TikTok vai distribuir 100 mil livros de graça em São Paulo

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O TikTok anunciou que vai distribuir 100 mil livros gratuitamente na capital paulista. Os exemplares em questão fazem parte da Livraria dos Livros Mais Assistidos, que reúne 31 títulos de maior impacto na rede social no último ano, e inclui obras nacionais e internacionais como Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e É Assim que Acaba, de Colleen Hoover.

A ação começa nesta quarta-feira, 11, e vai até a próxima terça-feira, 17. Para retirar um livro, basta ter mais de 13 anos e apresentar o próprio CPF. Cada visitante pode levar até cinco obras. O estande do TikTok está localizado no Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2.073 - Consolação).

Ao longo dos últimos anos, o TikTok se tornou um lugar onde fãs de livros se reúnem para discutirem seus gostos, encontrarem recomendações e debaterem suas obras favoritas. O fenômeno, que ficou conhecido como BookTok, ganha um novo capítulo em São Paulo, ao levar as publicações físicas para os fãs da ferramenta, e de graça.

De acordo com Carol Baracat, diretora global de marketing do aplicativo, o objetivo da Livraria é celebrar a comunidade literária da plataforma e mostrar que o TikTok pode influenciar o consumo de livros no mundo físico. "Você já deve ter visto algumas livrarias que criam um setor dos livros que mais estão sendo mais comentados no TikTok, porque virou esse fenômeno na vida real", afirmou a diretora.

Os 31 títulos da Livraria dos Livros Mais Assistidos

- A Biblioteca da Meia-Noite, de Matt Haig (Bertrand Brasil)

- A Empregada Está de Olho, de Freida McFadden (Arqueiro)

- A Vegetariana, de Han Kang (Todavia)

- As Irmãs Blue, de Coco Mellors (Astral Cultural)

- Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva (Alfaguara)

- Amêndoas, de Won-Pyung Sohn (Rocco)

- Assistente do Vilão, de Hannah Nicole Maehrer (Alt)

- Divinos Rivais, de Rebecca Ross (Alt)

- É Assim que Acaba, de Colleen Hoover (Galera Record)

- É Assim que Começa, de Colleen Hoover (Galera Record)

- Era Uma Vez um Coração Partido, de Stephanie Garber (Gutenberg)

- A Hora da Estrela, de Clarice Lispector (Rocco)

- Leitura de Verão, de Emily Henry (Verus)

- Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (Martin Claret e Principis)

- Nadando no Escuro, de Tomasz Jedrowski (Astral Cultural)

- Nem Te Conto, de Emily Henry (Verus)

- Noiva, de Ali Hazelwood (Arqueiro)

- O Avesso da Pele, de Jefferson Tenório (Companhia das Letras)

- Olhos d'Água, de Conceição Evaristo (Pallas)

- Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (Todavia)

- Trono de Vidro - Vol. 1, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Trono de Vidro - Vol. 2, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Trono de Vidro - Vol. 3, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Trono de Vidro - Vol. 4, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Trono de Vidro - Vol. 5, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Trono de Vidro - Vol. 6, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Trono de Vidro - Vol. 7, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Trono de Vidro - Vol. 8, de Sarah J. Maas (Galera Record)

- Tudo É Rio, de Carla Madeira (Record)

- Uma Família Feliz, de Raphael Montes (Companhia das Letras)

- Verity, de Colleen Hoover (Galera Record)

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Parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Pelourinho, região do Centro Histórico de Salvador, desabou na tarde desta quarta-feira, 5. O acidente provocou a morte de Giulia Panchoni Righetto, 26 anos, paulista de Ribeirão Preto. Outras seis pessoas ficaram feridas, de acordo com informações preliminares do Corpo de Bombeiros da Bahia.

A polícia civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, afirma que vai investigar a morte de Giulia, que tinha viajado a Salvador como turista e estava visitando a igreja no momento em que o teto colapsou.

Segundo a Defesa Civil de Salvador, o espaço central da igreja cedeu durante um momento em que o templo estava aberto e recebia fiéis.

