Lollapalooza 2024: O que esperar dos principais shows do festival?

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O festival Lollapalooza chega ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a partir desta sexta, 22. O evento se estende para o final de semana, com shows também marcados para o sábado, 23, e o domingo, 24. Ainda há ingressos disponíveis. Veja as categorias aqui.

Em meio a cancelamentos, o festival ainda traz bons nomes na programação. Dentre as atrações, está o punk de Blink-182, o rock nacional dos Titãs e o R&B de SZA. O Estadão elencou os principais shows do festival e o que esperar de cada um deles. Veja abaixo.

SEXTA-FEIRA

Luísa Sonza

Luísa Sonza se apresenta no Lollapalooza pela primeira vez na tarde de sexta-feira. A cantora tem divulgado o show como parte da turnê Escândalo Íntimo, de seu disco mais recente. A apresentação deve ser semelhante à que ela fez no The Town, em 2023, com as principais músicas do álbum e sucessos mais antigos, como Modo Turbo e Sentadona. As novidades devem ser Musa do Verão (parceria com o DJ americano Marshmello) e a versão em inglês de Chico, lançada recentemente pela artista.

Marcelo D2

O cantor e compositor carioca levará para o palco do Lolla o show baseado no álbum Iboru - Que Sejam Ouvidas Nossas Súplicas, que ele lançou em 2023. No trabalho, D2 se propõe apresentar um novo samba tradicional. No seu conceito, é a batida do gênero acrescida dos graves do rap e do hip hop, por onde ele sempre circulou muito à vontade. D2 também se diz aberto para mostrar ao público outras novidades, que devem passar por clássicos do samba e de seu repertório solo e do Planet Hemp.

The Offspring

O Offspring se apresenta no "dia punk" do festival, que possui Blink-182 como headliner. No Lollapalooza Chile e Argentina, a banda apostou em um setlist nostálgico, que agradou com os maiores sucessos e músicas queridas dos fãs. Este ano, o grupo comemora 30 anos do álbum Smash, que os levou à fama. Como um típico show de punk, o público costuma formar rodas de mosh nas apresentações da banda.

Arcade Fire

Uma década. Esse foi o tempo que a banda canadense ficou longe do Lolla Brasil. A grupo deve seguir a fórmula de passear pelo seu repertório, com segurança, e privilegiar o álbum We, de 2022. A frustração pode ficar por conta da banda não apresentar por aqui o já anunciado show que celebrará os 20 anos de celebração do álbum Funeral.

Há ainda outra questão extra palco, mas não menos séria: em 2022, o vocalista Win Butler foi acusado de crimes sexuais. Ele negou as acusações, mas o assunto é delicado e, claro, fica a curiosidade sobre como será o show e como a plateia reagirá.

Blink-182

O Blink-182 encerra o primeiro dia de Lollapalooza com a missão de agradar seus fãs após o cancelamento de última hora do show que faria no festival em 2023. Se apresentando pela primeira vez no Brasil, o grupo de pop punk vem ao País com sua formação mais clássica - o vocalista e baixista Mark Hoppus, o baterista Travis Barker e o guitarrista e vocalista Tom DeLonge.

O trio deve mostrar uma setlist majoritariamente nostálgica, com hits que fizeram sucesso no início dos anos 2000, como All the Small Things e I Miss You. Nas versões chilena e argentina do festival, o grupo também incluiu músicas do disco One More Time…, de 2023.

SÁBADO

Hozier

O irlandês é dono do sucesso Take Me To Church, mas sua apresentação no Lollapalooza deve ir bem além disso. Recentemente, ele lançou um álbum, Unreal Unearth, que deve estar tão presente no setlist quanto seu álbum de estreia, Hozier. O artista é conhecido por misturar referências à literatura, política e acontecimentos pessoais - o show deve ser marcado por esses três elementos.

É a primeira vez que o músico se apresenta no Brasil em mais de dez anos de carreira. Acostumado a fazer shows intimistas com um público contido, a maior curiosidade será como o cantor irá se sair com o público brasileiro, que tem fama de ser caloroso.

Thirty Seconds To Mars

O duo Thirty Seconds To Mars, composto pelos irmãos Jared Leto e Shannon Leto, não é estranho nem a terras brasileiras e nem a festivais. Esteve no Rock in Rio 2017 e o show no Lollapalooza 2024 marca a sétima passagem da banda pelo País. Nas apresentações em outros países da América Latina, o grupo apresentou um setlist mais compacto, de apenas nove músicas. Apesar do show curto, a expectativa é que os irmãos consigam conquistar o público com a energia e carisma que costumam levar às suas apresentações.

