Em 'Carême', um chef rebelde se aproxima de Napoleão

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Burguesia francesa, espionagem e confeitaria, tudo junto e misturado. Em poucas palavras, é difícil definir Carême - O Rebelde da Culinária, a mais nova produção da AppleTV+, mas esses três termos dão pro gasto. O chef dos reis, ou o rei dos chefs, Antonin Carême (Benjamin Voisin) ficou conhecido por seus doces mirabolantes e complexos em plena era napoleônica.

De origem humilde, foi abandonado pelos pais em Paris e seguiu a vida sempre dentro da cozinha, até conhecer Bailly (Vincent Schmitt), confeiteiro, mentor e a única figura paterna que o protagonista conheceu. A série, de oito capítulos, começa com o convite para que o jovem cozinheiro integre o time de chefs de Napoleão Bonaparte. Relutante, Carême aceita, pressionado por Charles-Maurice de Talleyrand (Jérémie Renier), um político e estrategista que pede para o cozinheiro obter informações sobre os próximos passos do imperador. Em troca, Talleyrand promete salvar o pai adotivo de Carême da prisão.

A partir do dia 30 de abril, o espectador pode se envolver com a produção baseada no livro Cooking for Kings: The Life of Antonin Carême, the First Celebrity Chef, (Cozinhando para Reis: A Vida de Antonin Carême, o Primeiro Chef-Celebridade, em tradução livre) de Ian Kelly, também criador da série. Para a produção da AppleTV+, Kelly teve a parceria de Davide Serino e direção de Martin Bourboulon, Laïla Marrakchi e Matias Boucard.

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Carême ganha destaque na telinha como um jovem ambicioso, conquistador e extremamente talentoso na cozinha. Além de tudo que cabia ao verdadeiro Carême, na produção, a faceta "espião" também foi explorada. Não há comprovação histórica, mas consta que o chef ficou de fato conhecido por cozinhar para figuras importantes de sua época, incluindo Talleyrand e Napoleão.

Dos tantos "Carêmes" para equilibrar em um único indivíduo, Benjamin Voisin destaca que "embora muito confiante, extrovertido e arrogante, também buscou mostrar sua vulnerabilidade e desenvolvimento enquanto passava da adolescência para um momento mais adulto, em oito episódios".

O diretor Martin Bourboulon também percebe essa complexidade do protagonista. Sobre Carême, ele conta que tentou trazer uma visão de chef talentoso para a personagem, mas também mostrar sensualidade e atitude. "De certo modo, ele tinha um jeito bem rebelde, mas, em seu trabalho, ele era sério - mas também jovem e louco." Foi preciso mesclar tudo isso quando o diretor se viu diante de um indivíduo que parecia ser muitas pessoas em uma só.

Além disso, já no início do projeto, Bourboulon ficou empolgado ao ver que todos os temas funcionavam bem juntos: comida, sexo e política. "Fiquei animado ao descobrir, ou redescobrir, um chef francês tão famoso como Carême, mas sobre o qual parte do público nunca tinha ouvido falar." Seja para tratar algum tipo de doença com ervas medicinais, ou evitar uma crise política com cupcakes, a verdade é que, quando o assunto é comida, o protagonista nunca está para brincadeira. Por isso, o "péssimo cozinheiro", como o próprio Voisin se intitula, teve de aprender a ser um grande chef para interpretar Carême.

Tanto Benjamin, quanto a já amante da cozinha Alice Da Luz, que interpreta Agathe, cozinheira da equipe de Napoleão, receberam orientações de um chef francês e tomaram aulas na famosa escola Ferrandi de gastronomia, em Paris.

O processo foi tão profundo que, durante as aulas, os atores fingiam ser os próprios personagens. "Éramos verdadeiros estudantes, com aulas de culinária e hospitalidade. Até usamos os nomes de nossos personagens para nos comunicar", conta Alice. "Ali aprendemos postura, gestos, nomes de comidas, ingredientes e como criar uma personalidade na cozinha", acrescenta.

