Justiça determina que cantor sertanejo pague Ferrari que comprou e que tenta devolver há 9 anos

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A Justiça de Goiás determinou que o cantor sertanejo Léo Magalhães pague a concessionária All Motors, em Goiânia, pela compra de uma Ferrari por R$ 511 mil em 2014. Ao Estadão, a assessoria de imprensa do artista enviou uma nota (leia íntegra abaixo) dizendo que ele não quitou o resto do valor porque, depois de adquirir o bem, descobriu uma batida no veículo que teria acontecido antes da aquisição. Já o diretor da loja diz que o cantor sabia do acidente no qual o carro esteve envolvido, mas garante que vendeu o automóvel em perfeito estado.

Ainda por meio de nota, Léo afirma que pagou quase 50% do valor da compra. No entanto, o processo judicial da All Motors contra o músico diz que ele pagou cerca de 38% do preço da venda. Agora, a decisão da Justiça, publicada no dia 20 de novembro, é de que ele pague o restante do débito do carro à concessionária.

Conforme o processo, ao qual o Estadão teve acesso, os advogados afirmam que Léo pagou dois cheques sem previsão de fundos: o primeiro, no valor de R$ 140 mil; o segundo, de R$ 53 mil. Devido à correção de juros, eles pedem mais de R$ 1,7 milhão.

Caso Léo desobedeça à sentença, a juíza da causa autorizou que os advogados encaminhem a cópia da decisão às plataformas de streaming de música. Assim, os valores que o artista arrecada com direitos autorais serão direcionados à concessionária.

Edmundo Pedroso, diretor da concessionária All Motors, em Goiânia, foi o responsável pela venda da Ferrari a Léo. À reportagem, ele disse que o cantor sabia da batida do carro, que teria acontecido em 2005, mas afirmou ter consertado o veículo antes da venda. Ele também comentou que, por isso, vendeu o bem por menos do que valia.

"Ele sabia, sim [que o carro tinha sofrido uma batida em 2005], comprou mais barato, se recusou a me pagar e agora vai pagar os R$ 1,7 [milhão], sem um real de desconto", afirmou ele por telefone.

Depois dessa fase, ele quer provar que Léo Magalhães só comprou o carro para trocar pelo avião particular que tem. O diretor diz que, agora, o carro está bloqueado em seu nome, em São Paulo.

"Ele não pode nem me devolver o carro, porque uma semana depois [da compra], ele trocou o carro pelo avião. Ele só comprou o carro para fazer a troca de avião", disse. "Vai ser o próximo capítulo dessa história se ele não me pagar".

O sertanejo disse ter negociado a devolução do carro, mas sem sucesso. "Até porque essa informação [da batida] não havia sido dita, pois confiava na loja e jamais achou que ia ser lesado de tal forma. Então, sustou os cheques restantes, pois o proprietário se recusou a receber o veículo de volta", afirma o comunicado.

A equipe de Léo Magalhães ainda diz que iniciou o processo judicial após o desentendimento entre a loja e o artista e a impossibilidade da devolução da Ferrari. O cantor busca seus direitos como consumidor.

"Vale ressaltar que não se trata de um bem de custo baixo. Além disso, o consumidor precisa saber de todas as condições do bem adquirido no ato da compra, para que não haja problemas futuros desta natureza", completa.

Depois das alegações de Edmundo Pedroso, o Estadão tentou contato com a assessoria de imprensa de Léo mais uma vez para esclarecimentos. No entanto, não responderam às perguntas e reafirmaram o posicionamento enviado por comunicado.

Nota de Léo Magalhães

"Em 2014 o cantor Léo Magalhães adquiriu uma Ferrari em uma loja, na qual ele sempre foi um cliente de boa-fé e cumpriu com todas as suas obrigações e inclusive já tinha comprado vários carros nessa loja.

Chegou a pagar quase 50% do valor da Ferrari, dois messes após a compra em uma manutenção o cantor descobriu que o automóvel já havia sido batido, desde então começou a negociar a devolução do bem, até porque essa informação não havia sido dita, pois confiava na loja e jamais achou que ia ser lesado de tal forma, então sustou os cheques restantes, pois o proprietário se recusou a receber o veículo de volta.

Desde então se iniciou uma disputa judicial que ainda cabe recurso. Vale ressaltar que não se trata de um bem de custo baixo. Além disso, o consumidor precisa saber de todas as condições do bem adquirido no ato da compra, para que não haja problemas futuros desta natureza.

Léo Magalhães irá buscar em todas as instâncias que seus direitos como consumidor seja preservado e reconhecido."

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Um caminhão colidiu com a passarela no quilômetro 52 da Rodovia Anchieta, no sentido de Santos, na noite dessa quinta-feira, 13, provocando a queda da estrutura sobre ambos os sentidos da rodovia. Não houve vítimas, de acordo com a Ecovias Imigrantes, mas o tráfego ainda permanece afetado no local.

Na manhã desta sexta-feira, 14, a concessionária informou que a pista norte da Anchieta foi liberada perto das 6h30, na altura do km 52, local do acidente, operando com duas faixas no sentido litoral para permitir a saída dos veículos retidos entre os kms 48 e 52 e iniciar a liberação gradual do tráfego em direção ao litoral.

