Lollapalooza realiza nova edição apostando em formato distante de sua proposta original

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O ano era 2012 e o então estudante Abner das Dores, com 21 anos, resolveu desembolsar R$ 300 para assistir a uma de suas bandas preferidas, o Arctic Monkeys. Era a estreia de mais um festival internacional no Brasil - o Lollapalooza -, que atrairia um público jovem e alternativo ao Jockey Club de São Paulo. "Era uma galera mais indie, mais alternativa", lembra ele. O público, na faixa etária entre 18 e 25 anos, pagava até R$ 500 para, além de Arctic Monkeys, assistir a bandas como Foo Fighters, Joan Jett e The Blackhearts, Skrillex e Jane's Addiction.

 

O preço já era salgado para a época e gerou polêmica por ser expressivamente mais alto que os valores do Lollapalooza Chile, com ingressos vendidos por R$ 208. A inflação foi aumentando, os valores das entradas para o festival foram subindo - e incorporando experiências VIP - e o lineup foi ficando cada vez mais pop.

 

De hoje até domingo, o festival chega a mais uma edição brasileira, com Olivia Rodrigo, Shawn Mendes e Justin Timberlake entre os headliners. Os ingressos foram vendidos por valores que vão de R$ 630 a mais de R$ 3 mil. São quatro palcos espalhados pelo Autódromo de Interlagos.

 

O festival incluiu outros nomes mainstream do gênero, como Benson Boone e Tate McRae. A mudança reflete não apenas a própria demanda do mercado, mas a alteração da organização do festival para a Rock World (produtora do Rock in Rio).

 

"O Lolla mantém a base entre pop, rock, música urbana e eletrônico", diz Marcelo Beraldo, diretor artístico do Lollapalooza Brasil. "Os festivais são um reflexo do que acontece no mercado. O pop hoje é o gênero mais consumido, então é natural que tenha espaço maior."

 

A visão de que o Lollapalooza era um festival voltado ao público indie remete ao seu surgimento nos Estados Unidos, em 1991. O vocalista da banda Jane's Addiction, Perry Farrell (considerado o criador do festival), acreditava que uma turnê que unisse bandas underground e alternativas poderia fazer sucesso com um público mais amplo. A primeira edição teve atrações como Nine Inch Nails, Violent Femmes, Siouxsie and the Banshees e Ice-T. Nos anos seguintes, o rock alternativo seguiu como destaque, mas deu espaço para o punk, o rap e o eletrônico, abrindo caminho para artistas menos conhecidos.

 

Já naquele período, a atração principal costumava ser mais mainstream, para atrair um público maior - casos de Red Hot Chilli Peppers, Green Day, Metallica e Ramones -, mas nada de pop. Essas histórias são contadas no livro Lollapalooza: The Uncensored Story of Alternative Rock's Wildest Festival, dos jornalistas Richard Bienstock e Tom Beaujour. Recém-lançado nos EUA, o livro narra as dificuldades pelas quais o festival passou nos anos seguintes, tentando unir a cultura alternativa com o retorno financeiro.

 

O Lollapalooza foi interrompido em 1997 e voltou só em 2003. O festival se adaptou ao mercado, cresceu e lançou edições na América do Sul e na Europa, com a raiz alternativa cada vez mais distante.

 

Atualmente engenheiro de software e com 34 anos, Abner das Dores agora coleciona sete idas ao festival. Acompanhou as alterações da edição brasileira e viu, além da mudança do local, o lineup agregando gêneros além do indie e do rock e a inclusão da roda-gigante e das famosas ativações.

 

BRINDES

 

Hoje, há até quem vá ao Lollapalooza não pelas atrações em si, mas pela experiência, que inclui esperar em filas demoradas para pegar brindes de patrocinadores e caminhar quilômetros entre um show e outro. Beraldo argumenta que as ativações são consequência de marcas que se identificam com o festival e seu público, mas que a organização não deseja que isso seja maior do que o essencial: a música.

 

Abner diz que, com a mudança do evento do Jockey para o Autódromo de Interlagos, a experiência do festival piorou. "Eu entendo a visão de que, quanto mais gente colocar no festival, mais a empresa consegue lucrar com isso, mas eu acho que perde um pouco da qualidade", diz.