Três viaturas do Corpo de Bombeiros foram ao local do acidente para prestar atendimento às vítimas e realizar buscas na área, que ficou tomada pelos escombros. Equipes do Serviço e Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi deslocado para o local e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) também foi acionado.

Os feridos foram socorridos e encaminhados para um hospital local. Segundo as autoridades, todos sofreram apenas ferimentos leves e não correm risco de morte, segundo a Polícia Civil, em nota. "Guias foram expedidas para o trabalho do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e os laudos periciais serão essenciais para esclarecer as causas do acidente".

A igreja São Francisco de Assis, conhecida como "igreja de ouro", foi construída no início do século 18 no centro histórico de Salvador. Seu interior é revestido de ouro e ela é considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo. O prédio é um dos mais expressivos monumentos do barroco nacional e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A igreja possui uma arquitetura singular. A fachada apresenta esculturas e relevos de frutos e folhagens, formando guirlandas. O seu interior possui uma série de azulejos portugueses que retratam Lisboa antes do terremoto de 1755. No anexo, há um pequeno museu com exposição de peças sacras.

O imóvel integra o perímetro do centro histórico de Salvador considerado como patrimônio mundial (popularmente chamado de "patrimônio da humanidade") pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Outra construção desse perímetro ruiu no ano passado. O antigo casarão do centenário restaurante Colon, conhecido pelo filé mal assado, elogiado até mesmo em livro de Jorge Amado. O prédio desabou após mais de três anos interditado. A construção era estimada no século 19.

A médica Ligia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é alvo de uma ação de reparação de danos morais por críticas à conduta da direção do Conselho Federal de Medicina (CFM) durante a pandemia de covid-19. A entidade pede uma indenização de R$ 100 mil e a retratação pública da profissional, além da remoção dos comentários do YouTube.

O processo gerou uma onda de apoio à pesquisadora, reconhecida por seus estudos na área de saúde coletiva. Mais de 50 entidades científicas subscreveram a nota de repúdio divulgada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), e manifestações contrárias à ação do CFM foram divulgadas por instituições como o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

O órgão ingressou com a ação em agosto de 2024. No texto, a entidade retoma uma entrevista concedida por Ligia ao programa Em Detalhes, do Instituto Conhecimento Liberta, afirmando que a professora teria proferido "críticas infundadas e ofensivas", "com a intenção de desinformar e atingir a honra e a imagem/credibilidade do CFM e do seu corpo conselhal".

Alguns dos trechos da entrevista destacados pelo órgão são:

- "na lista dos eleitos constam médicos de extrema-direita";

- "contra o aborto legal, estão filiados a algum partido político ou defendem o uso de cloroquina";

- "o conselho que já foi alinhado ao governo bolsonarista";

- "relação problemática com o Ministério da Saúde".

Para o CFM, "as afirmações proferidas caracterizam verdadeiro excesso e abuso do direito de manifestação, não sendo meras críticas, mas sim verdadeiros ataques difamatórios à Instituição e ao seu Presidente e Conselheiros, por exemplo, visando destruir a sua credibilidade, no exercício de suas funções".

Junto com o pedido de indenização, o conselho apresentou uma liminar para a imediata remoção do conteúdo do ar, sob a justificativa de que ele disseminaria ódio na internet. Nesse sentido, listou como réus a Editora e Livraria Conhecimento Liberta, responsável pelo programa Em Detalhes, e o Google, dono do YouTube.

O juiz federal José Carlos Motta, responsável por analisar o pedido, negou a liminar. "(... ) Entendo que as manifestações da ré Ligia Bahia em sua entrevista devem ser compreendidas como abarcadas pela liberdade de expressão e de crítica política, ainda que contundentes", escreveu.

"Com efeito, o que se ventilou na mencionada entrevista também foi alvo de críticas à atuação do CFM em outros veículos de imprensa, seja no que tange à sua tolerância na utilização de tratamentos sem eficácia comprovada durante a pandemia de Covid-19, seja no que concerne à recente Resolução CFM nº 2.378/2024, que proibiu aos médicos a interrupção de gravidez nos casos de aborto previsto em lei", acrescentou o magistrado da 19ª Vara Cível Federal de São Paulo. Leia aqui a decisão completa.

