Gilberto Gil relembra morte de filho aos 19 anos: 'Dificuldades de me conformar'

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Gilberto Gil relembrou a morte de seu filho, Pedro, em decorrência de um acidente de carro em 1990, quando o jovem tinha apenas 19 anos de idade. A declaração foi dada em entrevista ao programa Conversa Com Bial na sexta-feira, 13.

Pedro Bial questionou se "a morte que mais lhe atingiu foi a de seu filho, Pedro".

"É, acho que sim. Acho que sim porque eu tinha dificuldades de me conformar com a inversão dos fatores", respondeu o cantor.

E continuou: "O filho ir antes do pai... Isso é duro. Ele era muito jovem, 19 anos. Um acidente, de uma maneira trágica. Aquilo [foi uma] tentação pro inconformismo. Não me conformo com isso! Não me conformo com isso! Mas a gente tem que se conformar com tudo, né?"

Como morreu Pedro, filho de Gilberto Gil

Na madrugada de 25 de janeiro de 1990, Pedro Gil sofreu um acidente de carro na avenida Epitácio Pessoa, na zona Sul do Rio de Janeiro. Inicialmente, seu quadro clínico se manteve estável, sendo induzido ao coma e usando auxílio mecânico para respirar, mas posteriormente seu estado de saúde se agravou.

O filho de Gilberto Gil, então, morreu após cerca de oito dias internado na UTI do hospital da Beneficência Portuguesa.

Ele era baterista e se apresentaria ao lado do pai no Hollywood Rock daquele ano.

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Depois da ocorrência de um surto de virose no litoral paulista, hospitais da cidade de São Paulo relatam um aumento nos casos da doença.

Nas unidades da Rede Total Care, que engloba hospitais como Samaritano Paulista e Higienópolis, foi registrado um aumento de 221% nos atendimentos por viroses na primeira semana de janeiro em comparação com a primeira semana de dezembro. De acordo com a organização, é o maior número de casos dos últimos quatro anos.

"Em uma projeção otimista para janeiro (considerando o mês inteiro), prevemos um aumento de 114% em relação a dezembro", diz Danilo Duarte, infectologista da Rede, que faz parte do Grupo Amil.

O Hospital Israelita Albert Einstein também observou um aumento no último mês. Entre os dias 1º e 7 de dezembro de 2024, a média foi de 48 atendimentos por diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível (geralmente associado às viroses). Já na primeira semana de janeiro de 2025, a média foi de 71 atendimentos, um aumento de 48%.

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, houve um crescimento de 45,58% nos atendimentos por gastroenterite na comparação entre os períodos de novembro de 2023 a janeiro de 2024 e novembro de 2024 a janeiro de 2025.

O quadro é semelhante no Hospital Santa Catarina, onde houve alta de 31% nos atendimentos nos primeiros dias do ano.

Na rede pública, segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), "não há impacto pelas Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA)", classificação para quadros que podem ser provocados por vírus e causam sintomas gastrointestinais.

A pasta diz que faz o monitoramento das notificações de surtos de DTHA - registrados quando duas ou mais pessoas apresentam sintomas diarreicos com causa em comum - e não há notificações em 2025. No ano passado, foram contabilizados 101 surtos, com 842 casos. Em 2023, foram 100 surtos, com 1.486 casos, e em 2022, 118 surtos, com 1.692 casos.

Casos podem ser importados

Os principais agentes causadores de doenças diarreicas são os vírus. Eles são transmitidos pelo consumo de líquidos e alimentos contaminados e pelo contato com materiais ou pessoas infectadas.

Segundo o coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime, o crescimento dos números em São Paulo pode ser um reflexo dos acontecimentos na Baixada Santista. "Os casos podem ser de pessoas que se contaminaram no litoral, mas foram ser atendidas na capital", estima.

Há também a possibilidade de que os turistas tenham contribuído para a disseminação do quadro ao voltarem para casa. "Se alguém contaminado viaja, leva consigo uma carga infecciosa enorme que pode começar a se espalhar no seu destino rapidamente, ainda que sem contato imediato com a água", diz Oscar Bruna-Romero, professor e pesquisador especialista em imunologia e microbiologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

As viroses são transmitidas especialmente pela via fecal-oral, quando fragmentos microscópicos de fezes contaminadas de uma pessoa infectada entram no corpo de outra. A principal rota para isso é a ingestão de bebidas ou alimentos com esses fragmentos. Mas, uma vez infectado, um paciente pode transmitir o vírus para familiares e pessoas próximas pelo compartilhamento de objetos manipulados com as mãos sujas, por exemplo.

Por isso, segundo o infectologista Thiago Morbi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, pode haver um aumento de casos nas cidades onde residem os turistas que foram ao litoral. "Pode acontecer uma transmissão para familiares e moradores próximos, mas a capacidade de disseminação não é tão longa, não atinge tantas pessoas e geralmente não se sustenta para perpetuar o surto", diz.

Norovírus

Nesta quarta-feira, 8, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou a presença de norovírus em amostras de fezes humanas de pacientes atendidos na Baixada Santista, onde houve o aumento no número de casos.

Neste momento, não há informações se o mesmo patógeno estaria por trás dos casos na capital paulista, embora os especialistas ressaltem sua alta transmissibilidade.

