''Casa de Dinamite': Diretora Kathryn Bigelow foi a 1ª mulher a vencer Oscar de direção

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Casa de Dinamite, novo sucesso da Netflix estrelado por Idris Elba e Rebecca Ferguson, narra um tenso momento no departamento de defesa dos Estados Unidos, com os oficiais tentando impedir que um míssil nuclear atinja Chicago. Veterana de thrillers e filmes com pano de fundo militar, a diretora do longa, Kathryn Bigelow, é um dos nomes fortes de Hollywood e detentora da marca de ser a primeira mulher a vencer - e quarta a ser indicada - o Oscar de Melhor Direção.

O filme que lhe rendeu a honraria foi Guerra ao Terror, de 2009, cuja trama acompanha um soldado questionando seu papel na Guerra do Iraque em meio a conflitos internos e externos de seu batalhão. À época, o filme foi elogiado por seu retrato realista do conflito e dos perigos enfrentados pelos oficiais e pela direção tensa de Bigelow.

Rapidamente, Guerra ao Terror começou a ser considerado um dos grandes favoritos ao Oscar, mas competia com dois grandes sucessos de bilheteria: Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino, e Avatar, de James Cameron (coincidentemente, ex-marido de Bigelow). Além de um abismo separando o sucesso de vendas com os outros cotados ao prêmio, o longa também tinha um orçamento bem mais baixo, de apenas US$15 milhões - o orçamento de Bastardos Inglórios foi estimado em US$70 milhões e o de Avatar, em US$237 milhões.

Apesar de enfrentar filmes mais midiáticos, Guerra ao Terror chegou no período pré-Oscar conquistando diversos prêmios, como o BAFTA (6 vitórias), o Critics Choice Awards (2 vitórias), as premiações dos sindicatos dos roteiristas (WGA) e diretores (DGA) e o Leão de Ouro do Festival de Veneza. Só Bigelow acumulou quatro prêmios nessas cerimônias.

Embora tenha sido derrotado por Cameron e Avatar nas principais categorias em que concorria no Globo de Ouro (Melhor Filme e Melhor Direção), Guerra ao Terror continuou como forte concorrente ao Oscar, que, como outras premiações, tende a se render menos à popularidade dos indicados na bilheteria.

Chegada a época das indicações ao Oscar, Guerra ao Terror acabou sendo lembrado em nove categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator (Jeremy Renner) e Melhor Edição. Sendo indicada a Melhor Direção, Bigelow se tornou apenas a quarta mulher a concorrer à estatueta, seguindo Lina Wertmüller (Pasqualino Sete Belezas, em 1977), Jane Campion (O Piano, em 1994) e Sofia Coppola (Encontros e Desencontros, em 2004).

Cumprindo as expectativas, a Academia premiou Guerra ao Terror com seis estatuetas, a mais importante (e considerando a concorrência de "queridinhos", improvável) foi a de Melhor Direção, que marcou a primeira vez em 82 anos de cerimônia em que uma diretora mulher venceu a categoria.

Em anos recentes, indicações de mulheres na categoria de Melhor Direção seguem raras, com 2021 marcando a primeira vez em que duas diretoras concorreram à honraria - Chloé Zhao (que venceu por Nomadland) e Emerald Fennell (Bela Vingança), algo que não repetiu desde então.

Por outro lado, mais duas mulheres venceram o prêmio de Melhor Direção nestes últimos 15 anos: a já citada Zhao e, em 2022, Jane Campion, que se tornou a primeira diretora com mais de uma indicação na história da categoria, por seu trabalho em Ataque dos Cães.

A carreira de Bigelow seguiu constante nos anos seguintes, com a diretora voltando aos holofotes (e a algumas premiações) com A Hora Mais Escura, sobre a operação para matar Osama Bin Laden, e Detroit em Rebelião, sobre um caso de racismo da polícia da cidade americana, além de comandar curtas e comerciais.

Guerra ao Terror está disponível para streaming no Prime Video. Casa de Dinamite integra o catálogo da Netflix, atualmente liderando o ranking de filmes mais assistidos da plataforma.

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Uma árvore de grande porte caiu sobre um veículo ocupado na tarde desta quarta-feira, 29, no bairro Socorro, zona sul de São Paulo. A vítima, um homem de 54 anos, foi levada em estado grave para o Hospital das Clínicas por meio do helicóptero Águia-17.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e mobilizou sete viaturas na ocorrência. A corporação ajudou a retirar o homem que estava preso nas ferragens. A atualização do estado de saúde dele não foi informado.

O caso aconteceu por volta das 12h40, na altura do número 480 da Avenida Antônio Barbosa da Silva Sandoval. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, uma casa também foi atingida. O órgão não deu detalhes sobre feridos.

"A ocorrência foi registrada como lesão corporal no 11º Distrito Policial (Santo Amaro), que requisitou perícia", informou a pasta.

De acordo com os bombeiros, foram registradas rajadas de vento de aproximadamente 70 km/h na região de Interlagos entre 11h e 13h, o que pode ter contribuído para a queda da árvore.

