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André Conti sai de licença da Todavia depois de relato de Vanessa Barbara sobre traição

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A editora Todavia anunciou na tarde desta quinta-feira, 30, que o diretor da empresa, o editor André Conti, foi afastado por 30 dias de suas tarefas. O licenciamento do executivo acontece após relatos da também escritora Vanessa Bárbara no podcast Rádio Novelo Apresenta.

"Desde a publicação do episódio de 16 de janeiro de 2025 do podcast Rádio Novelo Apresenta, a Todavia está passando por um momento sensível, que nos leva a fortalecer ainda mais nosso compromisso com a promoção da equidade de gênero e com os valores que guiam a cultura da empresa", inicia o comunicado da empresa, feito a parceiros, incluindo influenciadores.

Além disso, a editora, no texto, pontua acreditar que a luta por equidade e dignidade nas relações não é apenas de mulheres, devendo incluir também os homens. "A Todavia tem consciência de sua responsabilidade no ambiente cultural brasileiro e acredita que é parte de seu papel apoiar iniciativas concretas que tenham como objetivo a reivindicação por direitos e equidade e a luta contra o silenciamento de mulheres", continua o texto.

A empresa revelou ter contratado uma consultoria para ajudar nas transformações necessárias. "Para nos auxiliar no aprofundamento desse processo, contratamos uma consultoria especializada na promoção de ambientes de trabalho equitativos", afirma a mensagem. "A consultoria está nos apoiando na elaboração de um plano de ação voltado à produção e à implementação de medidas concretas, como o aprimoramento de nossas políticas institucionais de promoção de equidade e diversidade. Durante este momento de planejamento e reestruturação, o sócio André Conti está licenciado de suas atividades na Todavia", continua.

Entenda o caso

Em meados de janeiro, a Rádio Novelo publicou o podcast CPF na Nota?, que trouxe um relato da jornalista e escritora Vanessa Barbara. Nele, ela aborda o fim de seu casamento após uma traição e também expõe como o assunto foi tratado de forma machista por seu círculo de conhecidos e amigos.

No podcast, a escritora fala de uma lista de transmissão de e-mails da qual o ex-marido fazia parte. Nestes e-mails, jornalistas, editores e escritores - todos homens, segundo Vanessa Barbara - expunham suas companheiras, de forma misógina e machista, compartilhando detalhes da intimidade delas. Conti também fala sobre estes e-mails. "Num grupo de e-mails, expus pessoas, traí amigos e colegas e inventei intrigas", diz o editor.

A editora Todavia, da qual Conti é sócio e diretor de operações, também se pronunciou sobre o caso. No seu perfil no Instagram, publicou um comunicado reconhecendo "a gravidade dos acontecimentos narrados no podcast". "Compreendemos a indignação causada pelos diversos exemplos de machismo e misoginia contidos no episódio, ocorrido há 14 anos, e nos solidarizamos com a justa revolta que gerou em muitas e muitos ouvintes. Sentimos muito, sobretudo, pelo sofrimento causado à vítima", diz a nota.

Em outra categoria

A Prefeitura de São Paulo inaugurou nesta terça-feira, 25, o "Prisômetro", um painel 24 horas que vai atualizar em tempo real o número de prisões realizadas por meio do Smart Sampa, um sistema de câmeras de segurança que usa reconhecimento facial para identificar suspeitos, foragidos e pessoas desaparecidas.

O equipamento foi instalado na rua XV de Novembro, em frente ao Centro de Comando do Smart Sampa, na área central da cidade. O lançamento ocorreu em meio a críticas sobre o uso da tecnologia de reconhecimento facial nos blocos de carnaval. Em ofício encaminhado ao prefeito Ricardo Nunes, o núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública pediu a suspensão da medida.

A Defensoria se baseia em recomendação da ONU e não fala no documento sobre evitar prisões, mas se posiciona contra a PM invadir blocos de rua para "caçar" pessoas colocando em risco os foliões.

Em entrevista à Rádio Eldorado, o secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando, chamou de "esdrúxulo e ridículo" o pedido da Defensoria e alegou que a divulgação das prisões realizadas pela Guarda Civil Metropolitana "dá mais transparência e melhora a sensação de segurança das pessoas".

Questionado sobre a autorização dada pelo Supremo Tribunal Federal para que guardas municipais passem a fazer policiamento ostensivo e prisões em flagrante, o secretário disse que a GCM, que deve mudar de nome, já cumpria esse papel e está preparada para realizar essas ações.

O escritor Marcelo Rubens Paiva se manifestou após ser agredido durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo, no último domingo, dia 23. O autor estava sendo homenageado pela agremiação, mas foi atingindo por uma mochila durante o trajeto.

