Elenco de 'Round 6' comenta crescimento de seus personagens na 3ª temporada

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Sucesso coreano da Netflix, Round 6 chegará à sua terceira e última temporada nesta sexta-feira, 27. Com seis episódios, o novo ano encerrará a trajetória de Gi-hun (Lee Jung-jae) nos jogos sádicos comandados pelo Líder (Lee Byung-hun).

Ao fim da segunda temporada, Gi-hun tentou comandar uma revolução dos jogadores contra os organizadores dos jogos, mas acabou falhando, com os soldados de rosa deixando vários mortos na ilha. Apesar das perdas, o protagonista se mantém forte em sua missão de chegar ao fim dos jogos e salvar quantas pessoas puder.

"Acho que o que o motiva a recuperar a força que ele precisa e um vislumbre de esperança são as pessoas que ele vê à sua volta", disse Jung-jae em entrevista ao Estadão. "Alguns deles, apesar da situação ser extremamente brutal e cruel, ainda se apegam a uma última esperança, e isso permite que ele se erga do fundo do poço e se apegue ao que ele precisa para seguir em frente."

Tendo se infiltrado entre os jogadores para ficar de olho em Gi-hun, o Líder entrou no segundo ano com uma responsabilidade maior, conforme lembrou Byung-hun. "Na primeira temporada, ele era apenas um recepcionista. Ele estava lá para receber os convidados e liderar [os soldados]. Naquela época, Oh Il-nam (Oh Yeong-su) era o anfitrião."

E acrescentou: "Depois da morte do Il-nam, o Líder herda este papel, então dá para dizer que ele tem uma responsabilidade a mais. Agora ele é tanto o recepcionista quanto o anfitrião."

Motivações que movem os coadjuvantes

Park Sung-hoon, intérprete de Hyun-ju, vê sua personagem divida entre dois objetivos diferentes: um que a motivou a entrar nos jogos e outro que a fez permanecer. "Acho que podemos definir suas motivações em duas partes. A primeira era seu objetivo e sua esperança de conseguir fazer sua cirurgia de afirmação de gênero e se mudar para a Tailândia e começar uma vida nova por lá", disse. "A segunda parte do que a motiva é sua determinação de proteger Geum-ja e Joon-hee", explicou ele, citando a figura materna que sua personagem encontrou no cárcere e a jovem grávida que ela passa a defender com suas ações.

Atriz responsável por dar vida a Geum-ja, Kang Ae-sim fala sobre o impacto que sua personagem teve nos outros participantes dos jogos. "Acho que ela influenciou as motivações de Joon-hee [de dar uma vida boa ao seu bebê], a Gi-hoon e a Myung-gi."

Embora impacte alguns dos principais personagens da nova temporada, Geum-ja não consegue passar sua bondade a outros participantes. "Eles estão lá só por dinheiro. Mas sabe como é, um passo de cada vez. Estou satisfeita que meu arco final tenha tido um impacto real em poucos personagens."

Um desses personagens que recebeu o apoio de Geum-ja foi Joon-hee, uma jovem grávida que entrou nos jogos mortais com o objetivo de conseguir dinheiro para criar seu bebê sozinha. Na ilha, ela encontra Myung-gi, pai da criança, com quem ela evita contato mesmo em situações extremas.

"Acho que Joon-hee tem uma vontade enorme de proteger seu bebê", afirmou Jo Yu-ri, que vive a jovem. "Como ela está grávida, ela tem esse instinto protetor. (...) Tentei retratar um estado de confusão, aquele momento em que uma pessoa ainda não está pronta para ser mãe." "Para mim, foi uma questão de equilíbrio. Toda vez que algo acontecia, eu pensava 'o quanto Joon-ho vai se abrir ou não para Myung-gi?'. Então, fui procurando esse equilíbrio e nós tivemos muitas conversas sobre isso e ensaiamos bastante também."

Vivido por Yim Si-wan, Myung-gi foi um dos principais responsáveis pela presença de muitos jogadores desta edição, tendo encorajado muitos deles a investir todo o seu dinheiro em criptomoedas e levando-os à falência. Suas dívidas, no entanto, não são o que movem o personagem.

"Myung-gi é uma pessoa gananciosa", disse o ator. "Mas acredito que seu amor por Joon-hee seja verdadeiro e sua motivação para sobreviver seja, na verdade, ela [e não o dinheiro]." Si-wan afirmou ainda que os eventos da terceira temporada de Round 6 levam a uma mudança no comportamento do personagem, que passa a agir também "com vitimismo e desejando vingança".

Comentários sociais x percepção do público

Criada e dirigida por Hwang Dong-hyuk, Round 6 traz um claro comentário anti-elites, retratando pessoas excessivamente ricas como seres sádicos que se deleitam em ver aqueles em dificuldades sofrendo por uma quantidade de dinheiro ínfima diante de suas fortunas.