Kings of Leon

A apresentação do Kings of Leon foi, mais uma vez, confirmada após o anúncio do line-up do Lollapalooza. Em 2019, o grupo foi anunciado como atração do festival em dezembro. À época, a grade já estava fechada. Este ano, eles chegam como alternativa ao Paramore, que cancelou a apresentação em janeiro.

O foco do show deve ser os primeiros álbuns da carreira dos artistas - em especial Only by the Night, de 2008. Eles têm fama de realizar apresentações contidas e focar em uma verdadeira "maratona" de músicas. Em uma de suas últimas apresentações, no México, o grupo tocou quase 20 faixas.

Titãs Encontro

O grupo, que nessa turnê volta para sua formação clássica - Arnaldo Antunes, Nando Reis, Branco Mello, Sérgio Britto, Tony Bellotto, Charles Gavin e Paulo Miklos - afirma que essa será a última apresentação desse reencontro que começou em junho de 2023 e que se estendeu diante do apelo dos fãs e dos estádios lotados por onde eles passaram. Só por isso o show do grupo no Lolla será histórico. Resta saber se uma plateia tão eclética - característica dos grandes festivais - vai reconhecer o valor de clássicos como Bichos, Sonífera Ilha e Comida.

DOMINGO

Gilberto Gil

Gil, aos 81 anos, tem rodado o País e o mundo com a turnê Aquele Abraço Tour. Em tom de celebração, o cantor e compositor mostra músicas como Drão, Andar Com Fé, Esotérico, Pessoa Nefasta, Tempo Rei e Palco. O clima de sua apresentação no Lolla deve seguir nessa linha.

Ao seu lado no palco, o que reforça sua conexão com o público mais jovem, filhos e netos, entre eles, José Gil, Francisco Gil e João Gil ou, os Gilsons, que costumam dar uma palhinha no show, e Flor Gil, que toca e faz vocais. Um show que será no fim de tarde de domingo. Tem tudo para encantar.

Sam Smith

Sam Smith, artista de sucessos como Stay With Me e Unholy, retorna ao Brasil para mais um festival, depois de se apresentar no Rock in Rio 2015 e no Lollapalooza 2019. Além das baladas melancólicas que consagraram Smith, o show deve ser mais completo e dançante, com músicas dos discos Love Goes, de 2020, e Gloria, de 2023, que marcam um momento mais fluído e expressivo de sua carreira.

SZA

Uma das maiores artistas da atualidade e uma das atrações mais esperadas do festival, SZA sobe ao palco do Lollapalooza para apresentar, principalmente, seu último álbum de estúdio, SOS. Ela é dona do super hit Kill Bill, mas possui outras excelentes faixas, como Snooze e Good Days.

A cantora de R&B, em seus shows recentes, escolheu basear o conceito da apresentação na temática do oceano - na capa de SOS, ela aparece sentada em um trampolim contemplando a imensidão das águas. Outras músicas que marcam e marcaram a carreira da artista, porém, também devem estar no setlist, como The Weekend, do álbum Ctrl, e seu último single, Saturn.

Greta Van Fleet

A banda americana de hard rock volta ao festival depois da apresentação de 2019, quando ainda era um tanto quanto desconhecida por aqui. Convocados para substituir a cantora Dove Cameron, que alegou motivos pessoais para não vir ao Lolla Brasil, o grupo vai apresentar seus grandes hits de carreira e um punhado de músicas do álbum, Starcatcher, de 2023. A previsão é de um show sem grandes surpresas, mas na medida para agradar aos fãs.

Uma curiosidade que talvez possa render - ou não - algo no show: o guitarrista Jake Kiszka se declarou fã de Chimbinha, o músico brasileiro que, embora seja ex-Calypso, tem inequívoca parte do já clássico 'Eu vou tomar um tacacá/dançar, curtir, ficar de boa', bem como na guitarrada, gênero nascido em Belém do Pará.

Em outra categoria

Um ativista e influenciador argentino tentou entrar no quarto do Hospital Gemelli, em Roma, onde o papa Francisco está internado desde 14 de fevereiro, de acordo com informações do jornal italiano Corriere della Sera. O incidente foi registrado na tarde dessa segunda-feira, 24.

"O ativista argentino pelos direitos dos trabalhadores, Juan Grabois, tentou entrar no quarto do papa com o desejo de cumprimentar Francisco. A entrada do quarto é, no entanto, altamente protegida e o influenciador, embora seja um conhecido pessoal do papa, também consultor em um departamento do Vaticano, foi prontamente impedido", disse a publicação.

