'The Last of Us': criadores explicam exibição de momento marcante do jogo já no 2º episódio

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O texto abaixo contém spoilers do segundo episódio da nova temporada de 'The Last of Us'.

 

A HBO e a Max exibiram no domingo, 20, o segundo episódio da nova temporada de The Last of Us. A produção trouxe um dos momentos mais aguardados e polêmicos do videogame: a morte de Joel, interpretado por Pedro Pascal. A cena, marcada por violência, foi debatida pelos criadores Craig Mazin e Neil Druckmann em entrevista à revista Variety.

 

Na trama, Joel é atacado por Abby (Kaitlyn Dever) durante uma patrulha, após ajudá-la a escapar de infectados. Ela o atrai até uma cabana, onde o personagem é ferido e espancado diante de Ellie (Bella Ramsey), que tenta intervir. A motivação da personagem está ligada aos acontecimentos do final da primeira temporada. Enquanto isso, a cidade de Jackson lida com uma invasão de infectados, ampliando a tensão.

 

Druckmann explicou que o momento precisava ocorrer ainda no começo da temporada para dar início ao novo arco narrativo da série - no jogo, a morte de Joel também acontece no início. Para ele, atrasar essa virada poderia enfraquecer o impacto da história.

 

Mazin completou dizendo que o desafio era equilibrar a surpresa para quem ainda não conhecia o jogo e a expectativa de quem já sabia o que viria.

 

"Existe o risco de atormentar o público, e não é isso que queremos fazer. Se as pessoas souberem que isso vai acontecer, vão começar a se sentir atormentadas. E quem não sabe, vai acabar descobrindo, porque todo mundo comentaria sobre a ausência da cena", explicou o criador. "Nosso instinto foi garantir que, quando acontecesse, parecesse natural dentro da história - e não como uma escolha pensada apenas para abalar o público."

 

A versão televisiva da história também expande elementos que, no jogo, aparecem apenas como menções. A crise em Jackson, por exemplo, foi mostrada de forma mais direta, o que ajuda a consolidar o local como um personagem dentro da narrativa. "Queríamos que o público levasse Jackson em consideração daqui para frente", disse Druckmann.

 

O episódio também aprofunda a relação entre Joel e Dina (Isabela Merced), que não chega a ser mostrada no jogo. A adaptação sugere que, ao longo dos anos em Jackson, Joel e Dina desenvolveram uma conexão próxima, o que reforça o impacto emocional do ataque. Já a dinâmica entre Ellie e Dina ainda está em construção, com diferenças importantes em relação ao material original.

Em outra categoria

Um juiz aposentado, de 61 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira, 24, depois de atropelar uma ciclista na cidade de Araçatuba, interior do Estado.

Informações da Polícia Civil indicam que o magistrado, identificado como Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, estava alcoolizado no momento do acidente. A reportagem tenta contato com a defesa dele.

A vítima, Thais Bonatti, de 30 anos, está hospitalizada em estado grave.

Conforme o boletim de ocorrência, o caso aconteceu na Avenida Waldemar Alves, no bairro Jardim Presidente. Júnior estava dirigindo uma caminhonete modelo Ford Ranger, quando parou o veículo perto de um ponto de descarga de mercadorias de um supermercado.

O registro policial informa que uma mulher que o acompanhava tentou sentar em seu colo. Neste momento, o juiz aposentado acelerou o carro e passou com a caminhonete por cima da ciclista.

Quando a Polícia Militar chegou ao local da ocorrência, Thais já tinha sido socorrida ao pronto-socorro. Os agentes foram ao local e constataram que o estado de saúde da vítima era grave. A perícia técnica foi acionada para investigar o caso.

Júnior foi levado à Delegacia Seccional e submetido a exame clínico de embriaguez. O médico legista atestou que o juiz estava "alcoolizado/embriagado". Um juiz das garantias foi acionado também para acompanhar a ocorrência.

A polícia deu voz de prisão ao magistrado e, na sequência, a sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva (sem prazo pré-definido).

Fernando Júnior foi indiciado por lesão corporal culposa e encaminhado à cela especial da Cadeia Pública de Penápolis, interior do Estado, onde aguardará a audiência de custódia.

O Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça o operador de sistemas João Nazareno Roque, apontado como o hacker que executou sofisticado esquema criminoso para consumar o furto de R$ 479,3 milhões da conta de liquidação do Banco BMP por meio de transferências eletrônicas fraudulentas via sistema PIX.

Segundo a acusação, Roque se valeu de sua condição profissional e do acesso privilegiado aos sistemas internos da empresa.

O golpe foi executado entre os dias 22 e 30 de junho. O promotor criminal Rafael Adeo Lapeiz destaca que o operador violou o mecanismo de segurança e subtraiu, para si e para terceiros, por meio de dispositivo eletrônico conectado à rede de computadores, com violação de mecanismo de segurança e utilização de programa malicioso, R$ 479,3 milhões, de propriedade do Banco BMP Instituição de Pagamento S.A.

A C&M Software, anota o promotor, é uma empresa responsável pela intermediação técnica das transações entre o Banco BMP e o Banco Central. Segundo Lapeiz, o acusado executou um sofisticado esquema criminoso.

Roque foi preso temporariamente pela Polícia Civil de São Paulo e confessou sua participação na fraude mediante uma comissão de R$ 15 mil.

O promotor pediu a conversão do regime temporário em prisão preventiva para o hacker. Ele destaca a gravidade do crime, o vulto do prejuízo causado e os indícios de reiteração criminosa, pela conveniência da instrução criminal, tendo em vista o risco concreto de destruição de provas eletrônicas.

Lapeiz vê, ainda, riscos de que, em liberdade, o hacker promova interferência em sistemas e comunicação com os demais membros da organização criminosa ainda não identificados.

Também sustenta que a custódia preventiva de Roque vai assegurar a aplicação da lei penal, considerando que o denunciado ainda não recebeu sua parcela dos valores prometidos, o que potencializaria sua capacidade de fuga.

"A custódia cautelar é indispensável para quebrar o sistema comunicativo da associação criminosa e garantir a eficaz identificação de todos os envolvidos", argumenta o promotor.

Lapeiz pediu que os autos sejam encaminhados à 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Ele concordou com o pedido da Polícia para instauração de um inquérito à parte, destinado à investigação do crime de associação criminosa.

"A medida se justifica pela complexidade da operação criminosa, que envolveu múltiplos agentes em diferentes núcleos (intelectual, operacional e financeiro), bem como pela necessidade de individualização das condutas e aprofundamento das investigações para identificação dos demais partícipes", assinala o promotor.

Em seu entendimento, a cisão investigatória atende aos princípios da eficiência administrativa e da economia processual, evitando o tumulto procedimental e permitindo a persecução penal adequada de todos os envolvidos.

O promotor descarta a possibilidade de um acordo com Roque. "Em que pese a primariedade do denunciado, não se mostra cabível a propositura de acordo de não persecução penal. Nesse sentido, a pena mínima cominada ao delito de furto qualificado excede o limite máximo previsto no artigo 28-A, caput, do Código de Processo Penal, que estabelece a possibilidade do acordo apenas para infrações penais com pena mínima inferior a quatro anos."

"Ademais, a gravidade concreta do fato, envolvendo prejuízo de quase meio bilhão de reais e violação de dever profissional, torna inadequada a aplicação do instituto despenalizador", adverte Lapeiz.

A denúncia ressalta que, segundo esclarecido por Kevin Venâncio SantAna, coordenador de Operações da C&M Software, as funções atribuídas a Roque eram limitadas ao atendimento de clientes e monitoramento das aplicações onde rodam os softwares que fazem todas as operações fornecidas pela empresa, como transferências PIX, TEDs e pagamento de boletos.

"Destaca-se que a empresa não realizava nenhum tipo de programação, limitando-se apenas ao cuidado do sistema, podendo restartar o sistema em casos de travamentos ou erros e realizar pequenas manutenções", anota o promotor.

Segundo ele, João Nazareno Roque, bem como todos os outros funcionários e jovens aprendizes, executava exatamente esses procedimentos operacionais básicos, não possuindo autorização nem competência técnica para inserir códigos de programação ou executar comandos avançados nas máquinas da empresa.