Segundo Benjamin, o trabalho com o chef foi essencial para que as técnicas viessem automaticamente, durante as filmagens. "Tudo foi trabalhado para que o público assistindo à série realmente quisesse experimentar aquela comida."

O diretor Martin Bourboulon destaca que foi preciso trabalhar muito bem os conceitos de comida e cozinha na fotografia da série. "A culinária é importante para toda a vida de Carême, para seu pai, seu trabalho, Talleyrand e também para determinados enredos da série. Em certo momento do segundo episódio, por exemplo, a comida se torna um fator decisivo. Ela passa a ser uma ferramenta fundamental para assuntos diplomáticos."

Até as personagens que não estão ligadas diretamente à culinária são incluídas nesse tema. Ao interpretar Charles-Maurice de Talleyrand, Jérémie Renier compreendeu que o estrategista se utilizou da comida e das habilidades de Carême para conquistar seus objetivos e ambições. "A grande pergunta do livro de Ian Kelly é o que aconteceria se, de repente, Carême tivesse um lugar à mesa graças a seu ofício e como ele teria impacto em relações diplomáticas."

EMPODERAMENTO

Em Carême - O Rebelde da Culinária, a comida e o poder andam lado a lado e, por vezes, se misturam. Talleyrand vê as habilidades culinárias do protagonista como uma forma de entrar no palácio de Napoleão e obter informações. Carême vê uma forma de salvar seu pai e ainda subir na vida. Para Agathe, no entanto, o poder da comida é algo ainda mais profundo.

No primeiro episódio, assim que Carême começa a trabalhar na cozinha do palácio de Napoleão, ele conhece a personagem, que logo o instiga: "Você deve estar se perguntando o que uma mulher está fazendo aqui, não é?". Ela é a única mulher em posição de poder naquele espaço.

"Eu quis trazer uma força de caráter para Agathe, que foi uma chef que realmente existiu e que trabalhou em cozinhas francesas famosas. Eu quis colocar Agathe como alguém que estava no front e não nas sombras, mostrando sensibilidade na cozinha, mas também sua força e dedicação", conta Alice Da Luz.

DESAFIOS

Filmar comida e pessoas cozinhando é desafiador, e o diretor conta que um dos segredos estava em equilibrar planos fechados e abertos. A trama de Carême prende do início ao fim e vale a pena observar como as muitas camadas do protagonista e do enredo se desdobram a cada episódio. Como em uma receita, todos os ingredientes harmonizam perfeitamente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A propagação de uma frente fria muda o tempo nesta segunda-feira, 28, na cidade de São Paulo e região metropolitana, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo. Há expectativa para chuva ao longo do dia.

"Imagens dos radares meteorológicos mostram chuva fraca entre as regiões de Botucatu e Itu, no interior paulista. No decorrer da manhã, essas instabilidades se deslocam rumo à Grande São Paulo. A expectativa é de precipitações inicialmente fracas, mas que podem ganhar força e se generalizar ao longo do dia", disse o CGE.

A manhã desta segunda-feira, 28, começou com céu encoberto e formação de névoa em trechos da capital paulista e Grande São Paulo, de acordo com o órgão municipal.

Queda de temperatura

Na terça-feira, 29, o sistema frontal se afasta, mas os ventos que sopram do mar favorecem a entrada do ar frio e úmido. Há potencial para garoa entre a madrugada e o início da manhã e no fim da tarde e noite. Destaque para a queda da temperatura", alerta o CGE.

Veja a previsão para a cidade de SP, segundo a Meteoblue:

- Segunda-feira: entre 18ºC e 23ºC;

- Terça-feira: entre 16ºC e 20ºC;

- Quarta-feira: entre 15ºC e 21ºC;

- Quinta-feira: entre 15ºC e 23ºC;

- Sexta-feira: entre 15ºC e 24ºC.

