'Oeste Outra Vez', machos tristes e violentos num mundo sem mulheres

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Pintou o campeão, disseram os afobados depois da projeção de Oeste Outra Vez, filme goiano de Erico Rassi, apresentado na segunda-feira, 12, no Festival de Gramado. De fato, é muito bom, talvez o melhor dos concorrentes vistos até agora. Daí a dizer que vai ganhar são outros 500 reais. O festival não chegou nem à metade e muita água ainda há de rolar. Ademais, quem frequenta festivais sabe que não basta ser o melhor para vencer. É preciso atender a outros requisitos do momento, com os quais qualidades estéticas têm pouco a ver.

De qualquer forma, vença ou não, Oeste Outra Vez causou ótima impressão, no público e na crítica. Despojado, seco como deserto, ambienta-se no cerrado goiano, onde homens brutos matam-se uns aos outros, não por valentia, mas por pura fragilidade. Esta é a novidade. Vinganças, machismo, recurso às armas são vistos (sem retórica verbal) como expressões de fraqueza e não de coragem. Parece uma obra muito local, mas, ao adotar esse ponto de vista, fala para uma parcela grande da população que se acredita muito valente quando espezinha mulheres e tem um parabelo nas mãos.

Neste faroeste caboclo, o rastro feminino vem numa única sequência, quando a mulher vira as costas e vai para casa, enquanto dois homens - Angelo Antonio e Babu Santana - se engalfinham numa briga. Ela (Tuanny Araújo) era mulher do primeiro e o abandonou pelo segundo.

O personagem de Ângelo Antônio, Totó, leva uma surra. Contrata um matador (Rudger Rogério) para dar cabo do rival. O homem falha. Os dois, contratado e contratante, fogem. Babu, então, contrata dois assassinos de aluguel para perseguir a dupla - Daniel Porpino e Adanilo. Tem início uma perseguição implacável, que lembra às vezes o conto Duelo, de Sagarana, de Guimarães Rosa. Na conversa após a sessão, Rassi disse ter lido três vezes a obra-prima para inspirar-se. Rosa é Rosa, entre outras coisas porque libera a imaginação ao retratar um sertão nada realista mas metafísico - para além do real.

COMO BECKETT

As falas dos personagens são sumárias, secas, sovinas mesmo. No debate, alguém falou em Beckett, na incapacidade de comunicação. Pelo que existe entre as palavras, deve-se adivinhar o sentido, o que pensam esses homens solitários, amargurados e autocentrados.

O tempo todo lateja essa ideia de que se trata de um mundo triste, sem mulheres. Ou com mulheres invisibilizadas, tratadas como propriedades que se deve defender, como quem defende um sítio com cerca de arame farpado. Pela sua ausência, as mulheres estão presentes, na saudade não confessada que sentem delas.

A morte e a violência vicejam por todo lado, num mundo ocupado por brutos tristes, que precisam dançar entre si numa patética comemoração num boteco caindo aos pedaços, ao som de música brega. É de morrer de tristeza. E, no entanto, o filme é uma epifania. E se, entre tantas qualidades estéticas (fotografia e montagem primorosas), não é sobretudo uma denúncia radical do machismo, eu não sei o que possa ser. Bom demais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Papa Francisco tropeçou neste sábado, 1º de fevereiro, ao entrar no auditório do Vaticano para a audiência do Jubileu. O cabo de sua bengala quebrou, fazendo com que ele se desequilibrasse, mas ele não chegou a cair. A saúde de Francisco tem gerado preocupações à Igreja Católica (leia mais abaixo).

O Papa, hoje com 88 anos, frequentemente tem que usar cadeira de rodas ou bengala por causa de problemas nos joelhos. Ele caiu duas vezes nos últimos dois meses.

Após o pequeno tropeço deste sábado, dois auxiliares o ajudaram a chegar à sua cadeira no palco e a audiência prosseguiu sem incidentes. Assim que se recuperou, alguém na audiência gritou "Viva il Papa" e houve aplausos.

Em janeiro, Francisco caiu e machucou o braço direito. Nenhum osso ficou quebrado, mas um tipoia foi colocada como precaução.

Em 7 de dezembro, o papa bateu o queixo em sua mesa de cabeceira, em uma aparente queda que resultou em um grande hematoma.

O pontífice há muito tempo enfrenta problemas de saúde, incluindo longos períodos de bronquite. Ele usa um andador ou bengala quando se movimenta em seu apartamento no hotel Santa Marta no Vaticano.

A especulação sobre a saúde de Francisco é constante nos círculos do Vaticano, especialmente após o Papa Bento XVI romper com 600 anos de tradição e renunciar ao papado em 2013.

Auxiliares de Bento atribuíram a decisão a uma queda noturna que ele sofreu durante uma viagem ao México em 2012, depois da qual ele determinou que não poderia mais acompanhar as exigências globais do papado.

Francisco disse que não tem planos de renunciar tão cedo, mesmo que Bento "tenha aberto a porta" para a possibilidade. Em sua autobiografia Esperança, lançada este mês, Francisco disse que não havia considerado renunciar mesmo quando passou por uma grande cirurgia intestinal./AP

Fevereiro deve ser um mês quente e com chuvas distribuídas ao longo do mês. Especialistas tentam prever o comportamento das temperaturas e da precipitação ao longo deste verão, diante de um cenário cada vez mais incerto imposto pelas mudanças climáticas.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o mês terá temperaturas acima da média em grande parte do País, superando 26°C, exceto em grande parte da Região Sul. Mas, conforme o órgão federal, a entrada de frentes frias e a formação de corredores de umidade oriunda da Amazônia pode favorecer a ocorrência de dias consecutivos com chuva, amenizando a temperatura.

