Prêmio Shell de Teatro revela indicados do 2º semestre de 2024

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O Prêmio Shell de Teatro anunciou na noite desta segunda-feira, 16, os indicados da 35ª edição da premiação. O evento celebra as melhores peças que estrearam em São Paulo e no Rio de Janeiro durante o segundo semestre de 2024. Ao todo, foram 26 espetáculos escolhidos. Os vencedores serão conhecidos em março de 2025, quando a cerimônia de premiação ocorre.

No júri do Rio de Janeiro, Améfrica lidera com três indicações: ator, figurino e música. Hereditária, por direção e cenário, e Amor de Baile, por figurino e música, completam o top 3 de espetáculos cariocas mais indicados. Já no júri de São Paulo, Vestido de Noiva, por atriz e figurino, lidera o ranking com duas indicações.

Em dramaturgia, foram indicados Um Jardim Para Tchekhov, de Pedro Brício, e Língua, de Vinicius Arneiro e Pedro Emanuel, no Rio de Janeiro. Por Um Pingo, de Dante Passarelli, e Não Fossem As Sílabas do Sábado, de Liana Ferraz, foram os escolhidos de São Paulo.

Nos prêmios de atuação, Alexia Twister, de Rei Lear, e Rogério Brito, de Sangue, foram indicados em São Paulo. Adriana Lessa, de A Partilha, e Lucélia Santos, de Vestido de Noiva, também foram destaques da capital paulista.

No Rio de Janeiro, Édio Nunes foi indicado por Professor Samba: Uma Homenagem a Ismael Silva. Já na categoria de melhor atriz, Ana Marlene, de Egoísta, e Debora Lamm, de Último ensaio, foram as selecionadas pelo júri carioca.

Confira os indicados ao Prêmio Shell de Teatro 2024:

Seleção do júri do Rio de Janeiro

Dramaturgia

Pedro Brício por Um Jardim Para Tchekhov

Vinicius Arneiro e Pedro Emanuel por Língua

Direção

Adriana Schneider, Cátia Costa e Mar Mordente por Um Pássaro Não É Uma Pedra

Pedro Sá Moraes por Hereditária

Ator

Édio Nunes por Professor Samba: Uma Homenagem a Ismael Silva

Atriz

Ana Marlene por Egoísta

Debora Lamm por Último Ensaio

Cenário

André Cortez por Vital, o Musical dos Paralamas

Ricardo Siri por Hereditária

Figurino

Carla Costa por Amor de Baile

Claudia Schapira por Améfrica: em Três Atos

Iluminação

Fabiano Diniz por Memórias de Terra e Água

Renato Livera e João Gioia por Sidarta

Música

Beà Ayòóla por Amor de Baile

Eugênio Lima por Améfrica: em Três Atos

Seleção do júri de São Paulo

Dramaturgia

Dante Passarelli por Por Um Pingo

Liana Ferraz por Não Fossem As Sílabas do Sábado

Direção

Clara Carvalho por Hedda Gabler

Jéssica Teixeira por Monga

Ator

Alexia Twister por Rei Lear

Rogério Brito por Sangue

Atriz

Adriana Lessa por A Partilha

Lucélia Santos por Vestido de Noiva

Cenário

Rager Luan por Tá Pra Vencer

Wagner Antônio por A Bailarina Fantasma

Figurino

Eduardo Giacomini por Cão Vadio

Simone Mina e Carolina Bertier por Vestido de Noiva

Iluminação

Aline Santini por Perfeita

Beto Bruel por Petra

Música

Marco França pela direção musical de ¡Cerrado!

Marina Esteves e Dani Nega pela concepção de direção musical de Magnólia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje uma espécie de "mapa do caminho" com estratégias para alcançar a independência econômica em relação aos combustíveis fósseis. Repetindo o discurso diplomático tradicional, ele voltou a defender uma transição "justa e planejada" para a superação da dependência do petróleo e derivados.

A fala sugere que qualquer caminho neste sentido será no longo prazo, sendo que no curto prazo o Brasil e outros países continuarão dependentes desses insumos. Esse é o argumento defendido, inclusive, pelos defensores da exploração de petróleo na Margem Equatorial. Isto é, enquanto houver demanda, a oferta desses itens continuará existindo.

"Espero que a serenidade da floresta inspire em todos nós a clareza de pensamento necessária para ver o que precisa ser feito", declarou Lula em seu discurso de abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

Lula também comentou sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) - iniciativa financeira que buscará a conservação e restauração de florestas tropicais em diversos países. O presidente ressaltou que o mecanismo angariou em um só dia cerca de US$ 5,5 bilhões

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu há pouco um dos argumentos centrais na defesa do financiamento climático, ao defender o desvio do fluxo de recursos para ações socioambientais, em detrimento de gastos com guerras. Lula participa neste momento da cerimônia de abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

"Se os homens que fazem guerra estivessem aqui, eles veriam que é mais barato ajudar o clima do que fazer guerra", declarou. Antes da fala do presidente brasileiro, o secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Simon Stiell, usou seu discurso de abertura para traçar as vantagens econômicas para a transição para o desenvolvimento sustentável.