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) confirmou que a pista norte da Anchieta já foi liberada no local do acidente. "Os veículos que estavam represados na Serra e acima do km 40, no trecho de planalto, começarão a descer aos poucos em direção ao litoral", disse. Já a pista sul ainda não tem previsão de liberação. Há um guindaste no local para execução dos trabalhos, mas não há previsão de liberação.

Segundo a Artesp, todos os usuários que trafegam pelo SAI estão sendo comunicados pelos painéis de mensagens variáveis pela concessionária Ecovias Imigrantes. A via precisou ser interditada logo após a ocorrência. Ainda durante a noite, dois guindastes da Ecovias se posicionaram no local, além de outros equipamentos, para a remoção da passarela e limpeza da pista.

A estrutura foi retirada perto das 5 horas da manhã. A operação contou com apoio de viaturas operacionais e monitoramento em tempo real.

Veja as recomendações

"Para seguir viagem, veículos de passeio devem utilizar a Rodovia dos Imigrantes tanto para descida quanto para subida", disse a Ecovias.

Já veículos pesados devem utilizar a Imigrantes para subir. "Para a descida, recomenda-se postergar a viagem até a liberação das pistas e a normalização do tráfego no Sistema Anchieta-Imigrantes", orienta a concessionária.

A Polícia Civil de Minas Gerais localizou na quarta-feira, 12, o corpo de uma jovem de 21 anos que morava em Belo Horizonte e estava desaparecida desde o domingo, 9. O corpo dela estava enterrado no jardim da casa onde morava um ex-colega de trabalho.

O suspeito foi preso em flagrante, assim como um amigo dele também acusado de participar do crime. Os dois podem responder pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio e ocultação e destruição de cadáver. O Estadão não localizou a defesa de ambos.

A vítima é Clara Maria Venâncio Rodrigues, que trabalhava como auxiliar de cozinha em uma padaria de Belo Horizonte. Ela contou ao namorado que um ex-colega de trabalho, de 27 anos, a quem havia emprestado R$ 400 três meses atrás, tinha pedido para encontrá-la para devolver o dinheiro. Por isso, na noite de domingo, ela iria para a frente de um supermercado na avenida Fleming, na Pampulha.

"A dívida foi contraída quando trabalharam no mesmo estabelecimento e usada como desculpa para que o suspeito pudesse encontrá-la, na noite do crime. Essa dívida não estava sendo cobrada pela vítima", contou o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, 13.

Como Clara Maria não deu mais notícias após sair para esse encontro, na noite de domingo o namorado e amigos começaram as buscas por ela e pelo ex-colega, mas não conseguiram esclarecer o caso e comunicaram o desaparecimento à polícia.

A polícia descobriu dois endereços vinculados ao principal suspeito. Em um deles, encontraram uma tia dele, que confirmou que o suspeito morava no segundo endereço.

Ao chegar à frente da casa, os PMs estranharam o cheiro que vinha de dentro do imóvel. "Já no calçamento foi possível perceber odor característico e semelhante ao de cadáver que exalava pela janela da casa. Também percebemos que havia uma pessoa no interior da residência, que não atendia ao chamado dos policiais", contou o delegado. A porta foi arrombada e o suspeito, localizado.

Assim que os investigadores entraram na residência, notaram cimento fresco em um corredor. Ao iniciar uma escavação, viram parte do corpo de uma pessoa. Diante da situação, Sampaio atribuiu o homicídio a um amigo.

"O suspeito afirmou que apenas ocultara o corpo e que o autor do homicídio seria seu amigo, de 29 anos. Mas, a investigação aponta o contrário: o ex-colega da vítima é quem a enforca, e o amigo dele o ajuda na ocultação do corpo", afirmou Fonseca.

À polícia, o suspeito afirmou que atraiu a vítima até a casa dele para rendê-la e tirar dinheiro de sua conta bancária, por meio do celular dela. Mas, a vítima resistiu e ele decidiu enforcá-la até a morte.

Outra questão que pode ter influenciado no crime é que o suspeito havia tentado namorar a vítima e não foi correspondido. "Durante as investigações também descobrimos que a vítima já havido sofrido assédio sexual por parte do ex-colega de trabalho e não teria correspondido às investidas. No dia 6 de março, ele teria encontrado com a vítima em um bar e tomado conhecimento de que ela estaria namorando, o que teria lhe deixado com muita raiva", contou o delegado.

O segundo suspeito é Lucas Rodrigues Pimentel, de 29 anos, amigo de Sampaio. Ele já teria tido uma desavença com a vítima. "Esse suspeito tem adoração pelo nazismo e, durante uma conversa, a vítima o criticou por tal posicionamento, o que lhe causou profunda ira. Além disso, ele também tem interesse em necrofilia, o que pode indicar abuso sexual. Todos esses fatores se juntam com a outra motivação, de roubo, e criam este cenário para o crime", disse Fonseca.

