Mostra de cinema de São Paulo cresce em 2023 e divulga seleção completa

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A 47ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo chega ainda mais forte do que em 2022. Tendo reatado os laços com a Petrobras entre os patrocinadores, o evento aumentou consideravelmente o número de filmes selecionados e investiu em retrospectivas prestigiosas, com foco na exibição de 23 obras do italiano Michelangelo Antonioni. Veja abaixo a lista com todos os títulos.

 

A presença do cineasta atravessa todo o evento: uma ilustração de sua autoria, realizada nos anos 1960, serve como base para o cartaz deste ano, enquanto um roteiro inédito do autor, intitulado Tecnicamente Doce, será apresentado em leitura ao público.

 

"A retomada das retrospectivas pela Mostra, ainda mais uma complexa, como do Antonioni, custa muito. Fomos atrás de cópias restauradas em diversos lugares, o que demanda uma longa dedicação. Trabalhamos nisso desde o ano passado", explica Renata de Almeida, diretora da Mostra. "Antonioni é um dos marcos do cinema moderno"

Renata de Almeida

 

"A influência dele pode ser vista do cinema iraniano às séries como White Lotus, que faz referência a L'Avventura. O cinema de hoje bebe muito desta fonte, de maneira antropofágica. Vivemos a época da hipercomunicabilidade, mas isso se transforma ironicamente numa dificuldade de comunicação. Existe uma angústia, inclusive da juventude, que passa muito tempo nas redes, mas tem dificuldade de se expressar. Um impasse parecido ocorreu no final da Segunda Guerra, quando Antonioni começou a produzir. Esta angústia já atravessava o cinema dele", completa Renata.

 

Desta vez, certa de 350 títulos serão apresentados ao público na capital paulista entre os dias 19 de outubro e 1º de novembro. Como de costume, as atenções se voltam aos filmes recompensados nos festivais de Cannes, Veneza e Berlim. Neste sentido, o público está bem servido com sessões do vencedor do Urso de Ouro, o documentário Sur l'Adamant, de Nicolas Philibert, e da comédia dramática Afire, de Christian Petzold, premiada com o Grande Prêmio do Júri em Berlim.

 

De Cannes, chegam Anatomia de Uma Queda, de Justine Triet (Palma de Ouro), Fallen Leaves, de Aki Kaurismaki (Prêmio do Júri) e Ervas Secas, de Nuri Bilge Ceylan (Prêmio de Melhor Atriz), além dos bem-recebidos La Chimera, de Alice Rohrwacher, e Juventude (Primavera), de Wang Bing. Já o festival de Veneza é representado por filmes como a aguardada biografia Maestro, dirigida e estrelada por Bradley Cooper, e o controverso The Beast, de Bertrand Bonello.

 

Para os cinéfilos interessados no Oscar 2024, vale se atentar a diversas produções que representam seus países na busca pela estatueta de melhor filme internacional. Entre elas estão títulos escolhidos por Bósnia e Herzegovina (Excursão, de Una Gunjak), Bulgária (Lições de Blaga, de Stephan Komandarev), Chile (Los Colonos, de Felipe Galvéz), Estônia (Irmandade da Sauna a Vapor, de Anna Hints), Holanda (Bons Sonhos, de Ena Sendijarevic), Lituânia (Slow, de Marija Kavtaradze), Peru (A Ereção de Toribio Bardelli, de Adrián Saba), Romênia (Do Not Expect Too Much From the End of the World, de Radu Jude), Suécia (Oponente, de Milad Alami) e Ucrânia (20 Dias em Mariupol, de Mstyslav Chernov).

 

Os filmes brasileiros também integram a seleção dos títulos prestigiados em festivais internacionais. A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora, foi recompensado com o Prêmio de Melhor Equipe na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes. Já Estranho Caminho, de Guto Parente, será apresentado ao público brasileiro após vencer todos os prêmios possíveis do Festival de Tribeca - a primeira vez que tal unanimidade ocorreu no evento norte-americano.

 

Destacam-se igualmente O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon, exibido em Berlim; Meu Casulo de Drywall, de Caroline Fioratti, selecionado no SXSW, e Sem Coração, de Nara Normande e Tião, aclamado no Festival de Veneza.

 

Mas a produção brasileira não vive apenas de recompensas internacionais. Os espectadores descobrem na programação os novos filmes dirigidos por cineastas de renome como André Novais Oliveira (O Dia que te Conheci), Clara Linhart (Eu Sou Maria), Cristiane Oliveira (Até que a Música Pare), Fábio Meira (Tia Virgínia), Helena Ignez (A Alegria É a Prova dos Nove), Lúcia Murat (O Mensageiro), Luiz Fernando Carvalho (A Paixão Segundo G.H., baseado em Clarice Lispector) e Petrus Cariry (Mais Pesado É o Céu).

 

"Temos uma seleção brasileira forte", pontua a diretora da Mostra. "Grandes mestres estão presentes, como Helena Ignez e Júlio Bressane, que recebe uma homenagem. Eles estão ao lado dos novos diretores, como André Novais Oliveira e Guto Parente. Isso reflete o trabalho da Mostra, que faz reverência aos mestres, com homenagens e apresentações, ao mesmo tempo em que traz a competição para novos diretores, e se preocupa em revelar novos nomes. Muitos cineastas fora do eixo São Paulo-Rio estão representados esse ano", diz Renata.

 

De fato, entre as apresentações especiais, o espectador pode mergulhar no monumental A Longa Viagem do Ônibus Amarelo, de Júlio Bressane e Rodrigo Lima, com mais de sete horas de duração; no clássico soviético Um Homem com uma Câmera, de Dziga Vertov, ou no marco do cinema brasileiro representado por Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry.

