Ana Paula Minerato é demitida da Band após falas racistas

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Ana Paula Minerato foi demitida da Band na manhã desta segunda-feira, 25, após comentários racistas que ela proferiu à cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca. Em nota, a Band disse que "repudia veemente" as falas da apresentadora. Veja a nota oficial da emissora:

"A Band repudia veementemente qualquer forma de racismo, discriminação ou preconceito. As declarações de Ana Paula Minerato, mesmo sendo de cunho pessoal, não estão alinhadas com os valores e diretrizes da emissora. Por esse motivo, a colaboradora foi desligada da empresa."

Minerato tinha um programa na rádio Band FM.

Gaviões da Fiel

A escola de samba Gaviões da Fiel também desligou a sua então Musa. Em nota, a agremiação afirma que desligou Minerato por "condutas incompatíveis com os valores e princípios que defendemos, incluindo manifestações de cunho racista". Vale lembrar que no Carnaval 2025 a Gaviões da Fiel terá um enredo afro e falará sobre as máscaras utilizadas nos diferentes rituais realizados no continente africano. Com o título Irin Ajó Emi Ojisé, o enredo é desenvolvido pelos carnavalescos Júlio Poloni e Rayner Pereira.

Tati Minerato, irmã de Ana Paula, afirmou que, apesar de serem irmãs, não compactua com nada das falas racistas de Ana Paula e que está profundamente triste. Tati e Ana Paula não se falam há anos. O motivo teria sido uma discussão durante o aniversário de uma delas.

"Hoje venho me pronunciar sobre uma situação que me deixou profundamente triste e abalada. Antes de mais nada, quero deixar claro que sou absolutamente contra qualquer forma de racismo ou preconceito. Essas atitudes não condizem com os valores que carrego e que fazem parte da minha história."

"Diante do ocorrido envolvendo minha irmã, Ana Paula Minerato, preciso dizer que, por mais que o amor pela minha família seja inegável, não posso e não devo ser associada a atitudes que não condizem com aquilo em que acredito. Lamento profundamente o episódio e reitero que jamais apoiei ou apoiarei qualquer atitude que desrespeite ou agrida outra pessoa", comentou em outro trecho.

Tati e Ana Paula não se falam há anos. O motivo teria sido uma discussão durante o aniversário de uma delas.

Vale lembrar também que Tati Minerato ficou durante dez anos como rainha de bateria da Gaviões da Fiel e foi expulsa da escola em 2018 após brigar durante um ensaio técnico com outra integrante da escola. Quem assumiu o posto foi a então musa Sabrina Sato.

Entenda a polêmica envolvendo Ana Paula Minerato

Ana Paula Minerato, ex-participante do reality show A Fazenda, está no centro de uma polêmica após o vazamento de um suposto áudio contendo falas racistas. A gravação, que circula nas redes sociais, teria sido feita durante uma conversa privada da ex-panicat com o cantor KT Gomez, com quem teve um relacionamento.

No áudio, uma voz atribuída a Minerato faz comentários depreciativos sobre a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca: "A empregada, a do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro, KT? Eu não sabia que você gosta de mina do cabelo duro." KT tenta interromper a sua interlocutora dizendo "Sua fala é bem..." e é interrompido: "Você gosta de cabelo duro? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Por que aquilo ali é neguinha, né? Alguém ali um pai ou mãe veio da África." O conteúdo já gerou indignação entre internautas.

Minerato não se pronunciou publicamente sobre o caso. O Estadão procurou a apresentadora, mas até o momento ela não respondeu. O cantor KT Gomez usou as suas redes sociais para dizer que em breve se pronunciará: "Já estou ciente de tudo. Em breve me pronuncio sobre o ocorrido".

O que disse Ananda?

Já Ananda usou as suas redes para mandar recado à suposta agressora. "Estava aqui de boa na praia, curtindo a minha vida, quando, de repente, me deparo com esse absurdo, vindo de uma pessoa que... amiga com todo o respeito, tu se acha tão bonita assim pra desmerecer a beleza de outras pessoas que são diferentes de você? Um pouco pretensiosa, não se acha, não?", disse ela um story no Instagram.

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Pela primeira vez, cientistas conseguiram fazer com que pacientes com danos severos na córnea - parte transparente do olho que cobre a pupila - tivessem a visão restaurada graças a um transplante de células-tronco. O procedimento foi realizado em quatro pessoas, das quais três apresentaram melhora significativa e duradoura, enquanto o paciente com o quadro mais grave teve uma leve reversão após um ano. Os resultados foram divulgados na revista científica The Lancet no início de novembro. Mas como esse tratamento é realizado?

Os pacientes tratados conviviam com deficiência de células-tronco limbares (LSCD, na sigla em inglês). Quando há falta dessas células, a córnea começa a ser coberta por tecido de cicatrização, perdendo a transparência e levando à cegueira. As razões para o quadro são traumas no olho, infecções como herpes ocular, doenças autoimunes ou problemas genéticos

Os tratamentos para essa condição geralmente incluem o transplante de células da córnea obtidas a partir de um olho saudável do próprio paciente. Já quando os dois olhos estão comprometidos, pode-se recorrer a transplantes de córnea de doadores falecidos.

O problema é que, no primeiro caso, os resultados podem ser incertos e é preciso fazer biópsia do tecido do olho saudável, o que é invasivo. No segundo, como explica o oftalmologista Flávio MacCord, diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), há o risco de rejeição pelo sistema imunológico do paciente.

Os cientistas, então, usaram uma fonte alternativa de células para o transplante: as células-tronco pluripotentes induzidas. A técnica baseia-se nas pesquisas de Shinya Yamanaka e John Gurdon, ganhadores do Nobel de 2012, que mostraram ser possível induzir células maduras de adultos para um estado semelhante ao das células-tronco embrionárias, que podem se transformar em qualquer tipo de célula do corpo.

