Daniel Craig diz que não faria 'Queer' se ainda vivesse James Bond: 'Pareceria reacionário'

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Durante 15 anos, Daniel Craig deu vida ao espião James Bond. O ator, que começou na franquia 007 em 2006 com Cassino Royale, se despediu do agente secreto mais famoso do mundo em 2021, em Sem Tempo para Morrer. Desde então, Craig vem interpretando personagens bem diferentes do agente que o consagrou em Hollywood.

 

O seu mais novo papel, no filme Queer, é o de William Lee, um expatriado americano que tem problemas de vício em álcool e opioides. Solitário, o homem acaba se apaixonado por um rapaz mais novo chamado Eugene Allerton, interpretado por Drew Starkey, e desenvolve uma estranha obsessão pelo relacionamento.

 

O longa é dirigido por Luca Guadagnino e baseado no clássico homônimo escrito por William S. Burroughs. Aclamado no Festival de Veneza, o filme vem chamando atenção por conta de sua temática LGBTQIA+ e suas cenas de sexo explícitas. E, de acordo com Craig, ele seria incapaz de interpretar Lee nos anos em que viveu James Bond.

 

"Eu não poderia ter feito isso enquanto fazia Bond", afirmou o ator ao jornal britânico Sunday Times. "Pareceria reacionário, como se eu tivesse tentando mostrar meu alcance enquanto ator". Segundo o artista, ele acreditava que precisaria fazer outros filmes enquanto atuava como Bond, mas acabou descobrindo que esse não era o caso.

 

"Eu estava me tornando uma estrela, seja lá o que isso signifique, e as pessoas me queriam nos filmes delas". Apesar disso, Craig confessa que os filmes do espião eram muito exigentes. "Eu ficava tão exausto ao final de Bond que demorava seis meses para me recuperar emocionalmente. Sempre acreditei que a vida vem em primeiro lugar e, quando o trabalho passou a ser o primeiro por um tempo, isso me desgastou."

 

Além da exaustão, outro motivo pelo qual o ator não aceitaria o papel de William Lee durante seu tempo como Bond é a discussão social que isso geraria. "Não era uma conversa que eu queria ter, mas eu a tive o tempo todo com o Bond", relembra Craig.

 

Ao longo da última décadas, inúmeras foram as discussões sobre a possibilidade de uma nova encarnação de James Bond na tela - com um agente negro ou mulher sendo os tópicos mais debatidos entre fãs. "Poderia existir esse Bond? Aquele Bond? Então, qualquer coisa que fosse inflamar essa conversa? Não - a vida é curta demais", revela o ator.

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Um deslizamento de terra sobre uma casa em Taubaté, interior de São Paulo, deixou quatro pessoas soterradas, segundo informações preliminares da Defesa Civil, divulgadas na noite desta sexta-feira 27. A residência fica localizada no bairro Barreiro.

A ocorrência, que ainda está em andamento, é atendida pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros. O Centro de Gerenciamento de Emergências também acompanha o caso. Não há informações detalhadas ainda sobre o estado de saúde das vítimas, que são tratadas como "soterradas" pela Defesa Civil.

O deslizamento de terra foi provocado pelas fortes e constantes chuvas que caem no Estado de São Paulo desde quinta-feira, 26.

A cidade, que fica na região do Vale do Paraíba, encontra-se sob a influência de um extenso corredor de umidade, conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Segundo a Defesa Civil de Taubaté, o município registrou um volume de chuvas de 64 mm nas últimas 12 horas.

O Gabinete de Crise montado pelo governo do Estado contabiliza 19 municípios afetados por conta dos temporais. Até a noite desta sexta-feira, não foi confirmada nenhuma morte ou desaparecidos.

Entre vítimas, foram registrados as quatro pessoas soterradas de Taubaté, e uma pessoa ferida, em Jundiaí. Ao todo, há 14 pessoas desalojadas e cerca de 31,8 mil imóveis sem energia elétrica.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu nesta sexta-feira, 27, um novo alerta de chuvas intensas para o litoral paulista. De acordo com o instituto, o norte do litoral será o mais impactado nos próximos dias, com chuvas classificadas na categoria "perigo" (nível laranja), o segundo mais alto na escala de alerta do INMET, ficando abaixo apenas do nível vermelho ("grande perigo").

Em São Sebastião, Guarujá e Praia Grande, o acumulado de chuva até o momento já ultrapassou a média esperada para o mês de dezembro.

No Guarujá, o volume chegou a 322,7 milímetros, enquanto a média aguardada para dezembro é de 177,9 milímetros. Na Praia Grande, o acumulado atingiu 232,3 milímetros, e em São Sebastião, 255 milímetros.

"O Guarujá já ultrapassou quase o dobro do volume médio esperado para o mês, o que reforça a necessidade de atenção redobrada aos riscos hidrológicos e geológicos", destacou a Defesa Civil.

Apesar do grande volume de chuvas e sua persistência nesses municípios, não há registro de deslizamentos graves até o momento. Entretanto, pontos de alagamentos foram identificados, principalmente em áreas urbanas de Guarujá e Praia Grande.

Como o solo já está saturado, aumenta o risco de deslizamentos, especialmente em São Sebastião e em regiões com relevo mais acentuado.

Com precipitação de 94 milímetros entre quinta-feira, 26, e hoje, Bertioga é outra cidade do litoral norte que segue sob alerta. As chuvas ocasionaram a interdição parcial da Rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) na altura do km 85 sentido sul devido a deslizamento de talude, mas foi liberada no fim do dia.