Procurada para comentar sobre o acidente, a Prefeitura de São Paulo informou, via Subprefeitura Capela do Socorro, que equipes estão na Rua Antônio Barbosa da Silva Sandoval realizando o corte e a remoção da árvore.

"A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) informa que atualmente conta com 162 equipes de poda", afirmou a administração.

Para o período de chuvas e com o objetivo de reduzir o número de solicitações que ainda não foram atendidas, a Prefeitura diz que promove mutirões de poda em diversas regiões da cidade.

"Em setembro, as ações ocorreram nas Subprefeituras de Santo Amaro, Butantã e Lapa, com cerca de 500 podas realizadas em cada região, além de outras 1.000 árvores podadas em Itaquera. Neste mês, o mutirão está sendo executado na Subprefeitura Pirituba", informou a nota.

A Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata) e a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta) voltaram a criticar o Projeto de Lei 5.041/2025, aprovado na terça-feira, 28, pela Câmara dos Deputados. As entidades classificaram a proposta como um "retrocesso histórico", com potencial para encarecer as passagens aéreas e, por isso, deveria ser reconsiderada pelo Senado Federal.

"A medida proposta, que torna obrigatórios o despacho e o transporte gratuito de bagagem de mão e restringe outras práticas comerciais padrão, representa uma séria ameaça à conectividade, competitividade e ao acesso do transporte aéreo no Brasil", afirmam as associações, por meio de nota.

As novas regras preveem que as companhias aéreas forneçam uma bagagem despachada gratuita de até 23 quilos em voos domésticos e internacionais, além de oferecerem bagagem de mão gratuita de até 12 quilos em voos domésticos. Também fica proibida a cobrança pela seleção de assentos padrão e o cancelamento automático de voos de volta caso o passageiro perca o trecho de ida, salvo se houver autorização expressa. As medidas ainda determinam que passageiros que necessitem de assistência especial tenham direito a até dois assentos adicionais sem custo.

Para a Iata e Alta, o Senado Federal deve reconsiderar o projeto de lei que impõe as medidas, assim como estabelecer um diálogo aberto com a indústria da aviação para garantir que a proteção do consumidor seja equilibrada com a sustentabilidade econômica e a viabilidade operacional.

"Ao reintroduzir regras desatualizadas e uniformes sobre bagagem e assentos, a proposta corre o risco de limitar a concorrência e o acesso a tarifas acessíveis e, em última análise, prejudicar os próprios consumidores que pretende proteger", afirma o vice-presidente regional da Iata para as Américas e diretor-executivo e CEO da Alta, Peter Cerdá.

As associações avaliam ainda que as restrições às operações internacionais introduzem complexidade adicional para as transportadoras que voam de e para o Brasil, enfraquecendo a atratividade do país como um hub regional.

"A América Latina precisa de estabilidade regulatória e competitividade para crescer, e medidas como esta apenas adicionam custos, reduzem a eficiência e desencorajam novas conectividades em um contexto no qual deveríamos expandi-las", reforça Cerdá.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira, 29, que o governo federal entende que há uma dissociação entre grupos terroristas e organizações criminosas. A declaração do ministro se deu em coletiva de imprensa após reunião de emergência com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL).

"Nós temos uma posição que já foi externada várias vezes: uma coisa é terrorismo, outra coisa são facções criminosas. O terrorismo envolve sempre uma nota ideológica, é sempre uma atuação política com repercussão social, com atentados esporádicos, sempre tendo em conta um determinado fator ideológico", disse Lewandowski.

Lewandowski disse ainda que a equiparação das facções criminosas a grupos terroristas poderia dificultar o combate às organizações. Segundo ele, a legislação brasileira já deixa claro a identificação dos dois tipos de infratores.

"As facções criminosas são constituídas por grupos de pessoas que, sistematicamente, praticam crimes que estão capitulados na legislação positiva do País. Temos leis que estabelecem o que é uma organização criminosa e o que é terrorismo. São dois tipos de atuação que não se confundem, e não tem temos nenhuma intenção de fazer essa mescla até porque dificultaria e muito o combate destes tipos de criminosos que são claramente distintos", disse Lewandowski.

Segundo Lewandowski, a operação policial que deixou ao menos 119 mortos no Rio não dizia respeito à Polícia Federal já que ela é uma polícia judiciária e não de "ocupação de territórios". O ministro disse ainda que o governo federal não tem avaliações sobre a ação pois, segundo ele, ela foi de "inteira responsabilidade" do governo do Estado do Rio.

Segundo Lewandowski, é corriqueira a troca de informações entre forças de segurança. Segundo ele, Castro solicitou a atuação da Força Nacional no Estado, onde o governo federal se disponibilizou e permitiu o deslocamento até o Rio.

Nesta terça-feira, 28, a operação policial mais letal da história do Rio deixou ao menos 119 mortos, segundo o governo fluminense. A ação foi feita nos complexos da Penha e do Alemão, e foi tema de uma reunião emergencial convocada por Lula na manhã desta quarta.