Osklen diz que Caetano Veloso pediu R$ 500 mil em dinheiro após cantor recusar acordo; entenda

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A marca de roupas Osklen, que está sendo processada por Caetano Veloso por uso indevido de sua imagem, danos morais e materiais em uma ação de R$ 1,3 milhão, disse que tentou negociar um acordo anterior, mas que a proposta foi recusada. Ao Estadão, a grife afirmou nesta quarta-feira, 13, que o cantor e sua esposa, Paula Lavigne, sócia-administradora da empresa Uns e Outros Produções, teriam pedido R$ 500 mil em dinheiro depois de a grife sugerir uma solução (veja comunicado na íntegra abaixo).

 

O caso envolve uma campanha de verão da marca, chamada "Brazilian Soul", que teria feito referências ao músico e ao Tropicalismo. Os advogados do músico também afirmaram ao Estadão no dia 5 de dezembro que tentaram resolução amigável com a Osklen, mas não tiveram sucesso. A reportagem tentou contato com a assessoria do artista para falar sobre o novo comunicado da marca com a citação de valores, mas não teve retorno.

 

"Buscamos resolver a questão extrajudicialmente oferecendo ao cantor uma doação em seu nome que destinava recursos financeiros a uma instituição de cunho socioambiental de sua escolha. Porém, nossa proposta não foi aceita e como resposta recebemos uma negativa em tom irreconhecível e injustificado solicitando receber in cash R$ 500.000,00", diz o comunicado da Osklen.

 

Ainda conforme o comunicado da Osklen, "a consequência da negativa" foi o processo judicial que Caetano moveu contra eles no valor de R$ 1,3 milhão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

 

Nota anterior de Caetano

 

Segundo nota enviada no dia 5 de dezembro pelas advogadas do cantor ao Estadão, o artista tomou conhecimento da campanha em agosto. A marca teria utilizado, sem autorização, uma imagem de Caetano no palco do show Transa com elementos que remetem ao disco de mesmo nome.

 

"Caetano, em seus 60 anos de carreira, jamais autorizou o uso de sua imagem e de sua obra para fins publicitários, recusando propostas milionárias. É uma questão de foro íntimo do artista, um valor constante e inalterado de sua persona, que foi violado de maneira inaceitável", diz o comunicado.

 

Conforme as advogados, o músico tentou uma resolução "amigável" com a empresa, mas sem sucesso. Além da indenização, Caetano ainda teria pedido que a marca retire de circulação os produtos que remetam a ele e ao movimento. Ele também teria exigido que os responsáveis pelas redes sociais da Osklen excluam as publicações que o relacionem à marca.

 

O Estadão entrou em contato com a assessoria de imprensa de Caetano Veloso para um posicionamento sobre a tentativa de acordo da Osklen e a acusação de que ele e Paula teriam pedido um valor em dinheiro, mas não teve retorno até o momento desta publicação. O espaço segue aberto.

 

Nota da Osklen divulgada nesta quarta-feira, 13

 

"Para nossa surpresa e contradizendo a liberdade de expressão que o Tropicalismo representa, há alguns meses fomos notificados pelo cantor Caetano Veloso, que alegou possuir direitos relativos à marca 'Tropicália', direitos esses que o cantor não possui, tanto é que o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) negou o seu pedido de registro da marca, além de afirmar o uso indevido da sua imagem para fins comerciais, o que não aconteceu.

 

Mesmo não estando de acordo com a proibição por parte do cantor e da empresa Uns e Outros Produções, que tem como sócia-administradora a Sra. Paula Lavigne, buscamos resolver a questão extrajudicialmente oferecendo ao cantor uma doação em seu nome que destinava recursos financeiros a uma instituição de cunho socioambiental de sua escolha. Porém, nossa proposta não foi aceita e como resposta recebemos uma negativa em tom irreconhecível e injustificado solicitando receber in cash R$ 500.000,00. A consequência da nossa negativa foi esta ação na justiça, movida por Caetano Veloso, acompanhada de alegações ofensivas que extrapolam qualquer limite razoável para o debate, além de um pedido de indenização, agora de 1.3 milhão de reais.

