OpenAI fecha parceria com revista Time para usar seus conteúdos em treinamentos de IA

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A revista Time é mais uma das publicações com conteúdos utilizados para treinar o ChatGPT. De acordo com um comunicado da empresa, que publicou a informação nesta quinta-feira, 27, o contrato entre as empresas inclui o licenciamento de conteúdos e uma "parceria estratégica" entre os grupos.

O acordo é válido por vários anos e faz parte da "coleção" de publicações que a OpenAI espera contar nos próximos anos para alimentar seu principal modelo e inteligência artificial (IA).

"Ao longo de nossos 101 anos de história, a Time adotou a inovação para garantir que a entrega de nosso jornalismo confiável evolua junto com a tecnologia", disse o diretor de operações da Time, Mark Howard, em um comunicado. "Esta parceria com a OpenAI avança nossa missão de expandir o acesso a informações confiáveis em todo o mundo, à medida que continuamos a adotar novas formas inovadoras de levar o jornalismo da TIME ao público global."

Os conteúdos da Time já estão disponíveis para a base de dados do chatbot e podem ser usados tanto em pesquisas históricas quanto para informações em tempo real, desde que o ChatGPT cite as matérias provenientes.

A Time ainda afirmou que vai fornecer feedbacks para a OpenAI sobre como o conteúdo está sendo usado, do ponto de vista jornalístico, afirmou a revista em um comunicado.

A parceria também é uma tentativa da revista de se aproximar de públicos mais jovens. Com mais de 100 anos, a revista optou por derrubar o paywall de todas as suas matérias no ano passado para aumentar o alcance de seus conteúdos.

OpenAI busca parcerias

A OpenAI tem buscado essas parcerias como uma forma de proteger-se contra ações judiciais de direitos autorais. Nos últimos meses, a empresa tem firmado parcerias significativas, incluindo com gigantes da mídia como News Corp, Axel Springer, DotDash Meredith, Financial Times e Associated Press.

Criadores de conteúdo de várias áreas, incluindo jornais e comediantes, têm argumentado que o uso de suas obras para treinamento de IA sem autorização constitui uma violação de direitos autorais. Em resposta, a OpenAI vem fortalecendo seus acordos de licenciamento para mitigar riscos legais.

Atualmente, a OpenAI e a Microsoft enfrentam um processo de violação de direitos autorais movido pelo New York Times, que já gastou US$ 1 milhão na ação. Outros jornais, como New York Daily News, Chicago Tribune e The Intercept, também entraram com processos semelhantes, aumentando a pressão sobre a OpenAI para garantir parcerias importante e legalmente seguras.

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Mais de 60 entidades assinaram e encaminharam um ofício a deputados federais, nesta quinta-feira, 4, em que reivindicam a inclusão das armas de fogo e das munições na lista de itens que serão alvo do Imposto Seletivo.

Chamado de "imposto do pecado", esse tributo incide sobre bens considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente.

O abaixo-assinado é encabeçado pelo Grupo de Pesquisa, Tributação e Gênero da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. Entre as organizações signatárias, estão Instituto Sou da Paz, Oxfam Brasil, Grupo Prerrogativas e Conectas Direitos Humanos.

No texto, as entidades argumentam que, se o Imposto Seletivo não incidir sobre as armas e as munições, a tributação sobre esses bens será reduzida de 89,25% para 26,5%, uma diferença de 70,3%.

"Ou seja, armas de fogo passarão a sofrer a mesma tributação de flores, fraldas, brinquedos e perfumes, que estarão submetidos à alíquota padrão do IBS e da CBS", diz o ofício.

Segundo Luiza Machado, advogada e coordenadora do grupo que formulou o ofício, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta R$ 40 milhões por ano com internações decorrentes de armas de fogo. Além disso, as armas de fogo estão presentes na maior parte dos feminicídios.

"Armas causam dano à saúde pública", afirmou Machado ao Broadcast Político, ao defender o enquadramento desses itens como nocivos e, portanto, sujeitos ao Imposto Seletivo.

De acordo com a advogada, o ofício foi encaminhado aos deputados que compõem o grupo de trabalho da regulamentação: Augusto Coutinho (Republicanos-PE), Claudio Cajado (PP-BA), Hildo Rocha (MDB-MA), Joaquim Passarinho (PL-PA), Luiz Gastão (PSD-CE), Moses Rodrigues (União-CE) e Reginaldo Lopes (PT-MG).

