'Hachiko' é um filme de emoções e muitas lágrimas

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Hachiko é uma instituição nacional japonesa, com vocação universal. A história do cão que esperou por dez anos a volta do seu dono, já falecido, se tornou poderoso símbolo de devoção e fidelidade que, por contraste, tende a prosperar neste mundo construído em torno do culto a si mesmo e desprezo pelos outros.

 

A história, verdadeira, passou-se nos anos 1920. No Japão, ergueram uma estátua ao cão da raça Akita em frente à estação de trem onde ele esperava diariamente pela chegada do seu dono, um professor universitário. Inspirou livros e mangás, e um primeiro filme, de 1987, com direção de Seijiro Koyama, foi sucesso não apenas no Japão mas no exterior.

 

O roteiro é assinado pelo grande escritor e cineasta Kaneto Shindô (de A Ilha Nua e Onibaba), que imprime certo caráter social à obra, com a amizade desinteressada do animal contrastando com a frieza de uma sociedade de ares polidos, porém pouco solidária.

 

Houve depois uma versão norte-americana, de 2009, do sueco Lasse Hallström (de Minha Vida de Cachorro e Gilbert Grape), estrelada por Richard Gere na parte humana, intitulada Sempre ao Seu Lado. Está disponível nas plataformas de streaming Prime Video e Globoplay.

 

A versão que chegou na quinta, 18, ao circuito é chinesa, dirigida por Ang Xu. A base da história continua a mesma. Um professor de meia-idade, Chen (Feng Xiaogang), numa viagem com colegas, encontra e se apaixona por um filhote de cão abandonado. Como a mulher do professor é traumatizada com cachorros, por ter sido mordida na infância, Chen introduz o filhote em casa de maneira clandestina. Até que as gracinhas do animal acabam por vencer as resistências iniciais.

 

Não se exige qualquer esforço de interpretação para filme tão simples e ostensivamente destinado ao grande público, em qualquer latitude ou longitude. Em um mundo conturbado e complexo como o nosso, o procedimento é não quebrar o encanto com complicações inúteis.

 

As cenas alternam-se entre o cotidiano do professor e sua família, e as fofuras e habilidades do cão - um verdadeiro prodígio que, todo dia, por exemplo, leva para casa um jornal comprado pelo professor numa banca em frente da estação do teleférico da cidade onde morava. Essa habilidade terá importância no desfecho emocional da história.

 

E o teleférico é quase outro personagem, pois no início a família, de visita à cidade, comenta que ele havia sido substituído pelas pontes e agora funcionava apenas como atração turística. No entanto, em seu tempo, o professor Chen o usava todo dia para lecionar no outro lado do rio.

 

FLASHBACK

 

Hachiko - Para Sempre é um filme modesto e honesto naquilo que promete e entrega ao espectador. Não apresenta qualquer dificuldade em criar empatia e sua única e simples variação de linearidade é a maneira como começa. A mulher, já de idade, e seus dois filhos adultos, visitam a cidade de onde se mudaram e, para sua surpresa, se deparam com um personagem que não viam havia muito tempo - adivinhem quem. O que se segue é um longo flashback destinado a contar o caso desde o início.

 

Hachiko, em qualquer das versões, é um filme de emoções e esse remake chinês não é diferente. Um espírito crítico mais exigente poderia fazer ressalvas a alguns excessos melodramáticos, em particular nas partes finais. Mas nem isso compromete o filme em seu diálogo fácil com o público, talvez pelo contrário. A experiência de quem viu os outros dois pode se reproduzir com o atual. Depoimentos desses espectadores falam em cascatas, mares e oceanos de lágrimas derramadas. Portanto, prepare a caixa de lencinhos de papel e também um bom estoque de água mineral para prevenir a desidratação.

Em outra categoria

Duas praias brasileiras figuram na lista das 50 melhores do mundo, segundo a World's 50 Best Beaches, premiação mundial anual cujo ranking de 2025 foi divulgado nesta quinta-feira, 29. O Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos fluminense, e a Baía do Sancho, em Fernando de Noronha.

A melhor praia do mundo, segundo o ranking, é Cala Goloritzé, na Itália, seguida por Entalula, em Palawan, nas Filipinas, e Bang Bao, na Tailândia. Votaram mais de 1.000 profissionais de turismo de diversas nacionalidades, habituados a viajar pelo mundo e especialmente pelas praias.

