Quais histórias são contadas nos livros proibidos em Santa Catarina? Conheça as obras

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O governo de Santa Catarina elaborou uma lista de livros que devem ser banidos em escolas do Estado. A informação foi confirmada pelo Estadão nesta quarta-feira, 8. Na terça, 7, o governo distribuiu um ofício circular determinando a retirada das obras de escolas públicas.

Ao todo, nove livros aparecem na lista. Dentre eles, está um sucesso de Stephen King, It: A Coisa. Também figuram as obras Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, que deu origem ao filme dirigido por Stanley Kubrick, e Os 13 Porquês, de Jay Asher, que gerou uma série na Netflix.

A lista dos livros inclui ainda O Diário do Diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo, que revela detalhes sobre o regime extremista de Adolf Hitler e o Terceiro Reich. Os títulos Os 13 Porquês, que gira em torno das consequências do suicídio, e A Química Entre Nós, que fala sobre amor e sexo a partir dos olhares da psicologia e da neurociência, também foram recolhidos pela Secretaria de Educação de Santa Catarina.

Confira todos os títulos:

> A química entre nós (Larry Young e Brian Alexander)

> Coração Satânico (William Hjortsberg)

> Donnie Darko (Richard Kelly)

> Ed Lorraine Warren: demonologistas - arquivo sobrenaturais (Gerald Brittle)

> Exorcismo (Thomas B. Allen)

> It: A coisa (Stephen King)

> Laranja Mecânica (Anthony Burgess)

> Os 13 Porquês (Jay Ascher)

> O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo (Robert K. Wittman e David Kinney)

"Determinamos que as obras listadas sejam retiradas de circulação e armazenadas em local não acessível à comunidade escolar. Em breve enviaremos novas orientações", diz o ofício. O documento é assinado pelo supervisor regional da Educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela integradora Regional de Educação, Anelise dos Santos de Medeiros.

Ao Estadão, a assessoria governo de Santa Catarina afirmou que os livros foram comprados e distribuídos em uma gestão anterior, mas não estão de acordo com o cronograma pedagógico atual para as séries iniciais.

Segundo o órgão, uma criança do ensino fundamental teria levado um desses livros para casa e a mãe questionou a disponibilidade dele pela escola.

Ainda de acordo com o governo, o recolhimento teria como objetivo removê-los dos primeiros anos do ensino fundamental e redistribuí-los para os anos finais e para o ensino médio. O órgão não apresentou um prazo para essa redistribuição, mas indicou que "deve ser logo".

Em suas redes sociais, o governador Jorginho Mello criticou a educação a nível federal nesta terça-feira, 7. O destaque foi para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mello afirmou que a "agenda ideológica domina a pauta na educação federal", ao mesmo tempo em que disse que "em SC estamos preservando nossos valores e investindo pesado no futuro das crianças e dos jovens". Ele não falou sobre a lista de livros removidos das escolas em seu Estado.

Veja as sinopses dos nove livros proibidos em escolas de Santa Catarina

A química entre nós - Larry Young e Brian Alexander (Ed. Best Seller)

O livro une o neurocientista e professor de psiquiatria na Emory University School of Medicine Larry Young e o jornalista Brian Alexander para desvendar os "mistérios" do amor. Juntos, os dois fazem um compilado de tudo o que a ciência sabe sobre temas que envolvem amor, paixão e sexo, como atração física, ciúmes e infidelidade. A química entre nós é publicado pela Editora Best Seller.

Coração Satânico - William Hjortsberg (Ed. Darkside)

Em 1987, o livro chegou a ganhar uma adaptação estrelada por Mickey Rourke e Robert De Niro nos cinemas. A obra, considerada um dos maiores clássicos da literatura dark e o romance mais importante de William Hjortsberg, mistura terror e histórias de detetive.

Coração Satânico chegou a ficar uma época fora de catálogo no Brasil, mas voltou a ser publicada pela Editora Darkside em 2017. No livro, o autor une suspense e temas considerados 'tabu'.

Donnie Darko - Richard Kelly (Ed. Darkside)

Donnie Darko dá nome a um famoso filme de Richard Kelly, lançado em 2001, mas o livro publicado pela Editora Darkside não é a obra que deu origem ao longa. O livro traz, na íntegra, o roteiro original com detalhes da trilha sonora do filme, que inclui músicas de Tears For Fears e Echo and the Bunnymen.