Ela também afirma que há uma articulação dos idealizadores do ofício com outros parlamentares para que apresentem emendas de plenário com a proposta de inclusão das armas no "imposto do pecado". Segundo Machado, o grupo da FGV já havia apresentado sugestões de redação ao GT há cerca de 15 dias.

A cobrança do Imposto Seletivo sobre as armas e a munições estava prevista na proposta de reforma tributária do governo apresentada no ano passado, mas foi retirada da PEC no plenário. Os líderes partidários ainda vão decidir até a semana que vem se incluirão esses itens no projeto de regulamentação da lei geral do IBS e da CBS, em tramitação na Câmara.

A morte da influenciadora digital e modelo fotográfica Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, na última semana, acendeu um alerta sobre os perigos de alguns dos procedimentos que prometem realçar a beleza. Aline morreu após a realização de aplicações, na região dos glúteos, de PMMA, ou polimetilmetacrilato, substância muito usada para preenchimentos, mas fortemente desaconselhada para procedimentos estéticos por órgãos como as sociedades brasileiras de Cirurgia Plástica (SBPC) e Dermatologia (SBD).

Na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto não é proibido, mas é considerado de máximo risco em determinados tipos de aplicação e alvo de uma série de regulamentações.

Segundo a SBD, o uso da substância pode causar reações de curto prazo, como edemas locais, processos inflamatórios, reações alérgicas e formação de granuloma (tipo inflamação causada pelo sistema imunológico), e tardias, muitos anos após a realização da injeção. Por isso, para a associação, os procedimentos que necessitam da utilização da substância PMMA devem ser indicados e realizados por médicos, pois podem produzir resultados imprevisíveis e indesejáveis, incluindo reações incuráveis e persistentes.

O que é PMMA?

O PMMA é um tipo de plástico que possui diversas aplicações, da indústria até a medicina. Nesse campo, costuma ser usado como gel para preencher pequenas áreas nas camadas mais superficiais da pele (preenchimento cutâneo). Segundo a Anvisa, nesse sentido, a sua aplicação é autorizada apenas para duas finalidades:

- Corrigir distrofias causadas por excesso ou perda de gordura em partes do corpo de pacientes com HIV/AIDS (lipoatrofias) devido ao uso de medicamentos antirretrovirais;

- Fazer preenchimento facial e corporal que visam corrigir irregularidades e depressões na pele por meio da bioplastia, técnica de implantes biologicamente compatíveis para correção de irregularidades sem cirurgia.

Ainda segundo a agência, a dosagem utilizada deve ser aquela estritamente necessária para a correção das irregularidades e o procedimento deve ser realizado exclusivamente por profissionais médicos treinados. O órgão regulador estabelece indicações claras dos locais do corpo onde as aplicações podem ser feitas e a concentração exata da substância que pode estar contida em cada mililitro das injeções.

Para preenchimentos subcutâneos, isto é, em camadas mais profundas da pele, é necessário que o profissional seja registrado na Anvisa, pois o produto é considerado de máximo risco.

Apesar de não ser contraindicado pela agência para aplicação nos glúteos com finalidade de correção, o órgão destaca que não há recomendação do uso para aumento de volume corporal ou facial. Segundo a agência, a decisão de aplicação deve ser feita pelo médico responsável, com base nas necessidades de correção e nas diretrizes técnicas de uso do produto.

As associações médicas, por sua vez, são restritivas quanto à esse tipo de utilização. Inclusive, a SBD informa que um parecer técnico conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica está em andamento e será apresentado ao Conselho Federal de Medicina (CFM) para definir as regras para esse procedimento estético.

Quais os riscos do PMMA?

De acordo com a cirurgiã plástica Marcela Cammarota, membro do conselho científico e porta-voz da SBCP, a associação é estritamente contra o uso do PMMA para fins estéticos.

Ela explica que, na medicina, a substância é usada na forma de microesferas, que devem ter um tamanho específico para que o organismo não a rejeite. Essa particularidade, por sua vez, exige muita cautela de quem realiza o procedimento.

