Filha do piloto do avião de Marília Mendonça confirma divisão injusta do seguro

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A polêmica do seguro do acidente de avião que matou Marília Mendonça e outras quatro pessoas em 2021 ganhou um novo capítulo nessa quarta-feira, 9, com uma nova fala de Vitória Medeiros, filha de Geraldo Medeiros, piloto da aeronave acidentada.

Em seu perfil no Instagram, a jovem confirmou a informação de que Dona Ruth Moreira, a mãe da cantora, exigiu 50% do valor do seguro destinado às outras vítimas do acidente. Inicialmente, a informação havia sido divulgada pelo jornalista Ricardo Feltrin.

"O seguro do avião tinha 1 milhão de dólares a ser repartido. Eram cinco vítimas do acidente e era um seguro por morte. Ou seja, divide, entre as cinco vítimas, as pessoas que têm que receber. No caso do meu pai, eu, a minha madrasta e os meus dois irmãos. E assim cada morto com seus dependentes", afirmou Vitória Medeiros em seu vídeo.

"A parte da Marília Mendonça pediu 50% disso e para mim não foi justo. Isso não foi justo. A gente tinha que fazer um acordo, se não iria para a Justiça. Eu fui contrária a essa decisão até o momento em que eu pude", continuou.

"É um seguro por morte, então tem que dividir. Não é de acordo com outros fatores, é de acordo com a morte. Foram 5 vítimas, todas as vidas valem igual, independente de quem foi na Terra, é uma vida e tem seus dependentes."

Ainda segundo Vitória, 50% do dinheiro destinado ao seguro foi para a família de Marília Mendonça e o restante do valor foi dividido entre as quatro famílias restantes. "A parte da Marília era a parte que mais tinha dinheiro ali. As outras famílias tinham menos, precisavam mais. O meu provedor foi embora. Esse dinheiro ia ajudar muito cada uma das famílias", explicou.

A jovem também afirmou que, apesar de ter sido contrária à decisão, acabou aceitando a partilha do seguro pois o processo, que durou meses, estava sendo postergado e causando problemas para os envolvidos.

Entenda o caso

Segundo Ricardo Feltrin, Dona Ruth procurou a seguradora menos de 24 horas após a queda da aeronave em Piedade de Caratinga, em Minas Gerais, para saber o valor do seguro. O valor seria de 1 milhão de dólares, que seria dividido igualmente entre as famílias.

Ao tomar conhecimento do valor, Dona Ruth teria procurado os familiares do produtor Henrique Ribeiro, de Abicieli Silveira Dias Filho - que era tio e assessor de Marília -, do piloto Geraldo Martins de Medeiros Junior e do copiloto do avião Tarcísio Pessoa Viana e proposto que ficasse com 50% do valor total do seguro.

Feltrin afirma que a mãe de Marília usou o argumento de que todas as vítimas estavam na aeronave por conta da cantora e que, caso se recusassem a aceitar o acordo, entraria com um processo na Justiça. As famílias teriam aceitado o acordo e dividido os outros 50%.

O advogado de Dona Ruth, Robson Cunha, não negou a informação, mas afirmou ao portal Metrópoles que há uma "campanha de difamação" contra sua cliente desde a notícia de que ela e o cantor Murilo Huff, pai de Léo, filho de Marília, disputam na Justiça a guarda do menino de 5 anos.

O Estadão entrou com contato a defesa de Dona Ruth e com a PEC Aviação, antiga PEC Táxi Aéreo, empresa que operava a aeronave na qual a cantora morreu, mas não obteve retorno até o momento. O espaço segue aberto.

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A Polícia Civil de São Paulo divulgou nesta quinta, 10, os resultados da Operação Rastreio, uma super ofensiva que varreu todo o Estado em busca de foragidos da Justiça. Foram capturados 920 condenados, a maioria por roubos e crimes sexuais, 48% deles reincidentes.

É a segunda fase da Operação Rastreio. As equipes saíram às ruas na segunda-feira, 7, e na terça, 8, para cumprir 1,4 mil mandados de prisão. Grande parte dos alvos veio de outros Estados. Segundo os investigadores, eles buscam refúgio em São Paulo onde tentam se ocultar no anonimato.

Na primeira etapa da Rastreio, executada no ano passado, foram presos 675 foragidos.

Na região da Grande São Paulo, onde a Polícia destacou um efetivo de 600 policiais e uma frota de 249 viaturas, foram feitas aproximadamente 220 prisões - além de seis adolescentes apreendidos nos dois dias de ação.

O delegado-geral de Polícia, Artur Dian, avalia que operações do padrão Rastreio 'restauram a confiança nas instituições e aliviam o sentimento de abandono'.

"O Estado que prende com base legal, prende para proteger", afirma Dian. "A prisão não é, e nunca deve ser, o único pilar do sistema penal. Mas negá-la em contextos como o brasileiro é fechar os olhos para a realidade das ruas."

