'O Pequeno Príncipe' inspira exposição imersiva e sensorial em São Paulo; veja fotos

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Clássico e atemporal, o livro O Pequeno Príncipe ganha exposição imersiva que acaba de ser aberta em São Paulo. Em curta temporada na cidade, Pegadas do Pequeno Príncipe comemora os 80 anos da obra e promete reviver os simbolismos da história que se perpetua de geração em geração - e, como diferencial, em paralelo, lembra a trajetória de seu autor, Antoine Saint-Exupéry (1900-1944), e outras obras que ele escreveu, como O Voo Noturno e Piloto de Guerra.

 

A exibição sensorial passou pelo Rio no ano passado. Em São Paulo, com 12 ambientes (dois a mais do que a versão carioca), a exposição ocupa 770 m² do Shopping Vila Olímpia. O visitante encontrará áreas imersivas e interativas que contam a história do pequeno aviador e seu autor.

 

Logo na entrada da mostra, está uma reprodução do escritório do escritor francês, que pode levar o público a viajar no imaginário daquele universo do século passado. Também há referências à profissão de piloto de Saint-Exupéry, um acervo que inclui figurinos, objetos pessoais, rascunhos e escritos. Na sala dos asteroides os visitantes poderão interagir com os planetas e seus respectivos personagens e simular o caminho percorrido pelo Pequeno Príncipe até o deserto.

 

Salas com projeção de 360° também são características da exposição, que trarão a narrativa de cuidado com o planeta, tema muito abordado no livro.

Responsável pela curadoria da mostra, Mônica Cristina Corrêa é mestre e doutora em literatura brasileira e francesa, com pós-doutorado em literatura comparada (Brasil-França), e especialista em Antoine Saint-Exupéry.

"O Pequeno Príncipe é universal, mas a forma de encarar a própria cultura muda um pouco de uma cidade para outra. Mas eu espero que a universalidade dessa obra e o tipo de abordagem que nós fizemos possam ser apreciadas por todos igualmente", diz Mônica sobre a sua expectativa em relação ao novo público da exposição.

 

A curadora quis que na mostra a narração da história do Pequeno Príncipe tivesse um novo fio condutor. A própria obra aborda assuntos sensíveis, como a diferença entre as pessoas, preconceito e morte e, mesmo assim, continua sendo leve em seus ensinamentos.

 

Saint-Exupéry dedicou sua obra a um grande amigo judeu em plena 2.ª Guerra, durante o regime nazista.

 

"A ideia da exposição é mostrar um pouco mais do contexto em que a obra foi escrita - os tempos difíceis da 2.ª Guerra", relatou a pesquisadora. "Ele não era um cara contente escrevendo. Era um homem dilacerado, que viveu dois grandes momentos da sua carreira como aviador: o primeiro como piloto da Aeropostale, responsável pelo correio do exército francês, e o segundo, quando ele faz voos de reconhecimento e vê o seu país destruído pelos regimes totalitários."

 

O Pequeno Príncipe para todas as idades

 

Mônica acredita que o livro, mesmo sendo inicialmente para crianças, consegue fazer adultos também se identificarem com ele. Isso é explorado na mostra com as ilustrações e a arte de Beatriz Miranda, que passou por um processo criativo de mais de três semanas para transformar visualmente os personagens.

 

"Essa exposição é tocante, pois está muito presente no imaginário das pessoas de diversas idades, além de trazer novos olhares ao Pequeno Príncipe", relatou a artista. Assim como o autor do best-seller, Beatriz também se inspirou em alguns fatores particulares - foi pensando em sua cachorrinha que ela deu vida à raposa. "Eu quis trazer um pouco de mim, mas respeitando os traços originais e também o autor - sua família aprovou meus desenhos", contou.

 

'O Pequeno Príncipe': best-seller mundial

 

Publicado originalmente em 1943 nos Estados Unidos e na França, O Pequeno Príncipe é um dos maiores best-sellers da literatura francesa, com tradução para mais de 210 idiomas. Já vendeu mais de 200 milhões de cópias no mundo todo e foi o livro infantil mais vendido do Brasil em 2015, quando entrou em domínio público.

 

O livro é, até hoje, sucesso comercial. O garoto e os demais personagens estampam os mais diferentes tipos de produtos, como camisetas, canecas, mochilas, entre outros. Sem contar que já ganhou muitas adaptações para s TV e o cinema.

 

Serviço:

 

Exposição Pegadas do Pequeno Príncipe

 

- Onde: Shopping Villa Olímpia (Rua Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia - São Paulo);

 

- Visitação: 3ª a 6ª, das 12h20 às 21h. Sábado, das 10h20 às 21h. Domingo, das 12h20 às 20h;

 

- Quanto: R$ 50 (inteira). Grátis para crianças até 3 anos.

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Um incêndio atingiu na manhã desta segunda-feira, 3, uma edificação comercial localizada na Rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo teve início no terceiro andar do edifício, atingindo materiais altamente inflamáveis, como tecidos e plásticos.

A corporação foi acionada às 7h59 e, inicialmente, mobilizou seis viaturas para o local. Com a evolução das chamas, o efetivo foi ampliado para 34 bombeiros e 11 viaturas, que trabalharam no combate ao fogo. Ao todo, cerca de 60 metros quadrados da estrutura foram danificados.