Na manhã de terça-feira, 25, o Vaticano informou que o pontífice, de 88 anos, teve uma boa noite de descanso. Ele permanece hospitalizado em estado crítico com pneumonia em ambos os pulmões.

"O papa descansou bem a noite toda", disse a Santa Sé em um breve comunicado, no 12º dia de hospitalização em Roma, a mais longa desde que foi eleito pontífice em 2013.

Na noite de segunda-feira, 24, centenas de pessoas, incluindo cardeais, bispos e membros da Cúria Romana, se reuniram na Praça de São Pedro para rezar o Rosário pelo papa Francisco.

O trecho norte do Rodoanel de São Paulo está com cerca de um terço das obras concluídas. A obra, iniciada em 2013, sofreu várias interrupções e foi totalmente paralisada em 2018, sendo retomada em abril do ano passado. Com 43,8 km de extensão, o trecho é o último a ser construído e vai completar a interligação de todo o grande anel viário que circunda a capital paulista. A conclusão está prevista para o segundo semestre de 2026.

A obra, a cargo da concessionária Via SP Serra, do grupo Via Appia, chegou a 31,04% de execução em janeiro deste ano, segundo relatório da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Os serviços foram divididos em dois trechos: a evolução do trecho 1 corresponde a 18,45% da obra e os trabalhos do trecho 2 chegaram a 12,58%. Como os serviços prosseguem em fevereiro, já se estima que o avanço atinja um terço da obra.

O investimento, de R$ 3,4 bilhões, inclui 107 obras, sendo 44 pontes e 63 viadutos, além de sete túneis duplos. O Rodoanel Norte passa pela capital paulista, Arujá e Guarulhos. O empreendimento contempla ainda o ramal de ligação ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, com 3,6 quilômetros. O principal objetivo é desviar grande parte do trânsito das marginais Tietê e Pinheiros e, consequentemente, eliminar parte do tráfego pesado de passagem, melhorando o transporte coletivo e individual da capital e cidades do entorno.

O governo de São Paulo diz, através da Artesp, que a construção do trecho Norte do Rodoanel começou em 2013 e deveria ter sido concluída em 2016, no entanto "a obra enfrentou uma série de paralisações e problemas ao longo dos anos". Durante as obras houve até desabamento de túneis. Problemas licitatórios adiaram a retomada. Em 2018 os trabalhos foram interrompidos e a estatal paulista Dersa, responsável pelo projeto, rescindiu os contratos com as empresas, alegando abandono das obras.

Diante da paralisação, o governo iniciou novos processos de licitação para atualizar os custos e corrigir falhas nos projetos. Além disso, segundo a Artesp, foi necessária uma revisão no traçado original, que afetava áreas de preservação ambiental. O leilão para a retomada aconteceu em março de 2023. "Agora, a nova previsão é de que o trecho fique pronto no segundo semestre de 2026, sob uma concessão de 31 anos", diz a nota.

O primeiro trecho, entre as rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias, que está mais avançado, tem conclusão prevista para até setembro deste ano. Já o segundo, da Fernão Dias até a avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em São Paulo, será entregue no segundo semestre do ano que vem.

Com a conclusão do trecho norte, serão interligados o trecho sul e o leste, fechando o anel viário de 177 quilômetros cuja construção começou há 27 anos - em 1998. O novo trecho terá pedágios sem cabine, no sistema free-flow - os veículos não precisarão parar ou reduzir a velocidade.

Atualmente, cerca de 1,8 mil profissionais estão atuando direta ou indiretamente em diversas frentes de trabalho.

Para o engenheiro civil Ivan Carlos Maglio, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), a conclusão do Rodoanel Norte para fechar o anel viário de São Paulo continua importante para tirar o tráfego das marginais e os congestionamentos. "O problema é que atrasou muito e logo ficará saturado. Para cargas, a solução é o Ferroanel norte, que já tem licença ambiental e sua faixa de domínio para implantação já foi desapropriada juntamente com o Rodoanel", diz.

Maglio coordenou o Estudo Social e de Impacto Ambiental do Rodoanel Norte (ESIA) e tem acompanhado as obras. "O trecho de Guarulhos à Fernão Dias está praticamente pronto. O trecho mais atrasado, e que exige demolições e novas obras, é o de Perus à Fernão, especialmente da Cachoeirinha à Freguesia do Ó", explicou.

