Lennon desconfiava ter telefone grampeado pelo governo Nixon, revela entrevista 'perdida'

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John Lennon tinha receio de que pudesse estar sendo monitorado durante o governo Nixon e quase descartou um de seus álbuns solo, Walls and Bridges, de 1974. Foi o que revelou uma entrevista "perdida" concedida pelo ex-Beatle cinco anos de sua morte ao DJ inglês Nicky Horne.

O músico completaria 85 anos nesta quinta, 9, e, por conta da data, Horne resolveu dar mais detalhes sobre a conversa na estação Boom Radio, do Reino Unido.

À época, o DJ tinha 24 anos e havia viajado a Nova York especialmente para entrevistar Lennon. Horne revelou que estava nervoso com a ocasião, já que estaria frente a frente com seu Beatle favorito, mas que, chegando ao edifício Dakota, onde o cantor morava com Yoko Ono, Lennon disse que havia preparado biscoitos de chocolate para ele.

O músico passou a contar sobre sua desconfiança em ter seu telefone grampeado pela CIA - à época, Horne foi chamado de "ingênuo" por ter acreditado no cantor.

Anos depois, porém, a Lei Americana de Liberdade de Informação revelou que, realmente, Lennon tinha seu telefone monitorado, estava sendo seguido e o governo norte-americano queria deportá-lo.

À época, o cantor associou o seu ativismo antiguerra com a perseguição, segundo o The Guardian. "Eu sei a diferença entre o telefone estar normal quando eu o pego e, toda vez que eu o pego, há muitos ruídos", contou ele.

Lennon também comentou ocasiões em que desconfiava estar sendo seguido por um carro. "Eu abria a porta e havia caras parados do outro lado da rua. Eu entrava num carro e eles me seguiam de carro, sem se esconderem", disse.

Segundo ele, a perseguição também aconteceu com outros astros do rock, como Mick Jagger e Keith Richards.

Sobre quase ter descartado Walls and Bridges, o músico afirmou que "não suportava ouvir" as fitas de gravação do disco. Ele, porém, foi estimulado por amigos para lançar o álbum.

Walls and Bridges recebeu um disco de ouro pelo sucesso em vendas e foi escrito durante uma breve separação entre Lennon e Yoko.

Lennon foi assassinado aos 40 anos por um fã no dia 8 de dezembro de 1980 no Edifício Dakota.

Ele não escondia sua "rixa" com Nixon e chegou a lançar diversas músicas falando sobre o ex-presidente dos EUA, como Gimme Some Truth e Instant Karma! (We All Shine On).

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O policial militar Vinícius de Lima Britto, preso por atirar e matar Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, em novembro do ano passado, na zona sul de São Paulo, foi condenado nesta quinta-feira, 9, a dois anos, um mês e 27 dias de detenção em regime semiaberto por homicídio culposo - ou seja, quando não há intenção de matar. Lima Britto era réu e estava preso de forma preventiva. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso pela morte de Soares, que foi alvejado pelo menos 11 vezes pelas costas depois de ser flagrado roubando sacos de sabão de um mercado no Jardim Prudência, em 3 de novembro de 2024.

O caso foi levado a júri popular nesta quinta, e a Justiça decidiu não apenas pela desclassificação do crime de homicídio doloso para culposo, como também pela soltura de Britto. A reportagem busca contato com a defesa do policial e também com familiares da vítima. "Julgo parcialmente procedente o pedido acusatório, para desclassificar o delito imputado na denúncia, e condenar o réu como incurso pela prática do crime previsto no art. 121, §3º do Código Penal, à pena de 02 (dois) anos e 01 (um) mês e 27 (vinte e sete) dias de detenção, em regime inicial semiaberto", afirmou a juíza Viviane de Carvalho Singulane, na decisão.

A magistrada decretou ainda que Lima Britto perca o cargo na Polícia Militar e fixou uma indenização de R$ 100 mil. Ela pediu também pela soltura de Britto. "Revogo a decisão de prisão preventiva, diante da fixação do regime semiaberto (CPP, art. 387, parágrafo único). Expeça-se alvará de soltura clausulado, se por outro motivo não estiver preso", acrescentou Viviane na decisão.

Relembre o caso

O caso aconteceu no dia 3 de novembro. Gabriel, de 26 anos, furtou pacotes de sabão de um mercado no bairro Jardim Prudência, na zona sul da cidade. Ao tentar fugir do local, o homem escorregou na porta do estabelecimento e acabou sendo alvejado por Vinicius de Lima Britto, que também estava fazendo compras e presenciou a cena. As informações preliminares apontavam que o policial disparou pelo menos 11 vezes contra Gabriel. Em depoimento à polícia, o agente, que estava de folga no dia, disse que agiu em legítima defesa, o que foi contestado pela família da vítima.

