Morre Beatriz Sarlo, maior crítica literária argentina

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Beatriz Sarlo, escritora, ensaísta e a maior crítica literária da Argentina, morreu aos 82 anos nesta terça-feira, 17. Ela estava internada há três semanas devido a um acidente vascular cerebral (AVC).

 

Uma das vozes mais influentes do pensamento crítico na América Latina, Beatriz Sarlo nasceu em Buenos Aires em 1942. Ela construiu sua carreira como professora universitária e autora de obras focadas em temas como a memória histórica, transformações culturais no século 20 e identidade nacional.

 

Como professora universitária, trabalhou na Universidade de Buenos Aires, Columbia, Berkeley, Universidade de Maryland e Cambridge. Suas obras mais conhecidas são Modernidade Periférica, Tempo Presente, A Cidade Vista: Mercadorias e Cultura Urbana e Tempo Passado.

 

Beatriz foi a fundadora da revista Punto de Vista, uma publicação contra a ditadura militar argentina. Ela também escreveu para os jornais argentinos Clarín e La Nacíon.

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Um voo da Azul Linhas Aéreas precisou realizar uma manobra durante pouso internacional. A aeronave saiu de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo, com destino a Fort Lauderdale, na Flórida, nos Estados Unidos, no dia 4 de fevereiro deste ano. No entanto, somente agora as informações foram divulgadas.

Conforme a empresa, a tripulação do voo AD8702 adotou os procedimentos previstos nos manuais do Airbus A330-200 e de acordo com protocolos internacionais de segurança aérea, "os quais a companhia segue com absoluto rigor". Não foram dados detalhes da ocorrência.

A Azul informa, ainda, que está à disposição dos órgãos nacionais e internacionais para auxiliar nas investigações. "A companhia reforça que tem a segurança de suas operações como valor primordial", disse a empresa.

Ao menos dois casos este ano

Na semana passada, um voo da Azul Linhas Aéreas enfrentou grande turbulência devido às condições climáticas, no trajeto entre o arquipélago de Fernando de Noronha e Recife, capital de Pernambuco. Passageiros relataram momentos de pânico. Houve queda de objetos a bordo e uma comissária de bordo ficou ferida. O tempo estava chuvoso na região.

Na ocasião, a Azul disse que o voo AD 4267 (Fernando de Noronha-Recife) não sofreu qualquer problema técnico. A turbulência severa ocorreu devido às condições climáticas, quando a aeronave orbitava no aguardo da aproximação para o pouso. "Um dos tripulantes teve uma entorse no tornozelo e recebeu atendimento médico após o pouso, que aconteceu normalmente", disse a empresa. (COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA)

A Justiça holandesa julga nesta quarta, 12, a responsabilidade do grupo Norsk Hydro por contaminação de residentes de Barcarena e redondezas, no Pará. A Corte Distrital de Roterdã vai definir se sete empresas do grupo são responsáveis por danos sofridos a nove pessoas e membros da associação Cainquiama que representa mais de 11 mil atingidos de comunidades tradicionais do Brasil, como indígenas e quilombolas. A decisão sobre a responsabilidade de impactos ambientais e sociais devido à produção de alumínio na região deve ser divulgada até o fim do ano.

As vítimas são representadas pelo escritório holandês Lemstra Van der Korst (LVdK), em parceira com o escritório internacional Pogust Goodhead, com sede em Londres. Em entrevista ao Broadcast para falar sobre o caso de Mariana, que deve ter desfecho em meados de 2025, o CEO e sócio do escritório Pogust Goodhead, Tom Goodhead, citou outras causas que defende na Europa. "Muita coisa está acontecendo este ano. Temos um julgamento amanhã no caso da Norsk Hydro, que é contra a empresa norueguesa de alumínio sobre sua planta em Barcarena, e um relacionado à Cutrale em julho, aqui em Londres. No caso de Brumadinho, teremos uma decisão até o final deste ano. No caso da Braskem, já tivemos sucesso, mas atualmente passa por apelação. Esperamos ver muita coisa acontecendo nos próximos seis a 12 meses", previu.

A ação judicial que será contemplada amanhã, na Holanda, é movida desde fevereiro de 2021. Em dezembro do ano seguinte, o tribunal de Roterdã decidiu que tinha jurisdição para julgar o caso. Em 2024, a Justiça decidiu que a Associação Cainquiama tem legitimidade para litigar em nome de seus membros e entendeu que não há prescrição para a ação relacionada aos danos continuados causados pelo Grupo Norsk.

O grupo Norsk Hydro é controlador majoritário da Alunorte, maior refinaria de alumina do mundo fora da China, com operações desde 1995, de acordo com as informações do site da companhia. Os advogados das vítimas alegam que famílias de comunidades tradicionais costumavam viver próximas ao local das atividades industriais em Barbarena, sem acesso a água encanada, e tradicionalmente dependiam da natureza e da água de rios e riachos para sua subsistência. "A refinaria de alumina e produção de alumínio pelo grupo Norsk Hydro causou danos na região. Um dos casos veio à tona em 2018, mas a atividade poluidora vem ocorrendo pelo menos desde 2002."