Por volta das 11h, o incêndio foi completamente extinto, sem registro de vítimas. O local foi isolado para avaliação dos danos e segurança da estrutura. As causas ainda serão investigadas.

Policiais militares prenderam cinco pessoas que tentavam resgatar um balão de 18 metros que caiu nas imediações do aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, neste domingo, 2. De acordo com a PM, havia risco ao espaço aéreo.

Procurada, a Aena, concessionária responsável pelo aeroporto, ainda não se manifestou.

Agentes do 2º Batalhão de Policiamento Ambiental receberam informações sobre a presença de diversos balões nas proximidades das pistas do aeroporto de Congonhas.

Um deles, que media 18 metros de altura, foi identificado perdendo altitude na altura da rua Vergueiro, uma das mais movimentadas da zona sul. O balão possuía uma bandeira de 25 metros, impulsionado por uma tocha incendiária.

De acordo com relatos dos policiais, cerca de 100 indivíduos em motocicletas tentaram resgatar o balão quando ele caiu na rua General Chagas Santos. Alguns tentaram escalar alguns portões de residências para resgatar o balão, ainda na versão dos policiais.

Cinco indivíduos foram detidos, mas responderão ao processo em liberdade. A multa aplicada foi de R$ 20 mil. Soltar balão é crime ambiental e pode render até três anos de prisão.

Ele foi retirado de três residências e um estabelecimento comercial, com riscos de incêndio e curto-circuito na rede elétrica. O balão foi levado à sede da 2ª Companhia de Policiamento Ambiental, onde será destruído.

O professor de capoeira Eduardo de Souza, de 42 anos, morto na madrugada de domingo, 2, em Mauá, na Região Metropolitana de São Paulo, era um estudioso e defensor da cultura afro-brasileira, segundo seus amigos.

Também conhecido como professor Toli, Souza dava aulas de capoeira no Colégio Dante Alighieri, uma das escolas particulares mais tradicionais da capital, e ensinava artesanato para crianças de outras escolas. "Tirou muitos meninos do caminho ruim", disse o mestre de capoeira Fernando Santos Ramos, que foi professor de Eduardo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Eduardo teve a moto roubada e foi ferido com um tiro, na madrugada de domingo, em Mauá.

A Polícia Militar o encontrou inconsciente no local do roubo, acionou o socorro, mas ele não resistiu. A moto roubada foi incendiada no Jardim Alzira Franco, em Santo André. A polícia busca os autores do latrocínio.

De acordo com Ramos, o professor Eduardo era um grande capoeirista e iniciou sua trajetória em seu grupo de capoeira, na escola Armagedon. "Ele fez carreira comigo, aqui em Mauá. Depois, foi selecionado para dar aula em São Paulo e passou a trabalhar no grupo do mestre Flávio. Estava muito feliz, tinha viajado a vários países representando a capoeira do Brasil."

Ele conta como o amigo ganhou o apelido de Toli. "Em todas as rodas e apresentações, ele era sempre o primeiro a responder presente, o que lhe rendeu o apelido de Toli Tola. Com o tempo, ajustamos o apelido dele para Toli, que ele carregou com orgulho ao longo da vida." Toli tola é referência à personagem título de uma antiga animação A Cobrinha Azul, baseada em um réptil famoso pela velocidade com que perseguia suas presas.

Ainda segundo mestre, Toli era solteiro e morava com os pais, na Vila Magini, em Mauá. Ele tinha reformado a casa dos pais e, por segurança, estava pensando em trocar a moto por um carro. "Não deu tempo, ele foi participar do desfile do seu bloco de carnaval no Anhembi e, na volta, quando virou no Capuava (bairro de Mauá), dois bandidos tentaram roubar a moto. Levaram a moto e o balearam. Vamos aguardar a polícia examinar as câmeras para saber direito o que aconteceu."

A notícia da morte de Eduardo foi recebida com muita incredulidade. "Ao ver a postagem do meu amigo mestre Meinha, corri até a casa dele para confirmar, mas a realidade foi dura. Meu menino se foi. Ele me deu muito orgulho quando treinava comigo e continuou me enchendo de admiração com seu trabalho." Ramos lembra que Eduardo chegou a desenvolver um projeto de artesanato com canos de PVC. "Era um talento que ia além da capoeira, sempre buscando crescer e contribuir com o que aprendeu."

O professor de capoeira Mestre Flávio Caranguejo, do Celeiro de Bamba, conhecia o professor e acompanhava seu trabalho há 26 anos. "Ele era muito simpático, querido por todos, mas não dava mole. Era ele quem desenrolava as coisas, fazia andar. Mesmo dando aulas no Dante, continuou a vir para nossa capoeira e trazer cultura, informação. O que mais me espanta é que ele fazia um grande trabalho para ajudar as crianças daquelas comunidades a saírem da violência, e ele mesmo foi vítima dessa violência."

O velório e sepultamento de Eduardo no cemitério Vale dos Pinheirais, em Mauá, reuniu mais de cem pessoas, entre elas dezenas de capoeiristas. "Fizemos uma homenagem a ele tocando atabaques. Foi uma grande perda para a capoeira, pois ele fazia um trabalho muito bom, ensinando as crianças a fazer atabaques com canos de PVC. Muitos meninos saíram do caminho ruim e foram para um caminho melhor pelas mãos dele", disse Ramos.