Flávia Alessandra detalha diagnóstico da síndrome de ombro congelado, causada pela menopausa

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No ano passado, quando completou 50 anos, a atriz Flávia Alessandra sentiu os primeiros sintomas da menopausa. Primeiro, veio a insônia e depois uma dor forte no ombro.

"Achava que era por conta do costeiro que usei no desfile de Carnaval como musa do Salgueiro, mas também era um sintoma da menopausa, algo chamado de síndrome do ombro congelado", revelou em entrevista à revista Ela, do jornal O Globo.

A atriz ressaltou que isso a mostrou quanta desinformação há sobre o assunto. "Achamos que menopausa é só 'calor', mas o corpo muda de tantas formas... Desde então, passei a estudar, ler muito, conversar com médicas e outras mulheres. E percebi que falar sobre isso é quase um ato político. A gente precisa tirar o peso e o silêncio dessa fase", completou.

Flávia Alessandra ressaltou também que os sintomas iniciais da menopausa a ensinaram a ouvir melhor o seu corpo. "Antes, eu empurrava tudo com a agenda cheia, o ritmo intenso, e achava que era normal viver cansada. Quando os sintomas começaram, e de formas tão inusitadas, como a dor no ombro, percebi que meu corpo estava pedindo atenção. Hoje, respeito meus limites e ajusto meu ritmo", contou.

Sobre a síndrome do ombro congelado

A síndrome do ombro congelado, ou capsulite adesiva, é uma condição caracterizada pela rigidez e dor progressiva na articulação do ombro, que pode comprometer severamente os movimentos do braço. O problema ocorre quando a cápsula que envolve o ombro inflama e endurece, formando aderências que limitam a mobilidade.

Além das mudanças hormonais típicas da menopausa, a condição pode ser causada pela imobilização prolongada após uma lesão ou cirurgias e pelo diabete. Os sintomas tendem a evoluir lentamente, começando com dor constante e culminando na perda quase total dos movimentos.

O tratamento costuma envolver fisioterapia para recuperar a amplitude articular, uso de anti-inflamatórios e, em casos mais graves, infiltrações ou cirurgia para liberar a cápsula.

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Morreu nesta quinta-feira, 23, o estudante Rafael dos Anjos Martins, que ficou internado mais de 50 dias em coma no Hospital São Luiz, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, por ingestão de bebida adulterada. A informação foi confirmada pela família da vítima.

"Com o coração apertado, venho compartilhar que o nosso querido Rafael partiu para os braços de Deus. Depois de 53 dias em coma, o Senhor o chamou para descansar em paz, livre de toda dor e sofrimento", diz comunicado.

Ele estava hospitalizado desde 1º de setembro. O caso gravíssimo foi um dos primeiros da sequência de intoxicações por consumo de bebida alcoólica contaminada com metanol em diversas regiões do Estado, especialmente na capital e região metropolitana.

Em boletim divulgado na quarta, o Ministério da Saúde informou que o País registra 10 mortes por intoxicação por metanol. O falecimento de Rafael seria o 11° óbito.

O que diz o boletim de ocorrência

De acordo com o Boletim de Ocorrência, documento ao qual o Estadão teve acesso na época, os enfermeiros do Hospital Geral do Grajaú, onde ele foi inicialmente atendido, informaram que o estudante havia sido intoxicado com metanol no dia 1º de setembro e que a equipe médica solicitou um rastreio dos passos da vítima.

Logo depois, ele foi transferido para o Hospital São Luiz, em Osasco, para realizar sessões de hemodiálise. No dia 2 de setembro, a tia da vítima compareceu à 48ª Delegacia de Polícia, em Cidade Dutra, e relatou que o sobrinho havia recebido diagnóstico de intoxicação por metanol. Ela estava acompanhada da mãe de uma jovem de 25 anos, que apresentava o mesmo diagnóstico.

O consumo teria ocorrido na casa dele, na madrugada de 31 de agosto, logo após o jovem ter adquirido a bebida no estabelecimento chamado Empório Santos, em um pacote promocional que incluía gin, gelo de água de coco e energético. Cinco pessoas que participavam da confraternização, com idades entre 23 e 27 anos, teriam consumido a bebida.

O caso mais grave foi o do estudante, que havia ingerido a bebida pura, segundo testemunhas. Os demais convidados misturaram o gin às outras bebidas. Depois de acordar, ele reportou fortes dores abdominais, vômitos e, mais tarde, começou a gritar que estava cego.

A polícia recolheu duas garrafas de gin que estavam na casa da vítima. Outras 14 garrafas foram apreendidas na Adega Santos, estabelecimento onde os parentes relataram que a bebida havia sido comprada.

