Francês Luc Besson retorna ao absurdo e ao inacreditável com 'Dogman'

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Ainda que tenha filmes mais sóbrios como roteirista, o cineasta Luc Besson gosta de dirigir o ridículo. O absurdo. O inacreditável. Já contou a história de uma garotinha fascinada por um assassino (O Profissional); ou da mulher que vira um pen drive (Lucy). Agora, sobe mais um degrau com Dogman, que chega aos cinemas brasileiros.

 

O filme conta a história de Douglas (Caleb Landry Jones), um rapaz que nunca teve amigos e foi constantemente maltratado por seu pai e pelo irmão mais velho - a violência dos dois o deixou com dificuldades para andar. A única companhia que encontrou foi a dos cachorros que seu pai criava e ele acabou herdando.

 

O roteiro de Besson segue por duas linhas. De um lado, há o drama humano de Douglas, um rapaz incompreendido: cadeirante, solitário e drag queen. Ninguém nunca o compreendeu - a não ser uma garota do orfanato - ou tentou se aproximar desse protagonista tão inconstante. A vida com os cachorros o transformou em uma pessoa à margem da sociedade. De outro lado, enquanto se aprofunda no personagem, Besson brinca com as consequências no mundo real. Douglas não apenas adestra seus animais. A sensação que fica é que ele consegue se comunicar diretamente com os cães.

 

É ridículo, tosco e brega. Lembra um filme qualquer de Sessão da Tarde com cachorros inteligentes que, em última instância, até conseguem falar. Aqui, os cachorros de Douglas não articulam palavras, mas fazem o inacreditável. Um espectador desavisado pode achar que o filme está rindo da sua cara - e talvez Besson realmente esteja rindo da cara do público -, mas essa é a essência do cinema, entre o drama humano e o ridículo.

 

Afinal, o francês gosta de examinar o absurdo do ser humano. Oras, quem acha que Busca Implacável, escrito por Besson, é um filme fincado na realidade? A seriedade de Liam Neeson pode até aplicar realismo, mas ela é absurda. Assim como quase todos os seus filmes.

 

ESPETÁCULO

 

Besson analisa o mundo por meio de extremos para, logo depois, criar um espetáculo colorido e inacreditável. Usa o cinema para esgarçar limites, por mais toscos que sejam, e se divertir com isso.

 

Dogman, a partir desse personagem que, por vezes, flerta com a personalidade do Coringa, analisa a relação dos homens com os cachorros. Sem nunca fazer julgamentos de seus personagens, cria uma ópera-bufa que escapa da chatice do cinema de hoje em dia.

 

Não é um filme para todos, já que muitos podem se sentir ofendidos pela falta de seriedade da trama. Aqueles que conseguirem embarcar na aventura, porém, vão encontrar um caldeirão típico de Besson, em seu filme mais inventivo desde Lucy.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um incêndio atingiu na manhã desta segunda-feira, 3, uma edificação comercial localizada na Rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo teve início no terceiro andar do edifício, atingindo materiais altamente inflamáveis, como tecidos e plásticos.

A corporação foi acionada às 7h59 e, inicialmente, mobilizou seis viaturas para o local. Com a evolução das chamas, o efetivo foi ampliado para 34 bombeiros e 11 viaturas, que trabalharam no combate ao fogo. Ao todo, cerca de 60 metros quadrados da estrutura foram danificados.

Por volta das 11h, o incêndio foi completamente extinto, sem registro de vítimas. O local foi isolado para avaliação dos danos e segurança da estrutura. As causas ainda serão investigadas.

Policiais militares prenderam cinco pessoas que tentavam resgatar um balão de 18 metros que caiu nas imediações do aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, neste domingo, 2. De acordo com a PM, havia risco ao espaço aéreo.

Procurada, a Aena, concessionária responsável pelo aeroporto, ainda não se manifestou.

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Cinco indivíduos foram detidos, mas responderão ao processo em liberdade. A multa aplicada foi de R$ 20 mil. Soltar balão é crime ambiental e pode render até três anos de prisão.