Um dia após o sepultamento do papa Francisco, uma missa em sufrágio ao pontífice foi realizada na manhã de ontem no Vaticano. A celebração reuniu milhares de pessoas na Praça São Pedro. Na missa, o líder católico foi chamado de "o pastor que o Senhor deu ao povo" pelo cardeal Pietro Parolin - secretário de Estado do Vaticano e próximo de Francisco. De acordo com a Vatican News (portal oficial da Santa Sé), a celebração reuniu funcionários do Vaticano e religiosos, além de adolescentes católicos de diversas partes do mundo e fiéis.

A grande quantidade de jovens presentes se deve à canonização que ocorreria neste domingo de Carlos Acutis - jovem que morreu aos 15 anos, em 2006, e está prestes a se tornar o primeiro "santo millennial" ou "santo da internet". Contudo, a cerimônia foi adiada após a morte de Francisco, e será remarcada pós-conclave.

Na missa, o cardeal falou do luto e da importância de manter o legado do papa. "O nosso carinho por ele, que se manifesta nestas horas, não deve permanecer uma simples emoção do momento; devemos acolher o seu legado e torná-lo vida vivida", salientou. "Só a misericórdia cura, só a misericórdia cria um mundo novo, extinguindo os focos de desconfiança, ódio e violência: este é o grande ensinamento do papa Francisco."

"Recordamos com carinho o nosso amado papa Francisco. Esta memória está particularmente viva entre os funcionários e fiéis da Cidade do Vaticano, muitos dos quais estão aqui presentes, e a quem gostaria de agradecer pelo serviço que prestam diariamente. A vós, a todos nós, ao mundo inteiro, o papa Francisco envia do céu o seu abraço", declarou o cardeal.

Parolin falou ainda sobre paz, tema caro a Francisco: "Recordou-nos que não pode haver paz sem o reconhecimento do outro, sem a atenção aos mais fracos e, sobretudo, nunca pode haver paz se não aprendermos a perdoar-nos reciprocamente, usando entre nós a mesma misericórdia que Deus tem para com a nossa vida."

ALEGRIA

Para a missa, as pessoas se aglomeraram em diversas vias do Vaticano - inclusive, muitos brasileiros. Na missa, o cardeal destacou outra das marcas do pontífice: a alegria. "Lembrou-nos disso desde a sua eleição e repetiu-o a nós muitas vezes, colocando no centro do seu pontificado a alegria do Evangelho", destacou. "A alegria pascal, que nos sustenta na hora da provação e da tristeza, hoje é algo que quase se pode tocar nesta praça. É visível sobretudo nos vossos rostos."

Ontem foi o segundo dia dos "novendiais", nove dias seguidos de missas em sufrágio de Francisco, chamado de Domingo da Misericórdia. A data também é marcada como o segundo domingo de Páscoa, celebrado pela Igreja Católica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um auxiliar de enfermagem de 31 anos foi preso em flagrante na madrugada deste domingo, 27, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), por estupro de vulnerável contra um paciente de 39 anos.

Em nota, o hospital afirma que acionou a Polícia Civil após identificar um caso de violência cometido por um de seus colaboradores. O indivíduo foi preso logo após a denúncia e foi imediatamente demitido por justa causa.

"O HCFMUSP repudia veementemente o ocorrido e reafirma seu compromisso inegociável com a ética, a segurança e a dignidade humana", diz a instituição.

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De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o caso foi registrado pelo 14º Distrito Policial (Pinheiros) e o suspeito foi encaminhado à audiência de custódia, ficando à disposição da Justiça.

Entre os melhores do mundo

Vinculado à Universidade de São Paulo (USP), o HC é considerado o maior hospital da América Latina e, pelo terceiro ano consecutivo, foi a única instituição pública do Brasil a figurar no ranking global divulgado pela revista americana Newsweek com os melhores hospitais do mundo.