A trama, que se passa na véspera do Dia das Bruxas, conta a história de um adolescente com sintomas de sonambulismo e esquizofrenia. O protagonista escapa da morte após uma turbina de avião cair em seu quarto e passa a ter alucinações com Frank.

Ed & Lorraine Warren. Demonologistas. Arquivos Sobrenaturais - Gerald Brittle (Ed. Darkside)

O livro é uma biografia do casal Ed e Lorraine Warren, investigadores paranormais. Os dois ganharam várias versões na cultura pop e foram retratados em longas como Invocação do Mal, Annabelle e Horror em Amityville.

A obra, publicada também pela Darkside, promete ser "rico em detalhes como nenhum outro", já que o autor, Gerald Brittle, teve acesso exclusivo a anotações do casal. Os temas incluem relatos de poltergeists, casas mal-assombradas e possessões demoníacas.

Exorcismo - Thomas B. Allen (Ed. Darkside)

Exorcismo, escrito pelo jornalista Thomas B. Allen, conta a história real que originou o clássico O Exorcista, de 1973, dirigido por William Friedkin. O autor, que teve acesso ao diário que ajudou no exorcismo que inspirou o longa, narra em detalhes o que aconteceu com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14 anos. A obra, publicada pela Darkside, chegou a ser elogiada pelo casal Ed e Lorraine Warren.

It: A coisa - Stephen King (Ed. Suma)

Um dos maiores sucessos de Stephen King, autor considerado o "mestre" do terror, It: A Coisa também inspirou adaptações no cinema, mas mais recentes. A primeira foi lançada em 2017 e a segunda, em 2019. Ambas foram produzidas pela Warner.

A trama tem início em 1958 e acompanha um grupo de sete amigos que passa a enxergar um ser sobrenatural e maligno que assume, na maioria das vezes, a forma de um palhaço. Trinta anos depois, os protagonistas se reencontram e precisam enfrentar seus medos e "a Coisa" novamente. It: A Coisa é publicado pela Editora Suma.

Laranja Mecânica - Anthony Burgess (Ed. Aleph)

Outra obra clássica que ganhou uma versão nos cinemas, Laranja Mecânica dá nome ao que é considerada uma das "obras-primas" do diretor Stanley Kubrick. O livro também é considerado um clássico distópico e retrata um mundo pós-original ao lado de obras como 1984, de George Orwell, Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

A história foca em uma gangue de adolescentes que comete perversidades e atos de violência em meio a um governo autoritário. O protagonista, Alex, é submetido a um método experimental de recondicionamento de mentes criminosas após cometer um assassinato.

O longa de Kubrick se baseou em edições americanas que suprimiram o capítulo final - editores acreditaram que um final sem redenção para Alex é "mais realista". A edição da Editora Aleph, porém, traz a parte excluída.

Os 13 Porquês - Jay Ascher (Ed. Ática)

O livro inspirou uma série na Netflix produzida por Selena Gomez em 2017. A trama narra a história de Hannah Baker, uma adolescente que cometeu suicídio e envia fitas que teriam a ver com a sua morte. A produção do serviço de streaming gerou uma ampla repercussão à época do lançamento, criando campanhas contra o suicídio, o bullying e em prol do enfrentamento da depressão.

O Diário do Diabo: Os Segredos de Alfred Rosenberg, O Maior Intelectual do Nazismo - Robert K. Wittman e David Kinney (Ed. Record)

O Diário do Diabo traz registros de Alfred Rosenberg, figura importante do círculo íntimo de Adolf Hitler. O livro traz detalhes sobre o regime nazista em que Alfred esteve diretamente envolvido. Ele é publicado pela Editora Record.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), chegou no período da tarde desta segunda-feira, 24, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para se reunir com o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Paes disse a jornalistas que o assunto do encontro é o controle da Linha Amarela, uma das vias expressas mais importantes do Rio de Janeiro e objeto de ação na Corte.

Barroso é relator do caso e está em suas mãos decidir sobre a manutenção de decisão liminar que suspendeu o cancelamento do contrato firmado com a Lamsa para gestão da Linha Amarela.

