Preta Gil expôs o longo tratamento contra o câncer para reduzir estigma em torno da doença

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Preta Gil morreu neste domingo, 20, aos 50 anos, em Nova York (EUA) após mais de dois anos e meio do anúncio de seu diagnóstico de um câncer colorretal. Desde a notícia recebida em janeiro de 2023, a cantora e empresária dividiu cada etapa do tratamento nas redes sociais, buscando diminuir o estigma em torno da doença para incentivar o autocuidado.

Ao longo de sua trajetória de combate ao câncer, Preta passou por cirurgias, sessões de quimioterapia, reconstruções intestinais, internações prolongadas e, mais recentemente, um tratamento experimental nos Estados Unidos.

Pelas redes, a artista falou abertamente sobre cada fase, incluindo desafios físicos e emocionais. "Um dos grandes problemas que a gente enfrenta no combate ao câncer é o estigma. Isso faz com que muita gente não se cuide, não busque ajuda", afirmou, em uma de suas últimas declarações públicas.

Diagnóstico

A confirmação do câncer aconteceu em janeiro de 2023. Na época, Preta revelou que sentia desconfortos e, após ser internada para fazer exames, recebeu o diagnóstico de câncer no intestino. A cantora foi diagnosticada com um adenocarcinoma na porção final do intestino, que é um tumor maligno que pode afetar diferentes órgãos.

Início do tratamento

Uma semana após o diagnóstico, Preta iniciou o tratamento com quimioterapia. Porém, no quinto ciclo do tratamento, teve uma infecção generalizada, que a deixou inconsciente por horas. Na época, a cantora precisou ser acompanhada na UTI por 20 dias.

"Existem algumas possibilidades para que essa bactéria tenha entrado no meu organismo. A que os médicos acham que pode ter sido foi através do meu cateter, que eu fazia quimioterapia", compartilhou nas redes.

O período inicial da doença também coincidiu com um momento pessoal difícil: o divórcio após a descoberta de uma traição do então marido, Rodrigo Godoy.

Cirurgia e recuperação

Em agosto de 2023, Preta passou por uma cirurgia para retirada do tumor, por meio de uma histerectomia total abdominal, que removeu o útero e o colo do útero da artista.

Na ocasião, ela celebrou publicamente o resultado que apontava ausência de células cancerígenas, mas explicou que precisaria de outros procedimentos para uma recuperação completa.

Por isso, em novembro de 2023, ela passou pela retirada da bolsa de ileostomia, que a auxiliou por três meses na eliminação das fezes, e a reconstrução do trato intestinal.

Em dezembro do mesmo ano, Preta comemorou nas redes sociais o fim do tratamento contra o câncer de intestino. "Meu corpo está livre de células cancerígenas", escreveu. A cantora também avisou que ficaria sob acompanhamento médico por mais cinco anos.

Novos tumores e retomada do tratamento

Em agosto de 2024, a filha de Gilberto Gil passou por exames de rotina que identificaram a presença de novos tumores: dois em linfonodos, um no peritônio e um no ureter.

Com o avanço da doença, Preta retomou a quimioterapia e passou a utilizar uma bomba portátil para a administração dos medicamentos.

Pouco depois, viajou aos Estados Unidos em busca de novas alternativas terapêuticas, recomendadas por sua equipe médica brasileira.

Nova cirurgia

A cantora passou ainda por uma cirurgia de emergência, que a fez interromper a quimioterapia, em novembro de 2024. Na ocasião, ela teve que passar por tomografias devido a uma dor não identificada.

Os exames revelaram que o problema tinha como origem uma obstrução do cateter que levava a urina do rim até a bexiga.

Apesar do contratempo, Preta afirmou que não interferiria em seu tratamento contra o câncer.

Busca de tratamento nos EUA

Depois da cirurgia, a artista foi para os Estados Unidos em busca de novos meios de tratamento, já que não havia obtido resultados com a quimioterapia.

De volta ao Brasil, em dezembro ela foi submetida a outra cirurgia, desta vez por 21 horas, para retirada dos tumores. O pós-operatório incluiu uma nova internação na UTI e, em janeiro de 2025, ela anunciou que passaria a usar uma bolsa de colostomia definitiva.

"Não posso ter vergonha porque é a minha realidade", disse. Na ocasião, Preta também falou sobre a amputação do reto, que foi necessária em uma das cirurgias que fez.

Em fevereiro de 2025, após dois meses de internação, ela teve alta do Hospital Sírio-Libanês.

Mesmo seguindo o processo de recuperação em casa, Preta teve novos episódios de internação em março, abril e maio. Em uma dessas ocasiões, o motivo foi uma infecção urinária.