"A tendência dele é se disseminar, caso não haja um controle maior das autoridades", diz Gubio Soares, coordenador do Laboratório de Virologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista em norovírus e rotavírus.

"Uma só pessoa pode contaminar todos de uma casa. Norovírus não é brincadeira, se espalha com toda a força possível", afirma.

Como se prevenir?

A prevenção passa por cuidados básicos de higiene e pela atenção redobrada na manipulação e no consumo de alimentos e bebidas. Confira abaixo algumas medidas recomendadas por especialistas e autoridades de saúde:

- Prefira sempre água filtrada, fervida ou envasada em garrafas lacradas;

- Evite consumir alimentos de origem duvidosa ou preparados em condições precárias de higiene, especialmente frutos do mar;

- Cozinhe bem os alimentos antes de consumi-los;

- Lave bem as mãos após o uso do banheiro, antes do preparo de alimentos e antes de se alimentar;

- Carregue consigo um frasco de álcool em gel, para higienização em lugares sem acesso à água ou sabão.

Quando se preocupar?

Em caso de sintomas, a principal preocupação é com a desidratação, que se não for corrigida rápida e adequadamente pode causar complicações.

Por isso, em caso de infecção, é importante repousar, ingerir muito líquido (inclusive soro caseiro) e fazer refeições leves, com alimentos frescos e bem conservados.

Crianças, idosos e pessoas com comorbidades são mais vulneráveis às complicações porque têm sistemas imunológicos mais frágeis e, no caso dos mais velhos, perdem líquido com mais facilidade.

Os sinais de alerta são: urina muito concentrada e em pequena quantidade, não conseguir se hidratar adequadamente devido ao enjoo, cansaço ou fraqueza intensos, febre alta e prolongada, diarreia intensa e com muita frequência. Nessas situações, a recomendação é procurar um serviço de saúde.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) prevê que a vazão na bacia do Rio Tocantins pode ultrapassar 10 mil metros cúbicos por segundo nas próximas duas semanas. O pico deverá ocorrer entre 20 e 21 de janeiro, de acordo com o diretor de Operações do Cemaden, Marcelo Seluchi, em reunião pública nesta quinta-feira.

A previsão considera o indicativo de chuvas acima da média para o período. No último dia 22 de dezembro de 2024 a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (BR-226), localizada sobre o Rio Tocantins, sofreu um desabamento parcial. A UHE de Estreito passou a operar em vazão reduzida entre as 6h e 18h, com o objetivo de auxiliar as operações de resgate após o desabamento.

A vazão defluente (água que sai do reservatório) está, até o momento, com média diária próxima de 3,1 mil metros cúbicos por segundo, sendo reduzida para o patamar de 1 mil metros cúbicos por segundo no período diurno (06h-18h), a fim de viabilizar as atividades de mergulho.

Para os próximos dias, até 17 de janeiro, a previsão é de vazão defluente com média diária que varia de 4,7 mil a 7,4 mil metros cúbicos por segundo, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O avião de pequeno porte que caiu nesta quinta-feira, 9, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, pertencia à família Fries, fazendeiros de Goiás. A aeronave transportava quatro membros da família: a empresária Mireylle Fries, seu marido, Bruno Almeida Souza, e os dois filhos do casal. Todos foram resgatados com vida e encaminhados para atendimento médico.

O piloto Paulo Seghetto, que conduzia a aeronave, não resistiu ao impacto e morreu no local. O avião partiu do Aeroporto Municipal de Mineiros (SWME), em Goiás, e tentou pousar no Aeroporto Estadual de Ubatuba (SDUB). No entanto, ultrapassou a pista, atravessou o alambrado e seguiu em direção à Praia do Cruzeiro, onde explodiu.

A família Fries chegou a Mineiros, município de 70 mil habitantes no interior de Goiás, em agosto de 1975, quando Milton Fries, patriarca da família, deixou o Rio Grande do Sul para explorar o Cerrado. Em setembro de 1976, Milton se casou com Maria Gertrudes, com quem teve três filhos, incluindo Mireylle, uma das sobreviventes do acidente aéreo.

Em 1976, os Fries adquiriram seu primeiro lote de terra, iniciando uma trajetória influente na produção agrícola. Tornaram-se pioneiros do cultivo de soja em escala comercial no Estado.

Milton Fries faleceu em abril de 2012, deixando um legado que inclui a criação de uma reserva florestal particular. A área é formada por 750 hectares doados para recompor o corredor ecológico que liga o Parque Nacional das Emas ao Rio Araguaia.

O acidente envolvendo membros da família Fries repercutiu entre autoridades de Goiás. O governador do estado, Ronaldo Caiado (União Brasil), lamentou o ocorrido em suas redes sociais: "Aos quatro passageiros da família Fries, dedicamos nossas orações, pedindo que Deus os abençoe e lhes conceda uma pronta e plena recuperação".

O prefeito de Mineiros, Aleomar Rezende, também manifestou solidariedade. "Manifestamos nossa solidariedade a Mireylle Fries, filha do saudoso empresário Milton Fries e de Maria Gertrudes Fries, ao esposo Bruno Almeida Souza e aos filhos. (...) Expressamos nosso profundo pesar pela perda do piloto da aeronave Cessna Aircraft, Paulo Seghetto, natural de Goiânia. Que Deus traga consolo e paz aos corações enlutados".