Na segunda temporada, esse comentário se torna ainda mais claro quando Gi-hun se organiza com outros jogadores para criar uma frente unida armada e tentar derrubar os organizadores dos jogos, sendo traído pelo Líder nos momentos finais.

Embora tenha incluído essas críticas sociais em seu texto e subtexto, Dong-hyuk diz não se incomodar com o fato de alguns espectadores não entenderem essa camada de Round 6. "Não quero dizer [a ninguém] que existe uma maneira certa de apreciar a série e não acho que você precise entender sua mensagem para gostar dela", argumentou o cineasta.

"Existem muitos públicos ao redor do mundo e cada indivíduo pode gostar e consumir o conteúdo de suas próprias maneiras. Algumas pessoas se divertem e se interessam pela mensagem do subtexto, enquanto para outras, eu acho, o apelo da série é o choque visual e o fator de entretenimento dos jogos."

Dizendo que não questionaria alguém que não percebeu suas críticas sociais, Dong-hyuk disse se sentir realizado apenas com o fato de gostarem da série. "Acho que se foi uma série boa e divertida para você assistir, estou feliz."

"Dito isso, se você tiver uma oportunidade para assisti-la novamente, espero que você encontre e entenda um pouco mais a mensagem. Eu ficaria muito grato se as pessoas fizessem isso", concluiu o cineasta.

Onde assistir 'Round 6'?

Com seis episódios, a terceira e última temporada de Round 6 estreia na Netflix em 27 de junho. As duas primeiras temporadas seguem disponíveis na plataforma.

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A cidade de São Paulo não deve ter fortes chuvas na noite deste sábado, 8, segundo boletim divulgado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura. As chances de rajadas de vento, porém, se mantêm.

No Paraná, ao menos seis pessoas morreram e 750 ficaram feridas após a passagem de um tornado na tarde de sexta-feira, 7, na região centro-oeste do Estado.

A previsão era de que a chuva seguisse em direção a São Paulo, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Até houve registros de fortes chuvas na capital durante a madrugada deste sábado, mas a situação não se prolongou. No fim da tarde, os termômetros marcavam 25°C, com umidade relativa em torno dos 73%, segundo o CGE.

O boletim divulgado no meio da tarde, às 15h, apontou que as instabilidades que atingiram a capital e a região metropolitana durante a madrugada já se afastaram em direção ao Sul de Minas e do Rio de Janeiro.

"Não são mais esperadas chuvas significativas ao longo do dia, mas ainda há potencial para a ocorrência de rajadas de vento de até 80km/h durante todo o dia e noite, o que vai favorecer a acentuada queda da temperatura", diz o CGE.

Climatempo alertou para ventania em São Paulo

Na sexta-feira, 7, a Climatempo alertou para o risco de ventos fortes inicialmente na Região Sul e, ao longo deste sábado, no Sudeste.

"No decorrer da tarde do sábado, o ciclone se desloca pelo oceano, indo em direção à costa de São Paulo e do Rio de Janeiro", afirmou, em nota.

Na madrugada e manhã de domingo, 9, a previsão é de que o ciclone se afaste em alto mar, na altura do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Defesa Civil emitiu alerta para os riscos de ciclone

Desde quinta-feira, 6, a Defesa Civil do Estado de São Paulo alerta para os riscos do ciclone extratropical, seguido por uma frente fria, que começou a se formar na sexta sobre o Sul.

O ciclone e a frente fria começaram a se formar a partir de uma área de baixa pressão atmosférica e ganharam força entre o Norte da Argentina e o Paraguai durante a tarde e a noite de quinta.

Os estados do Sul do País são os mais afetados, mas o fenômeno também fez o tempo ficar instável em São Paulo e outras regiões.

O Paraná viveu, nesta sexta-feira, 7, um dos eventos meteorológicos mais severos de sua história recente. Ao menos seis pessoas morreram e 773 ficaram feridas após a passagem de um tornado na região centro-oeste do Estado. Os fortes ventos deixaram um rastro de destruição na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, município de cerca de 14 mil habitantes localizado a aproximadamente 380 quilômetros de Curitiba.

O Estadão conversou com Sheila Paz, meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que detalhou as causas, a dimensão e as implicações climáticas do tornado. Ela explicou que a passagem de uma frente fria associada à formação de um ciclone na costa do Rio Grande do Sul deu origem a supercélulas de tempestade que levaram à formação do tornado.

O Simepar ainda investiga a ocorrência exata, mas a meteorologista confirma que três tornados foram registrados no Estado entre as 18h e as 20h de sexta-feira. O mais intenso atingiu Rio Bonito do Iguaçu, com ventos estimados em 250 km/h, o que corresponde à categoria F3 na escala Fujita, usada para medir a intensidade de tornados.

"É um tornado extremamente violento e devastador, o pior evento de tempestade da história recente do Paraná", afirmou Sheila, acrescentando que cerca de 80% da cidade foi afetada. Registros mostram que as rajadas provocaram destelhamento de residências, além de quedas de árvores e postes.