Ele foi retirado de três residências e um estabelecimento comercial, com riscos de incêndio e curto-circuito na rede elétrica. O balão foi levado à sede da 2ª Companhia de Policiamento Ambiental, onde será destruído.

O professor de capoeira Eduardo de Souza, de 42 anos, morto na madrugada de domingo, 2, em Mauá, na Região Metropolitana de São Paulo, era um estudioso e defensor da cultura afro-brasileira, segundo seus amigos.

Também conhecido como professor Toli, Souza dava aulas de capoeira no Colégio Dante Alighieri, uma das escolas particulares mais tradicionais da capital, e ensinava artesanato para crianças de outras escolas. "Tirou muitos meninos do caminho ruim", disse o mestre de capoeira Fernando Santos Ramos, que foi professor de Eduardo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Eduardo teve a moto roubada e foi ferido com um tiro, na madrugada de domingo, em Mauá.

A Polícia Militar o encontrou inconsciente no local do roubo, acionou o socorro, mas ele não resistiu. A moto roubada foi incendiada no Jardim Alzira Franco, em Santo André. A polícia busca os autores do latrocínio.

De acordo com Ramos, o professor Eduardo era um grande capoeirista e iniciou sua trajetória em seu grupo de capoeira, na escola Armagedon. "Ele fez carreira comigo, aqui em Mauá. Depois, foi selecionado para dar aula em São Paulo e passou a trabalhar no grupo do mestre Flávio. Estava muito feliz, tinha viajado a vários países representando a capoeira do Brasil."

Ele conta como o amigo ganhou o apelido de Toli. "Em todas as rodas e apresentações, ele era sempre o primeiro a responder presente, o que lhe rendeu o apelido de Toli Tola. Com o tempo, ajustamos o apelido dele para Toli, que ele carregou com orgulho ao longo da vida." Toli tola é referência à personagem título de uma antiga animação A Cobrinha Azul, baseada em um réptil famoso pela velocidade com que perseguia suas presas.

Ainda segundo mestre, Toli era solteiro e morava com os pais, na Vila Magini, em Mauá. Ele tinha reformado a casa dos pais e, por segurança, estava pensando em trocar a moto por um carro. "Não deu tempo, ele foi participar do desfile do seu bloco de carnaval no Anhembi e, na volta, quando virou no Capuava (bairro de Mauá), dois bandidos tentaram roubar a moto. Levaram a moto e o balearam. Vamos aguardar a polícia examinar as câmeras para saber direito o que aconteceu."

A notícia da morte de Eduardo foi recebida com muita incredulidade. "Ao ver a postagem do meu amigo mestre Meinha, corri até a casa dele para confirmar, mas a realidade foi dura. Meu menino se foi. Ele me deu muito orgulho quando treinava comigo e continuou me enchendo de admiração com seu trabalho." Ramos lembra que Eduardo chegou a desenvolver um projeto de artesanato com canos de PVC. "Era um talento que ia além da capoeira, sempre buscando crescer e contribuir com o que aprendeu."

O professor de capoeira Mestre Flávio Caranguejo, do Celeiro de Bamba, conhecia o professor e acompanhava seu trabalho há 26 anos. "Ele era muito simpático, querido por todos, mas não dava mole. Era ele quem desenrolava as coisas, fazia andar. Mesmo dando aulas no Dante, continuou a vir para nossa capoeira e trazer cultura, informação. O que mais me espanta é que ele fazia um grande trabalho para ajudar as crianças daquelas comunidades a saírem da violência, e ele mesmo foi vítima dessa violência."

O velório e sepultamento de Eduardo no cemitério Vale dos Pinheirais, em Mauá, reuniu mais de cem pessoas, entre elas dezenas de capoeiristas. "Fizemos uma homenagem a ele tocando atabaques. Foi uma grande perda para a capoeira, pois ele fazia um trabalho muito bom, ensinando as crianças a fazer atabaques com canos de PVC. Muitos meninos saíram do caminho ruim e foram para um caminho melhor pelas mãos dele", disse Ramos.