Técnica 'revolucionária'

Os cientistas usaram células do sangue de um doador saudável, reprogramaram-nas para um estado embrionário e as transformaram em uma camada fina e transparente de células do revestimento da córnea, que foi transplantada nos pacientes.

Além disso, durante a cirurgia, o tecido cicatricial que recobria a córnea danificada foi removido, deixando a superfície pronta para o transplante. "Em seguida, uma camada de células epiteliais (que revestem a superfície) da córnea, cultivadas em laboratório a partir de células-tronco, foi posicionada sobre a área e fixada com costuras finas. Para proteger o enxerto e auxiliar na cicatrização, uma lente de contato terapêutica foi colocada sobre a córnea", detalha MacCord.

O estudo incluiu dois homens e duas mulheres, com idades entre 39 e 72 anos. Dois anos depois dos transplantes, nenhum teve efeitos colaterais graves, e os enxertos não formaram tumores nem foram rejeitados.

"O diferencial desse tratamento é que ele evita a necessidade de doadores compatíveis de acordo, então reduz o risco de rejeição imunológica", explica MacCord.

Segundo o médico, a expectativa é que esse avanço possibilite novos tratamentos para casos complexos, reduza a dependência de doadores e revolucione o manejo da deficiência de células-tronco do limbo.

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho da Justiça Federal, ministro Herman Benjamin, afirmou que embora a legislação ambiental brasileira seja uma referência mundial, ela é "ignorada e descumprida".

A declaração foi feita nesta segunda-feira, 25, no evento I Jornada Jurídica de Prevenção e Gerenciamento de Crises Ambientais, que aconteceu na sede do Conselho da Justiça Federal, em Brasília (DF).

O ministro destacou a potência do Brasil no combate às crises ambientais, afirmando que o País tem "iniciativas muito sólidas e promissoras de enfrentamento dessas crises, seja no plano Executivo, no Legislativo e também no Judiciário." Mas que o problema do Brasil hoje "não é falta de legislação" e sim "a dificuldade, muitas vezes de ineficácia absoluta da legislação que ali está, que é simplesmente ignorada, descumprida."

Segundo Benjamin, "O STJ julga mais litígios ambientais por ano do que todas as cortes supremas da América Latina somadas." Para ele, é "imprescindível" que haja uma integração entre os Três Poderes no combate às crises ambientais.

O ministro do STJ, Paulo Sérgio Domingues, coordenador científico do evento, declarou que catástrofes como Mariana, Brumadinho, as enchentes do Rio Grande do Sul e as queimadas da Amazônia "deixaram exposta a dificuldade que o Judiciário tem para lidar com crises ambientais de grande magnitude".

"Nós temos uma legislação boa e o Judiciário é preparado para agir, quando ele é chamado para atuar em processos ambientais", disse Domingues. "Ocorre que essas crises estão se tornando cada vez mais graves e cada vez mais frequentes, então, é muito importante que a gente discuta uma preparação do Judiciário para atuar quando essas crises acontecem".

O evento prevê a criação de diretrizes e propostas para a prevenção e gerenciamento de crises ambientais pelo Judiciário. Das 301 propostas recebidas para o evento, 183 foram selecionadas para debates nas comissões temáticas do evento, que dura até esta terça-feira, 26.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nesta segunda-feira, 25, ter assinado um compromisso para estruturar um contrato de R$ 1,1 bilhão em investimentos na construção e manutenção de novo prédio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro.

Segundo o banco de fomento, o acordo firmado com o Ministério da Saúde e o Inca visa a estruturação de um projeto de parceria entre instituições públicas e privadas para a construção de um novo prédio, a reforma do edifício antigo e a prestação serviços não assistenciais do novo campus do Inca na capital fluminense.

"Trata-se do primeiro projeto de parceria na área da saúde. O campus do Inca, referência em oncologia no Brasil, será transformado em um centro de desenvolvimento científico e inovação tecnológica para assistência a pacientes e integração das áreas do instituto. A finalidade do contrato é a realização de serviços não assistenciais para até 450 leitos, como reforma, construção, equipagem, instalação, operação, segurança, limpeza, conservação, hotelaria, lavanderia, brigada de incêndio e TI, entre outros", informou o BNDES, em nota distribuída à imprensa.

O banco ressalta que os serviços assistenciais e médicos do Inca permanecerão sob a responsabilidade de servidores públicos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), "com atendimento público e gratuito, sob a gestão e supervisão do Ministério da Saúde".

O objetivo do projeto é centralizar as 18 unidades do Inca existentes no Rio de Janeiro em um único complexo, um centro de excelência e de referência no tratamento do câncer. Os investimentos incluem a modernização de um prédio na Praça da Cruz Vermelha, na região central da capital fluminense, e a construção de três novos edifícios em um terreno adjacente cedido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. O novo complexo sediaria áreas de alta complexidade no tratamento, pesquisa, ensino, prevenção e gestão na área do câncer.

A assinatura do contrato para a estruturação do projeto de parceria público-privada foi firmada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e pelo diretor-geral substituto do Inca, João Paulo de Biaso Viola.

"Com a parceria, o Inca terá uma infraestrutura hospitalar de maior qualidade e com melhores condições de trabalho para os profissionais da saúde e de atendimento à população, com aumento na oferta de leitos de internação. Além disso, resultará em benefícios para o sistema de saúde, como a otimização de recursos, a redução de custos, a unificação de múltiplos contratos, a modernização das instalações e a criação de sinergias operacionais", declarou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota à imprensa.