 

Uma das belezas da Mostra reside justamente na capacidade de abraçar as mais diversas formas de cinefilia e expressão artística. Há opções para quem estiver concentrado no Oscar, em Cannes, no novíssimo cinema brasileiro e nas obras mudas da década de 1920.

 

Haverá, ainda, a primeira edição do Prêmio Netflix. "A premiação vai selecionar e adquirir os direitos de distribuição de um filme brasileiro de ficção participante da Mostra deste anoq ue ainda não tenha sido negociado com alguma plataforma de streaming. O filme vencedor do Prêmio Netflix será exibido pela Netflix em mais de 190 países", informou a plataforma em comunicado neste sábado, 7.

Em outra categoria

A segunda noite de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro começa às 22h desta segunda-feira, 3, no sambódromo da Marquês de Sapucaí, e vai reunir Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel.

A Unidos da Tijuca vai discorrer sobre o orixá Logun-Edé, entidade que é filho de Oxum, a deusa das águas doces, e Oxóssi, caçador e protetor das florestas. O orixá será representado pelo ator e cantor Thiago Tomé.

A cantora Anitta é uma das autoras do samba-enredo, que tem sido bastante elogiado - mas quem canta é Ito Melodia, o intérprete oficial da escola. Edson Pereira é o carnavalesco da agremiação da zona norte.

A segunda escola a desfilar é a Beija-Flor, que deve começar sua apresentação às 23h30 desta segunda-feira. A agremiação de Nilópolis vai prestar uma homenagem a Laíla, o mais importante diretor de carnaval da história da escola. Ele morreu em 18 de junho de 2021, aos 78 anos, vítima de covid-19.

Em três passagens pela Beija-Flor, a última encerrada em 2018, Laíla participou de mais de 30 carnavais e foi responsável por momentos históricos, como a alegoria do Cristo esfarrapado que desfilaria em 1989 e a frase no plástico preto que afinal cobriu a imagem: "Mesmo proibido, olhai por nós".

A última agremiação a se apresentar na Sapucaí, a partir das 2h30 de terça-feira, será a Vila Isabel, com o enredo "Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!". O carnavalesco Paulo Barros promete surpreender o público mostrando como as assombrações se manifestam na vida das pessoas, segundo o imaginário popular, desde a infância até a morte.

O desfile da Beija-Flor terá outro atrativo especial: será a despedida de Neguinho da Beija-Flor, de 75 anos, da função de intérprete da escola, após exatos 50 anos no posto.

Ele começou em 1976, ano em que a Beija-Flor ganhou seu primeiro título, com música de sua autoria ("Sonhar com Rei dá Leão"). Depois, foi o cantor de mais 13 vitórias, nove delas a partir da inauguração do sambódromo, em 1984.

A terceira escola a desfilar, à 1h de terça-feira, será o Salgueiro, que vai apresentar o enredo "De Corpo Fechado", sobre a relação do ser humano com a espiritualidade e a busca por proteção divina. O samba é um dos mais ouvidos deste ano nos aplicativos de música, e um dos autores é Xande de Pilares.

O desfile deve terminar às 4h, e então vai começar a roda de samba na Praça da Apoteose, onde ocorre a dispersão das escolas. A Liga Independente das Escolas de Samba contratou quatro rodas de samba - Beco do Rato, Cacique de Ramos, Samba do Trabalhador e Terreiro de Criolo -, mas até a conclusão deste texto não havia confirmado qual delas será a atração da segunda noite de desfiles.

Na primeira noite, no domingo, desfilaram Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Mangueira. Pela primeira vez os desfiles foram divididos em três dias, e na terça-feira ainda vão desfilar, também a partir das 22h, Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela.

Um incêndio atingiu na manhã desta segunda-feira, 3, uma edificação comercial localizada na Rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo teve início no terceiro andar do edifício, atingindo materiais altamente inflamáveis, como tecidos e plásticos.

A corporação foi acionada às 7h59 e, inicialmente, mobilizou seis viaturas para o local. Com a evolução das chamas, o efetivo foi ampliado para 34 bombeiros e 11 viaturas, que trabalharam no combate ao fogo. Ao todo, cerca de 60 metros quadrados da estrutura foram danificados.

Por volta das 11h, o incêndio foi completamente extinto, sem registro de vítimas. O local foi isolado para avaliação dos danos e segurança da estrutura. As causas ainda serão investigadas.

Policiais militares prenderam cinco pessoas que tentavam resgatar um balão de 18 metros que caiu nas imediações do aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, neste domingo, 2. De acordo com a PM, havia risco ao espaço aéreo.

Procurada, a Aena, concessionária responsável pelo aeroporto, ainda não se manifestou.

Agentes do 2º Batalhão de Policiamento Ambiental receberam informações sobre a presença de diversos balões nas proximidades das pistas do aeroporto de Congonhas.

Um deles, que media 18 metros de altura, foi identificado perdendo altitude na altura da rua Vergueiro, uma das mais movimentadas da zona sul. O balão possuía uma bandeira de 25 metros, impulsionado por uma tocha incendiária.

De acordo com relatos dos policiais, cerca de 100 indivíduos em motocicletas tentaram resgatar o balão quando ele caiu na rua General Chagas Santos. Alguns tentaram escalar alguns portões de residências para resgatar o balão, ainda na versão dos policiais.

Cinco indivíduos foram detidos, mas responderão ao processo em liberdade. A multa aplicada foi de R$ 20 mil. Soltar balão é crime ambiental e pode render até três anos de prisão.

Ele foi retirado de três residências e um estabelecimento comercial, com riscos de incêndio e curto-circuito na rede elétrica. O balão foi levado à sede da 2ª Companhia de Policiamento Ambiental, onde será destruído.