No texto sobre o Pontal do Atalaia, a publicação afirma que a praia tem areia branca e fina e águas claras e calmas e é "particularmente conhecida por suas vistas espetaculares": "Do alto das falésias ao redor, os visitantes podem desfrutar de panoramas de tirar o fôlego do litoral e das ilhas próximas, tornando-se um destino verdadeiramente único".

A World's 50 Best Beaches também relembra que Arraial do Cabo é chamada de "Caribe brasileiro" e que, embora toda a região abrigue muitas praias deslumbrantes, Pontal do Atalaia "se destaca por sua tranquilidade, em grande parte devido ao seu acesso mais desafiador". A praia só pode ser acessada de barco ou por uma caminhada íngreme, o que ajuda a mantê-la menos lotada, mesmo em dias movimentados.

"Procure dias em que o vento sopra de trás da praia em direção à água, bem como dias com pouco ou nenhum vento", recomenda a publicação, que destaca o mar agitado em dias de ventania, já que a praia fica de frente para mar aberto.

A Baía do Sancho, por sua vez, foi classificada como a 25ª melhor praia do mundo. "Os penhascos ao redor proporcionam um cenário deslumbrante para as águas cristalinas de tom esmeralda e as areias douradas", registra a World's 50 Best Beaches. Segundo a publicação, o isolamento da praia e a ausência de empreendimentos comerciais realçam sua atmosfera tranquila, tornando-a um refúgio perfeito para quem busca paz e beleza natural.

Outro benefício é estar dentro de uma área de proteção ambiental. "Seu status de proteção dentro de um parque marinho nacional ajuda a manter sua condição intocada e garante aos visitantes uma experiência incrível sem aglomerações", diz o texto, que ressalta ainda a dificuldade de acesso: "Acessível apenas por barco ou por uma escada íngreme através de estreitas fendas rochosas, esta praia isolada oferece uma experiência incomparável".

As orientações quanto ao vento e às ondas são as mesmas de Pontal do Atalaia.

Um motorista de ônibus foi feito de refém nesta quarta-feira, 30, na Avenida José Pinheiro Borges, na região de Itaquera, zona leste da capital. A ação acabou por volta das 20h, com o motorista resgatado e o sequestrador, preso.

A Polícia Militar foi acionada após um homem, com uma faca, abordar um ônibus do transporte público e manter o motorista refém desde por volta das 17h40. Os únicos ocupantes do ônibus eram o sequestrador e o refém. O ônibus faz a linha 407L-10 (Barro Branco - Guilhermina Esperança).

O ônibus é da empresa Express Transportes Urbanos. Segundo funcionários da firma, o sequestrador é um ex-funcionário da empresa. O refém é funcionário da empresa há mais de 20 anos, segundo as mesmas fontes, e estava encerrando o expediente quando foi rendido.

O Corpo de Bombeiros e o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) foram acionados e acompanham a ocorrência. A via, sentido centro, foi totalmente bloqueada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Agentes do GATE especializados em negociação participaram da ação para convencer o homem a se entregar. Atiradores chegaram a ser posicionados para disparar contra o homem, caso fosse necessário, o que não ocorreu.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu 675 pessoas nas últimas 24 horas, em operação realizada por todo Estado para capturar foragidos da Justiça. Batizada de Rastreio, a operação contou com mais de 2.500 policiais civis e 1.055 viaturas, informou o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

A maioria dos criminosos, segundo o chefe da pasta, foi detida por tráfico de entorpecentes (28%). Roubo (18%), homicídios (14%), furto (9%) e estupro (5%) foram outros crimes mais recorrentes cometidos pelos procurados.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, parte dos foragidos detidos integra facções criminosas. "Isso vai ser usado para a continuidade de outras investigações."

As buscas foram feitas com base em 1.080 mandados em aberto. Com a prisão de 675 foragidos, o trabalho de captura dos demais segue para localizar os demais, informou Guilherme Derrite.

"Ainda há um porcentual que a gente não conseguiu localizar nesse momento", disse. "Vamos deflagrar outras fases desta operação Rastreio", disse o secretário.

Ainda segundo o chefe da pasta, 47% dos presos na Operação Rastreio são reincidentes, ou seja, já tinham sido presos por outros crimes. "Certamente, essas pessoas cometeriam outros crimes e fariam novas vítimas", disse o secretário.