Apesar do impacto, Sheila explicou que tornados não são fenômenos desconhecidos na região. "Eles fazem parte da nossa climatologia. O que aconteceu foi que esse passou exatamente sobre uma cidade pequena, o que fez o estrago ser amplamente sentido", disse. Ela destacou que muitos eventos semelhantes ocorrem em áreas rurais, sem deixar registros visíveis ou danos significativos.

Segundo a meteorologista, a primavera é uma estação especialmente crítica, marcada pela passagem de frentes frias e tempestades intensas. "Nos últimos dois meses, tivemos várias tempestades severas no Paraná e em toda a região Sul. Estamos vivendo uma temporada muito movimentada", afirmou.

O que causou a formação do tornado?

Conforme o Simepar, os temporais na região estão associados a uma combinação de fenômenos que incluem o deslocamento de uma frente fria impulsionada por um sistema de baixa pressão atmosférica formado entre o Paraguai e o sul do Brasil, ao mesmo tempo que um ciclone extratropical se desloca do continente para o oceano.

"Observamos o avanço de uma frente fria associada a um ciclone bem estruturado entre o litoral gaúcho e o Atlântico. À frente dessa frente fria, se formaram células de tempestade que evoluíram para supercélulas. Dentro delas, houve a formação dos tornados", explicou Sheila.

O evento desta semana foi agravado por um ambiente atmosférico altamente instável, com "grande corredor de umidade e temperaturas elevadas" no interior do Estado, favorecendo o surgimento de supercélulas. "O ciclone trouxe umidade e energia em excesso e, quando encontrou calor no interior, criou as condições ideais para a formação desses sistemas", explicou.

Diferença entre tornado, ciclone e furacão

Um dos principais pontos de confusão entre o público é a diferença entre tornado, ciclone e furacão. Sheila explica que são fenômenos distintos, tanto em escala quanto em duração.

"O furacão é um sistema gigantesco, com centenas de quilômetros de extensão, formado sobre oceanos tropicais. Ele mantém ventos muito fortes por horas ou dias, como o furacão Melissa, que passou pela Jamaica recentemente", afirmou.

"Já o tornado tem dezenas de metros de diâmetro, forma-se dentro de uma supercélula e dura poucos segundos ou minutos. No caso do Paraná, a destruição observada ocorreu em cerca de 30 segundos."

O ciclone, por sua vez, é uma área de baixa pressão atmosférica, e pode ser o ponto de partida para uma frente fria e tempestades severas, como as que atingiram o Paraná. "O ciclone que se formou na costa do Rio Grande do Sul ajudou a organizar a frente fria, que por sua vez criou o ambiente propício às supercélulas. Dentro delas, surgiram os tornados", explicou.

Sheila lembra que o Brasil só registrou um furacão verdadeiro em sua história: o Furacão Catarina, em 2004, que atingiu o litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. "Furacões não pertencem à nossa climatologia, mas supercélulas e tornados sim", explicou.

Mudanças climáticas

Embora tornados façam parte da climatologia do Sul, Sheila reconhece que há sinais de mudança. "Os estudos mais recentes indicam aumento da intensidade e da frequência. Esses fenômenos sempre existiram, mas hoje acontecem com mais força e são registrados com mais facilidade. Essa chavinha já virou."

Para a meteorologista, a situação observada no Paraná se soma a um quadro mais amplo de eventos extremos na região. "O que vimos no Rio Grande do Sul no ano passado mostra que o clima está mudando. Temos tempestades mais severas, mais destrutivas, e isso exige preparo e investimento em monitoramento", disse.

A meteorologista reforça que, diante de um cenário climático mais severo, a educação da população e o fortalecimento dos sistemas de alerta são fundamentais. "É essencial que as pessoas saibam como agir diante de uma tempestade. Alertas precisam chegar com antecedência e a população precisa entender a gravidade desses eventos. Só assim conseguiremos reduzir o impacto humano e material."

O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), assinou neste sábado, 8, um acordo de cooperação técnica com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, para realizar um intercâmbio de projetos de sustentabilidade e urbanismo em meio aos trabalhos da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, na capital paraense.

A cerimônia foi realizada na sede da prefeitura de Belém. Depois da assinatura, a prefeita de Paris foi levada para conhecer um museu que funciona no local.

"A prefeita é uma referência no que diz respeito a cidades caminháveis, cidades arborizadas e resilientes, e uma referência também em urbanismo sustentável, então para nós é um motivo de satisfação e um momento em que Belém dá uma grande virada de chave e entra no mapa do planeta, tendo hoje essa oportunidade de assinar esse termo de cooperação técnica que vai fazer com que nossa cidade possa se capacitar ainda mais para os desafios pós Cop30", afirmou o prefeito.

Anne Hidalgo lembrou que Belém era conhecida como a Paris da América Latina e ressaltou a arquitetura e a riqueza cultural da cidade. No final do século 19, em uma época de prosperidade econômica por causa do ciclo da borracha, Belém ganhou esse apelido devido à realização de reformas inspiradas na capital francesa.