Elenco de 'O Auto da Compadecida' reafirma elemento nostálgico da história na CCXP 2024

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Único dia esgotado do evento, que acontece entre os dias 5 e 8 de dezembro, o sábado começou na CCXP com um painel transbordando brasilidade. Foi a exibição especial de O Auto da Compadecida 2, filme que chega aos cinemas do País apenas em 25 de dezembro.

Antes da exibição do longa, em um auditório cheio, com capacidade para cerca de 3 mil pessoas, parte do elenco subiu ao palco. Foi grande a ovação para a dupla de protagonistas, Matheus Nachtergaele e Selton Mello - coisa de astro do rock, de grandes estrelas, como são. Do lado de lá, de atores e diretores, havia emoção genuína na voz.

"É muito emocionante", resume Selton. "Foi emocionante quando a gente teve a ideia de fazer essa continuação com roteiro de craques. Craques! E, quando eles contaram a história, a ideia que eles tinham, a gente entendeu que tudo isso fazia muito sentido."

Guel Arraes, diretor do longa ao lado de Flávia Lacerda, conta como surgiu a ideia do novo filme. "Quando a gente começou a cogitar em contar essa nova história, fizemos um exercício mental de como seria reencontrar esses personagens", disse, no painel. "É um filme de comédia, mas sentimos uma emoção muito forte. Aí vimos que é como reencontrar velhos amigos. Essa é a inspiração do filme. É o reencontro de João Grilo e Chicó, com novas aventuras e histórias."

O longa, que Estadão já assistiu, traz uma aura de mistério: Chicó (Mello) está sozinho, vivendo em Taperoá, lembrando do amor por Rosinha (Virginia Cavendish) e da amizade por João Grilo (Nachtergaele). Até que o amigo retorna para a cidadezinha e vira, de uma hora para outra, cabo eleitoral e até santo - é ele que aparece numa estátua com a santa.

"É um filme arrojado por um lado e arcaico por outro", diz Matheus. "É um elenco divino. E a gente, só de se olhar como João Grilo e Chicó, a gente já tem meio caminho andado."

Reencontros

Obviamente, desde 2000, quando O Auto da Compadecida estreou nos cinemas, muita coisa mudou: a forma que o nordestino é retratado, a transformação da história e, acima de tudo, a morte de pessoas importantes, desde o autor da peça original, Ariano Suassuna, até alguns atores, como Paulo Goulart e Rogério Cardoso.

Assim, na apresentação feita na CCXP, havia uma preocupação de todos ali em mostrar que, mesmo com mudanças, há um desejo em trazer a essência do que é essa história.

"Em 1955, meu avô escreveu O Auto da Compadecida e ele tinha 28 anos de idade. Hoje, é a peça mais encenada do teatro brasileiro, traduzida para o inglês, para o alemão, para o polonês", diz João Suassuna, neto do autor da obra. "Por isso, eu estou aqui para deixar vocês tranquilos: estamos trabalhando nesse projeto há quase cinco anos. Por esse tempo, já dá para ver o respeito pela obra do meu avô. Agora, eu sinto ele cada vez mais vivo e mais atual."

No final do painel, o elenco tentou trazer dois sentimentos: nostalgia e a dimensão histórica do momento. "Vocês são as primeiras pessoas a receberem o carinho que guardamos por 25 anos para devolver ao público brasileiro", disse Matheus, emocionado.

Selton, para fechar a conversa, se prontificou a tentar verbalizar o tamanho do filme. "Não é à toa que é no 25 de dezembro: é o maior presente de Natal que o público brasileiro podia receber da nossa cultura, do nosso cinema brasileiro, que é muito potente e que está vivendo um momento extraordinário, lotando as salas de cinema. Acredito que vocês vão ficar encantados, porque é isso, encontrar velhos amigos é sempre muito emocionante."

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O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão ambiental vinculado ao governo do Estado do Rio de Janeiro, identificou resíduos oleosos na Baía de Guanabara após um incêndio de grandes proporções ter atingido uma fábrica de óleo lubrificantes da empresa Moove, no sábado, 8. A planta está situada na Ilha do Governador, às margens da baía.

Segundo informou em nota o Inea, equipes do setor de emergências monitoram neste domingo, 9, o espelho d'água no entorno da fábrica e estão "atuando na contenção e recolhimento do resíduo, mantendo o cerco instalado para que não haja a dispersão para outras áreas".

Segundo o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, a resposta rápida foi essencial para que as manchas de óleo não atingissem uma área grande da baía.

O órgão afirma ter tomado medidas de prevenção no sábado ao acionar Plano de Área da Baía de Guanabara junto à Capitania dos Portos. O plano é uma resposta ao derramamento de óleo e derivados na região, com participação de órgãos públicos e empresas.