Ida para os EUA

Com o avanço da doença, a cantora embarcou para os Estados Unidos em maio de 2025 para seguir com tratamentos considerados mais adequados à sua condição, incluindo uso de medicamentos experimentais.

A expectativa da artista era buscar controle da doença e qualidade de vida.

Durante o tratamento com medicação experimental, Preta percorria cerca de 400 quilômetros, indo de Nova York a Washington, local do centro médico especializado.

Nesse período, ela recebeu a visita da família, incluindo a madrasta Flora Gil e irmã Bela Gil, e também de amigos.

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O Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC) identificou 1.260 alunos milionários que usufruíram do programa Universidade Gratuita, lançado pelo governo do Estado em 2023 para conceder bolsas de estudo no ensino superior. Do total, 19 são estudantes pertencentes a famílias com patrimônio superior a R$ 200 milhões. Um deles faz parte de uma família cuja fortuna ultrapassa os R$ 855 milhões, segundo relatório divulgado no Diário Oficial catarinense nesta segunda-feira, 21.

O relatório do Tribunal de Contas foi encomendado pela Secretaria de Estado da Educação (SED) para identificar e apurar as inconsistências no programa entre os anos de 2023 e 2024. Segundo o levantamento, o prejuízo do governo de Santa Catarina com as bolsas concedidas de forma irregular chega a base dos R$ 250 milhões.

Em um primeiro momento, o Tribunal de Contas havia identificado 858 alunos milionários no programa, com bens declarados que vão desde lanchas e carros de luxo até empresas com capital social maior que R$ 10 milhões. O primeiro relatório foi votado pelos conselheiros e encaminhado ao governo do Estado.

No dia 11 de junho, um dia após a divulgação das fraudes, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), determinou a abertura de um inquérito da Polícia Civil para investigar os suspeitos de uso indevido do programa, conforme informou o governo ao Estadão.

Já nesta segunda-feira, o Tribunal divulgou um novo levantamento, corrigindo dados inconsistentes na primeira fase. Nessa nova apuração, o número de alunos milionários no programa chega a 1.260. Somados, o patrimônio das famílias dos 19 alunos com renda superior a R$ 200 milhões chega aos R$ 7 bilhões.

Ainda segundo o novo relatório, 15.281 alunos beneficiários do programa teriam omitido bens de suas famílias para conseguirem aprovação do programa educacional. Outros 4.430 alunos declararam renda incompatível com a que realmente têm.

Para chegar a esses dados, o Tribunal de Contas do Estado cruzou as informações declaradas pelos estudantes e seus familiares com diversas bases públicas e governamentais, com o objetivo de verificar vínculos empregatícios, renda, naturalidade, residência e até mesmo se havia pessoas falecidas entre os membros do grupo familiar. Os resultados foram encaminhados ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

"Em suma, o detalhamento dos bens patrimoniais permitirá que a SED tenha controle efetivo e centralizado, seja para atuar na fase de concessão, seja para auxiliar as comissões de fiscalização das instituições universitárias e solicitar providências quando cabíveis", informou o conselheiro do TCE-SC Gerson dos Santos Sicca, relator do levantamento.

Governo de SC ainda não recebeu o relatório

A Secretaria de Estado da Educação afirmou que, até o momento da publicação deste texto, ainda não havia sido notificada oficialmente sobre a conclusão do novo relatório do TCE. A pasta aguarda o envio dos nomes dos alunos com inconsistências para cruzar as informações com os dados do governo e identificar as fraudes.

"É fundamental ressaltar a relevância social destes programas, que atualmente apoiam mais de 50 mil estudantes em instituições de ensino superior catarinenses. Os dados demonstram o claro alinhamento com seus objetivos: 82% dos beneficiários são egressos de escolas públicas estaduais e 85% dos contemplados trabalham enquanto estudam, evidenciando o perfil de estudantes que necessitam deste apoio para acessar e permanecer na universidade", diz a nota.

O rapper Oruam, nome artístico do cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, se entregou nesta terça-feira, 22, à polícia no Rio de Janeiro. O cantor se apresentou na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, acompanhado da mãe e da namorada.

O cantor teve a prisão decretada pela Justiça pelos crimes de resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirma que o rapper é investigado também por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A decisão foi dada após um ataque a policiais civis que tentavam apreender um adolescente na casa do cantor, na vila do Joá, na zona oste do Rio.

A defesa do cantor afirma que não foram encontradas drogas ou produtos ilícitos durante as buscas realizadas na casa de Oruam, na madrugada desta terça-feira, 22. Segundo a defesa, a resistência aconteceu devido a abuso de autoridade por parte dos policiais.