Lula reconheceu que seria mais fácil realizar a COP em uma cidade sem problemas do ponto de vista logístico, mas alegou que a Conferência em Belém estaria sendo proeza. Lula pediu ainda para os delegados e outros participantes aproveitarem a cultura da cidade. "Trazer a COP para o coração da Amazônia foi uma tarefa árdua, mas necessária", declarou.

O governo está refutando os argumentos sobre a possível falta de estrutura da capital paraense para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. "Quando se tem disposição política, compromisso com a verdade, não tem nada impossível para o homem", afirmou Lula.

Os países reunidos a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) precisam antecipar a meta do Acordo de Paris de net zero (saldo zero entre emissões e captações de gases de efeito estufa) "Tem que mudar a meta do Acordo de Paris", afirmou Carlos Nobre, professor da cátedra clima e sustentabilidade e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

"Estamos muito perto de chegar ao 1,5º grau Celsius de aquecimento global. Se mantivermos a direção de zerar as emissões líquidas só em 2050, vamos passar de 2º graus Celsius", afirmou, acrescentando que alguns estudos mostram o risco de a temperatura média global do planeta aumentar em 2,5º graus Celsius.

Além do derretimento de geleiras, extinção de 18% a 25% da biodiversidade dos oceanos, um aquecimento mais alto vai aumentar o já "risco gigantesco de epidemias, como já vimos na Amazônia em 2024", segundo Nobre. "Se continuarmos a perturbar a natureza desse jeito, vamos ver mais epidemias e pandemias. No ano passado, a região da Amazônia já viu epidemias da febre mayaro e da febre oropouche", afirmou Nobre, único cientista brasileiro a participar da coalizão de universidades e organizações científicas chamada Planetary Science. A coalizão tem um estande na zona azul da COP30 com uma programação de painéis nas duas semanas.

O cientista afirmou também que ele participou de um estudo que mostra que o Brasil tem total condição de zerar as emissões líquidas dez anos antes da meta, em 2040. O estudo foi lançado na Academia Brasileira de Ciências na última quarta-feira e vai ser apresentado no estande da Planetary Science na COP30. "O Brasil tem um plano geral para reduzir desmatamento, tem condições de fazer a transição energética para não usar mais combustível fóssil depois de 2040 e também de migrar para uma agropecuária com menos emissões, que chamamos de regenerativa", afirmou Nobre.

O cientista também destacou a oportunidade que o Brasil em restauração florestal. Ele citou que há iniciativas públicas e privadas nessa área e apontou a importância das empresas nessa frente. "O setor privado tem que acelerar os projetos de restauração florestal", afirmou Nobre. Ele pontuou que há dois problemas nesse setor. Um deles é o desafio gigante de produzir ou coletar as 20 bilhões de mudas e sementes para restaurar 240.000 quilômetros quadrados.

O outro problema é financiamento. Nesse ponto, Nobre elogiou a iniciativa do Fundo Florestas Para Sempre (TFFF), mecanismo financeiro proposto na COP28 em Dubai e lançado oficialmente na cúpula de líderes em Belém, na semana passada. O fundo, que já conta com mais de US$ 5,5 bilhões, irá remunerar os países em desenvolvimento que comprovarem a conservação das suas florestas tropicais úmidas. "O TFFF é ideia muito boa e a primeira vez que vai se pagar por serviço ecossistêmico na história", afirmou Nobre.

O cientista defendeu o aumento do financiamento da adaptação, um tema que perpassa o conceito da justiça climática. "O tema da justiça climática é de total urgência. Temos mais de 2 bilhões de pessoas muito vulneráveis a todos esses eventos extremos que já estão acontecendo. Elas não estão preparadas para esses eventos extremos. Então, é preciso megainvestimento em adaptação, é preciso retirar essas pessoas das áreas de risco. No Brasil, são milhões de pessoas", disse Nobre.

Esperança

Nobre demonstrou grande preocupação com o fato de o número de países que apresentaram as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) ainda estar baixo. No domingo, o número estava em 109.

Ele lembrou que, nas últimas quatro COPs, mais de 190 países submeteram as metas nacionais. "É uma preocupação se o número de países que apresentaram NDC não chegar a 190", disse.

"Temos de ter uma esperança enorme que a COP30 seja tão importante quanto a COP que fechou o Acordo de Paris. Os países aqui presentes precisam entender a gravidade da situação, acelerar as ações e parar com os combustíveis fósseis o mais rapidamente possível", comentou Nobre.

Ele destacou que os preços da energia renovável caíram e, em alguns casos, chegam a ser mais baratos que os fósseis. "A transição energética é totalmente factível", disse.