Se forem muito pequenas, podem ser "engolidas" pelas células, fazendo com que o corpo reconheça o PMMA como uma substância não compatível, levando os anticorpos à atacarem o local do preenchimento. Se forem muito grandes, podem causar inflamações e o corpo tentará expulsá-lo.

Ela destaca ainda que essas reações podem se tornar crônicas, causando problemas que serão permanentes até que a substância seja removida do corpo. Esta, porém, não é uma tarefa fácil. A sua remoção pode exigir a retirada também do próprio tecido em que está o gel infiltrado, causando lesões e deformidades.

O uso de doses altas de PMMA também pode levar à necrose, posto que o plástico pode acabar comprimindo vasos sanguíneos, levando à morte das células. Ainda, podem acontecer infecções. Durante a aplicação, bactérias que estão na camada externa da pele podem penetrar no organismo e "grudar" no material do PMMA. Dessa forma, o uso de antibióticos não consegue tratar a contaminação efetivamente.

Cuidados

Antes da realização de qualquer procedimento invasivo, é importante certificar-se de que o profissional escolhido para a sua realização seja um médico habilitado e regular no Conselho Regional de Medicina (CRM). Também é importante verificar se a marca do produto utilizado é aprovada pela Anvisa.

Além disso, como aponta a SBD, esses procedimentos requerem avaliação prévia da saúde do paciente e devem ser realizados por um médico responsável, preferencialmente em consultórios médicos, clínicas ou hospitais, para garantir a biossegurança.

Vale destacar que as sociedades médicas reconhecem que, apesar dos possíveis efeitos adversos, o PMMA continua a ser uma ferramenta valiosa para tratar lipoatrofias severas em alguns pacientes com HIV/AIDS, desde que administrado por profissionais qualificados para prevenir e gerenciar possíveis complicações.

Marcela Cammarota ressalta que o produto é importante para o tratamento de lipoatrofias, visto que é uma opção permanente de tratamento, o que torna desnecessária a realização de reaplicações frequentes e representa uma economia de recursos para esses pacientes. Para procedimentos estéticos, como aumento do volume dos glúteos, ela recomenda a aplicação de gordura do próprio paciente como uma alternativa permanente e mais segura, pois evita problemas de rejeição.

Os hipopótamos-comuns (Hippopotamus amphibius) estão entre os animais mais pesados do mundo. Em média, têm 1,5 toneladas, mas alguns podem chegar a quase 4 toneladas. Apesar do elevado peso, um novo estudo revela que essa espécie consegue atingir a chamada fase aérea.

- Grosso modo, isso significa que os hipopótamos conseguem ficar com as quatro patas suspensas no ar, em momentos que alcançam alta velocidade - como ocorre entre os cavalos, por exemplo.

O estudo foi liderado pelo professor John R Hutchinson, do Royal Veterinary College, no Reino Unido, e publicado na revista científica PeerJ.

De acordo com os pesquisadores, o hipopótamo-comum consegue chegar a uma velocidade de aproximadamente 8 m/s (o equivalente a 30 km/h), em um movimento classificado como "trote acelerado".

"Nenhum dos hipopótamos estudados usou padrões de passos diferentes do trote (ou quase trote), mas, nas velocidades mais rápidas, os hipopótamos alcançaram breves fases aéreas, o que é, aparentemente, uma nova descoberta", diz o artigo.

Para efeitos de comparação, os elefantes chegam, em média, a 7 m/s (25 km/h). "Os hipopótamos exibem uma capacidade atlética relativamente maior do que os elefantes em vários aspectos", afirmaram os pesquisadores.

Os hipopótamos-comuns estão entre as cinco espécies mais pesadas do mundo entre os mamíferos terrestres, atrás apenas de três espécies de elefantes e do rinoceronte-branco, aponta o estudo.

A pesquisa foi realizada a partir da captação de vídeos de dois hipopótamos que vivem no Flamingo Land Resort, um zoológico e resort do Reino Unido, e da observação de vídeos disponíveis na internet. Confira aqui.

Foram compiladas 162 amostras em vídeo de 32 hipopótamos diferentes. "Nossos dados ajudam a formar uma base para avaliar se outros hipopótamos usam locomoção normal, o que é relevante para avaliações veterinárias clínicas de problemas de locomoção e para reconstruir a biomecânica evolutiva das linhagens de hipopótamos", conclui a pesquisa.