O Inea afirma também estar monitorando os efeitos na atmosfera por meio da estação automática de qualidade do ar que tem instalada na Ilha do Governador e que "aplicará as sanções cabíveis" de acordo com os resultados que forem apurados.

Uma força-tarefa montada pelo Governo do Estado e coordenada pela Defesa Civil do RJ acompanha os trabalhos.

Rescaldo e monitoramento ambiental

O incêndio foi extinto na madrugada pelo Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, após 18 horas de trabalho. A fase de rescaldo - processo de resfriamento para evitar reignição de novos focos - foi iniciada na manhã deste domingo.

O combate foi feito do alto, com viaturas aéreas, escadas, plataformas mecânicas, e o uso de produtos químicos. O principal foco eram 12 tanques com 30 mil litros de óleo.

A Polícia Civil também acompanha a ocorrência por meio da 37ª DP (Ilha do Governador) e será realizada perícia no local para apurar as causas do incêndio.

Aos 88 anos, o Papa Francisco se queixou neste domingo, 9, de dificuldades respiratórias e pediu que um assistente lesse seu discurso durante a Santa Missa do Jubileu das Forças Armadas, polícia e agentes de segurança. O Papa tem passado por alguns problemas de saúde nos últimos meses, incluindo longos períodos de bronquite, o que faz com que o pontífice tenha dificuldades com falas mais longas.

"Agora peço desculpas, e peço ao mestre de cerimônias que continue lendo, por causa de dificuldades respiratórias", afirmou o Papa, colocando a mão no peito e sinalizando a dificuldade para respirar.

Francisco perdeu parte do pulmão quando era jovem devido a uma infecção respiratória, o que torna o quadro mais complexo.

Em janeiro, o Papa sofreu uma queda em sua casa e machucou o braço direito. Na ocasião, o religioso teve que imobilizar o braço por precaução.

Antes disso, o Papa já havia aparecido com um hematoma após bater o queixo em sua mesinha de cabeceira. Ele também tem utilizado cadeira de rodas para se movimentar.

No discurso deste domingo, o Papa pediu que os membros das Forças Armadas e de segurança "sejam vigilantes contra a tentação de cultivar um espírito de guerra; para não serem contaminados pelo veneno da propaganda do ódio, que divide o mundo entre amigos a defender e inimigos a combater."

Dezoito indígenas foram resgatados em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em condição de trabalho análogo à escravidão. Os trabalhadores atuavam na colheita de uva na região que é conhecida por suas vinícolas. Esse é o terceiro resgate feito pelo órgão na safra de uva no Rio Grande do Sul neste ano.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, indígenas da etnia Kaingang foram contratados por uma empresa terceirizada para fazer a colheita de uva com a promessa de que teriam a carteira assinada e receberiam o pagamento de R$ 150 por diária a partir do dia 7 de janeiro. Apesar disso, o pagamento só começou a ser feito no dia 20 e o registro não aconteceu.

O grupo de trabalhadores com idade entre 17 e 67 anos estava alojado em condições precárias, aglomerado em um galpão de madeira, com colchões no chão, sob teto em más condições. Além disso, havia venda de itens básicos, que deveriam ser oferecidos pelo empregador, como papel higiênico.

"A Auditoria-Fiscal do Trabalho classificou a situação como trabalho em condições análogas à escravidão, considerando a contratação de trabalhadores em situação de vulnerabilidade sob falsas promessas, a informalidade e as condições degradantes de alojamento", diz nota do MTE.

Doze homens e seis mulheres, alguns deles analfabetos, dividiram com mais gente o local, que chegou a abrigar até 40 pessoas. Um bebê e uma criança de cinco anos também moravam no alojamento com os pais. O galpão foi interditado pela prefeitura de Bento Gonçalves na quinta-feira, 6.

Além de submeter os trabalhadores a condições degradantes, a empresa, que não teve seu nome revelado, impediu que eles conseguissem outros postos de trabalho.

O caso só veio a público após dez trabalhadores procurarem a Assistência Social do município, depois de terem sido despejados do alojamento sem receber o pagamento devido.

"Um dos produtores rurais que contratou a empresa terceirizada afirmou ter sido pressionado a empregar os trabalhadores antes do período ideal, o que o levou a colher a uva ainda verde, resultando em prejuízo", diz o Ministério do Trabalho e Emprego.

O produtor afirmou que a empresa terceirizada garantiu que os funcionários estavam devidamente registrados. O produtor afirmou ainda que fornecia as refeições diárias e o transporte aos trabalhadores, e disse que o pagamento à empresa estava em dia.

Segundo o MTE, a empresa foi notificada a quitar os valores devidos e pagar o retorno dos trabalhadores a suas cidades de origem. Além disso, o órgão emitirá o seguro-desemprego especial (três salários mínimos) aos trabalhadores resgatados.