Em 2019, o então prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, cancelou o contrato de concessão firmado com a Lamsa para a gestão da via expressa, sem pagamento de indenização prévia. O contrato tinha validade até 2037. O cancelamento foi suspenso por liminar do ministro Luiz Fux em 2021, e o contrato segue vigente.

Em novembro, o Supremo decidiu que a matéria é constitucional e, portanto, de competência da Corte.

Entenda

O argumento de Crivella para encampação da Linha Amarela (ou seja, a retomada pelo poder público de um serviço já concedido à iniciativa privada) foi que o contrato não previa a indenização prévia e que havia "grave risco de lesão à ordem pública" na manutenção da concessão devido ao preço do pedágio e à suposta existência de desequilíbrio contratual em favor da concessionária, em patamar de R$ 1,6 bilhão (em valores nominais).

A matéria foi alvo de vaivém nos últimos anos, com liminares favoráveis e contrárias à Lamsa no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A última decisão no STJ foi para autorizar a encampação. Essa liminar foi contestada pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), que acionou o Supremo para barrar o cancelamento do contrato ou participar do devido processo administrativo para obter a indenização devida.

De início, o ministro Luix Fux, então presidente do Supremo, negou a reclamação, entendendo que a matéria seria infraconstitucional. Em 2021, ele reconsiderou sua posição e deu liminar favorável à Lamsa, para suspender o processo de encampação. Essa liminar segue vigente.

Fux chegou a enviar o caso para a conciliação entre a Lamsa e a prefeitura do Rio, mas as partes não chegaram a uma solução consensual e a ação voltou a julgamento.

Uma decisão da Justiça transfere uma área equivalente a mais de mil campos de futebol do Parque Nacional do Iguaçu, que pertence à União, para o Estado do Paraná. Estão nesta área nada menos que o trecho brasileiro das Cataratas do Iguaçu e o luxuoso Hotel das Cataratas, instalado no local desde 1958. Ainda cabe recurso, mas se a decisão for mantida, parte das verbas obtidas com o turismo nas Cataratas, que hoje vão para a União, ficarão para o Estado.

A decisão foi dada no último dia 5 pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em uma ação movida pela União. O governo do Paraná considerou a decisão uma "grande vitória" do Estado. A Advocacia-Geral da União (AGU) diz que já foi intimada da sentença e vai entrar com recurso. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que detém a gestão do parque, disse que acompanha a questão e fornece as informações à AGU. Já a gestão do Polo Cataratas vê ameaça ao título de Patrimônio Natural da Humanidade, concedido pelas Nações Unidas.

O parque do Iguaçu é o segundo mais visitado do País, atrás apenas do Parque Nacional da Tijuca, no Rio, que tem o Corcovado e o Cristo Redentor. As cataratas, incluídas entre as sete maravilhas naturais do mundo, receberam 1,9 milhão de visitantes no ano passado, procedentes de 180 países.

A ação foi proposta em 2018 pela União pedindo o cancelamento de um registro feito pelo governo paranaense no cartório de Foz do Iguaçu, no qual alegava ter o domínio da área de 1.085 hectares. Já o governo federal alegou que se tratava de terra devoluta - sem uso privado - e, portanto, da União. A justiça de Foz do Iguaçu decidiu em favor da União, mas o Paraná entrou com recurso, levando o caso ao TRF.

"A área em disputa foi doada pela União a um particular chamado Jesus Val em 1910. Nove anos depois, o Estado comprou a área dessa pessoa e registrou no cartório de Foz do Iguaçu, fatos reconhecidos pelos desembargadores do TRF. É uma grande vitória do Paraná", diz o procurador Júlio da Costa Aveiro.

A AGU alega que na Constituição de 1988 foram mantidos como bens de domínio da União as "terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras", estabelecendo que "a faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional". Diz ainda que o Estado do Paraná não tem o domínio de fato da área que afirma ser sua.

Na decisão, o relator, desembargador Luiz Antonio Bonat, entendeu que, no momento em que a área foi titulada pelo particular, deixou de ser terra devoluta e que, portanto, a compra pelo governo do Paraná foi válida. O voto foi acompanhado pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto e Gisele Lemke.

