Morre Martin Mull, ator de 'Two And a half Men' e 'Arrested Development', aos 80 anos

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Martin Mull, ator conhecido por seus papéis em séries de TV como Two And a Half Men, Arrested Development e Sabrina, Aprendiz de Feiticeira, morreu aos 80 anos de idade, na última quinta-feira, 27.

A morte foi anunciada por sua filha, Maggie, no Instagram, na noite de sexta-feira, 28. Ela não citou a causa, mas destacou que se deu "após uma valente luta contra uma longa doença". "Ele nunca foi sem graça. Meu pai terá sua falta sentida profundamente por sua mulher, filha, amigos, colegas, artistas, humoristas e músicos e muitos, muitos cães."

Martin Mull fez diversos papéis em séries de TV e filmes, tendo iniciado a carreira nas telas nos anos 1970. Em 2016, foi indicado ao prêmio Emmy na categoria de melhor ator convidado para uma série de comédia, por seu papel como Bob Bradley em Veep.

Em Arrested Development, deu vida a Gene Parmesan, detetive particular que fazia aparições surpresa em alguns episódios e trabalhava para Lucille (Jessica Walter), a matriarca da família Bluth. Já em Two And a Half Men, interpretou um farmacêutico amigo de Charlie (Charlie Sheen) que vendia (e usava) drogas ilegais. Em Sabrina, por sua vez, foi o Sr. Kraft, diretor da escola em que a protagonista estudava.

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A carta do presidente do presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, foi bem recebida por agentes do setor privado e do terceiro setor. Para os especialistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ênfase na restauração florestal e no multilateralismo foram pontos positivos da primeira comunicação oficial da conferência da ONU. A COP reunirá representantes de mais de 190 países em Belém (Pará) em novembro.

"A valorização das florestas na luta contra a mudança climática foi um chamado contundente à ação contra o desmatamento e à exploração das oportunidades econômicas ligadas ao uso sustentável desses ecossistemas", afirmou Carolle Alarcon, cofacilitadora da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

A COP30 será a primeira num país com uma grande floresta tropical desde 2014. Naquele ano, a COP14 foi sediada em Lima, no Peru. Além disso, a COP30 será a primeira realizada após duas edições sediadas em países pequenos e de economia baseada em petróleo e gás, os Emirados Árabes Unidos (2023) e o Azerbaijão (2024), como lembrou o fundador e sócio-diretor da ECCON Soluções Ambientais, Yuri Rugai Marinho. "Somos um país muito extenso, com grande remanescente de florestas e economia com base forte em agronegócio, energia renovável e biocombustíveis. Falamos na condição de um importante hub climático para o mundo", disse Marinho.

A carta do presidente da COP30 também foi considerada uma mensagem forte em defesa do multilateralismo, na avaliação de Alexandre Prado, líder de mudanças climáticas do WWF-Brasil. "Apenas saídas individuais não bastam para enfrentar o desafio global das mudanças climáticas. Só a partir do diálogo e da cooperação é que podemos adotar saídas e soluções coletivas para um problema que afeta diretamente a vida das pessoas em todos os lugares do mundo", disse Prado.

Para Prado, a carta confirma a missão de a COP30 ser a conferência da implementação e diz que o texto é um "chamado à ação". "Essa será a COP da implementação, destacando a essencial participação de lideranças indígenas, mostrando que ciência, tecnologia e conhecimentos tradicionais devem caminhar juntos para o enfrentamento das crises climática e de biodiversidade", afirma.

Se o espaço a lideranças indígenas será relevante ou não, somente o tempo dirá, mas a carta do presidente da conferência da ONU abre espaço para isso. No primeiro comunicado oficial da organização da COP30, o presidente lembrou que a origem tupi da palavra mutirão é motyrõ.

"O documento de 11 páginas traz a visão da presidência brasileira sobre o processo da COP30 e faz um chamado a todos os países pelo trabalho conjunto ("mutirão", cuja origem tupi motyrõ é lembrada pelo embaixador) contra a mudança climática", diz comunicado do Observatório do Clima.