O chefe da Polícia Civil considera que missões desse porte indicam que 'a Justiça, ainda que lenta para alguns, alcança todos'.

"Grande parte dos presos possui histórico criminal extenso", destaca Artur Dian. "Muitos atuavam há anos com liberdade, graças à morosidade (dos processos) ou fuga. A prisão interrompe trajetórias que iriam se consolidar em carreiras criminosas. A sociedade acompanha e reconhece as ações da polícia."

Uma tragédia abalou o Cânion Fortaleza, na região dos Campos de Cima da Serra (RS), nesta quinta-feira, 10. Uma criança de 11 anos caiu em um dos abismos do parque por volta das 13h, em um acidente que chocou visitantes e autoridades.

A menina, natural de Curitiba, no Paraná, estava em passeio com os pais e dois irmãos menores quando ocorreu o acidente. Segundo Andrews Mohr, secretário de Turismo de Cambará do Sul, a família havia parado para fazer um lanche próximo a um dos mirantes. "A menina saiu correndo em direção ao penhasco do cânion. O pai tentou correr atrás dela, mas infelizmente não conseguiu salvá-la", relatou Mohr para a reportagem.

Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros de Canela e Cambará do Sul, além de agentes da Polícia Civil e da Brigada Militar, foram imediatamente acionadas. Um helicóptero de Criciúma (SC) também foi mobilizado para auxiliar nas buscas na área de difícil acesso.

Até o momento, a gerência da Urbia, empresa responsável pela concessão do Parque Nacional, não se manifestou sobre o acidente.

Como é o Cânion Fortaleza

O município de Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, é conhecido por sua beleza natural, com imponentes cânions que atraem turistas, principalmente nesta época do ano de férias escolares. O Cânion Fortaleza fica dentro do Parque Nacional da Serra Geral.

O local oferece trilhas e mirantes que permitem apreciar a beleza da região. A mistura de aventura com contemplação da natureza é um dos principais atrativos. Cambará do Sul fica a aproximadamente 200 quilômetros de Porto Alegre.

A estudante Camila Ceruti, de 24 anos, chamou atenção nas redes sociais ao compartilhar um vídeo mostrando seu último dia de trabalho como balconista em uma loja de um shopping em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Somente no TikTok são mais de 2 milhões de visualizações. A jovem deixou para trás a touca higiênica para vestir o capelo na formatura de Medicina, que será realizada na sexta-feira, 11.

Foram seis anos de faculdade em que Camila precisou conciliar os estudos com o trabalho, mas ela começou a lutar para realizar o sonho de ser médica muito antes. A jovem, que estudou a vida toda em escola pública, começou a vender doces ainda no ensino médio, enquanto ia para escola e ainda estudava de noite em um cursinho pré-vestibular.

Em julho de 2019, recebeu a notícia que definiria sua vida nos próximos anos: havia sido aprovada na faculdade de Medicina da Universidade Regional de Blumenau (Furb). Na época, a mensalidade do curso era de R$ 7 mil, mas Camila conseguiu ganhar uma bolsa de 100%.

Mesmo com a isenção da mensalidade, o sonho parecia distante, já que as aulas eram em regime integral e a jovem precisava trabalhar para se manter durante o curso.

"Eu escutei muitas pessoas me dizendo que era um curso difícil, que talvez eu não conseguiria, que eu não poderia trabalhar, que era muito caro, que não era para qualquer um, que não era para pobre. Muita gente me disse isso, inclusive até algumas pessoas da minha família", afirmou Camila.

Sabendo que não conseguiria se manter em um emprego CLT devido à carga horária da faculdade, a estudante começou a fazer doces nos horários que tinha tempo livre, inclusive aos fins de semana e de madrugada. Quando já estava no terceiro ano do curso, surgiu a oportunidade de trabalhar como freelancer em um restaurante de um shopping.

"Eu trabalhava à noite, aos finais de semana, nos feriados. Nas férias eu trabalhava praticamente todos os dias e foi assim até essa semana, quando eu finalizei tudo. Amanhã, eu me formo e estou muito, muito feliz" destacou.

Apesar da rotina agitada, o trabalho árduo nunca a afastou de seu sonho. A jovem destaca que priorizava os estudos durante a semana de provas e sempre reservava uma parte do dia para estudar e não deixar o conteúdo acumular. No ano passado, foi até representante do Brasil em um congresso da ONU no Paquistão, viagem que também foi paga com a venda dos doces.

"Muitos estão me perguntando como isso é possível e digo que nada tem mais força que um sonho", enfatizou.

Camila pretende pegar o registro profissional do CRM (Conselho Federal de Medicina) ainda este mês e começar a atuar em clínica médica, além de começar uma especialização. "Quero trabalhar bastante na saúde pública mesmo, juntar um dinheirinho para poder pagar minhas continhas e ajudar minha família."