 

Lamentamos que este assunto tenha chegado a este ponto. Porém, agora nos cabe seguir tratando-o dentro das devidas instâncias."

 

*Colaboração de Sabrina Legramandi

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A Colorado do Brás abriu os desfiles do grupo especial de São Paulo do carnaval paulistano na noite desta sexta-feira, 28, no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da cidade. A agremiação que completa 50 anos levou para a passarela o enredo Afoxé Filhos de Gandhy, no ritmo da fé, que faz uma homenagem ao tradicional bloco carnavalesco Filhos de Gandhi, que nasceu em Salvador na década de 1940.

Na sequência, já invadindo a madrugada de sábado, 1° de março, desfilarão Barroca Zona Sul (0h05), Dragões da Real (1h10), Mancha Verde (2h15), Acadêmicos do Tatuapé (3h20), Rosas de Ouro (4h20) e, para fechar o primeiro dia de apresentação, Camisa Verde e Branco (5h30).

As escolas prometem colocar na avenida enredos que valorizam a história dos negros no carnaval, com referências à cultura e às religiões de matriz africana, como a Barroca Zona Sul, com Os nove oruns de Iansã. A Dragões da Real, segunda colocada do carnaval de 2024, sob a regência do carnavalesco Jorge Freitas, vai se inspirar na música Aquarela para fazer o seu cortejo, costurado pelo enredo A vida é um sonho pintado em aquarela!

Com Bahia, da Fé ao Profano, a bicampeã Mancha Verde fará um desfile que buscará valorizar as festas carnavalescas da Bahia, preenchidas de fé e dança; enquanto Rosas de Ouro apostará no tema do jogos de sorte e a sua importância para moldar uma sociedade que sempre busca pelas vitórias. O enredo da escola heptacampeã será Rosas de Ouro em uma Grande Jogada.

Acadêmicos do Tatuapé levará para o Sambódromo um enredo voltado para falar sobre a Justiça e as desigualdades, enquanto Camisa Verde Branco, já na parte da manhã, vai animar os foliões com O tempo não para! Cazuza - o poeta vive!, uma homenagem ao cantor e compositor brasileiro, que morreu em 1990, aos 32 anos, vítima de AIDS.

Antes do início do desfile das escolas do grupo especial, foi realizada a apresentação das velhas-guardas de São Paulo, um cortejo realizado desde 2022, em homenagem aos integrantes com anos de história nas agremiações.

O desfile deste ano foi o primeiro após a morte do sambista Carlos Alberto Caetano, o Seo Carlão do Peruche, o último baluarte do carnaval e um dos fundadores da Unidos da Peruche, em 1956. Ele morreu no último dia 17, aos 94 anos. Na alegoria que abriu o desfile, uma fita preta com as pontas se cruzando, em sinal de luto, foi anexada ao brasão da Velha Guarda.

Os integrantes das tradicionais escolas paulistanas cruzaram o Sambódromo ao som do samba Tristeza, composição de Haroldo Lobo e Nilton de Souza, mas marcada na voz de Beth Carvalho. E foram guiados pelos estandartes erguidos para marcar a divisão entre cada agremiação.

Filhos de Gandhi abrem o desfile das escolas do grupo especial

A Colorado do Brás iniciou o seu desfile com uma comissão de frente trazendo os estivadores, fundadores do bloco Filhos de Gandhi, tradicional afoxé da Bahia realizado desde 1940, escolhido como enredo pela escola. Deusas indianas e também representações de Gilberto Gil, Clara Nunes e Caetano Veloso, artistas com ligações ao afoxé e às religiões de matriz-africana, também apareceram neste início de cortejo.

À frente de todos, uma representação de Padê de Exú, entidade para qual os membros do afoxé recorrem para permitir permissão antes de iniciar as festividades. Atrás, a figura de Mahatma Gandhi, pacifista que morreu em 1948 - um ano antes da fundação do afoxé.

O carro abre-alas trouxe quatro grandes elefantes guiados por um deus indiano e, atrás, uma imponente escultura de Gandhi com as mãos em gesto de agradecimento. Na sequência, a ala Comendo Coentro relembra as origens do afoxé, cujo primeiro nome, antes de ser batizado de Filhos de Gandhi, foi justamente "Comendo Coentro".

