Regina Duarte: defesa de filha de Leila Diniz nega que atriz tenha se retratado por postagem

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A defesa de Janaína Diniz, filha da atriz Leila Diniz, que morreu em 1972, negou que Regina Duarte tenha feito a retratação exigida pela Justiça por uma postagem com a foto da atriz. Em nota enviada ao Estadão nesta quarta, 17, a advogada Maria Isabel Tancredo afirmou que a execução contra a artista "seguirá enquanto não houver cumprimento efetivo da obrigação determinada em sentença transitada em julgado".

 

O Estadão entrou em contato com a equipe de Regina Duarte para um pronunciamento sobre o assunto, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.

 

"Regina Duarte não fez a retratação determinada pela Justiça, mas uma tentativa de justificar o injustificável", classificou a advogada Maria Isabel Tancredo. No texto, publicado por ela no Instagram, Regina apontava que era amiga de Leila Diniz e usou a foto por estar "amplamente divulgada na internet".

 

"O que fiz foi na maior boa fé. Jamais imaginei que alguém pudesse interpretar meu post de forma diferente ou sentir-se prejudicado. Apaguei o vídeo em 10 de março de 2024 e hoje, aqui e agora, penitencio-me por ter usado uma imagem captada em 1968 referindo-se, no vídeo, a um movimento das brasileiras em 1964?, lia-se na postagem.

 

Segundo a defesa de Janaína Diniz, a atriz não cumpriu a obrigação de explicitar aos seguidores que Leila Diniz nunca apoiou a ditadura militar e se posicionava contrária ao regime. A publicação que gerou o processo havia sido feita em dezembro, às vésperas do 8 de janeiro.

 

O vídeo trazia a voz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendendo o golpe militar. Conforme o comunicado da advogada, a foto de Leila e de outras atrizes como Eva Wilma e Tônia Carreiro aparecia em um trecho que afirmava que as mulheres foram às ruas para pedir pela ditadura.

 

"Não é uma confusão interpretativa, era uma peça de desinformação. As decisões judiciais não existem para serem burladas, mas para serem respeitadas", completou Maria Isabel Tancredo.

 

Entenda o caso

No dia 23 de dezembro, Regina Duarte compartilhou um vídeo que continha a imagem de Leila Diniz e de outras atrizes, que, na ocasião, protestavam contra a censura imposta pelo AI-5. Porém, na legenda, a artista escreveu: "O Exército precisará que os plenários do próximo governo tenham vergonha do que se passa em nosso País e tomem uma atitude".

 

A Justiça compreendeu que o vídeo dava enganosamente a entender que as atrizes apoiavam o golpe militar. "É aviltante e, mais, profundamente doloroso, para Janaína e várias outras mulheres que fizeram parte dessa luta histórica, ver a figura de sua mãe atrelada justamente a tudo aquilo contra o qual ela arduamente lutou", lia-se na sentença.

 

Regina foi condenada a pagar R$30 mil para Janaína Diniz, além de se retratar publicamente. Na postagem em que dizia se retratar, feita nesta segunda, 15, a atriz inclui a sentença homologada pela juíza Keyla Blank.

 

Leila Diniz

Leila Diniz tornou-se uma figura representativa no combate ao conservadorismo durante a ditadura militar. A imagem da atriz grávida de Janaína, na praia, tornou-se símbolo feminista. Em suas entrevistas, mostrava-se a favor da emancipação feminina, declarando ser uma mulher livre, o que acabou tornando-a alvo de censura por parte dos militares.

 

Em 1993, Rita Lee cita a atriz na faixa Todas as Mulheres do Mundo, no verso: "Toda mulher quer ser amada/Toda mulher quer ser feliz/Toda mulher é meio Leila Diniz".

 

A atriz morreu em 1972, vítima de um acidente aéreo.

 

Regina Duarte chegou a receber ajuda financeira de fãs para quitar a indenização. Em uma postagem feita em junho, a atriz se pronunciou:

"Saiu uma nota na imprensa divulgando uma sentença sobre um processo que venho sofrendo. Hoje pela manhã fui surpreendida por vários Pix em valores diversos na minha conta bancária pessoal. Quero agradecer todo o cuidado, carinho, atenção e preocupação comigo", escreveu.

Em outra categoria

Uma cena impressionante ganhou destaque nas redes sociais neste final de semana. Imagens de monitoramento de uma rua em Braço do Norte, cidade do sul de Santa Catarina, flagrou uma colisão entre dois veículos, que quase atinge um mulher que andava pela via.

