Grammy nega lugar na cerimônia para Milton Nascimento, diz Esperanza Spalding

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A cantora Esperanza Spalding, indicada ao prêmio de Melhor Álbum de Jazz Vocal do Grammy ao lado de Milton Nascimento, criticou a premiação por negar um lugar na cerimônia ao cantor brasileiro. "Então, Milton não pôde se sentar nas mesas para a cerimônia deste ano. Isso não me agradou", escreveu a cantora de jazz em seu perfil no Instagram na madrugada desta segunda-feira, 3.

Os dois artistas disputaram a estatueta por seu trabalho em conjunto no álbum Milton + Esperanza. Eles, no entanto, foram derrotados por Samara Joy, responsável pelo disco Portrait. Na postagem, a cantora explicou que não está brava pela derrota, mas sim pelo desrespeito demonstrado pela premiação.

"Estou brava porque essa lenda viva não foi considerada importante o suficiente para sentar entre os principais artistas, ou como quer que as mesas no andar principal sejam organizadas", comentou. Como forma de protesto, Esperanza trouxe uma grande foto de Milton para o evento. No papel, lia-se: "Essa lenda viva deveria estar sentada aqui!". Durante a transmissão, foi possível enxergar o cartaz de Esperanza em inúmeras ocasiões.

O evento ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos, na Crypto.com Arena. Milton, que está com 82 anos, se deslocou até a cidade californiana para acompanhar a premiação. Ele, que se aposentou dos palcos em 2022, confessou ao The New York Times que esse deve ter sido o seu último álbum.

O cantor brasileiro chegou a ir até a cerimônia, com Esperanza. Um post em seu Instagram mostra o momento do tapete vermelho.

Milton + Esperanza foi lançado em agosto de 2024 pela gravadora americana Concord Music Group. O álbum tem 16 faixas, algumas são canções conhecidas do repertório de Milton, como Cais, parceria dele com Ronaldo Bastos, e Morro Velho, gravada com a participação da Orquestra Ouro Preto. O violonista brasileiro Guinga participa da faixa Saci, composição dele com Paulo César Pinheiro.

Entre os convidados internacionais estão a cantora britânica Lianne La Havas, em Conversando no Bar, e a norte-americana Diane Reeves em Earth Song, canção de Michael Jackson. Paul Simon participa da faixa Um Vento Passou, feita por Milton e Marcio Borges em homenagem ao músico americano, que a canta em português. Os Beatles, uma das grandes referências de Milton, são representados em A Day in the Life.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Norte indiciou Igor Eduardo Pereira Cabral, 29 anos, por tentativa de feminicídio. O ex-atleta de basquete agrediu a namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador em condomínio da zona Sul de Natal.

Ele está preso desde o dia 26 de julho. A vítima, Juliana Soares, 35 anos, passou por cirurgia na última sexta-feira, 1º, e segue em observação hospitalar. Em entrevista à TV Record, ela contou que ele queria mata-la.

No relatório final, a Polícia Civil solicitou ao judiciário a manutenção da prisão preventiva, já decretada, "diante da gravidade dos fatos, da periculosidade do indiciado e da necessidade de proteção à integridade física e psicológica da vítima".

Uso de 'substâncias' e 'perdão' a quem foi 'afetado'

A defesa de Igor Eduardo Cabral disse que vai aguardar os próximos passos do Ministério Público para se posicionar. Nesta segunda-feira, 4, o ex-atleta de basquete alegou, em nota, que as agressões ocorreram em "um contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional".

"Embora as circunstâncias ainda estejam sendo apuradas, sinto a necessidade sincera de expressar meu pedido de perdão a todos que, de alguma forma, foram afetados. Não tenho intenção de justificar nada, tampouco minimizar o impacto dos fatos. Apenas desejo que Juliana consiga encontrar força para seguir em frente, com serenidade, coragem e paz. A ela, sua filha e sua família, envio minhas orações e meu mais genuíno respeito", disse Igor em nota.

