'Casamentos Cruzados': Reese Witherspoon e Will Ferrell falam sobre comédia absurda e hilária

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O dia do casamento, por si só, já é um momento tenso. Agora, imagine chegar ao local da cerimônia e se deparar com outra família que marcou outro casamento no mesmo lugar e horário. Casamentos Cruzados, novo filme da Prime Video que estreou nesta quinta, 30, parte desta premissa catastrófica - e hilária. E, como em todo bom filme de comédia, prepare-se: a história vai ficando cada vez mais absurda.

Will Ferrell precisa lutar contra um crocodilo em uma das cenas. O motivo? Atenção para spoilers a seguir. Ele quer atacar a personagem de Reese Witherspoon, que destruiu o casamento de sua filha. O animal é cenográfico, claro, mas - aí vem mais outra informação absurda - Ferrell quase teve que segurar um de verdade. "Disseram que o crocodilo era dócil", brinca a atriz.

A primeira certeza do diretor e roteirista Nicholas Stoller, responsável pelo roteiro de longas como Sim Senhor (2008), com Jim Carrey, é de que não deixaria o ator segurar um jacaré de verdade. A segunda é de que Casamentos Cruzados teria "o máximo de pessoas engraçadas possível no elenco", a começar pelos protagonistas.

Will Ferrell e Reese Witherspoon nunca tinham trabalhado juntos em um filme, mas a química de ambos em cena é o que mais chama a atenção no novo longa. Na trama, o ator interpreta Jim, o pai de uma das noivas. Já a atriz vive Margot, a irmã da outra noiva.

Stoller conta que escreveu cada um dos personagens já pensando nos dois atores. Do lado deles, atuar juntos já era um desejo mútuo. "Eu literalmente olhei para o lado e pensei: 'Isso é como uma lista de desejos. Sou tão sortuda'", conta a atriz. "E eu estava conseguindo trabalhar com Tracy Flick [personagem de Reese em Eleição (1999)]. Uma das maiores personagens de todos os tempos", completa o ator.

Personagens cativantes

Outro mérito dos protagonistas é fazer com que os personagens sejam cativantes e de fácil identificação. Eles lidam com a questão da solidão, têm problemas na família, vivem com a sensação de nunca se encaixar e não conseguem se livrar de algumas crenças.

Mas como uma comédia romântica consegue tratar de assuntos tão densos? Para Nicholas, o que faz um verdadeiro filme de comédia ser bom são as pitadas de drama - seguidas, claro, de mais momentos cômicos.

"Você não pode apenas ter uma série de piadas. Não funcionaria", diz ele. "Você tem que fazer o público se identificar com esses personagens e sentir pena deles. E, assim que você sente pena, eles podem ser verdadeiros idiotas. E é divertido de assistir."

Uma boa dose shakesperiana também ajudou o diretor a pensar no filme (é de praxe que as comédias de Shakespeare terminam com um casamento). O final de Casamentos Cruzados, porém, não é tão clichê assim. "É um final muito doce, mas não meloso. Então, acho que isso também é surpreendente", comenta o diretor.

Comédia à moda antiga

Uma das gratas surpresas do filme é a trilha sonora, que une canções nostálgicas que acompanham as fases da vida dos personagens e ópera, tocada em cenas em que o caos é instaurado. O filme já abre com Isn't She Lovely, de Stevie Wonder, e termina com Islands in the Stream, de Dolly Parton e Kenny Rogers.

A escolha de usar ópera veio após Nicholas Stoller se dar conta que muito da história de Casamentos Cruzados havia sido inspirada pelo musical A Little Night Music, de Hugh Wheeler e Stephen Sondheim. "Há algo atemporal sobre a ópera. E é tão exagerado. Quero dizer, torna-se apenas ridículo o que está acontecendo quando você coloca ópera", comenta.

A decisão, porém, de incluir músicas que evocam certa nostalgia remete muito a comédias dos anos 1990. Basta pensar em Uma Linda Mulher, com Oh, Pretty Woman, 10 Coisas que Eu Odeio em Você, com Can't Take My Eyes Off You, e Um Lugar Chamado Notting Hill, com She.

É fato que a busca por "comédias românticas à moda antiga" está cada vez mais forte. Se, pouco tempo atrás, as pessoas torciam o nariz para o gênero, agora o que o público quer é motivo para rir. Stoller sabe disso.

"Por algum motivo, a comédia desapareceu um pouco dos cinemas, o que é uma pena, porque é, obviamente, meu gênero favorito", diz ele, avaliando que a situação, talvez, tenha sido gerada por "alguns filmes que não tiveram um bom desempenho".

"As pessoas realmente querem comédia. Só precisam ser boas. Tem que ser um bom filme", afirma. "Este filme não estará nos cinemas, mas você precisa de mais um motivo para ir ao cinema como nunca antes. E eu acredito sempre no gênero da comédia."

