Bienal do Livro de SP 2024 começa com a presença de Lula e movimentação de livreiros

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A presença de Luiz Inácio Lula da SIlva deu um tom diferente à cerimônia de abertura da 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorreu no Distrito Anhembi na noite desta quinta-feira, 5. A participação do presidente da República foi confirmada somente no dia anterior e movimentou toda a organização do evento, que celebra o início da maior feira de livros da América Latina - a Bienal ocorre entre os dias 6 e 15 de setembro no mesmo Anhembi, com expectativa de receber mais de 660 mil pessoas.

 

Quando subiu ao palanque para discursar, Lula começou pedindo desculpas pelo atraso de mais de uma hora. "Desculpa é uma palavra simples, mas que nem todo mundo tem coragem de usar", disse. Depois, citou Ziraldo, morto em abril de 2024 - o escritor mineiro batiza um dos espaços culturais da Bienal. Lula fez um discurso de cerca de 18 minutos, mencionando políticas públicas de incentivo à leitura e ressaltando a importância de eventos como a feira para a literatura do País.

 

Antes da cerimônia, Lula cortou a faixa de abertura da Bienal e, acompanhado de uma comitiva que incluía a primeira-dama, Janja, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o ministro das Cidades, Jader Filho, e o ministro da Educação, Camilo Santana, circulou pelo pavilhão e visitou alguns dos estantes da feira, incluindo o do convidado de honra, a Colômbia. São, ao todo, 227 expositores em 75 mil metros quadrados.

 

Durante o discurso, o presidente também disse que é "especial" esta edição homenagear a Colômbia, onde ele esteve em abril para a Feira do Livro de Bogotá, na qual o próprio Brasil foi convidado de honra. O presidente lembrou que, durante os dias em que passou preso em Curitiba, se tornou "um leitor voraz", e até citou os títulos que leu na prisão - Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, e Amor nos Tempos de Cólera, de Gabriel García Márquez, maior nome da literatura colombiana.

 

Políticas públicas de incentivo ao livro foram tema

 

Durante o evento, o presidente Lula assinou um documento que regulamenta a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE). Em termos práticos, a lei de número 13.696/2018, apelidada de Lei Castilho, estabelece que um Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) deve ser elaborado a cada dez anos.

 

Idealizado em 2011, o PNLL é uma forma de fortalecer a atuação do Ministério da Educação e do Ministério da Cultura para o incentivo da leitura no Brasil. Ele prevê que os ministérios, em trabalho conjunto, definam uma série de ações voltadas à valorização e à democratização do acesso ao livro e da leitura, a serem exercidas pelo Estado e pela sociedade.

 

Atualmente, não há PNLL em vigor no País. Segundo o governo, "o próximo plano decenal, que vai vigorar entre 2025 e 2034, será construído a partir de discussões e escutas qualificadas da sociedade civil em todo o País".

 

O ministro Santana autorizou, também na cerimônia, o novo edital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático, o PNLD Equidade, e o acréscimo de R$ 50 milhões para a compra de acervos literários. Além disso, o ministro Jader Filho anunciou que o governo pretende implementar bibliotecas e espaços de leitura nos novos conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.

 

Em discurso, Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que organiza a Bienal, ressaltou a importância da implementação de políticas públicas de incentivo à leitura no Brasil. Também falou da defesa do livro e dos autores, ressaltando o perigo da desinformação, da censura e da inteligência artificial. Ela reforçou também o apoio à Lei Cortez, tema caro ao mercado livreiro e que segue em trâmite no Congresso Nacional.

 

Também na noite desta quinta, 5, entidades do mercado livreiros entregaram uma carta ao presidente Lula em apoio ao projeto de lei 49/2015. Batizado em homenagem ao livreiro José Xavier Cortez, propõe que, nos primeiros 12 meses após a lançamento de uma obra, o limite de desconto seja de 10%. O objetivo é ajudar no equilíbrio entre as livrarias e as grandes plataformas online, como a Amazon. A entrega da carta, feita pela presidente da CBL, foi decidida e organizada mais cedo, durante o último dia da 32ª Convenção Nacional de Livrarias.

 

"A aprovação [da lei] é fundamental para garantir um ambiente de concorrência justo e saudável, protegendo livrarias e incentivando a bibliodiversidade, essencial para a pluralidade de ideias e o acesso ao amplo conhecimento. A leitura é a base para uma sociedade mais crítica, mais consciência de seus direitos e deveres e mais capacidade para enfrentar os desafios do futuro. Investir na formação de leitores é investir no futuro do Brasil", disse.

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A segunda noite de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro começa às 22h desta segunda-feira, 3, no sambódromo da Marquês de Sapucaí, e vai reunir Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel.