Ainda segundo o comunicado, Igor Eduardo diz enfrentar o momento atual "com humildade e esperança de que, com o tempo, todas as partes envolvidas possam encontrar caminhos de cura, reflexão e recomeço."

Igor Eduardo Pereira Cabral está preso na Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na Grande Natal. Na última sexta-feira, 1º, o preso chegou a denunciar maus-tratos e agressões sofridas por policiais penais. Entre as supostas agressões estão chutes, socos e uso de spray de pimenta. Ele teria sido colocado na cela algemado e sem roupas.

Em nota, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) disse que vai apurar a ocorrência. O interno chegou a ser deslocado para registro de boletim na Delegacia de Plantão da Polícia Civil e exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia. A investigação ficará a cargo da Polícia Civil. A Corregedoria do Sistema Prisional também foi acionada, segundo a Seap.

Os EUA poderão exigir um caução de até US$ 15.000 para alguns vistos de turista e negócios sob um programa piloto que será lançado em duas semanas, segundo um documento protocolado no Federal Register programado para ser publicado nesta terça, 5. A medida tem como objetivo reprimir a quantidade de visitantes que excedem o tempo de permanência de seus vistos.

As taxas também podem ser aplicadas a visitantes oriundos de países onde as informações de triagem são consideradas insuficientes para os padrões americanos, segundo o comunicado. O programa piloto, que entrará em vigor no dia 20 de agosto, deve durar um ano.

O Departamento de Estado anunciará os países incluídos na lista com no mínimo 15 dias antes dele entrar em vigor, e a lista pode ser alterada ao longo do programa.

O governo dos EUA já havia publicado uma regra temporária de um programa piloto semelhante em 2020. No entanto, com a redução mundial nas viagens globais como resultado da pandemia de covid-19, o país não implementou a medida.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou ao Financial Times que a nova legislação ambiental aprovada pelo Congresso representa "o maior retrocesso potencial" na proteção ambiental do Brasil em quatro décadas. "O mundo hoje não precisa de menos proteção ambiental, precisa de mais proteção", disse em entrevista.

O projeto, impulsionado pela bancada ruralista e aprovado às pressas antes do recesso parlamentar, permite a aprovação acelerada de projetos estratégicos e a autodeclaração de impacto ambiental por proponentes, inclusive em empreendimentos agropecuários. "O Brasil já mostrou que é possível desenvolver e proteger ao mesmo tempo", afirmou Marina ao FT.

Com a COP30 marcada para novembro, em Belém, a ministra expressou preocupação com os efeitos da nova lei na imagem internacional do país. "Certamente nos preocupa" o conflito entre a legislação e os compromissos ambientais assumidos no acordo Mercosul-UE, disse, citando também que "essa lei realmente não ajuda", como reconheceu um diplomata europeu.

Em vez de recomendar o veto presidencial integral, Marina disse ao FT que o governo tentará modificar o texto até 8 de agosto e negociar um novo projeto com o Congresso. "Acredito sempre no poder do diálogo", afirmou. "A sociedade está muito mobilizada para que as mudanças que o governo federal fará no projeto sejam aceitas pelo Congresso."

Ela alertou ainda que é "ilusão" pensar que projetos como a exploração de petróleo na foz do Amazonas ou a pavimentação da BR-319 poderão avançar sem licenciamento rigoroso. "Não tem base legal e seria questionado judicialmente", afirmou.

Marina também destacou os efeitos já visíveis das mudanças climáticas na floresta. "Pela primeira vez, o desmatamento por fogo foi maior do que por corte raso." Ainda assim, disse confiar no compromisso de Lula com metas climáticas mais ambiciosas. "O presidente Lula colocou muitas 'linhas verdes', o que me dá conforto para continuar."

Com ataques vindos do Congresso, a ministra afirmou ao FT que segue apostando no convencimento. "Para um democrata, mesmo em situações hostis, é preciso persistir", disse. "Proteger o meio ambiente não é ser contra o desenvolvimento, é ser a favor de um desenvolvimento que dure."