Por outro lado, a previsão da empresa de meteorologia Climatempo diz que, por conta do excesso de nebulosidade e de chuva esperado em fevereiro, a maior parte do País não terá ondas de calor, com picos de temperaturas mais altas em poucas áreas do País, como no Rio Grande do Sul e nas áreas de fronteira do Brasil com o Paraguai, do Pantanal de Mato Grosso do Sul até o oeste do Paraná e de Santa Catarina. O litoral da Região Sudeste - o que inclui praias de São Paulo e do Rio de Janeiro - também pode ter alguns dias de calor intenso.

"A previsão é de que a temperatura em fevereiro fique próxima da normalidade na maioria das áreas do Brasil por causa do excesso de nebulosidade e da chuva frequência", afirma a Climatempo.

Chuvas

A previsão para o mês de fevereiro indica chuvas abaixo da média na maior parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo, a faixa leste do Estado, porém, tem uma tendência de chuvas próximas e acima da média, com volumes que podem ultrapassar os 160 mm, de acordo com o Inmet.

Em grande parte do Norte e Nordeste, as chuvas ficam dentro ou acima da média, exceto no leste da Bahia, Alagoas e Sergipe, onde são esperados volumes inferiores a 80mm.

Na região Sul, a previsão é de chuvas abaixo da média na faixa oeste gaúcha e catarinense. Nas demais áreas, os acumulados poderão variar entre próximo e acima da média histórica, principalmente na costa leste de Santa Catarina e do Paraná.

Já a Climatempo afirma que, historicamente, fevereiro ainda é um mês que chove muito na maior parte do País por causa do excesso de calor e de umidade, exceto em algumas partes do Nordeste.

No início do mês, conforme a empresa, a chuva mais volumosa fica concentrada entre São Paulo, o centro-oeste e o sul de Minas Gerais e no centro-sul do Rio de Janeiro. Na última semana, a capital paulista teve episódios de chuva extrema, como nas duas últimas sextas-feiras, em que houve alagamento de ruas, estações de metrô e da Marginal Tietê, que ainda está com pontos intransitáveis neste sábado, 1º.

Impacto na agricultura

De acordo com o Inmet, a previsão de chuvas mais regulares e bem distribuídas em fevereiro favorece a implantação e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra no Norte e no Nordeste. Mas, especificamente na área Centro-Leste da Bahia, a previsão aponta para menores volumes de chuva e, consequentemente, o nível de umidade no solo poderá ficar mais baixo em relação a outras áreas.

Em áreas das regiões Centro-Oeste e Sudeste, onde são previstas chuvas mais regulares e maiores níveis de umidade no solo, haverá cenário mais favorável para lavouras. Contudo, lavouras em estágio de maturação e colheita podem ser prejudicadas.

Em grande parte da Região Sul, a previsão de chuvas próximas à média histórica deve fazer com que os níveis de umidade no solo sigam elevados, beneficiando o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Mas, nas regiões onde estão previstos volumes mais baixos de chuva, pode haver impacto no desenvolvimento das lavouras.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), sancionou uma lei que proíbe a reprodução de músicas, videoclipes ou qualquer tipo de conteúdo que faça apologia ao crime, uso de drogas ou que tenha teor sexual/erótico em escolas públicas e particulares do Estado. A norma foi publicada no Diário Oficial do Estado em 23 de janeiro.

"A medida de autoria do deputado estadual Jessé Lopes (do PL, mesmo partido do governador) tem como objetivo proteger a integridade moral e intelectual de crianças e jovens e garantir um ambiente escolar baseado em valores educativos", diz o governo de Santa Catarina em seu site.

Segundo o governo do Estado de Santa Catarina, a nova lei deve tirar das escolas principalmente as músicas dos gêneros funk, trap, arrocha e similares, que costumam ter em suas letras conteúdos considerados "impróprios" para crianças e adolescentes.

Esses gêneros têm se popularizado entre crianças e adolescentes, principalmente por estarem presentes em "trends" do TikTok.

"Aqui no Estado não vamos permitir isso. Escola é lugar de aprender o que é certo, de se preparar para o futuro, conquistar um bom emprego, formar valores para toda a vida. Estamos protegendo nossos estudantes, formando cidadãos responsáveis e construindo uma sociedade mais segura", disse Mello em publicação do site do governo.

De acordo com a gestão estadual, a fiscalização do cumprimento da norma será responsabilidade dos diretores e gestores escolares, que devem "interromper imediatamente qualquer evento ou atividade que infrinja a legislação".

Qualquer pessoa poderá, no entanto, denunciar irregularidades. "O diretor ou gestor da unidade escolar será o responsável necessário por fiscalizar o cumprimento desta lei e o descumprimento acarretará a interrupção imediata do evento no qual o material estiver sendo reproduzido", diz o texto da lei.

As penalidades para o descumprimento da lei estadual variam de acordo com o tipo de instituição.

- Para escolas privadas, a multa pode variar de 2 a 10 salários mínimos, com aumento em caso de reincidência.

- Para as escolas públicas, servidores envolvidos na infração poderão responder a processos administrativos.

Os valores arrecadados com as multas serão destinados ao Fundo para a Infância e Adolescência (FIA).