Segundo Letícia Caboatan, sócia do escritório Vilhena Silva Advogados e integrante da defesa de Ligia, a expectativa é de que o entendimento na ação de reparação, neste momento em fase de apresentação de provas, seja semelhante.

"Nosso foco central é a questão da liberdade de expressão, um direito constitucional que não pode ser tolido", diz. "Quando o CFM ingressa com uma ação judicial contra uma médica, uma cientista, ele tenta silenciá-la e isso vai contra o princípio constitucional da liberdade de expressão".

A advogada afirma que Ligia expressou opiniões fundamentadas, voltadas à diretoria e não à entidade, e que diferentes profissionais já haviam feito críticas semelhantes à direção do CFM por sua atuação na pandemia e em relação ao aborto legal quando foi concedida a entrevista.

"O médico pode ser de direita, extrema-direita, esquerda, não é essa a pauta da discussão. O que não pode é deixar que a política influencie decisões que deveriam ser baseadas na ciência", diz. "A mera discordância com a crítica que a Ligia fez não justifica a ordem de censura que o CFM busca impor por meio da ação."

Os 1190 documentos que compõem a chamada ADPF das Favelas, em julgamento nesta quarta-feira, 5, no Supremo Tribunal Federal (STF), incluem os relatos de dezenas de crianças e adolescentes da Favela da Maré, no Rio de Janeiro, sobre os traumas que vivenciaram durante as operações policiais.

A ADPF 635 - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - foi ajuizada há cerca de cinco anos e já produziu mudanças nas operações policiais das forças de segurança fluminenses. Decisões ligadas a esse processo resultaram na obrigação de uso de câmeras corporais nas fardas dos PMs e nas viaturas, além do aviso antecipado de operações a promotores e autoridades da Saúde e da Educação.

Na abertura do Legislativo do Rio este ano, o governador Claudio Castro (PL) criticou a "ADPF das Favelas", argumentando que a medida retira do povo o direito à segurança pública.

Em uma das cartas anexadas ao processo sob relatoria do ministro Edson Fachin, uma criança descreve que "o ruim das operações nas favelas é porque não dá para brincar muito e também ficam morrendo muitos moradores nas comunidades".

Outro jovem disse sentir que "as boas decisões não são tomadas por falta de conhecimento" e convidou as autoridades a visitarem a Favela da Maré. O material com os relatos dos jovens, embora esteja anexado ao processo que trata da letalidade policial no Rio, não foi produzido com o objetivo de ser enviado aos ministros do STF.

Os relatos foram escritos em 2019 por jovens do projeto Uerê em resposta à iniciativa do então governador do Rio, Wilson Witzel, de criar uma cartilha com instruções a moradores de favelas de como deveriam agir durante operações policiais. No mesmo ano, a Defensoria Pública do Rio reuniu 1,5 mil cartas e desenhos e entregou o material aos juízes do Tribunal de Justiça do Rio.

Esse movimento foi relembrado pelo Instituto Alana ao apresentar uma petição ao STF para ingressar como Amicus Curiae, espécie de assistente de julgamento, no caso da ADPF das Favelas. A ONG argumentou no pedido enviado a Fachin que "a partir das cartas, é ainda mais evidente a gravidade da violência enfrentada pelas crianças em suas casas e comunidades".

Uma das demandas apresentadas pelo PSB, que é o autor da ADPF das Favelas, é que a realização de operações policiais em perímetros nos quais estejam localizados escolas, creches, hospitais ou postos de saúde sejam consideradas excepcionais.

O partido quer que o STF imponha às forças policiais do Rio a obrigatoriedade de justificar ao Ministério Público Estadual os motivos pelos quais eventuais operações no arredores de escolas e creches seriam necessárias. Atualmente, porém, a única ordem de Fachin é para que esses equipamentos públicos não sejam sados como base policial durante as incursões.

No julgamento retomado nesta quarta-feira no STF, os ministros vão decidir se o plano de redução da letalidade policial apresentado por Castro se adequa às exigências da Corte. A votação foi retomada com o voto do relator Edson Fachin.