"Dessa forma, a execução de scripts maliciosos pelo denunciado extrapolou completamente suas atribuições funcionais legítimas, caracterizando clara violação dos protocolos internos e uso indevido de seu acesso privilegiado aos sistemas", diz a denúncia.

O promotor relata que no dia 27 de junho, os agentes externos, utilizando-se da porta de entrada criada pelo denunciado, instalaram uma VPN (Ligolo Proxy) no sistema, mascarando o tráfego de dados e preparando a infraestrutura necessária para a execução das transferências fraudulentas.

A Agência Nacional de Mineração (ANM) elevou o nível de emergência da barragem B1-A para nível 2, em Brumadinho, no interior de Minas Gerais. Conforme a agência, foram identificadas condições de estabilidade marginal na estrutura da barragem.

A medida é preventiva, visando resguardar as pessoas que ocupam o entorno da barragem, diz a ANM, em nota. Isso porque os estudos conduzidos por auditores e projetistas não foram conclusivos sobre a segurança da estrutura. A Emicon Mineração e Terraplenagem, responsável pela barragem, foi procurada e ainda não deu retorno.

A ANM considerou que houve insuficiência nas investigações geotécnicas. "Apesar da realização de novas investigações, tais dados ainda não foram integrados às análises por questões contratuais pendentes. Diante desse cenário, a ANM determinou a contratação de uma empresa independente para realizar nova análise, considerando as informações disponíveis", diz o comunicado.

O objetivo seria garantir de forma segura a retirada de ao menos dez famílias de comunidades do entorno. "Não foram registradas anomalias que indiquem risco iminente de rompimento e a decisão foi tomada durante o período de estiagem, o que reduz os riscos hidrológicos. A medida visa garantir que a evacuação da população ocorra de forma segura e organizada", diz.

Conforme a agência, a decisão se deu com articulação prévia com o Ministério Público Federal, o Estado de Minas Gerais e a Fundação Estadual do Meio Ambiente, além da Defesa Civil e prefeitura de Brumadinho. A agência acionou também o acordo de cooperação técnica com a Defesa Civil de Minas e realizou sobrevoo conjunto na área da barragem e da zona de salvamento (entorno). A agência informou que continua acompanhando a situação da B1-A "de forma rigorosa e transparente".

Famílias já deixam área crítica

A barragem que passou do nível 1 para o 2 está localizada na Serra da Conquista, na sub-bacia do Córrego dos Quéias. A escala vai de 1 a 3, em ordem crescente de risco. Depois de ser notificada pela agência, a prefeitura de Brumadinho deu início à notificação dos cerca de 40 moradores da necessidade de evacuação para áreas mais seguras.

Conforme o município, a previsão é que a retirada das famílias comece nesta sexta-feira, 25, e se complete em cinco dias. A maioria vai para a casa de parentes.

Na tarde desta quinta-feira, uma parte dos moradores já tinha deixado a área. Foi criada uma comissão estratégica no município para acompanhar as medidas preventivas em relação à barragem.

A barragem B1-A está na mira do Ministério Público de Minas Gerais desde 2022, quando a Emicon firmou um termo em que se comprometeu a melhorar as condições de segurança desta e de outras barragens - Quéias, Dique B3 e Dique B-4, localizadas em Brumadinho. Em outubro do ano passado, uma nota técnica da ANM alertava para a ausência de atividade humana na mina do Quéias e indícios de descaracterização dessas estruturas.

Tragédia em 2019 matou 272

A barragem B1-A não tem relação com a B-1, a barragem da Vale também localizada em Brumadinho, que rompeu em 2019, causando a morte de 272 pessoas e um grande desastre ambiental. O volume total do represamento da Emicon é de 914 mil metros cúbicos de sedimentos, 13 vezes menos do que o volume acumulado na B1.

Com o rompimento da barragem da Vale, 12 milhões de metros cúbicos vazaram, atingido vilas, estradas e rios.

No vazamento ocorrido na barragem do Fundão, em Mariana, em 2015, também em Minas, vazaram 43 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A área era menos habitada e 19 pessoas morreram, mas o desastre ambiental foi sem precedentes, contaminado a Bacia do Rio Doce.