"O cara jogou mochila na cara, não entendi o que aconteceu. Já é meu 16º desfile e nunca fui atacado. Coisa estranha e não entendi o porquê. Jogar uma mochila na cara de um cadeirante, porta-bandeira, que quer se divertir, que faz isso há 16 anos, não entendi esse grau de violência. Brasil está difícil, e ele não deve ter visto o filme", afirmou, em entrevista à GloboNews.

Um rapaz arremessou uma lata de bebida, uma mochila e um chinelo na direção do escritor, que não se feriu. As agressões aconteceram no início do cortejo, que desce a Rua da Consolação, no centro da capital, partindo do cruzamento com a Avenida Paulista. Paiva é porta-estandarte do Baixo Augusta desde o ano de fundação do bloco, há 16 anos.

De acordo com a assessoria do Baixo Augusta, o autor das agressões não disse os motivos que o levaram a arremessar os objetos. Ele não foi identificado e foi retirado do cortejo, segundo os organizadores. Depois das agressões, Marcelo Rubens Paiva permaneceu na festa por mais algumas horas.

Em 2025, o tradicional bloco paulista celebrou o filme Ainda Estou Aqui, longa dirigido por Walter Salles e baseado no livro escrito por Marcelo Rubens Paiva. A obra conta a história de Eunice Paiva, mãe do autor, e sua luta após o desaparecimento de Rubens Paiva, pai de Marcelo, pelas mãos da ditadura militar brasileira.

O longa foi indicado em três categorias do Oscar - Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. Marcelo, inclusive, usava uma máscara de Fernanda Torres, que interpretou Eunice Paiva no longa.

Dois homens, de 20 e 22 anos, foram presos, na terça-feira, 25, suspeitos de envolvimento na morte do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, de 32 anos, baleado durante um assalto no dia 14 de janeiro deste ano, na Chácara Santo Antônio, zona sul da capital paulista. A defesa da dupla não foi localizada. O caso foi registrado como latrocínio consumado.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado, os dois foram detidos por um policial militar aposentado, na região da Vila Cruzeiro, zona sul de São Paulo, após assaltarem dois pedestres.

"O militar presenciou o crime e interveio, sendo que um dos suspeitos ficou ferido e foi socorrido ao hospital. Posteriormente, foi constatado que os dois estavam com um mandado de prisão em aberto pelo latrocínio contra o delegado", disse a SSP.

Com a prisão deles, subiu para quatro o número de presos por participação no crime contra o delegado. "Além de um quinto homem que foi identificado e está foragido."

A secretaria disse ainda que apreendeu com a dupla três celulares e um revólver, além de duas motos com placas trocadas.

O caso foi registrado como roubo, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, cumprimento de mandado de prisão temporária e tentativa de homicídio no 11° Distrito Policial de Santo Amaro.

Prisões realizadas anteriormente

Conforme a SSP, a primeira prisão aconteceu em 28 de janeiro, na região de Paraisópolis, zona sul. O suspeito foi identificado após um trabalho de investigação que envolveu policiais dos 11° Distrito Policial, onde a vítima trabalhava, e outras seccionais do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

Já a segunda foi no último dia 18 de fevereiro. Uma mulher conhecida como "Mainha do Crime", apontada como financiadora de diversos delitos na capital, entre eles o latrocínio contra o delegado, foi detida na mesma região.

Suedna Barbosa Carneiro, de 41 anos, já foi condenada a 10 anos e meio de prisão e atualmente cumpria pena em regime aberto. A primeira prisão ocorreu no dia 18 de março de 2022. À época, ela foi denunciada pelo Ministério Público pelos crimes de receptação, porte ilegal de arma e associação criminosa. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dela.

Desta vez, no endereço dela, os policiais apreenderam três armas de fogo, mochilas de entrega, capacetes e outros acessórios usados nos crimes. Também foram encontrados equipamentos eletrônicos que serão analisados pelos investigadores.

Ela também é apontada como financiadora de crimes de roubo como o que vitimou o ciclista Victor Medrado, que pedalava em frente ao Parque do Povo, no dia 13.

Crime contra o delegado

A ação criminosa foi registrada por câmeras de segurança da via. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o delegado é abordado. Nas imagens, é possível ver Moura Júnior, que estava de folga, caminhando pela rua Amaro Guerra de camiseta, bermuda e chinelo. Na sequência, o criminoso chega em uma moto, estaciona à frente de um trecho da calçada, perto de uma obra.

O ladrão, então, desce do veículo e aborda a vítima. De capacete e apontando a arma para Moura Júnior, ele revista o delegado, que estava armado. Em seguida, atira contra a vítima, que cai ao lado de um carro. O criminoso foge de moto.

O caso ocorreu pouco mais de três meses após a morte de um outro delegado em tentativa de assalto na Vila Romana, na região da Lapa, na zona oeste da capital.

Moura Júnior foi alvejado com quatro tiros: dois nas costas, um no braço e outro na garganta. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. (Colaboraram Caio Possati e Ítalo Lo Re)