'A morte faz parte da vida e a gente segue', diz Gilberto Gil sobre Preta, sua filha

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O cantor Gilberto Gil falou a respeito da morte de sua filha, Preta Gil, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 10, Dia dos Pais. "Estamos tristes, naturalmente. Ainda temos que nos acostumar com a perda, com a falta. Preta era uma menina muito cheia de vida, muito intensa no sentido afetivo. Ao mesmo tempo, ela já vinha com um sofrimento prolongado de três anos, quase", afirmou.

 

"Com a Preta a gente teve tempo para, de certa forma, irmos nos acostumando com a ideia. O diagnóstico dela foi logo de início muito duro. As expectativas em relação à possibilidade de ela se curar eram pequenas", prosseguiu.

 

O cantor afirmou que, apesar do luto, retomará os compromissos profissionais, com a turnê Tempo Rei. "A morte faz parte da vida e a gente segue, né?".

 

"Ela era cantora! Cantava! Dizia em vários momentos da doença: 'Vai cantar! Vai pai, vambora!'. Ela tinha esse lado. É um respeito também a esse caráter profundo da personalidade dela. Voltar a cantar por aí", acrescentou.

 

Cinzas

 

Gil revelou os planos para as cinzas da cantora: "(Ela queria que) fossem distribuídas entre as pessoas da família e dos amigos. Hoje, eu estava vendo a caixinha com as cinzas dela. Tem gente, por exemplo, que quer usar as cinzas para fazer uma espécie de joia. Tem gente que quer ter um tiquinho das cinzas em casa. Talvez seja o caso da família. Jogar um pouquinho no jardim de uma das casas. No mar da beira do mar de uma casa na Bahia".

 

Conversas com a filha

 

Segundo o cantor, não houve um momento de "última conversa" com Preta. "Não. Sabendo que seria a última, não. Porque o mistério da vida continuava tão intenso quanto o mistério da morte. As nossas conversas eram sempre associadas a isso. Os amigos, os parentes, o filho dela, os amores dela, enfim, as coisas do mundo", disse.

 

Sobre o tratamento do câncer no exterior, Gil afirmou que fez parte da tentativa de recuperação de Preta. "Ela resolveu ir, dentro desse contexto extraordinário de empenho, de amor à vida, de apego no sentido mais benigno da palavra. Eu usei esses últimos tempos lá nos Estados Unidos para disso. Acompanhá-la, cercá-la, no maior conforto possível."

 

O legado de Preta Gil

 

Em determinado momento da entrevista, Gil se emocionou e abriu um largo sorriso ao relembrar de bons momentos: "Ela era talvez a mais espevitada de todos os filhos. Era uma menina incrível. Pretinha."

 

Gilberto Gil também citou o que considera os maiores legados de Preta. "Primeiro com a música. Ela se dedicou logo pequenininha já tinha muito gosto. Vivia num ambiente saturado de música, com a madrinha, os parentes, tudo mais. Estava pensando ontem sobre isso, sobre a herança que ela deixa para nós. Ela viveu uma vida que nos ensina muita coisa. Nos indica direções, escolhas a serem feitas, valores a serem cultivados. Era entusiasta de viver para que a vida seja melhor para ela e para todos. É o que fica dela, além da saudade", disse o cantor, com um sorriso no rosto.

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O ministro dos Transportes, Renan Filho, voltou a defender neste domingo, 16, durante participação no programa Canal Livre, da Band, o fim da obrigatoriedade de se cursar uma autoescola para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). De sua própria autoria, a proposta promete tornar a obtenção mais acessível.

As mudanças incluem a eliminação da obrigatoriedade da carga horária em autoescolas, permitindo que os candidatos estudem por conta própria e façam a parte prática com instrutores autônomos credenciados. A minuta que fará as alterações está em consulta pública.