"A promessa de protagonismo para os povos indígenas e as comunidades locais reforça a importância de reconhecer seu papel vital na preservação da natureza e a vulnerabilidade desproporcional que enfrentam diante da crise climática. Mudança do clima", disse Alarcon.

"A proposta de formação de um Círculo de Presidências, um grupo que acumularia o conhecimento adquirido em todas as cúpulas desde a assinatura do Acordo de Paris, é um reconhecimento dos avanços alcançados", acrescentou Alarcon.

Sobre a questão dos combustíveis fósseis, o Observatório do Clima faz uma crítica à carta do presidente da COP30. "A única solução real para a crise do clima - a eliminação gradual, justa e equitativa dos combustíveis fósseis - ainda não consta na lista de prioridades da conferência de Belém", diz o comunicado do Observatório que reúne 133 organizações não governamentais, think tanks, associações e fundações, como a FGV.

O superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, ressaltou que Corrêa do Lago definiu a conferência em Belém como o "momento da virada". "A COP30 representa uma oportunidade para o Brasil destacar seu compromisso com a sustentabilidade, atraindo investimentos e promovendo a descarbonização e a inovação. E as empresas brasileiras podem se beneficiar ao alinhar suas estratégias de negócios às tendências globais de sustentabilidade, fortalecendo a competitividade no mercado internacional."

O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), André Corrêa do Lago, informou nesta segunda-feira, 10, que está sendo estruturada a partição do Ministério da Fazenda no relatório que indicará quais os caminhos para a garantia do financiamento de US$ 1,3 trilhão anuais, até 2035, aos países em desenvolvimento. Os valores são, por exemplo, para a implementação de ações de redução de emissão de gases de efeito estufa.

No ano passado, em Azerbaijão, foi estabelecido que os países desenvolvidos devem "assumir a liderança" no fornecimento de, pelo menos, US$ 300 bilhões anuais até 2035, muito aquém do que é considerado necessário. O Brasil vai apresentar, junto com o Azerbaijão, um "mapa do caminho" de como alcançar a meta de US$ 1,3 trilhão.

Os recursos devem partir de diversas fontes, incluindo públicas, privadas, bilaterais, multilaterais e outras alternativas em estudo. "Nós estamos muito coordenados com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, porque a participação deles nessa mobilização é importantíssima ao longo dos próximos meses", declarou Corrêa do Lago. Não foi informado se o BC vai participar diretamente da construção do relatório.

Em coletiva nesta segunda-feira, o presidente da COP 30 também reforçou que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris enfraquece o multilateralismo: "não há nenhuma dúvida com relação a isso". A perspectiva, porém, é que entes subnacionais e setor privado continuem participando ativamente do processo de cumprimento de metas no âmbito do Acordo de Paris.

Ao menos 21,4 milhões de mulheres brasileiras - ou 37,5% da população feminina com 16 anos ou mais - foram vítimas de algum tipo de violência no último ano, segundo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança e do Instituto Datafolha. Entre as formas mais frequentes, estão humilhações verbais e agressões físicas, como batidas, chutes ou empurrões.

Os dados, divulgados nesta segunda-feira, 10, estão presentes na quinta edição da pesquisa "Visível e Invisível: Vitimização de Meninas e Mulheres", que é realizada de dois em dois anos. O principal objetivo do survey de vitimização é entender a violência contra mulher para além dos registros policiais.

Foram realizadas entrevistas em 126 municípios, entre 10 e 14 do mês passado. Ao todo, 793 mulheres com 16 anos ou mais responderam a um questionário, de forma presencial, sobre formas de violência que possam ter experimentado ou presenciado ao longo dos 12 meses anteriores à coleta de dados - ou seja, entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025.

A pesquisa mostra que o porcentual de mulheres que apontaram ter sido vítimas de violência é consideravelmente maior do que na edição passada, de 2023, quando essa parcela correspondia a 28,9% das respondentes. Conforme os pesquisadores, é "difícil precisar as razões" que levaram a esse crescimento, mas há algumas hipóteses principais.

