Os Fantasmas Ainda se Divertem - Beetlejuice Beetlejuice, 36 anos depois

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O diretor Tim Burton retorna, trinta e seis anos depois de Beetlejuice, ao universo do filme original em Os Fantasmas Ainda se Divertem - Beetlejuice Beetlejuice, que chega neste fim de semana aos cinemas.

 

O elenco é liderado mais uma vez por Michael Keaton, no papel de um fantasma que, quando invocado, causa desastres em uma mansão, e Winona Ryder. Ao lado deles, agora aparece Jenna Ortega, atriz que já interpretou papéis "góticos" sob o comando de Tim Burton, como na série Wandinha, da Netflix.

 

A produção estreou no fim de agosto no Festival de Veneza. Antes da exibição, Burton afirmou que o sucesso da série o encorajou a voltar ao filme. "Eu disse a mim mesmo: 'Se eu tiver de fazer algo de novo, terá de vir do coração'."

 

No roteiro, uma tragédia familiar faz com que três gerações da família Deetz retornem à casa em Winter River. Astrid (Ortega), filha adolescente e rebelde de Lydia (Rider), descobre a maquete misteriosa no sótão. Sem querer, abre o portal para a vida após a morte - e logo o fantasma Beetlejuice (Keaton) reaparece na história.

 

FILME E MÚSICA

 

Aproveitando a estreia do filme, o Reag Belas Artes montou uma programação especial, que inclui, no domingo, 8, uma sessão do filme de 1988 com sonorização da banda Mr. 80. O grupo, que tem na formação Fábio Bap (vocais), Iza Molinari (vocais), Hygor Miranda (baixo), Luiz Giordano (teclado), Ale Fernandes (guitarra) e Pedro Paiva (bateria), tocará as músicas originais do longa, além de clássicos dos anos 1980.

 

Além de Keaton e Rider, o filme de 1988 tem no elenco Geena Davis (Barbara) e Alec Baldwin (Adam).

 

Belas Sonoriza - Beetlejuice

Reag Belas Artes

R. da Consolação, 2.423. Tel.:

(11) 2894-5781. Dom., 8, às 14h, 16h30 e 18h30. R$ 70/R$ 35

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Moradores dos arredores do São Francisco Golf Club, fundado pelo Conde Luiz Eduardo Matarazzo nos anos 1930, conviveram durante ao menos três dias com fogo no bosque e fumaça. Em desespero - como eles mesmo disseram-, se mobilizaram para encarar o chão crepitante com baldes e pás. No sábado, 14, com recursos próprios, contrataram dois caminhões-pipa para molhar a vegetação e evitar novos incêndios.

O temor era de que o fogo atingisse casas e também prédios próximos ao bosque. Neste domingo, 15, após a intervenção com caminhões-pipa, a situação foi controlada.

Os moradores mantêm vigília e cogitam até mesmo contratar um segurança particular para vigiar a área e acionar as autoridades nos próximos dias diante do temor de que o fogo seja criminoso. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) no sábado. A pasta disse estar verificando a situação com o Corpo de Bombeiros.

O terreno fica próximo à divisa de Osasco com São Paulo. Como mostrou o Estadão, a associação de moradores tenta tombar o local, onde há trechos de floresta protegidos por legislação estadual, municipal e federal, em meio ao projeto de um futuro empreendimento imobiliário do Ekko Group na área. A Ekko Group disse que foi informada sobre os incêndios e que "repudia qualquer ato irresponsável e maldoso contra o meio ambiente".

Os moradores que entraram em contato com o Estadão pediram para que a identidade deles fosse preservada.

Segundo os relatos, o fogo começou no início da tarde de quinta-feira, 12 e o Corpo de Bombeiros foi acionado. "Primeiro, veio uma viatura. Ela não conseguiu dar conta, veio mais uma. Depois, outra", disse uma moradora.

Um dos bombeiros teria aconselhado os moradores a contratarem um caminhão-pipa. "Disse que tinha muita brasa e não iam conseguir apagá-la."

Ao acordar na sexta-feira, 13, outra moradora, que reside em uma casa que faz muro com o bosque, viu fumaça e avisou os vizinhos. Ela levou as filhas na escola e pediu dispensa para trabalhar em casa. "Estava insegura."

Junto a outros moradores, deu uma volta no perímetro e constou que havia vários pontos com brasa. "Deu 15h, aí realmente começou a pegar fogo, para além de tudo que já tinha queimado no dia anterior. O fogo ficou muito próximo das casas."

Enquanto os bombeiros não chegavam, ela e outros vizinhos usaram mangueiras para tentar deter as chamas.

O cheiro da fumaça na noite de sexta-feira era "insuportável", dizem os moradores. "Ficou aquela fumaceira horrível, não consegui dormir em casa." Ela foi para a casa da mãe, temendo pela saúde do filho de nove meses, que havia passado por uma bronquiolite recentemente.

O sábado amanheceu com um cenário semelhante. Com medo que a cena se repetisse, os moradores se mobilizaram. Com baldes d'água e pás, tentaram enfrentar as brasas. "Ouvíamos os galhos quebrando, estalos, enquanto andávamos."