Alguns trechos de acesso a São Sebastião e Ubatuba também registraram quedas de barreiras menores, na rodovia Manoel Hyppolito do Rego. O trânsito foi liberado com apoio das concessionárias responsáveis.

No fim de semana, a chuva deve se concentrar mais no litoral norte de São Paulo, mantendo elevado o risco de acumulados significativos e aumento na saturação do solo.

A previsão é de precipitações entre 30 e 60 milímetros por hora ou até 100 milímetros ao longo do dia, acompanhadas de ventos intensos que podem variar de 60 a 100 quilômetros por hora.

Com isso, há riscos significativos de deslizamentos, quedas de árvores, descargas elétricas e alagamentos. Já no litoral sul, o alerta é de nível amarelo (perigo potencial), com chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia e ventos intensos 40-60 km/h.

Veja as áreas mais afetadas do litoral nas últimas 24 horas:

Litoral Norte

- Bertioga (Jardim Lido): 94mm

- Guarujá: 77mm

- São Sebastião (Camburi): 51mm

Litoral Sul

- Praia Grande: 105mm

- Peruíbe (Centro): 84mm

- Mongaguá (Centro): 77mm

- São Vicente (Jardim Rio Branco): 73mm

- Santos (Morro São Bento): 68mm

- Itanhaém (Balneário Gaivota): 61mm

- Cubatão (Jardim Casqueiro): 62mm

Recomendações

A Defesa Civil recomenda seguir as orientações abaixo, especialmente para aqueles que estão em área de risco:

- Evite locais abertos, como praias, campos de futebol e estacionamentos.

- Afaste-se de objetos altos e isolados, como árvores, postes, caixas d'água e quiosques.

- Durante chuvas, mantenha distância de aparelhos e objetos conectados à rede elétrica, como geladeiras, fogões e televisores.

- Não tome banho durante tempestades.

- Cuidado com ventos fortes, pois podem derrubar árvores, postes, fios e semáforos.

- Não desafie a força das águas: evite atravessar enxurradas ou caminhar em áreas alagadas.

- Em áreas de encosta, fique atento a sinais de movimentação do solo, como rachaduras em paredes, árvores ou postes inclinados, e água barrenta.

- Caso um fio energizado caia sobre o veículo, permaneça dentro do carro e entre em contato com o serviço de emergência.

Para receber alertas da Defesa Civil, envie um SMS com o CEP da sua região para o número 40199 ou acompanhe atualizações pelo perfil oficial no Instagram e Twitter: @defesacivilsp.

O estado de saúde da jovem que foi baleada pela Polícia Rodoviária Federal na terça-feira, 24, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, continua gravíssimo. Conforme boletim divulgado na tarde desta sexta, 17, a paciente Juliana Leite Rangel, de 26 anos, segue internada no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes.

Ela está entubada e é acompanhada por serviço de neurocirurgia, em conjunto com equipe multidisciplinar. Não há previsão de alta.

Segundo nota divulgada pela prefeitura de Duque de Caxias, Juliana deu entrada na unidade na noite do dia 24, véspera do Natal, levada pela PRF, vítima de lesão por arma de fogo na região do crânio. Ao chegar à unidade, a paciente foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências.

A jovem estava no carro da família com o pai, a mãe, o irmão e cunhada a caminho de uma festa de Natal em Niterói, quando os policiais dispararam em série contra o veículo. Um tiro, provavelmente de fuzil, feito a partir de uma viatura da PRF, atingiu a lateral esquerda do crânio da paciente.

Com o impacto do projétil, fragmentos da caixa craniana entraram no cérebro e uma cirurgia foi necessária para removê-los.

Na quarta-feira, 25, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar a conduta dos agentes da PRF. No procedimento, o MPF pede que as viaturas que estavam na abordagem sejam recolhidas, assim como as armas dos policiais, e que a PF informe o que já foi apurado sobre o caso.

Pede ainda que sejam informadas as medidas de assistência prestadas pela PRF à família de Juliana. A Polícia Federal também investiga o caso.

O pai de Juliana, Alexandre Rangel, disse ao Estadão que dirigia o carro quando, ao avistar a viatura da PRF, abriu passagem para o veículo passar. No entanto, os agentes começaram a atirar contra a família.

"Não deram ordem de parada, não deram nada. Eu percebi que era tiro quando estilhaçou o vidro do carro. Eu pedi para os meus filhos e para a namorada do meu filho adolescente se agacharem e ficarem deitados no assoalho. Eles continuaram metendo tiro, mais de 30. De fuzil, pistola", disse.

Alexandre também foi atingido por um tiro no dedo. Ele se deitou para se proteger, mas continuou dirigindo o veículo para o acostamento, mesmo sem enxergar a pista. "Eu falei que 'aqui tem família, aqui tem família'. Eles falaram: 'Vocês atiraram na gente'. Eu falei: 'Nem arma eu tenho. Como eu vou atirar em vocês se nem arma eu tenho? Eu só tenho família."

Em nota, a PRF informou que os agentes - dois homens e uma mulher - envolvidos no caso foram afastados preventivamente das atividades operacionais. O órgão lamentou profundamente o episódio e disse que presta assistência à família. A PRF abriu um procedimento interno, em Brasília, para apurar as circunstâncias do ocorrido.