O Ministério Público havia pedido pela prisão de Lima Britto, afirmando que o policial já possuía um histórico de violações na corporação. Segundo a promotoria, o agente já tinha participado de três ocorrências semelhantes em menos de um ano de atuação na Polícia Militar. "Este não é o primeiro caso de morte provocada pelo denunciado. Em apenas 10 meses de atividade policial, já esteve envolvido em outras três mortes em circunstâncias semelhantes, o que demonstra sua alta periculosidade e o risco concreto que sua liberdade representa para a sociedade."

Vinicius Lima Britto foi preso no dia 6 de dezembro. Após audiência de custódia, ele foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, conhecido como Barro Branco, na zona norte da capital paulista, onde cumpria a pena até o julgamento desta quinta.

Uma sequência de três roubos registrados nos últimos dias tem assustado os moradores da Vila Romana, na zona oeste de São Paulo. Somente na Rua Caio Graco, foram duas ocorrências nesta semana.

Na quarta-feira, 8, um apartamento foi invadido e roubado. Segundo o boletim de ocorrência, os suspeitos, ainda não identificados, teriam entrado no prédio e arrombado a porta do apartamento de um homem de 54 anos. Diversos objetos foram subtraídos, incluindo joias, dinheiro em reais, euros e dólares, além de eletrônicos e documentos.

Moradores relataram o crime nas redes sociais. "Prezados vizinhos, ontem meu prédio foi invadido e teve um apartamento completamente destruído e revirado. Levaram tudo o que puderam. Dois adolescentes que a porteira permitiu a entrada deliberadamente sem saber onde iriam", diz a postagem. Segundo a SSP, o caso foi registrado como furto pelo 7.º Distrito Policial (Lapa), que requisitou perícia.

No domingo, 5, uma família ficou refém de ladrões também na rua Caio Graco. A Polícia Militar foi acionada após receber a denúncia de uma testemunha que viu o grupo entrando na residência. Ao chegar no local, os agentes encontraram um casal em estado de choque amarrado com um enforca-gato, sendo mantidos reféns por um suspeito.

Ao ver os policiais, o criminoso teria jogado um celular no chão e danificado o aparelho. Segundo a PM, ele estaria em contato com outro integrante do grupo, que permanecia do lado de fora da casa.

Ainda dentro do imóvel, outros dois homens foram localizados. O trio foi contido pelos policiais e preso em flagrante. As vítimas foram libertadas em segurança. De acordo com o relato da polícia, a casa estava revirada, com gavetas e armários abertos. Em um dos cômodos, foi encontrada uma mochila que, segundo os agentes, pertencia aos suspeitos. Dentro dela, havia joias das vítimas e munições de um revólver calibre 32. Os três homens foram conduzidos ao 91.º Distrito Policial (Ceasa).

A rua é a mesma onde um delegado da Polícia Civil foi assassinado por ladrões em setembro do ano passado. O delegado Mauro Guimarães, do Departamento de Investigações Criminais (Deic), caminhava com a esposa, também policial, quando foi abordado por uma dupla que anunciou o assalto. Na troca de tiros, ele foi baleado no peito e não resistiu.

Na Rua Fábia, próximo à Rua Caio Graco, imagens de câmeras de um prédio mostram quando, na terça-feira, 7, dois motociclistas perseguem e abordam uma mulher que também estava em uma moto. A vítima consegue jogar a chave da moto para dentro do condomínio e entra em luta corporal com um dos assaltantes. A mulher grita pedindo ajuda, mas os suspeitos conseguiram fugir.

A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), organização responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP), divulgou nesta quinta-feira, 9, que 111.480 pessoas se inscreveram neste ano para participar do processo seletivo de 2026 da universidade - 4.150 inscrições a mais do que no ano passado, o que representa uma interrupção da trajetória de queda iniciada em 2023.

O número de candidatos vinha caindo nos últimos dois anos: em 2022, foram 114.434 inscritos; em 2023, 110.369; e em 2024, 107.330. Segundo informações da Fuvest, o vestibular chegou a ter 130.768 candidatos inscritos em 2020 para o processo seletivo de 2021.

O número total de inscrições inclui 12.960 "treineiros", ou seja, alunos que ainda não concluíram o ensino médio e prestarão a prova como forma de se preparar para os próximos anos. Outros 13.317 vestibulandos receberam a isenção/redução da taxa de inscrição.

Na seleção para 2026, a USP terá 8.147 vagas a serem disputadas, das quais 4.888 para candidatos na modalidade ampla concorrência; 2.053 vagas para candidatos vindos de escolas públicas; e 1.206 para pessoas de escolas públicas autodeclaradas negras, de cor preta ou parda, e indígenas (EP/PPI).

A prova da 1ª fase da Fuvest acontecerá no dia 23 de novembro, com 90 questões de múltipla escolha. Já as provas da 2ª fase serão realizadas nos dias 14 e 15 de dezembro - no primeiro dia, o candidato terá de responder a 10 questões discursivas de português, além de escrever a redação; no segundo dia, serão 12 questões discursivas de duas a quatro disciplinas específicas da carreira escolhida pelo candidato.