Em 16 e 17 de fevereiro de 2018, uma grande quantidade de lama vermelha vazou da bacia de rejeitos da Hydro Alunorte, poluindo várias nascentes e rios e colocando os moradores em risco. Este fato fez com que as autoridades brasileiras iniciassem investigações. Em 19 de março de 2018, foi descoberto que a Alunorte estava bombeando águas residuais não tratadas diretamente para o rio Pará, por meio de tubulações clandestinas. Os moradores afetados relataram problemas graves de saúde, como câncer, doença de Alzheimer, perda de visão, doenças de pele, problemas de estômago, diarreia e dificuldades respiratórias. Muitas famílias perderam suas fontes de renda e foram forçadas a deixar suas casas devido à contaminação.

São rés na ação seis empresas holandesas do grupo Norsk (Norsk Hydro Holland B.V, Hydro Aluminium Netherlands B.V, Hydro Aluminium Investment B.V, Hydro Alunorte B.V, Hydro Albras B.V, Hydro Paragominas B.V), além da empresa mãe, de matriz norueguesa (Norsk Hydro ASA). Os autores da ação argumentam que, como controladoras das operações no Brasil, as empresas do grupo Norsk Hydro devem ser responsabilizadas não apenas pelas atividades diretas, mas também pelos impactos ambientais e sociais causados às comunidades locais. Com base no conceito do poluidor indireto, buscam perante a Corte holandesa indenização por danos morais e materiais surgidos em decorrência dos incidentes na região, bem como em função dos efeitos deletérios à saúde dos moradores.

Segundo a companhia, o Brasil é a principal fonte de matéria-prima do alumínio da Hydro, a bauxita. E é o país onde a empresa possui o maior número de empregados no mundo, um total de 6.535 espalhados por 12 unidades. "No Brasil, extraímos a matéria-prima em Paragominas e Trombetas e refinamos a bauxita para obter a alumina (óxido de alumínio) na maior refinaria de alumina do mundo fora da China, a Alunorte. Também produzimos alumínio primário em nossa joint-venture Albras."

As fraudes bancárias digitais e golpes por cartões alcançaram a marca inédita de R$ 10,1 bilhões no Brasil em 2024, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 11, pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban). O avanço do crime organizado sobre o sistema financeiro digital está no radar da Polícia Federal. O diretor-geral da corporação, Andrei Passos Rodrigues, trata o fenômeno como "cangaço digital" e avalia que a migração das organizações criminosas para o ambiente virtual é uma realidade irreversível.

Para conter o crime organizado, a PF mudou a estratégia de atuação. Antes, as investigações se concentravam nas ocorrências individuais. Hoje, a corporação busca a origem das fraudes para estancar os golpes pela raiz.

"Não adianta ter um volume imenso de operações e investigações se ao fim o resultado é insignificante", afirmou o diretor-geral da Polícia Federal nesta terça em evento organizado pela Febraban para debater caminhos de prevenção e repressão a fraudes, segurança cibernética e bancária.

Sob a gestão de Andrei Rodrigues, a PF definiu três eixos prioritários de atuação contra fraudes digitais. O primeiro é a integração do setor público com o setor privado e entre as instituições públicas. Desde 2017, a Polícia Federal tem um acordo com a Febraban para trocar informações que facilitem as investigações. "Esse não é só um desafio das instituições de segurança", afirmou o diretor-geral da PF.

O segundo é a descapitalização das organizações criminosas para interromper suas operações. E o terceiro é a cooperação internacional. "Hoje não há fronteiras ao crime", declarou Andrei na palestra.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Federação Brasileira de Bancos lançaram no mês passado uma "aliança nacional" para combater as fraudes bancárias digitais.

O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, também esteve no evento. Ele defendeu que a reestruturação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é o próximo passo para "desestruturar a criminalidade organizada". "Nós precisamos que o Coaf seja forte para que, junto com o sistema financeiro, possamos separar o joio do trigo."

Em busca de soluções conjuntas, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, propôs punições administrativas para pessoas que "alugam" o CPF para terceiros movimentarem dinheiro ilegal, os chamados "laranjas".

"Precisamos banir essas pessoas e impedi-las de realizarem transações financeiras, excetuando-se aquelas transações para crédito de seu salário, permitindo somente saques e a não realização de transferências com origem nestas contas, seja por TED ou Pix."

Sidney também afirmou que é preciso "cortar na própria carne" e responsabilizar executivos de instituições financeiras negligentes com a fragilidade de contas e que permitem que "criminosos consigam abrir contas com o único intuito de ter uma conta de passagem para transitar recursos ilícitos".