"Há camadas que vão se sobrepondo e que nos ajudam a entender o que está acontecendo", afirma ao Estadão Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Entre as hipóteses, ela diz que pode ter ocorrido prolongamento do cenário apontado já no relatório de 2023, que indicou o crescimento de todas as formas de violência contra a mulher.

"Está nessa tendência de crescimento desde o fim da pandemia", afirma. Segundo a pesquisadora, estudos conduzidos no exterior apontaram que o período pode ter elevado o controle exercido por parceiros no contexto doméstico, desencadeando novas tensões e violências diversas à medida em que houve a volta para as ruas.

Para Samira, o avanço dos discursos de ódio nos últimos anos também pode ter sido decisivo. "Houve, por exemplo, a multiplicação (na internet) de canais 'red pill', que têm discursos misóginos, machistas e que fazem apologia da violência contra a mulher", diz.

A pesquisa apontou que o número médio de formas de agressão que as mulheres vivenciaram no período foi de 3,2. Em outras palavras: as mulheres vitimadas relataram, em média, mais de três tipos diferentes de violência no período.

Entre os tipos específicos de situações de violência listadas, um primeiro destaque são condutas como insultos, humilhações ou xingamentos, relatadas por 31,4% das respondentes do questionário, segundo o relatório,

"Reconhecidas como formas de violência psicológica desde a aprovação da Lei Maria da Penha, constituem uma das formas mais perversas e ocultas de violência, destruindo a autoestima, a confiança e a sensação de segurança da mulher", aponta o estudo.

A segunda forma de violência mais vivenciada pelas brasileiras no último ano foram agressões físicas, por meio de batidas (tapas ou socos), empurrões ou chutes, com prevalência de 16,9% - na edição anterior, esta modalidade havia aparecido na terceira posição.

"Se todas as mulheres que vivenciaram este tipo de agressão física buscassem ajuda das autoridades teríamos cerca de 8,9 milhões de mulheres com 16 anos ou mais procurando a polícia para denunciar o crime", aponta o material.

Empatados, mais abaixo, estão as ameaças de agressão e a perseguição (stalking)/amedrontamento, ambos tendo sido vivenciadas por 16,1% das mulheres.

"O crescimento do stalking preocupa muito por ser fator de risco para feminicídio. Stalking é um dos preditivos que a gente utiliza para ver risco de feminicídio", afirma Samira. Ela alerta que trata-se de uma modalidade de crime que pode ocorrer tanto em ambientes online quanto offline, o que também complexifica o acompanhamento das autoridades.

A análise do perfil das vítimas de violência no último ano indica que mulheres de 25 a 34 anos (43,6%), de 35 a 44 anos (39,5%) e de 45 a 59 anos (38,2%) são os grupos etários mais afetados pelas diferentes formas de violência apuradas na pesquisa. Ainda assim, há elevada prevalência da violência em todas as faixas etárias, especialmente entre mulheres entre 16 e 59 anos.

Quase metade das mulheres diz ter sofrido assédio no ano passado

A pesquisa mostra ainda que 49,6% das mulheres entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de assédio, desde "cantadas" na rua até serem tocadas sem o seu consentimento. Em números absolutos, mais de 29 milhões de brasileiras com mais de 16 anos foram vítimas de assédio no último ano.

Entre as formas mais prevalentes, estão cantadas ou comentários desrespeitosos na rua (40,8%), cantadas ou comentários desrespeitosos no ambiente de trabalho (20,5%) e assédio físico no transporte público (15,3%).

"O alto índice de casos relatados, por exemplo, no ambiente de trabalho diz muito, por um lado, sobre homens que resistem a mudanças na sociedade, que acham que pode ser normal utilizar da posição hierárquica e, de algum modo, da sua influência para tecer comentários desrespeitosos", afirma Samira.

"Mas, mais do que isso, diz respeito também a cada vez mais as mulheres que têm percebido isso como forma de assédio, como uma forma de violência, o que, por muito tempo, não era reconhecido como tal", acrescenta.