Os suspeitos foram presos e prestaram depoimento. Durante a oitiva, o segundo suspeito citou a participação de um terceiro, que chegou a ser conduzido ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e ouvido formalmente, porém não ficou configurada a participação dele nesse crime. Depois, os dois suspeitos presos também refizeram suas afirmações e negaram que esse terceiro tenha participado do crime.

Ao ser questionado sobre o paradeiro de Clara Maria por uma das amigas dela, antes da prisão, o primeiro suspeito chegou a dar o endereço dele, que é o local onde o corpo da vítima foi encontrado. Ele chegou a marcar um encontro com uma amiga da vítima, nesta quarta-feira. "Esse encontro não aconteceu porque nós o prendemos antes. Mas possivelmente ela seria uma próxima vítima", disse o delegado.

A queda de 217 árvores na Grande São Paulo e a morte de uma pessoa na capital, durante um temporal nesta quarta-feira, 12, voltaram a chamar a atenção sobre o manejo. Além da necessidade de manutenção e prevenção, especialistas questionam o governo sobre a gestão dessas árvores, enquanto a Prefeitura alega manter ações periódicas e aumentar podas.

Horas antes do temporal, a cidade recebeu, pelo quarto ano consecutivo, o certificado de Cidade Árvore do Mundo, concedido pela Arbor Day Foundation e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). A certificação é por cuidado com o verde.

"A culpa (dos problemas) sempre cai nelas (as árvores). E não é a verdade: a culpa é da manutenção que não está sendo feita e do planejamento (do plantio) que não foi realizado", afirma a bióloga e professora da Unifesp Aline Cavalari, que estuda os fatores de risco de queda das árvores.

O plantio de árvores de porte inadequado para o local, que entram em conflito com a fiação e sofrem constrição na base e nas raízes por canteiros, além de podas erradas, que causam desequilíbrio, estão entre os problemas típicos das árvores da cidade. Segundo Aline, a manutenção feita corretamente evita a maioria das quedas de árvores de grande porte. Anteontem, no Largo do Arouche, houve a queda da terceira árvore mais antiga do Município, com cerca de 200 anos.

Especialistas apontam que ventos acima de 80 km/h podem arrancar até árvores sadias - no caso o registro era em torno de 60 km/h. O impacto das rajadas, porém, poderia ser reduzido com massa arbórea mais densa.

Outra queixa de especialistas é de que poucas vias paulistanas têm fios enterrados, a exemplo do que ocorre na Avenida Paulista. O mais comum é um emaranhado de cabos, alguns deles entrelaçados a galhos de árvores. "Temporais como o desta quarta estão associados às mudanças climáticas e demandam adaptação de instalações urbanas", alerta o professor do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental da USP Pedro Luis Côrtes.

Cortês também recomenda que seja feito um mapeamento de áreas mais vulneráveis. Nesses locais, seria necessário transferir a fiação aérea para debaixo do solo. Assim, eventuais quedas de árvores e postes não causariam falta de luz. Nesta quinta, 12, 12 horas após o temporal, ao menos 63 mil imóveis continuavam sem luz na capital e na região metropolitana de São Paulo.

Por fim, há falta de uma política de manutenção do espaço urbano. "Não só zeladoria, mas renovação e inovação. Ainda usamos as mesmas técnicas do começo do século 20?", diz o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, professor do Instituto da Cidade da Unifesp. "Falta, por exemplo, uma política de arborização, tanto de plantio como de manutenção."

Mortes e previsão

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, 23 pessoas morreram em razão das precipitações registradas desde o início do verão deste ano. Desse total, 6 ocorreram na capital paulista, incluindo a morte registrada na quarta-feira. A Defesa Civil do Estado prevê que as condições para tempestade perdurem até domingo em região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, litoral norte, Serra da Mantiqueira, Vale do Paraíba e região de Campinas e Sorocaba.

Governo

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que coordena ações de manejo de árvores na cidade ao longo de todo o ano. "São 129 equipes para serviços de prevenção e poda, com cerca de dez colaboradores cada uma, que foram responsáveis em 2024 por 163.808 árvores podadas, um aumento de 39% em comparação a 2019. O número de engenheiros agrônomos também cresceu na atual gestão. Eram 239 em 2021 e atualmente são 394. Equipes atuam nos cuidados e manutenção das árvores tanto na Secretaria das Subprefeituras como na pasta do Verde e Meio Ambiente."

Ainda de acordo com o texto, "com esse esforço, a atual gestão conseguiu reduzir em cerca de 30% o estoque para poda e remoção de árvores, que, em 2017, era de 81 mil ordens de serviço". "Somente em janeiro e fevereiro de 2025, a Prefeitura podou 23.590 ár vores e removeu 2.835."

A Prefeitura também afirma que a Subprefeitura Sé tem um mapeamento de todas as 52 mil árvores existentes nos 25 bairros e 8 distritos que administra. Todas elas são vistoriadas a cada dois anos e possuem laudo técnico. "A Subprefeitura da Sé reforça que não constam pedidos para poda ou remoção de árvore na Avenida Senador Queirós, altura do número 474 (onde ocorreu a morte de um taxista, atingido por uma árvore). Uma equipe está no local para a retirada dos restos da árvore."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.