Para ele, é importante que o projeto de mobilidade da Grande São Paulo, após o Rodoanel, avance com o Ferroanel, que tiraria as cargas ferroviárias que ainda passam pela Estação da Luz. "A ferrovia não gera poluição do ar", lembra.

De acordo com o Ministério dos Transportes, o projeto do Ferroanel foi inicialmente considerado para inclusão na prorrogação da concessão da MRS (autorização para a iniciativa privada operar a malha regional da rede ferroviária federal). Com o avanço das discussões, concluiu-se que a segregação do transporte de carga das linhas de passageiros, viabilizando a implantação do Trem Intercidades, atenderia de forma mais eficaz ao interesse público.

Confira os detalhes da execução do Trecho 1:

Lote 6: 11,95 km de extensão, passando por Guarulhos e Arujá, com acesso ao Aeroporto de Guarulhos e 33 obras especiais de arte.

Lote 5: 7,95 km de extensão, em Guarulhos, com 13 obras de arte especiais e um túnel duplo.

Lote 4: 9,17 km de extensão ao longo do eixo principal, percorrendo São Paulo e Guarulhos, como 38 obras de arte especiais e túnel duplo.

Confira os detalhes da execução do Trecho 2:

Lote 3: extensão de 3,62 km ao longo do eixo principal do empreendimento, percorrendo o município de São Paulo, com duas obras de arte especiais e dois túneis duplos.

Lote 2: 4,88 km de extensão no município de São Paulo, com oito obras de arte especiais e dois túneis duplos.

Lote 1: extensão de 6,42 km ao longo do eixo principal, em São Paulo, começando na interseção da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na junção com o trecho Oeste, com 13 obras de arte especiais e um túnel duplo.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga o Primeiro Comando da Capital (PCC) há 20 anos e foi um dos responsáveis pela Operação Hydra, deflagrada nesta terça-feira, 25, alerta que a facção sofisticou sua engenharia financeira e opera hoje em um novo patamar de lavagem de dinheiro.

A operação aberta em parceria com a Polícia Federal mira duas fintechs sob suspeita de envolvimento com a organização criminosa. É a segunda ofensiva do tipo contra o PCC. Em agosto do ano passado, a Operação Concierge avançou sobre bancos digitais usados pela organização.

Quando o PCC foi criado, na década de 1990, a facção enterrava dinheiro em casas-cofre. Com o tempo, passou a recorrer a doleiros para lavar o lucro do tráfico de drogas. Mais recentemente, empresas de fachada foram abertas em nome de laranjas para despistar os órgãos de investigação. Hoje, segundo o promotor, os criminosos do PCC estão operando no mercado financeiro formal.

"Melhor do que você ter laranjas para poder lavar o seu dinheiro ou montar uma empresa de fachada, é você ter o seu próprio banco. Infelizmente, é isso que a gente está assistindo. O crime organizado já montando as suas próprias instituições, de acordo com as regras do jogo", explicou Lincoln Gakiya em coletiva à imprensa.

O promotor e seus colegas avaliam que há uma deficiência na legislação e na fiscalização das instituições financeiras.

"Há, de fato, uma brecha, de que há um caminho que possa ser explorado, infelizmente, como facilitador para que o crime organizado utilize essas fintechs para lavar de dinheiro."

O diagnóstico é o de que a desburocratização do setor do sistema de bancos e pagamentos digitais facilita a lavagem de capitais por meio da pulverização de recursos.

Em alguns casos, fintechs passam a operar como verdadeiros bancos, segundo o promotor, emprestando dinheiro, gerando cartões de crédito e oportunidades de fundo de aplicação.

O cenário levou o Ministério Público a adaptar suas estratégias de investigações. Durante 20 anos, o esforço foi identificar os membros do PCC e as funções desempenhadas por cada um deles na facção. Recentemente, houve um reposicionamento na forma de abordar o problema. A atenção se deslocou para os negócios ilícitos.

As empresas investigadas na Operação Hydra são a 2Go Instituição de Pagamento LTDA e a Invbank Solução de Pagamentos. Segundo o MP, as fintechs direcionavam depósitos para contas de "laranjas" controladas pelas próprias empresas e, depois, transferiam o dinheiro para a compra de imóveis e outros bens ou para contas no exterior, dificultando a fiscalização por órgãos de controle, como o Banco Central e a Receita Federal.

Uma rede de laranjas e operadores que teriam sido usados pelas fintechs foram identificadas pelas autoridades. A lista inclui um pedreiro e um beneficiário do auxílio emergencial da pandemia, além de réus por roubo, lavagem e tráfico.