A Unidos da Tijuca vai discorrer sobre o orixá Logun-Edé, entidade que é filho de Oxum, a deusa das águas doces, e Oxóssi, caçador e protetor das florestas. O orixá será representado pelo ator e cantor Thiago Tomé.

A cantora Anitta é uma das autoras do samba-enredo, que tem sido bastante elogiado - mas quem canta é Ito Melodia, o intérprete oficial da escola. Edson Pereira é o carnavalesco da agremiação da zona norte.

A segunda escola a desfilar é a Beija-Flor, que deve começar sua apresentação às 23h30 desta segunda-feira. A agremiação de Nilópolis vai prestar uma homenagem a Laíla, o mais importante diretor de carnaval da história da escola. Ele morreu em 18 de junho de 2021, aos 78 anos, vítima de covid-19.

Em três passagens pela Beija-Flor, a última encerrada em 2018, Laíla participou de mais de 30 carnavais e foi responsável por momentos históricos, como a alegoria do Cristo esfarrapado que desfilaria em 1989 e a frase no plástico preto que afinal cobriu a imagem: "Mesmo proibido, olhai por nós".

A última agremiação a se apresentar na Sapucaí, a partir das 2h30 de terça-feira, será a Vila Isabel, com o enredo "Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!". O carnavalesco Paulo Barros promete surpreender o público mostrando como as assombrações se manifestam na vida das pessoas, segundo o imaginário popular, desde a infância até a morte.

O desfile da Beija-Flor terá outro atrativo especial: será a despedida de Neguinho da Beija-Flor, de 75 anos, da função de intérprete da escola, após exatos 50 anos no posto.

Ele começou em 1976, ano em que a Beija-Flor ganhou seu primeiro título, com música de sua autoria ("Sonhar com Rei dá Leão"). Depois, foi o cantor de mais 13 vitórias, nove delas a partir da inauguração do sambódromo, em 1984.

A terceira escola a desfilar, à 1h de terça-feira, será o Salgueiro, que vai apresentar o enredo "De Corpo Fechado", sobre a relação do ser humano com a espiritualidade e a busca por proteção divina. O samba é um dos mais ouvidos deste ano nos aplicativos de música, e um dos autores é Xande de Pilares.

O desfile deve terminar às 4h, e então vai começar a roda de samba na Praça da Apoteose, onde ocorre a dispersão das escolas. A Liga Independente das Escolas de Samba contratou quatro rodas de samba - Beco do Rato, Cacique de Ramos, Samba do Trabalhador e Terreiro de Criolo -, mas até a conclusão deste texto não havia confirmado qual delas será a atração da segunda noite de desfiles.

Na primeira noite, no domingo, desfilaram Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Mangueira. Pela primeira vez os desfiles foram divididos em três dias, e na terça-feira ainda vão desfilar, também a partir das 22h, Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela.

Um incêndio atingiu na manhã desta segunda-feira, 3, uma edificação comercial localizada na Rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo teve início no terceiro andar do edifício, atingindo materiais altamente inflamáveis, como tecidos e plásticos.

A corporação foi acionada às 7h59 e, inicialmente, mobilizou seis viaturas para o local. Com a evolução das chamas, o efetivo foi ampliado para 34 bombeiros e 11 viaturas, que trabalharam no combate ao fogo. Ao todo, cerca de 60 metros quadrados da estrutura foram danificados.

Por volta das 11h, o incêndio foi completamente extinto, sem registro de vítimas. O local foi isolado para avaliação dos danos e segurança da estrutura. As causas ainda serão investigadas.

Policiais militares prenderam cinco pessoas que tentavam resgatar um balão de 18 metros que caiu nas imediações do aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, neste domingo, 2. De acordo com a PM, havia risco ao espaço aéreo.

Procurada, a Aena, concessionária responsável pelo aeroporto, ainda não se manifestou.

Agentes do 2º Batalhão de Policiamento Ambiental receberam informações sobre a presença de diversos balões nas proximidades das pistas do aeroporto de Congonhas.

Um deles, que media 18 metros de altura, foi identificado perdendo altitude na altura da rua Vergueiro, uma das mais movimentadas da zona sul. O balão possuía uma bandeira de 25 metros, impulsionado por uma tocha incendiária.

De acordo com relatos dos policiais, cerca de 100 indivíduos em motocicletas tentaram resgatar o balão quando ele caiu na rua General Chagas Santos. Alguns tentaram escalar alguns portões de residências para resgatar o balão, ainda na versão dos policiais.

Cinco indivíduos foram detidos, mas responderão ao processo em liberdade. A multa aplicada foi de R$ 20 mil. Soltar balão é crime ambiental e pode render até três anos de prisão.

Ele foi retirado de três residências e um estabelecimento comercial, com riscos de incêndio e curto-circuito na rede elétrica. O balão foi levado à sede da 2ª Companhia de Policiamento Ambiental, onde será destruído.