Ganhadora do Nobel de literatura, Louise Glück morre aos 80 anos

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A ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura Louise Glück, uma poeta inabalavelmente franca e perspicaz que entrelaçou alusões clássicas, devaneios filosóficos, memórias agridoces e comentários humorísticos em retratos indeléveis de um mundo decaído e desolador, morreu aos 80 anos.

A morte de Glück foi confirmada na sexta, 13, por Jonathan Galassi, seu editor na Farrar, Straus & Giroux. Ela morreu em sua casa, em Massachusetts, em decorrência de um câncer diagnosticado poucos dias antes, segundo a poeta, e ex-aluna de Glück, Jorie Graham.

Ao longo de uma carreira de mais de 60 anos, a autora construiu uma narrativa de trauma, desilusão, estagnação e anseio, pontuada por momentos - mas apenas momentos - de êxtase e contentamento.

Quando ela recebeu o Prêmio Nobel em 2020 - e se tornou a primeira poeta americana a recebê-lo desde T.S. Eliot, em 1948 -, o júri elogiou "sua inconfundível voz poética que, com beleza austera, torna universal a existência individual".

Os poemas de Glück são geralmente breves, com uma página ou menos, e exemplos de seu apego ao "não dito, à sugestão, ao silêncio eloquente e deliberado". Para Glück, que era influenciada por Shakespeare, mitologia grega e pelo próprio Eliot, entre outros, a vida era, de certa forma, um romance conturbado, destinado à infelicidade, mas significativo porque a dor é uma condição natural e preferível ao que ela supunha que viria depois. "A vantagem da poesia sobre a vida é que a poesia, se for suficientemente afiada, pode durar", escreveu ela certa vez.

Em seu poema Summer, a narradora se volta para o marido e relembra "os dias de nossa primeira felicidade", quando tudo parecia ter "amadurecido". Mas então "os círculos se fecharam. Pouco a pouco, as noites ficaram mais frias".

Glück publicou mais de uma dúzia de livros de poesia, além de ensaios e uma pequena fábula em prosa, Marigold and Rose. Ele se inspirou em tudo, desde o tricô de Penélope em A Odisseia até o complexo esportivo de Meadowlands.

Em 1993, ele ganhou o Pulitzer por The Wild Iris. Outros títulos incluem as coletâneas The Seven Ages, The Triumph of Achilles, Vita Nova e a aclamada antologia Poemas (2006-2014). Ganhou ainda outros importantes prêmios, como o National Book Award e a Medalha Nacional de Humanidades.

Glück foi casada e se divorciou duas vezes. Com seu segundo marido, John Darnow, teve o filho Noah. Além de dedicar sua vida à poesia, Louise Glück foi professora em diversos lugares, como a Universidade Stanford e a Universidade Yale, e considerava suas experiências na sala de aula não como uma distração de sua poesia, mas como uma "receia para a letargia".

NO BRASIL. Sua obra começou a ser publicada no País depois do Nobel. Foram lançados, aqui, os livros Receitas de Inverno da Comunidade, traduzido por Heloisa Jahn (1947-2022), e a coletânea Poemas (2006-2014), traduzida por Jahn e pelas poetas Marília Garcia e Bruna Beber.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) confirmou o atendimento de 16 pessoas que relataram ter sido vítimas de 'agulhadas' durante o Carnaval. Os incidentes ocorreram no Recife e na região metropolitana.

Segundo a SES, as vítimas foram encaminhadas ao Hospital Correia Picanço, referência estadual para o tratamento e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

"Os pacientes foram avaliados clinicamente e receberam a devida assistência, além das medidas de profilaxia conforme o risco de exposição de cada um", disse o órgão em nota.

O modo como os ferimentos aconteceram não foi esclarecido. Os festejos de carnaval na capital pernambucana e na vizinha Olinda, já tiveram relatos de ataques por agulhas em anos anteriores, o que resultou em registros de boletim de ocorrência naquelas oportunidades. Em 2024, Pernambuco registrou 29 casos, sendo 16 mulheres e 13 homens.

O fóssil de parte da face de um ancestral humano é o mais antigo já encontrado na Europa Ocidental, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Nature. Os ossos fossilizados de parte da bochecha esquerda e do trecho superior da mandíbula foram encontrados no norte da Espanha em 2022 e, calcula-se, teriam de 1,1 a 1,4 milhões de anos.

"A descoberta é emocionante", afirmou Eric Delson, paleontólogo do Museu de História Natural dos EUA, que não participou do estudo. "É a primeira vez que encontramos remanescentes tão significativos com mais de um milhão de anos na Europa Ocidental."

A coleção de fósseis mais antiga já encontrada na Europa até agora tem 1,8 milhão de anos e foi achada na Geórgia, perto da fronteira entre a Europa Oriental e a Ásia. A nova descoberta abre caminho para mais estudos sobre as rotas migratórias dos ancestrais humanos.

O fóssil espanhol é a primeira evidência que demonstra claramente que "ancestrais humanos já andavam pela Europa" naquela época, segundo Rick Potts, diretor do Programa das Origens Humanas do Museu Smithsonian, que tampouco participou do novo estudo.

Ainda não há comprovação, no entanto, de que esses primeiros ancestrais teriam ficado na Europa desde então:

"Um grupo pode ter ido a um local específico e depois desaparecido."

Os ossos fossilizados encontrados na Espanha guardam muitas semelhanças com os do Homo erectus, mas há também algumas diferenças anatômicas, de acordo com a co-autora do novo trabalho, Rosa Huguet, arqueóloga do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social, em Tarragona, na Espanha.

O Homo erectus surgiu há cerca de dois milhões de anos na África e, posteriormente, alcançou partes da Ásia e da Europa. Segundo Potts, os últimos remanescentes dessa espécie morreram há aproximadamente 100 mil anos.

Não é simples identificar a que grupo de ancestrais humanos um fóssil pertence a partir de poucos fragmentos. É diferente quando são encontrados muitos ossos com diferentes características, afirmou o paleoantropólogo Chsristoph Zollikofer, da Universidade de Zurique, que também não participou do novo trabalho.

No mesmo complexo de grutas nas Montanhas Atapuerca, na Espanha, onde os novos fósseis foram desenterrados, especialistas já fizeram outras importantes descobertas sobre o passado dos ancestrais humanos. Na mesma região, foram achados fósseis mais recentes de neandertais e dos primeiros Homo sapiens.

Dois homens, de 23 e de 37 anos, foram mortos após serem baleados dentro de um veículo no bairro Royal Park, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, na noite de sexta-feira, 14. A investigação segue em andamento pela Polícia Civil do Estado.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, uma das vítimas era um policial militar, contudo, estava afastado da corporação desde agosto de 2024 por motivos pessoais.

"A PM foi acionada e no local encontrou o homem mais novo baleado no banco do motorista do carro. O homem mais velho também foi atingido e encontrado no chão a cerca de dois metros do veículo. Este era o que portava documentação que o identificava como PM", disse a SSP.

Segundo a ocorrência, as vítimas estavam no veículo quando criminosos armados chegaram atirando contra eles. Elas foram socorridas com vida ao Hospital das Clínicas e ao Hospital Santa Casa de Santo André, mas não resistiram aos ferimentos.

O veículo, um celular, a arma e um carregador de munição do policial foram apreendidos, sendo requisitada perícia no local.

O caso foi registrado como homicídio e localização e apreensão de objeto no 3° DP de São Bernardo do Campo.