Na ocasião, os representantes do estabelecimento afirmaram à polícia que o grupo de amigos é conhecido no local, pois sempre ingerem grande quantidade de bebida alcoólica. Os funcionários afirmaram que o rapaz já apresentava sinais de embriaguez e que pode ter ingerido álcool em outros estabelecimentos.

Um estudo feito pela Prefeitura de São Paulo apontou que 4% dos imóveis na capital terão reajuste acima de 40% do valor venal, usado no cálculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 23, pelo subsecretário da Receita Municipal, Thiago Rubio Salvioni, durante audiência pública na Câmara dos Vereadores sobre o projeto de lei que corrige o IPTU da cidade.

A proposta atualiza o valor venal de todos os imóveis na capital paulista. O reajuste anual do IPTU, no entanto, fica limitado a 10% para residências. No caso dos imóveis não residenciais, a proposta inicial da Prefeitura era um limite de 15%, mas emenda coletiva dos vereadores da base governista reduziu essa taxa para 12%. Dessa forma, por exemplo, uma moradia com variação do valor venal de 40% terá reajuste anual de 10% pelos próximos quatro anos.

O texto, de autoria do prefeito Ricardo Nunes (MDB), já foi aprovado em primeiro turno. O segundo turno está previsto para ocorrer na próxima quinta-feira, 30.

O IPTU é calculado com base na Planta Genérica de Valores (PGV), que determina o valor venal dos imóveis. A PGV, atualizada a cada quatro anos pela Prefeitura, define o custo médio do metro quadrado de cada quadra da cidade, considerando o preço em imobiliárias e sites de venda de imóveis. A cifra final do IPTU ainda depende de outros fatores, como o tipo de edificação, as características do imóvel e de seus proprietários, e o zoneamento da quadra.

O estudo feito pela Prefeitura já considera o valor individual de cada imóvel da cidade, não só a atualização do custo médio do metro quadrado de cada quadra da cidade. A análise compara o valor venal de 2025 com o de 2026, quando a PGV será atualizada.

O levantamento aponta:

70% dos imóveis terão valorização de até 20%;

26% terão reajuste entre 21% e 40%;

4% terão correção acima de 40%.

O projeto de lei na Câmara também amplia a faixa de isenção do tributo, passando a não cobrar a tarifa de residências avaliadas em até R$ 260 mil - hoje, é até R$ 230 mil. Moradias de até R$ 390 mil terão desconto no imposto - a redução atual vale para propriedades de até R$ 345 mil.

A nova PGV de cada quadra da cidade foi publicada no anexo do projeto de lei da Prefeitura. São mais de 2.700 páginas de PDF, com os códigos dos endereços.

O gabinete do vereador Celso Giannazi (Psol) fez um levantamento com base nesses dados, calculando o valor médio do metro quadrado por setor fiscal de São Paulo - a capital tem 310 setores, que são divisões menores do que os distritos criados para fins tributários. Os assessores técnicos, então, compararam a proposta de PGV para 2026 com a anterior, de 2022, chegando à variação média no período por setor. O valor de 2022 foi corrigido pela inflação.

A Prefeitura destacou que mais de um milhão de imóveis serão isentos de IPTU e mais de 500 mil terão descontos. "Além disso, a trava prevista no PL limita em 10% o reajuste anual do IPTU para imóveis residenciais com valorização acima desse valor na PGV", declarou, por nota.

Mais da metade da população brasileira, cerca de 56%, experimentou bebidas alcoólicas antes dos 18 anos de idade e cerca de um quarto, 25,5%, passou a beber de forma regular antes da maioridade. Os achados são do terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III), conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Entre as bebidas mais consumidas por adolescentes de 14 a 17 anos, a cerveja aparece em primeiro lugar, com 40,5% das menções. Em seguida vêm as bebidas do tipo ice, com 31,9%; os destilados, como vodka, gim e uísque, com 30,2%; e o vinho, com 14,5%. No caso do ice, a pesquisa ressalta que o sabor adocicado e o forte apelo comercial favorecem o consumo entre os mais jovens.

Os principais locais de consumo são festas, bares e, muitas vezes, a própria casa, com o incentivo ou tolerância de familiares. A influência dos amigos e do ambiente escolar também é destacada pelo estudo como um fator determinante.

O estudo, realizado com mais de 16 mil entrevistados em todo o País, mostra ainda que cerca de 75% dos jovens não tiveram nenhuma dificuldade em comprar os produtos.

Além disso, 23,3% dos brasileiros que bebem e 23,5% dos adolescentes relataram já ter comprado bebidas por preço muito abaixo do normal, indicando riscos de adulteração e contrabando. Cerca de 12% daqueles que bebem referiram que conseguiram bebidas por um preço abaixo do mercado por meio de contrabando e 10,4% dos brasileiros que pagaram valores inferiores disseram ter conhecimento de que compraram bebidas falsificadas.

