Escritora cria perfis falsos para atacar outros autores, é descoberta e tem livro cancelado

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A escritora americana de ficção científica Cait Corrain assumiu, em uma carta publicada nas redes sociais nesta terça-feira, 12, ter criado perfis falsos para atacar colegas no Goodreads, famoso site de avaliação de livros. A autora compartilhou um longo texto em que se desculpava e dizia enfrentar um episódio de depressão, alcoolismo e abuso de substâncias desde junho de 2022.

 

Segundo Cait, ela teria dado início a uma nova medicação em novembro deste ano e, no último dia 2, sofreu um "colapso psicológico". Foi durante este período que ela usou seis perfis no site - dois deles, conforme o relato, foram criados durante uma rápida crise em 2022 - para promover seu próprio livro, diminuir a avaliação de outros autores e "deixar comentários que variaram entre maldosos e abusivos".

 

Cait é autora de Crown of Starlight (Coroa da Luz das Estrelas, em tradução livre), que tinha o lançamento previsto para maio do próximo ano. Após o caso, a Del Rey Books, editora de livros de ficção científica pertencente ao grupo Random House, anunciou que o lançamento do livro foi cancelado e que não irá publicar nenhuma das outras obras do contrato com a escritora.

 

Segundo a autora, os ataques foram direcionados, até mesmo, a colegas que possuem livros publicados pela Del Rey. "Não tive a intenção de ser má com nenhum deles, isso foi apenas o meu medo fora de controle sobre como meu livro seria recebido", disse.

 

Cait tentou encobrir o caso - descoberto pelos próprios usuários do Goodreads - por sentir pânico de que seu segredo fosse descoberto. "Eu traí a confiança da minha agente, da minha equipe de publicação, dos meus leitores, dos meus amigos, e traí os meus próprios valores mais profundos", declarou.

 

Um dia antes da publicação da carta, Rebecca Podos, agente da escritora, anunciou que havia rompido a parceria com Cait. "Agradeço profundamente a paciência daqueles que foram diretamente impactados pelos acontecimentos da semana passada enquanto eu trabalhava em uma situação difícil", escreveu ela em uma postagem no X, antigo Twitter.

 

Apesar de considerar que não estava sóbria e havia passado por uma crise psicológica na época em que realizou os ataques, a escritora disse assumir a responsabilidade pela "dor e sofrimento que causou". Ela contou ter tirado um tempo offline antes da publicação da carta para se "sentir mais sóbria e ser completamente honesta com vocês e comigo mesma".

 

Cait ainda anunciou que passará por um tratamento psiquiátrico intensivo e por uma reabilitação e, por isso, irá novamente deixar de usar as redes sociais. "Tudo o que posso fazer para seguir em frente é tentar viver a minha vida de uma maneira que mostre a vocês que essas palavras não são vazias", concluiu.

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O avanço do crime organizado transnacional levou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o Comissário Europeu para Assuntos Internos e Migração, Magnus Brunner, a assinarem, nesta quarta-feira 5, em Bruxelas, um acordo de cooperação entre a Polícia Federal e a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol). O acordo estabelece as bases para um intercâmbio mais ágil de informações e a realização de investigações conjuntas no combate a crimes como tráfico de drogas, crimes ambientais, tráfico de pessoas e abuso sexual infantil.

O diretor-geral da PF, delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, participou do ato. A parceria prevê a troca de dados pessoais e não pessoais, o intercâmbio de oficiais de ligação e a criação de um canal seguro de comunicação entre as autoridades brasileiras e europeias.

A Polícia Federal atuará como autoridade competente e ponto de contato nacional para a cooperação com a Europol.

O tráfico tem realizado grandes remessas de cocaína para países europeus, sobretudo a Bélgica. A droga é embarcada, geralmente, no porto de Santos, litoral de São Paulo, dentro de contêineres com cargas legais. Frequentemente, a Receita Federal e a PF flagram ações desse tipo e apreendem toneladas de cocaína.

Segundo a PF, o novo instrumento amplia as possibilidades de colaboração, superando limitações de acordos anteriores e garantindo, ao mesmo tempo, 'a proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais, com ênfase no direito à privacidade e à proteção de dados pessoais'.

Com a assinatura deste acordo, o Brasil se torna o terceiro país, depois do Reino Unido e da Nova Zelândia, a estabelecer esse nível de parceria com a União Europeia, 'reforçando o alto grau de cooperação bilateral no enfrentamento ao crime organizado e fortalecendo a segurança pública internacional'.

Um tiroteio durante um show do cantor João Gomes, em Olinda, Pernambuco, deixou sete pessoas feridas na madrugada desta quarta-feira, 5. As vítimas não foram identificadas, mas, conforme a Polícia Militar, os atingidos têm entre 19 e 37 anos.