 

Não dá para dizer mais que se trata de um evento focado no público alternativo - mas, talvez, isso seja consequência do desejo dos produtores de acompanhar o público jovem.

 

A organização do Lolla, contudo, nega essa intenção, argumentando que, das seis atrações principais, apenas duas ou três seriam realmente voltadas para os mais jovens. "Os mesmos fãs que escutam pop também escutam rap, rock e eletrônico, pode ser em menor grau, mas escutam. Temos de ter um pé em tudo", diz Beraldo. E essa proposta, ele diz, tem sido responsável por trazer ao Brasil "os artistas mais relevantes do momento."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, de 61 anos, preso na quinta-feira, 24, após dirigir bêbado com uma mulher nua no colo e atropelar uma ciclista, foi libertado nesta sexta-feira, 25, após pagamento de fiança no valor de R$ 40 mil. Ele vai responder em liberdade pelo crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.

A reportagem não havia conseguido contato com a defesa do ex-juiz até a publicação deste texto.

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A ciclista Thais Bonatti de Andrade, de 30 anos, passava em sua bicicleta e foi atingida. Ela sofreu ferimentos graves e foi internada na unidade de emergência da Santa Casa da cidade.

De acordo com a Polícia Civil, o juiz aposentado apresentava fala desconexa, falta de coordenação motora e forte odor etílico quando foi abordado pelos policiais. Um exame clínico confirmou que ele estava embriagado no momento do acidente.

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A ciclista que foi atropelada passou por duas cirurgias na quinta-feira, 24, para a correção de fraturas. Ela também sofreu traumatismo craniano e sua condição de saúde é considerada grave.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) informou que os autos referentes à audiência de custódia que resultou na soltura do juiz estão sob segredo de justiça, de modo que as informações e documentos são de acesso restrito às partes.

Quem é o juiz?

Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, de 61 anos, fez sua carreira como juiz da 1.ª Vara Cível de Araçatuba, a 530 quilômetros da capital São Paulo, até se aposentar em 15 de agosto de 2019.

Segundo dados do Tribunal de Justiça de São Paulo, disponíveis no Portal da Transparência da Corte, entre janeiro e junho, ele teve rendimento bruto somado de R$ 917 mil. Com os descontos, seu contracheque líquido bateu em R$ 781 mil acumulados no período, média de R$ 130 mil/mensais.

Um juiz aposentado foi preso na manhã desta quinta-feira, 24, depois de atropelar uma ciclista na cidade de Araçatuba, interior do Estado de São Paulo.

O acidente aconteceu na Avenida Waldemar Alves, no bairro Jardim Presidente, quando o homem dirigia uma caminhonete Ford Ranger e parou o veículo próximo a um supermercado.

A Polícia aponta que uma mulher que acompanhava o magistrado estava nua e tentou sentar em seu colo. Neste momento, ele acelerou o carro e acabou atingindo a ciclista.

O Estadão não conseguiu contato com a defesa do juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior. O espaço está aberto.

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Júnior foi levado à Delegacia Seccional e submetido a exame clínico de embriaguez. O médico legista atestou que o juiz estava alcoolizado. A polícia deu voz de prisão ao magistrado. Júnior foi indiciado por lesão corporal culposa.

Quem é a vítima e qual seu estado de saúde?

A ciclista Thais Bonatti, de 30 anos, está hospitalizada em estado grave. Quando a Polícia Militar chegou ao local da ocorrência, Thais já tinha sido socorrida ao pronto-socorro.

Um funcionário sofreu mal súbito no topo de uma torre de celular com aproximadamente 20 metros de altura, precisando ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros na manhã desta sexta-feira, 25, na Rua São João da Boa Vista, 45, no bairro de Americanópolis, zona sul da cidade de São Paulo. Não há detalhes sobre o atual estado de saúde da vítima.

Conforme a corporação, a ocorrência foi registrada por volta das 10 horas da manhã, sendo o homem retirado da torre, aos cuidados da Unidade de Suporte Avançado (USA), em parada cardiorrespiratória. Ele foi encaminhado ao Hospital Pedreira.

Segundo os bombeiros, o funcionário estava inconsciente. Ele ficou preso pelo cinto de segurança. Ao menos cinco viaturas colaboraram para o atendimento da ocorrência.