Conforme dados do vídeo, o caso aconteceu por volta das 8h20 do último sábado, 22. A mulher caminha por dentro da rua Nereu Ramos. Quando ela se encontra ao lado de um carro estacionado, modelo Honda HR-V, uma Montana vem em alta em velocidade, por trás, e se choca contra a traseira do veículo parado.

A Montana capota para o lado esquerdo e o Honda se desloca para o lado direito, invadindo a calçada. A mulher, que estava a centímetros do ponto da batida, exatamente entre os carros, não foi atingida.

De acordo com a Polícia Militar de Santa Catarina, que foi acionada para atender a ocorrência, o motorista da Montana não apresentava sinais de embriaguez e não ficou ferido. A identidade dele não foi informada

Para a PM, o homem informou que estava com pressa porque estava se deslocando para uma feira para representar a empresa onde trabalha - de acordo com os agentes, ele estava usando uniforme.

A Polícia informou que o boletim de ocorrência foi lavrado e os carros removidos da via pela seguradora.

O Ministério da Cultura (MinC) emitiu uma nota se solidarizando com o escritor Marcelo Rubens Paiva, que foi alvo de um ataque na tarde deste domingo, 23, durante bloco de carnaval do Baixo Augusta, no centro de São Paulo. Na ocasião, um rapaz arremessou uma lata de bebida e uma mochila na direção do escritor, que não se feriu. O agressor foi retirado do cortejo, segundo organizadores.

Rubens Paiva é o autor do livro Ainda Estou Aqui - que inspirou filme homônimo, indicado a três categorias do Oscar. Em 2025, o bloco de carnaval escolheu homenagear a obra, que retrata as dificuldades enfrentadas pela família Paiva durante o período da ditadura.

"É triste receber a notícia que Marcelo, usando uma máscara da atriz Fernanda Torres, e durante os vários motivos que temos para comemorar sua vida, resistência e obra, tenha sido alvo dessa situação. Nós, do Ministério da Cultura, repudiamos todo e qualquer ato de violência e nos solidarizamos com esse grande nome da nossa história e cultura. Seguir no festejo, só mostra sua grandeza e força", afirmou a ministra Margareth Menezes, em nota.

A musa da escola de samba Independente de Boa Vista, do Espírito Santo, morreu na tarde deste domingo, 23, aos 38 anos, horas depois de participar do desfile de carnaval capixaba do Grupo Especial durante a madrugada. Aline Bianca começou a passar mal na parte da tarde, foi encaminhada para o Hospital Meridional, no município de Serra, sofreu um enfarte e não resistiu. As informações foram confirmadas pela própria agremiação, nas redes sociais.

"É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento de nossa querida Musa, Aline Bianca, ocorrido nesta tarde. Aline, que brilhou intensamente em nosso desfile e encheu nossos corações de alegria nesta madrugada, sofreu uma parada cardíaca e nos deixou de forma inesperada", informou o perfil da escola Independente de Boa Vista no domingo.

No comunicado, a musa é descrita como um mulher inspiradora, que tinha muita dedicação e paixão pelo samba. "Sua presença marcante e sua energia contagiante deixaram uma marca indelével em todos nós. Sua luz continuará a brilhar em nossas memórias e em nossos corações".

Aline Bianca era empresária, proprietária e fundadora do Aline Bianca Company & Hair, um salão de beleza localizado na cidade de Serra. Ela nasceu no Rio de Janeiro, mas morava e tinha seus negócios no Espírito Santo.

Aline iniciou sua carreira como manicure e se tornou nail designer antes de abrir o próprio empreendimento. O salão fundado por ela possuí mais de 100 colaboradores, segundo o site do estabelecimento. A empresária informava nas redes que outro espaço, ainda mais amplo, para 120 funcionários, estava em construção.

Em nota, o Aline Bianca Company & Hair disse que lamenta a morte da sua fundadora e pediu para que, neste momento, as pessoas evitem ligar para os familiares e amigos da empresária. "Assim que possível, traremos mais informações. Agradecemos o carinho e o respeito de todos".

Aline Bianca era casada com o empresário Rafael Aquino, do setor de venda de imóveis. Na manhã deste domingo, antes da morte da esposa, Aquino postou uma foto da empresária durante o desfile da Independente de Boa Vista e fez elogios à mulher.

"Minha musa, esplendor de encanto e luz, és a personificação da beleza que os deuses invejam e que os poetas jamais conseguiriam descrever em palavras. Tua presença é um espetáculo que hipnotiza, um sopro de arte viva que ilumina tudo ao redor. Nenhuma poesia, por mais sublime que seja, alcançaria a grandeza do teu brilho", disse o empresário.