A alegoria seguinte trouxe uma grande escultura de Iemanjá, a protetora dos pescadores. Com luzes azuladas, e os integrantes fazendo coreografias com os guarda-chuvas, ao ritmo do samba-enredo, o carro alegórico soltava bolhas de sabão que se espalharam pelo Sambódromo.

Outra ala que a Colorado trouxe para a avenida foi o Camafeu Oxossi, em homenagem a Ápio Patrocínio, que assume a presidência do afoxé após uma crise financeira na década de 1960, e se torna o responsável por dar as diretrizes espirituais do bloco.

O terceiro carro alegórico trouxe representações do Padê Exú e de outros rituais que são evocados para trazer proteção ao bloco, que foi seguido pela ala Filhos de Gandhi, com as roupas típicas do afoxé, com camisetas brancas, detalhadas em azul e turbante.

A última alegoria, que fechou o cortejo da Colorado do Brás, ergueu o Pelourinho, bairro do centro histórico de Salvador com uma grande pomba branca de asas abertas, simbolizando a paz - um dos princípios do afoxé, que encontrou no pacifismo indiano uma direção para o bloco. O carro, com crianças e representações de artistas brasileiras, desfilou pela avenida borrifando cheiro de alfazema para a plateia.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, criticou a decisão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de cancelar os acordos de cooperação técnica que a corporação mantinha com os Ministérios Públicos estaduais.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 28, o chefe do MP de São Paulo afirma que a medida causa "perplexidade" e "vai na contramão da lógica mundial" de buscar cooperação e integração entre as instituições de combate ao crime organizado.

"O enfraquecimento de qualquer parceria entre instituições de Estado voltadas ao combate à criminalidade, no presente momento histórico, acarreta risco de pronta redução da segurança da sociedade paulista", diz a manifestação.

Em São Paulo, a parceria entre o Ministério Público e a PRF desencadeou investigações importantes, como a Operação Fim da Linha, que revelou a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em contratos públicos de transporte, e a Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade) sobre o controle exercido pela facção na Cracolândia.

A Polícia Rodoviária Federal afirma que suspendeu os convênios temporariamente para se adequar a novas regras editadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo a corporação, a equipe técnica da pasta tinha "dúvidas" sobre a "segurança jurídica" das parcerias e operações.

A PRF afirma que, nos próximos 30 dias, vai trabalhar em parceria com o Ministério da Justiça e com a Polícia Federal para "sanar eventuais fragilidades e revalidar estas parcerias estratégicas".

Leia a íntegra da nota do procurador-geral de Justiça de São Paulo:

"Esta Procuradoria-Geral de Justiça externa total apoio à nota da Presidência do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas-GNCOC publicada nesta sexta-feira (28/2), comungando da grave preocupação com a decisão de a Polícia Rodoviária Federal romper parcerias institucionais com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECOs) dos Ministérios Públicos Estaduais.

A medida, divulgada na quinta-feira pela Direção-Geral da Polícia Rodoviária Federal, expressa no OFÍCIO-CIRCULAR Nº 3/2025/DG, vai na contramão da lógica mundial de se buscar cooperação e integração interinstitucionais de atores do Estado, os quais têm como missão comum a segurança pública.

Tanto mais perplexidade causa essa notícia em um momento de fortalecimento das estruturas e, até mesmo, de parcerias realizadas por grupos criminosos organizados. Sabe-se bem que algumas facções nacionais são as mais proeminentes em todo o continente americano, dominando as rotas de tráfico nacionais e do Cone Sul.

Da integração entre a Polícia Rodoviária Federal e o GAECO/MPSP resultaram grandes trabalhos, especialmente no enfrentamento à criminalidade mais organizada, e, tantas vezes, na proteção ambiental.

O enfraquecimento de qualquer parceria entre instituições de Estado voltadas ao combate à criminalidade, no presente momento histórico, acarreta risco de pronta redução da segurança da sociedade paulista."

O Estado de São Paulo registrou alta de estupros e furtos no começo deste ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 28, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Em contrapartida, homicídios, roubos e latrocínios (roubos seguidos de morte) apresentaram quedas.