Onde ver 'Casamentos Cruzados'

Casamentos Cruzados já está disponível para assinantes da Prime Video. Além de Will e Reese, o filme também conta com nomes como Geraldine Viswanathan, Meredith Hagner, Jimmy Tatro, Stony Blyden e Leanne Morgan no elenco.

Confira o trailer aqui

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Um casal que passeava com um bebê foi alvo de um assalto em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na tarde do último sábado, 2. O criminoso, disfarçado de entregador de aplicativo, aborda as vítimas na Rua Joaquim Antunes.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) diz que os roubos na região tiveram uma queda de 13,3% no primeiro semestre deste ano ante mesmo período do ano passado.

Imagens de monitoramento, obtidas pela TV Globo, mostram o assaltante rendendo e encurralando o homem, que carrega a criança em uma bolsa de estilo canguru, contra o portão de um dos prédios.

A mulher que acompanha o homem parece tirar alguns objetos da mochila para entregar ao criminoso. O suspeito recolhe alguns pertences das vítimas e foge do local.

Outro assalto foi registrado no mesmo endereço dois dias depois. Na última segunda, 4, um criminoso também disfarçado de motoboy, com capacete e mochila de entrega, aborda um homem que estava na frente de um prédio, com algumas malas.

O assaltante saca uma arma. A vítima acaba entregando um objeto, que parece ser um celular. As malas não foram levadas. O crime também foi registrado por câmeras de circuito da Rua Joaquim Antunes.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) diz que não localizou as ocorrências citadas, mas informa que os roubos na circunscrição do 14° Distrito Policial (Pinheiros) caíram 13,3% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024.

"Esse tipo de crime alcançou, no semestre, o menor número dos últimos 25 anos, tanto no Estado quanto na capital. Ainda no período, 472 pessoas foram presas ou apreendidas na região", destaca a pasta, em nota.

Conforme dados do Radar da Criminalidade, ferramenta desenvolvida pelo Estadão, o número de crimes nas proximidades da Joaquim Antunes caiu 23,9% na comparação de junho deste ano com o mesmo período do ano passado.

O Radar reúne as ocorrências de furto e roubo de celulares, além de furto e roubo de veículos, dentro de um raio de 500 metros das ruas da capital.

Conforme a ferramenta, foram registrados 35 crimes nas proximidades da via em junho deste ano. A principal incidência foi a de roubo de celular, com 19 casos.

Conforme mostrou o Estadão, a região de Pinheiros chegou a liderar as estatísticas de roubo na capital no início do ano. Em fevereiro, foram registradas 331 ocorrências para este tipo de crime - cerca de 11 por dia.

Jovem vítima de assalto morreu na mesma rua no começo do ano

Em janeiro deste ano, o jovem Vitor Rocha e Silva, de 23 anos, morreu depois de sofrer um latrocínio na Rua Joaquim Antunes. A vítima era de Uberlândia, Minas Gerais, e estava em São Paulo a passeio.

O caso aconteceu no dia 24, no início da tarde. Ele estava acompanhado do namorado Felipe Lobato, de 25, quando ambos foram abordados por dois assaltantes, também disfarçados de entregadores.

Um dos assaltantes abordou o casal e anunciou o assalto, pedindo os celulares e as senhas dos dois. Os aparelhos foram entregues, mas as vítimas disseram que não se lembravam das senhas e passaram a ser agredidas.

Vitor e Felipe acabaram entrando em luta corporal com os criminosos. O homem que agredia Silva atirou e um dos disparos atingiu o rapaz do lado direito do tórax. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não sobreviveu. A ocorrência foi registrada no 14.° Distrito Policial, em Pinheiros.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu nesta quarta-feira, 6, 40 kg de ouro escondidos dentro de uma caminhonete, em Altamira, no Pará. A carga foi avaliada em R$ 20 milhões, e é considerada a segunda maior da história das rodovias federais.

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A apreensão acontece dois dias depois da corporação confiscar 103 quilos de ouro, também escondidos em uma caminhonete, em uma rodovia em Boa Vista, em Roraima. O valor desta carga apreendida foi avaliada em R$ 62 milhões.

Na somatória das duas apreensões, realizadas em menos de 48 horas, foram mais de 140 quilos do mineral avaliados em mais de R$ 80 milhões.

"Os dois estados onde ocorreram as apreensões fazem parte da Amazônia Legal e sofrem com a degradação do garimpo ilegal, principalmente em territórios indígenas", informou a PRF, em nota.

O motorista, identificado como Bruno Mendes de Jesus, foi detido e encaminhado junto com o material apreendido. No momento da abordagem, sua esposa também estava a bordo da caminhonete.

O ouro apreendido em Boa Vista foi localizado em locais ocultos da caminhonete, como fundos falsos de consoles e painel. O advogado de Bruno afirmou que o suspeito tem relações com a atividade de mineração, mas afirma que o minério não pertencia a ele. "Ele só era o motorista".