Ele defendeu que é preciso atacar "todos os custos", inclusive os do Estado, e que 20 milhões de pessoas não têm como pagar pelo processo. "Toda vez que você obriga o cidadão a fazer alguma coisa, você gera uma ineficiência econômica. Serviço obrigatório normalmente é caro e não tem qualidade", argumentou. "Tem uns 20 mil milhões de pessoas dirigindo sem carteira, porque não tem custo de pagar. No Brasil, está R$ 4 mil. Não é correto", considerou.

Renan Filho usou como exemplo o exame vestibular para dar acesso às universidades. Segundo ele, o que é obrigatória é a realização da prova para constatar que se esteja apto, e não o estudo em determinados cursos específicos para o teste.

A mãe do menino brasileiro José Lucas, de 9 anos, que teve os dedos decepados por outros alunos em uma escola pública de Portugal, perdeu o trabalho e teve de abandonar a casa devido a represálias, segundo advogadas que integram um comitê de apoio à família.

A mulher foi "vítima de hostilidades" no grupo de WhatsApp de mães de alunos e precisou se mudar de cidade.

A família está recebendo apoio de emergência de uma rede de solidariedade formada por um grupo de 24 advogados, a maioria brasileiros.

Após a repercussão do caso, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência de Portugal abriu procedimento para apurar o ocorrido. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação de Portugal e aguarda retorno.

A advogada Catarina Zuccaro faz parte do grupo que vai levar o caso do aluno à Justiça. "Não se tratou de um acidente. O fato ocorreu em ambiente escolar, sob dever legal de vigilância, proteção e guarda dos alunos. Atribuir este episódio a 'brincadeira que correu mal' falseia a realidade e desresponsabiliza quem tinha obrigação de prevenir, agir e comunicar", disse a advogada por meio de nota.

Segunda ela, a comunidade solidária e equipes técnicas já prestam apoio de emergência, "enquanto se estrutura uma resposta digna e estável", acrescentou.

Segundo as informações já colhidas pelo coletivo, o filho da brasileira Nívia Estevam, diz que seu filho já vinha sofrendo bullying na escola por ser brasileiro, preto e gordo.

"O que aconteceu, em última análise, pode ser culpa do Estado e, assim sendo, o Estado português tem de assumir isso", diz a advogada Ana Paula Filomeno, que também coordena o coletivo.

Ela confirmou à reportagem que a família está se mudando da cidade devido às represálias dos pais das crianças agressoras e pressão de outras mães.

"A Nívia está alojada na casa dos pais do marido e a mudança fez com que ambos deixassem o emprego, por isso estamos em busca de suporte financeiro para eles, além do psicológico", disse.

A advogada é paulista de Colina, no interior de São Paulo, e está em Portugal desde 2017. "Acabamos de formar um coletivo, um grupo de advogados com ideias parecidas, e estamos dividimos as atribuições conforme as áreas de cada um. Eu sou civilista, portanto minha ação será no sentido de avaliar a responsabilidade da escola e, como é uma escola pública, eventual responsabilidade do estado português, se houve falhas que poderiam ser evitadas", diz.

Entenda o caso

A agressão aconteceu na Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães, no Distrito de Viseu, região de Porto, onde José Lucas estudava. Segundo a mãe, o menino tinha acabado de entrar no banheiro quando dois colegas o seguiram e fecharam a porta sobre seus dedos.

Eles teriam pressionado a porta até a amputação e a criança precisou se arrastar para pedir socorro.

Funcionárias da escola estancaram o sangue, colocaram gelo e ligaram para a família do estudante brasileiro.

Segundo Nívia, a escola minimizou a situação e a professora apenas afirmou que o filho teve os dedos prensados.

A mãe disse que só descobriu a gravidade da situação quando ouviu pelo telefone que iriam chamar uma ambulância para seu filho.

Nívia disse em redes sociais que a escola jogou pedaços do dedo fora e entregou outras partes para os paramédicos. A denúncia foi feita por ela nas redes sociais nesta semana, mas apagada no sábado, 15.