Meninas bebem com mais frequência

Entre adolescentes de 14 a 17 anos, as meninas bebem com mais frequência. De acordo com o levantamento, 29,5% das meninas nessa faixa etária já haviam experimentado álcool, contra 25,8% dos meninos. Cerca de 21,6% das meninas relataram consumo no último ano, frente a 16,7% dos meninos. No último mês, os índices foram de 12,4% entre as garotas e 8,5% entre os garotos.

Por outro lado, os episódios de consumo pesado (seis ou mais doses de álcool em uma mesma ocasião) foram mais prevalentes entre meninos (38,2%) do que entre meninas (31,2%). Isso indica que, apesar de as adolescentes beberem com mais frequência, os meninos tendem a ingerir quantidades maiores quando bebem.

Os pesquisadores alertam que o uso precoce de álcool está ligado a maiores chances de dependência na vida adulta. Outro ponto importante é a associação entre o consumo de álcool e comportamentos de risco, como dirigir sob efeito de bebida, violência, sexo desprotegido e evasão escolar.

"Os adolescentes desenvolvem mais transtornos (associados ao álcool), independentemente de classe social, educação e sexo", destaca Clarice Madruga, coordenadora do Lenad e professora na Unifesp.

Olivia Pozzolo, psiquiatra e médica pesquisadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), ressalta que cérebro do adolescente ainda está em formação e o consumo de bebidas alcoólicas interfere nas áreas ligadas à memória, atenção e controle de impulsos. "Isso pode deixar marcas duradouras: mais dificuldade de aprender, comportamento mais impulsivo e alterações de humor", diz.

"A mensagem é direta: álcool não é seguro na adolescência e vale proteger esse período com limites claros em casa e supervisão da venda e do uso", adiciona Olivia.

Práticas ilícitas

Clarice ressalta que o álcool não é a única substância ou prática ilícita à qual os adolescentes têm acesso. Eles também têm contato com o tabaco e as bets.

Segundo a pesquisa, 7,9% dos adolescentes de 14 a 17 anos já experimentaram tabaco alguma vez na vida, o que representa cerca de 1 milhão de jovens brasileiros. Desses, mais da metade (56%) relata uso de cigarros saborizados. Além disso, 37,6% dos fumantes adolescentes afirmam ter começado a fumar antes dos 14 anos.

Entre o público mais jovem, os cigarros eletrônicos (vapes) são um ponto de atenção. O Lenad aponta que 8,7% dos adolescentes de 14 a 17 anos fizeram uso de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) no último ano, uma taxa maior do que entre adultos (5,4%). A prevalência é maior entre meninos (7,3%) do que meninas (4,1%).

Entre aqueles que experimentaram esses dispositivos, 76,3% relataram uso no último ano, e 31,8% no último mês, o que indica uma alta taxa de conversão para uso regular. O levantamento também mostra que 86,3% dos usuários consideram o acesso aos dispositivos fácil ou muito fácil, apesar de sua venda ser proibida no Brasil.

No caso das bets, os dados indicam que, mesmo sendo proibidos para menores de 18 anos, cerca de 10,9% dos adolescentes brasileiros já participaram de algum tipo de jogo de apostas.

As apostas esportivas online dominam o cenário entre adolescentes. Mais de 70% dos que apostaram usaram plataformas digitais, muitas vezes por meio de sites e aplicativos estrangeiros, o que dificulta a fiscalização. O percentual de meninos que relataram já ter apostado é superior ao de meninas: 15,7% contra 6,3%.

As principais motivações relatadas pelos jovens foram:

Curiosidade: 37%;

Influência de amigos: 28%;

Ganhar dinheiro: 25%.

Entre os jovens que já apostaram, 2,2% apresentaram sinais de comportamento problemático. Ou seja, mostram dificuldade em parar de jogar, mentem sobre o hábito ou apostam valores elevados. O estudo observa que o envolvimento precoce com essa prática está associado a maior risco de endividamento, evasão escolar e sintomas de ansiedade e depressão.

Políticas públicas

Segundo Clarice, a principal forma de contornar a situação é por meio de políticas públicas. "Todas as melhores práticas e os órgãos de referência internacional concordam que, quando se trata de acesso de adolescentes, as estratégias não devem ser voltadas diretamente para eles, como, por exemplo, programas de prevenção em escolas, que são importantes, mas não suficientes."

No caso das bebidas, por exemplo, as políticas devem atingir os responsáveis por vender os produtos. "Se não houver uma política mais rígida contra, por exemplo, venda informal de 'litrão' na frente da escola ou contra venda de vape na banca de jornal da esquina da escola, não adianta o programa escolar ser maravilhoso. Tem que ter políticas de restrição de acesso ambiental", defende a pesquisadora.