Em nota, a Prefeitura de Olinda lamentou o caso e afirmou que está auxiliando a Polícia Civil na identificação e captura dos indivíduos por meio das câmeras de videomonitoramento.

Os feridos foram levados para unidades hospitalares locais e o estado de saúde das vítimas não foi informado. Conforme a PM, os agentes chegaram ao local e colaboraram no socorro das pessoas atingidas. O caso aconteceu durante a apresentação do artista na Praça do Carmo, em evento de carnaval na cidade.

O caso está sendo investigado no por meio da 9ª Delegacia de Homicídios da cidade, que iniciou as diligências e apura as tentativas de homicídio. Imagens de câmeras de videomonitoramento estão sendo analisadas para ajudar na identificação dos responsáveis.

Uma postagem realizada pela prefeitura de Olinda sobre o show provocou a reação de usuários, que reclamaram da falta de organização para o espetáculo e citaram os casos de violência durante a apresentação. O cantor, inclusive, precisou interromper o show para pedir para que as brigas cessassem.

"Infelizmente não temos muito o que comemorar, ontem no show, teve briga e tiros, que ocasionou em feridos, estão destruindo o carnaval de Olinda, lamentável (sic)", escreveu uma usuária. "Confusão na colina da igreja, gente ferida , correria , show parado pelo proposta cantor. Absurdo! (sic)", postou outro seguidor.

Em nota, a Prefeitura de Olinda diz que "lamenta o ocorrido na madrugada desta quarta-feira" e afirma que a cidade investiu em mais de 120 câmeras de videomonitoramento e em novas viaturas para reforçar a segurança durante o carnaval na cidade.

As ações, de acordo com a administração, contribuíram para uma diminuição de 22% no número de crimes em relação ao carnaval anterior.

Sobre o tiroteio, a Prefeitura informou que prestou o devido socorro de forma rápida e está auxiliando a Polícia Civil na identificação e captura dos indivíduos, através das câmeras de videomonitoramento.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizou o governo do Estado de São Paulo e a concessionária Linha Uni a continuarem as escavações para a construção da estação 14 Bis-Saracura da futura Linha 6-Laranja de metrô. A estação fica no Bixiga, no centro de São Paulo, e durante as obras, em 2022, foi encontrado um sítio arqueológico no local, o que demandou interrupção dos trabalhos.

"Nessa área, indícios apontam para a existência da estrutura de um possível terreiro e de outros objetos ligados à religiosidade afro-brasileira. Ao emitir seu parecer de aprovação, o instituto propôs contrapartidas à concessionária responsável pela obra, com o objetivo de proteção do patrimônio cultural nacional", declarou o Iphan sobre a autorização para a continuidade da obra.

Entre as contrapartidas exigidas pelo instituto está a elaboração de um projeto de salvamento e musealização dos achados arqueológicos, em parceria com as comunidades interessadas, seguindo o princípio da participação social. O instituto propõe que a concessionária exiba alguns dos objetos encontrados no sítio dentro da própria estação de metrô, para ficarem acessíveis à comunidade.

As peças arqueológicas também devem ficar "disponíveis para pesquisa em instituições de guarda, com todo o custo bancado pela concessionária que tirará proveito econômico do empreendimento", conforme o Iphan.

Os estudos no sítio arqueológico Saracura Vai-Vai estão sendo feitos por uma empresa de arqueologia contratada pela Linha Uni, conforme determina a Lei 3.924/1961, sobre monumentos arqueológicos e pré-históricos.

Desde janeiro de 2022, têm sido resgatados diversos itens históricos da ocupação da região pela população negra, como a estrutura de um possível terreiro e objetos que seriam do antigo Quilombo Saracura.

Foram descobertas ainda estruturas de drenagem do córrego Saracura Grande, provavelmente relacionadas à política de saneamento na cidade de São Paulo entre as décadas de 1950 e 1970.

"Para este achado (do Saracura Grande), o empreendedor (Linha Uni) apresentou proposta de musealização, que prevê sua desmontagem e remontagem na própria estação de metrô. No momento, o Iphan aguarda complementação da metodologia de trabalho", diz o Iphan.

A Linha 6-Laranja do metrô deve começar sua operação em outubro de 2026, entre a estação Brasilândia, na zona norte, e Sesc-Pompeia ou Perdizes, na zona oeste. Em 2027, o outro trecho, até a São Joaquim, deve ser inaugurado. A expectativa é de que a linha atenda a um fluxo de 600 mil pessoas e diminua um trajeto que hoje leva cerca de duas horas em horário de pico de trânsito, para 23 minutos.

Em fevereiro, o governo do Estado autorizou, ainda, a realização de estudos para ampliação da linha. O projeto de ampliação prevê sete novos quilômetros de linha e seis novas estações, sendo quatro delas na região centro-leste e duas ao noroeste da capital. Não há prazo para a conclusão dos estudos, nem para um possível início da obra de ampliação.