A morte do reconhecido arquiteto Carlos Alberto Cerqueira Lemos, aos 100 anos, foi confirmada nesta quarta-feira, 6. Com trajetória marcante na academia, prática profissional e gestão pública, ficou conhecido especialmente como o "homem de confiança" de Oscar Niemeyer em São Paulo, como coautor de projetos icônicos, como dos Edifícios Copan e Eiffel, no centro, e da Oca, do Parque do Ibirapuera.

Nascido em São Paulo, em 1925, Lemos é uma referência intelectual sobre história da arquitetura brasileira e de São Paulo, autor de diversos livros, alguns clássicos do tema. Dentre eles, estão Dicionário da Arquitetura Brasileira, Como nasceram as cidades brasileiras, O que é patrimônio histórico e Casa Paulista.

Com frequência, é lembrado pela trajetória prolífica e como um pesquisador meticuloso e observador. O sepultamento é previsto para a tarde de quinta-feira, 6, no Cemitério Gethsemâni, na Vila Sônia.

Também é reconhecido pela trajetória acadêmica de quase seis décadas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), que lhe concedeu o título de professor emérito em 2022. Foi referência na formação de diferentes gerações de arquitetos e urbanistas, os quais não raro mencionam lições do antigo mestre.

Formou-se na primeira turma de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1950, e, quatro anos depois, já começou a lecionar na USP. Como arquiteto e urbanista, é autor de dezenas de projetos, principalmente residenciais, na capital e no interior de São Paulo, incluindo o prédio do Bradesco localizado junto ao Copan.

Além disso, foi artista plástico, com obras expostas em diferentes mostras desde os anos 1940. Dentre elas, destaca-se uma exposição de 50 anos de carreira realizada na Pinacoteca, em 1995. Também participou da criação de museus importantes de São Paulo, como o Museu de Arte Sacra e o Museu da Casa Brasileira.

'Um dos maiores arquitetos brasileiros': as homenagens a Lemos

Organizações variadas prestaram homenagens a Carlos Lemos nas redes sociais. A FAU/USP lembrou a dedicação ao ensino. "Professor titular aposentado de nossa faculdade, Carlos Lemos dedicou-se por quase 60 anos à história da arquitetura brasileira e à preservação do patrimônio cultural", destacou.

Já a seccional paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP) chamou Lemos de "um dos maiores arquitetos brasileiros". "Formador de gerações inteiras de profissionais. Com seu conhecimento e erudição vastos e generosos, construiu no Brasil todo um campo", disse.

"Abriu espaço para pesquisas na área de arquitetura e urbanismo e para a produção editorial, contribuiu para a construção de nossas instituições de patrimônio cultural e deixou uma obra escrita marcada pela reflexão crítica e a abordagem técnica, sempre em diálogo com um público amplo", apontou. "Sua atuação plural, no ensino, no poder público e no escritório de projetos é uma das nossas mais importantes referências. Seu legado permanece como um presente."

Nas redes sociais, o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), da Prefeitura de São Paulo, salientou a contribuição intelectual do arquiteto para o "reconhecimento do patrimônio cultural e para a história da arquitetura e do urbanismo brasileiros". "Dedicou sua trajetória à valorização da arquitetura brasileira, à preservação e difusão da nossa memória urbana, e à formação qualificada de profissionais e pesquisadores."

Além disso, ressaltou que Lemos coordenou, nos anos 1970, em conjunto com o arquiteto Benedito Lima de Toledo, os primeiros inventários para a identificação e proteção de bens arquitetônicos paulistanos. "Sua vasta obra bibliográfica segue como referência fundamental para pesquisadores, e seu conhecimento e rigor intelectual prosseguirão na atuação dos inúmeros profissionais que formou e nas instituições em que colaborou, como o DPH."

A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) também lamentou a morte do arquiteto. "Sua contribuição ultrapassou o projeto arquitetônico: foi também um importante agente na construção de instituições dedicadas ao patrimônio cultural. Além disso, abriu caminhos para a pesquisa acadêmica e para a produção editorial na área", destacou.

Lemos sobre a parceria com Niemeyer

Nos anos 1950, foi diretor do escritório de Niemeyer em São Paulo. Ao Estadão, contou como funcionava a parceria: o modernista fazia os croquis, enquanto o então jovem arquiteto paulistano fazia o projeto de execução, com base nos cálculos de concreto. Relatou também que se encontrava com o antigo parceiro quando visitava o Rio.

Em 2019, também ao Estadão, falou sobre o projeto diferenciado do Copan. "Foi uma exceção na sua época, década de 1950, devido tanto ao seu programa de necessidades, quanto ao seu tamanho e a sua forma de 's', que resultou da sinuosidade das divisas posteriores do terreno", descreveu.