não ficará em cela individual, uma vez que não há celas individuais na Cadeia Pública de Ceará-Mirim.

"A Seap ressalta que todas as transferências de pessoas privadas de liberdade, assim como a definição de local de custódia, seguem critérios rigorosos que consideram a segurança do sistema prisional, o perfil do custodiado e a necessidade de garantir a ordem e disciplina nas unidades prisionais", finalizou a pasta.

A defesa de Igor Cabral havia pedido à Justiça o isolamento do detento no presídio alegando risco à "vida e a integridade física" do acusado. Ele responde por tentativa de feminicídio.

No pedido protocolado na terça-feira, 29, a defesa alegou ameaças de uma facção criminosa local e pediu "isolamento para preservar sua vida e integridade física" por causa da grande repercussão do caso.