Em nota, a secretaria afirma que "as forças de segurança paulistas têm trabalhado em ações de prevenção e combate a todas as modalidades criminais, principalmente àquelas contra a vida, uma das prioridades da gestão".

Conforme a pasta, 18,6 mil suspeitos foram presos ou apreendidos em janeiro, 11,2% a mais do que no mesmo mês do ano passado. A secretaria destaca ainda que o índice de veículos recuperados, como carros, motos e caminhões, cresceu 3,8%, com 3,9 mil registros.

Conforme os dados divulgados pela gestão estadual nesta sexta, os furtos cresceram 3,27% no Estado de São Paulo em janeiro deste ano. Foram 48.026 registros no último mês - o equivalente a cerca de 131 ocorrências por dia -, ante outros 46.507 em janeiro de 2024.

A alta rompe com o que vinha sendo observado. No ano passado, como mostrou o Estadão, os furtos também apresentaram queda de 3,5% nos casos. Foram registrados 555,8 mil casos de janeiro a dezembro, ante 576,2 mil em todo o ano de 2023, queda.

Já os estupros tiveram novo aumento em janeiro deste ano, seguindo a mesma tendência observada no ano passado, quando esse tipo de crime saltou 0,45%. No mês passado, foram 1.286 casos no Estado, alta de 7,53% ante o mesmo mês do ano passado.

Apesar de aumento expressivo em 2024, com uma série de casos de repercussão, os latrocínios caíram 11,76%, com 15 ocorrências em janeiro deste ano, ante 17 no mesmo período do ano passado.

Janeiro deste ano ficou marcado pelos latrocínios do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, de 32 anos, morto durante assalto no bairro Chácara Santo Antônio, na zona sul da capital, e de Vitor Rocha e Silva, de 23 anos, assassinado após ser baleado em assalto em Pinheiros, zona oeste.

Na contagem, ainda não entram casos como o do ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, que foi morto a tiros na manhã do último dia 13 nas proximidades do Parque do Povo, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. Ele estava em sua bicicleta quando foi abordado por dois assaltantes.

Os dados divulgados nesta sexta indicam que, após atingir o mínimo histórico no ano passado, os roubos tiveram redução de 9,36% no começo deste ano: foram de 17.622, em janeiro do ano passado, para 15.972, no mês passado.

No mesmo recorte, a quantidade de vítimas de homicídio caiu 3,07%: de 228 para 221. A manutenção do número de casos (215) fez essa modalidade de crime se manter no menor patamar para o mês de janeiro da série histórica, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Em nota publicada no site, a pasta afirmou que "o aperfeiçoamento das políticas públicas e dos sistemas integrados de comando e controle favoreceram chegar ao atual patamar". "Além disso, houve ações para a melhoria de procedimentos, ações e equipamentos das forças de segurança", acrescentou.

A secretaria destacou que, entre outras ações, investe no aumento da presença de efetivo nos pontos mapeados como mais vulneráveis da capital e do Estado e nas tecnologias da atividade policial.

"A Secretaria utiliza o SP Vida, ferramenta que permite monitoramento minucioso dos indicadores para desenvolvimento de estratégias e políticas públicas de prevenção e enfrentamento, com trabalho integrado entre as poli´cias Civil, Militar e Técnico-Científica", afirmou. A pasta afirma que a manutenção do número de homicídios é resultado direto disso.

"Quanto aos estupros, a SSP tem ampliado a proteção às vítimas, com 141 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) no Estado, sendo 11 com atendimento 24h. Também foram instaladas 152 Salas DDM, que funcionam com plantões 24h, além da DDM Online, que oferece atendimento via videoconferência", acrescentou.

A secretaria afirma que o trabalho integrado entre as forças policiais, aliado ao uso de sistemas de inteligência e reforço no policiamento ostensivo, permitiu um aumento na produtividade policial em janeiro.

Em contrapartida, os roubos caíram de 10.355 casos, em janeiro do ano passado, para 9.180, no último mês, o que representa uma queda de 11,35%.

Os latrocínios, por sua vez, tiveram redução de 42,86% na capital. Foram 7 ocorrências em janeiro do ano passado. No último mês, foram 4 casos.