O menino passou por uma cirurgia que durou cerca de três horas. Os dedos não conseguiram ser reimplantados, mas parte de um deles foi usada para cobrir uma área com exposição óssea.

Ele perdeu parte do dedo indicador e do dedo maior, ficou um dia no hospital e já recebeu alta.

De acordo com Nívia, a escola limpou rapidamente o local que estava coberto de sangue para "não assustar as crianças" e o episódio teria sido tratado como uma "brincadeira".

Investigação independente

O caso se encontra em averiguações independentes. As autoridades investigam a atuação da escola, polícia e Corpo de Bombeiros no momento do socorro.

Segundo a advogada, a escola está sendo questionada sobre a cadeia de vigilância, tempo de resposta, acionamento de protocolos internos, comunicação aos encarregados de educação e registro formal ocorrido no livro de ocorrências.

À polícia, serão requeridos o despacho e registro do atendimento, diligências realizadas, proteção à vítima e informação prestada à família.

Os bombeiros serão indagados sobe o tempo de chegada, procedimentos aplicados, registros clínicos iniciais e encaminhamento.

O coletivo também vai apurar eventuais hostilidades registradas no grupo de mães da escola de forma a "desincentivar a discussão do tema, como se o silêncio fosse aceitável".

E também a ausência de reação por parte dos pais de outros menores, bem como a inexistência de pedido de desculpas por parte da direção da escola ou de responsáveis diretos. "Estes comportamentos reforçam a percepção de omissão institucional e de falta de responsabilidade social da comunidade escolar", diz a nota.

Ainda segundo Catarina, o coletivo impulsionará as medidas cabíveis nas esferas civil, administrativa e criminal, com base no dever de guarda e vigilância de menores em ambiente escolar, no direito à integridade física e moral da criança e no dever de prevenção e reporte de ocorrências.

Entre as exigências imediatas estão: preservação integral de prova, como imagens, relatórios, comunicações internas e externas, livro de ocorrências, escalas de vigilância e identificação de responsáveis presentes; acesso da família à informação e ao processo de apuração; apoio psicossocial ao José e à mãe, em articulação com a rede pública e parceiros idóneos; e pronúncia formal da escola com reconhecimento dos fatos e medidas corretivas.

Os próximos passos incluem a entrega de notificações formais às entidades envolvidas e respectivas corregedorias, bem como a requisição e custódia das provas para assegurar a sua validade. As medidas serão tomadas de forma coordenada com órgãos de proteção da criança e Ministério Público.

"As estratégias jurídicas e institucionais serão comunicadas oportunamente às autoridades competentes e à imprensa, respeitando a proteção da criança e a eficácia das diligências", diz a nota.

O ministro da Educação, Camilo Santana, avaliou que não houve intercorrências graves durante a aplicação do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo, 16.

Santana anunciou duas mudanças para o Enem a partir de 2026. A prova passará a ser uma avaliadora do Ensino Médio no País.

Além disso, o Ministério da Educação elabora estudos para viabilizar as aplicações do exame em países do Mercosul.

Segundo o ministro da Educação, o uso do Enem como avaliador do Ensino Médio não substituirá a aplicação bianual do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

De acordo com Manuel Palacios, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), a disponibilização da prova em países do Mercosul considera até a possibilidade de aplicação do exame em formato digital.

Tanto Santana como Palacios reforçaram que a proposta ainda está sendo estudada.

Até o encerramento da entrevista, o Ministério da Educação não havia consolidado os dados de presença do segundo dia de provas.

Segundo informações preliminares, o índice permaneceu próximo ao do primeiro dia do Enem, que registrou 27% de abstenção.

As provas do segundo dia de Enem começaram às 13h30 e se encerraram às 18h30. Na semana passada, a prova aplicada foi de Humanidades.

Neste fim de semana, os candidatos responderam questões sobre Ciências da Natureza e Matemática.

O exame foi aplicado em mais de 1.800 municípios, com 11 mil locais de prova e 164 mil salas, mobilizando mais de 300 mil pessoas.