Conforme a PGE, a decisão representa um grande potencial financeiro ao Paraná. Uma das possibilidades é a destinação de parte das receitas da concessionária que administra os serviços turísticos do Parque do Iguaçu para o Estado. Atualmente, elas são direcionadas para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão da área total do parque.

Já a gestão local do parque diz, em nota, que a decisão do TRF focou apenas o interesse econômico, sem levar em conta os contratos que envolvem a gestão de toda a unidade. "Entendemos que isso tornaria os contratos nulos, causando imensos transtornos à operação turística, que precisaria ser interrompida até que a desafetação da área seja completada para que o Estado assuma a gestão do território." Ainda segundo a gestão, se não for revista, a medida pode prejudicar o turismo internacional. "O cancelamento do título de patrimônio natural da humanidade concedido pela Unesco é certo", diz.

Embora a área em disputa seja de pouco mais de mil hectares, o parque todo possui 169 mil hectares, na fronteira com a Argentina.

O governo do Paraná contesta a alegação de ameaça ao título de patrimônio da humanidade, lembrando que o Brasil aderiu à convenção da Unesco de 1972, de proteção ao patrimônio cultural e natural reconhecido internacionalmente. "Os compromissos envolvem toda a Federação, incluindo Estados e municípios, sem especificar que um bem declarado patrimônio mundial deva ser administrado ou pertencer exclusivamente à União", disse.

Em Foz do Iguaçu, o monitor de turismo Sandro Eudes Oliveira, que acompanha grupos em visitas às cataratas, diz que se preocupa com o futuro da atividade. "A gente ouve falar que, com a mudança haverá mais recursos para Foz, mas eu espero que não fique mais difícil trabalhar no parque, porque hoje já é complicado conseguir permissão."

A Câmara de Foz do Iguaçu vai realizar uma audiência pública para discutir os impactos da decisão judicial no município. "Eu chamei uma audiência pública para a gente discutir um dispositivo que permita que parte dos 7% que o Estado terá nas receitas do parque venha para Foz do Iguaçu", diz o vereador Bosco Foz (PL), autor da convocação.

Além das cataratas e do hotel cinco estrelas, o parque abriga 390 espécies de aves, 175 de peixes e 158 de mamíferos, inclusive uma das maiores populações de onças-pintadas que ainda vivem livres no Brasil. O animal é o símbolo do parque. A unidade de conservação tem a estrutura atual desde a retirada do último grupo de colonos, em 1978.

Mais de um milhão de alunos de escolas e instituições de ensino superior católicas de todo o Brasil iniciaram nesta segunda-feira, 24, uma rede de orações pela saúde do papa Francisco. O pontífice, de 88 anos, está internado desde o último dia 14 com pneumonia bilateral e seu estado de saúde é considerado "crítico" pelo Vaticano.

A Associação Nacional de Educação Católica (Anec) convocou os estudantes, seguindo as orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do próprio Vaticano. A orientação é que, todos os dias, a partir das 17h em Brasília (21h em Roma), se dediquem a orações pela recuperação do Santo Padre, unindo-se às preces noturnas conduzidas na Praça São Pedro.

A Comissão Episcopal de Liturgia da CNBB divulgou uma oração específica pela saúde do papa: "Senhor Deus, vosso servo, o papa Francisco, tornou-se para nós 'testemunha dos sofrimentos de Cristo'. Nós vos suplicamos, vinde em seu auxílio, aliviando suas dores, na esperança da pronta recuperação da sua saúde, para continuar nos confirmando na fé".

A CNBB sugeriu também o acréscimo da oração em todas as rezas dos fiéis em todas as missas e celebrações e pediu às escolas e instituições de ensino que tiverem condições que organizem missas especiais para o papa.

A Anec representa grandes redes de ensino no Brasil, como a Rede Salesiana de Escolas, Rede Marista Brasil, Rede La Salle, Rede Jesuíta e as Pontifícias Universidades Católicas (PUC) - reunindo mais de 1,5 milhão de alunos em todo o País. A associação pediu ainda às instituições que registrem esses momentos e compartilhem em suas redes sociais com as hashtages #eurezopelopapa, #rezemospelopapa e #SomosEducaçãoCatólica.

As manifestações serão encaminhadas ao Vaticano como demonstração do carinho e apoio da comunidade educativa brasileira ao Santo Padre.