A ordem de prisão emitida pela juíza Ane Cristine Scheele Santos, faz menção explícita ao artigo 129, parágrafo 12, do Código Penal, que trata das lesões corporais. Oruam é acusado de atirar pedras contra um policial que resultou em ferimentos. O próprio Oruam admitiu o ato, alegando que atirou pedras porque os policiais apontaram armas contra ele e os amigos.

O processo contra o rapper está em segredo de Justiça. O crime de lesão corporal é agravado pelo fato de ter sido praticado contra agente público no exercício de atribuição legal. O policial cumpria mandado de busca e apreensão contra um menor que estaria escondido na casa do cantor.

Por ter dificultado a ação policial, ele vai responder também pelo crime de resistência. O crime previsto no Código Penal ocorre quando alguém se opõe ou resiste à execução de um ato legal utilizando violência ou ameaça contra o servidor - no caso, os policiais.

O crime de desacato, também atribuído ao rapper, ocorre por meio de palavras, gestos ou atitudes que humilhem, desprestigiem ou ofendam o policial. Além da reação no momento da abordagem, Oruam utilizou as redes sociais para xingar e ofender os policiais. Como jogou pedras que atingiram as viaturas policiais, ele vai responder também pelo crime de dano ao patrimônio público.

O Ministério Público do Rio havia pedido a prisão temporária (30 dias) do rapper, mas a juíza entendeu que era o caso de prisão preventiva (sem prazo determinado).

A Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que Oruam é investigado também por associação para o tráfico. Ele estaria ligado a traficantes do Comando Vermelho (CV) - o pai do rapper, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado como um dos principais líderes da facção. Marcinho cumpre pena em penitenciária federal, de onde comandaria o tráfico.

Segundo a Polícia Civil, agentes estavam cumprindo um mandado de busca e apreensão contra um adolescente acusado de roubo de veículos que estava escondido na casa do rapper. Quando ele saiu e foi abordado pelos policiais, houve forte reação das pessoas que o acompanhavam. Oruam e mais oito pessoas passaram a atacar os policiais com xingamentos e pedras.

Um dos homens que participou do ataque correu para dentro de casa e foi perseguido pelos policiais, já que havia uma situação de flagrante, segundo a polícia. O suspeito foi preso e algemado, mas Oruam não foi detido.

Depois da ação, o secretário da PCERJ, Felipe Curi, se referiu ao rapper como "um criminoso faccionado, ligado à facção criminosa Comando Vermelho."

A Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo, na Grande SP, prendeu nesta terça-feira, 22, um homem suspeito de participar de ataques a ônibus na capital e em outros municípios.

O suspeito foi identificado como Edson Aparecido Campolongo e teria confessado ter danificado 16 veículos no último dia 17 de julho, além de ter participado de uma ação semelhante na Avenida Jorge João Saad, na cidade de São Paulo. Na ocasião, uma criança de 10 anos ficou ferida na ocorrência com estilhaços. A reportagem não localizou a defesa de Campolongo.

Com Campolongo, foram apreendidos um estilingue e pequenas esferas de metal, utilizados nos ataques, informa a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP).

Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o suspeito é servidor estadual. O Estadão apurou que Campolongo seria funcionário da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

"A gente tem feito uma série de prisões, hoje a gente fez mais uma prisão de uma pessoa que depredou uma série de ônibus, inclusive é servidor do Estado. Então, obviamente, a gente vai tomar todas as medidas cabíveis. São ataques que têm motivações diferentes e a gente está investigando todas elas. Já caiu muita a quantidade de ataques aos ônibus, a gente agora está tendo um, dois ataques por dia", disse Tarcísio após participar de cerimônia de entrega de moradias e títulos de propriedade em Rio Claro, no interior do Estado.

As investigações apontam que os crimes foram planejados com antecedência, e que o homem é suspeito de recrutar outras pessoas para promover ataques.

Os policiais investigam a disputa entre empresas do setor como provável motivação do vandalismo. Uma das hipóteses das autoridades é a de que algumas empresas de viação queiram criar um clima de medo para desestabilizar o setor e forçar a Prefeitura da capital a fazer mudanças no transporte público.

A Polícia segue com as investigações para identificar os demais envolvidos.

Desde o dia 12 de junho, 530 veículos do sistema municipal de transporte da capital foram depredados, segundo dados da SPtrans. Entre segunda-feira, 21, e terça, 22, foram seis ataques. Os atos aconteceram de forma distribuída por todas as regiões da cidade.