"Foi a maneira amadora e até insegura que encontramos de, pouquinho a pouquinho, dentro do que a gente conseguia, melhorar um pouco (a situação)." No final da tarde, porém, decidiram contratar dois caminhões-pipa.

Os vizinhos ainda discutem pagar por outros caminhões-pipa nos próximos dias e a possibilidade de contratar um vigia, a fim de que as cenas não se repitam. "Foi desesperador."

O domingo, 15, na capital paulista é de muita nebulosidade e termômetros que oscilaram em torno dos 17°C, após dias de calor intenso. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), isso ocorre devido a uma frente fria e a temperatura não deve ultrapassar 22°C.

"As estações meteorológicas da Prefeitura de São Paulo indicam que as temperaturas mínimas chegaram aos 14,7°C no extremo sul da cidade, enquanto a região central registrou 18,1°C", informou o CGE.

Na terça-feira, 11, os termômetros da zona norte chegaram a marcar 35,2°C. A cidade estava em "atenção" para altas temperaturas desde o último domingo, 8, quando foi emitido o primeiro alerta da Defesa Civil.

A equipe de meteorologistas do CGE explicou que, como os ventos passam a soprar de sul e sudeste, transportam a umidade do oceano para a Grande São Paulo, o que causa muita nebulosidade e favorece a ocorrência de garoa e chuviscos. "Essas condições devem aliviar significativamente o tempo seco dos últimos dias, elevando os índices de umidade, melhorando a qualidade do ar e amenizando o calor."

Segundo o CGE, os próximos dias também começam com nebulosidade, garoa, chuviscos e temperaturas mais amenas, o que deve ajudar a elevar os índices de umidade e melhorar a qualidade do ar, mas isso muito provavelmente não será capaz de repor o déficit hídrico. Setembro registrou por ora apenas 0,2mm de chuva, o que corresponde a 0,3% dos 68,5mm esperados para o mês.

Veja previsão para os próximos dias:

- Segunda-feira, dia 16: mínima de 15°C e máxima de 20°C (chuvas fracas e garoa)

- Terça-feira, dia 17: mínima de 14°C e máxima de 22°C (o sol retorna entre nuvens)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu a crise climática causada pelas queimadas em todo País e determinou uma série de medidas a serem adotadas pelo governo federal para conter a devastação em biomas como a Amazônia e o Cerrado. Em decisão publicada neste domingo, 15, o magistrado autorizou, por exemplo, a abertura de crédito especial fora do arcabouço fiscal para fazer frete à devastação.

A autorização de gastos fora da regra fiscal vale até o final deste ano. Os recursos extraordinários, contudo, só podem ser utilizados no combate ao fogo. Dino argumentou na decisão que a crise climática provocada pelas queimadas, que já atingem 60% do território nacional, é semelhante à tragédia provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul meses atrás.

"A semelhança jurídica é nítida em relação às recentes enchentes no Rio Grande do Sul, que redundaram em intensas medidas de socorro e reparação", argumentou. "Sob a perspectiva de conflito entre valores constitucionais (Responsabilidade Fiscal e Responsabilidade Ambiental), deve-se fazer preponderar aquele que possui o maior risco de extinguir-se irremediavelmente, qual seja, o Meio Ambiente e a Vida das populações afetadas", prosseguiu o ministro.

Dino ainda autorizou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a eliminar o intervalo de tempo previsto em lei para contratar brigadistas temporários pelo Ibama e ICMBio. Atualmente, os órgãos ambientais precisam esperar três meses para efetuar novas contratações. O interregno ficará suspenso até o final deste ano, assim como os gastos fora do arcabouço fiscal.

"Pode-se dizer que as consequências negativas para a Responsabilidade Fiscal serão muito maiores devido à erosão das atividades produtivas vinculadas às áreas afetadas pelas queimadas e pela seca do que em decorrência da suspensão momentânea, e apenas para estes últimos quatro meses do exercício financeiro de 2024, da regra do § 7º do art. 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal", escreveu Dino.

O ministro também determinou o uso dos recursos do Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol) na condução dos inquéritos que apuram crimes ambientais, como queimadas ilegais, na Amazônia e no Pantanal.

Fogo consumiu um território equivalente ao Estado da Paraíba em agosto

A área queimada no Brasil este ano mais do que dobrou em relação a 2023. Desde janeiro, foram destruídos quase 11,4 milhões de hectares (cerca de 11 milhões de campos de futebol), alta de 116% em relação a 2023. O levantamento é do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

A escalada de focos de fogo em todo o País é a pior desde o início da série histórica do MapBiomas, de 2019. Em várias regiões do País, a fumaça de incêndios tem deixado o ar poluído e causado fenômenos como a "chuva preta", registrada no Rio Grande do Sul. Só em agosto foram 5,65 milhões de hectares destruídos, área equivalente à do Estado da Paraíba.

Como o Estadão mostrou, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alertado antecipadamente sobre a seca e o risco de incêndios florestais no Brasil. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais e que não é possível controlar a situação se o "povo" continuar provocando incêndios.