'Bebê Rena': Netflix assina novo contrato com Richard Gadd apesar do processo de US$ 170 mi

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O criador e protagonista de Bebê Rena, Richard Gadd, assinou um contrato com a Netflix para futuros projetos na plataforma. A novidade foi anunciada pelo chefe do streaming, Ted Sarandos, em uma coletiva de imprensa em Londres.

Sarandos foi questionado sobre o futuro da parceria com Gadd porque Bebê Rena, apesar do sucesso e diversos Emmys, resultou também em um processo de difamação movido pela escocesa Fiona Harvey, a "Martha da vida real". A série, que relata acontecimentos reais da vida de Gadd, retrata Martha como uma stalker perigosa e responsável por uma derrocada na vida do comediante. Depois do sucesso da produção, que atingiu o topo de audiência na Netflix em diversos países, Harvey processou a plataforma em um valor de US$ 170 milhões, por difamação, imposição intencional de sofrimento emocional, negligência e violações de seu direito de publicidade.

Na coletiva, Sarandos defendeu a história de Gadd e seu direito de contá-la, e aclamou seu trabalho: "Estamos incentivando contadores de histórias a contarem suas histórias. Esta é a história de Richard. Acabamos de assinar um contrato para que Richard Gadd faça o seu próximo projeto com a Netflix. Estamos muito orgulhosos dele e orgulhosos da história que ele contou, do jeito que ele contou".

O chefe da Netflix também defendeu Bebê Rena quando uma jornalista questionou a decisão da empresa de colocar um aviso de "história real": "Não é um documentário. Estamos vendo ser performado por atores na televisão. Acho que está abundantemente claro que há dramatização envolvida".

No Emmy 2024, que aconteceu no último domingo, dia 15, Bebê Rena levou uma série de prêmios: não somente ela foi premiada como melhor minissérie do ano, como levou Emmys de roteiro e atuação pelo trabalho de Gadd e Jessica Gunning, atriz que interpreta Martha. A série está disponível na Netflix.

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A Polícia Civil de São Paulo ainda trabalha para esclarecer a morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, assassinada em Cajamar, na Grande São Paulo. As investigações indicam ao menos três suspeitos e tentam descobrir a motivação do crime.

As provas mais contundentes apontam para Maicol Sales dos Santos, que teve a prisão temporária (30 dias) decretada pela justiça no último sábado, 8. O suspeito passou por audiência de custódia no domingo, 9, e foi mantido preso. A defesa de Maicol diz que a inocência dele será provada.

Maicol é dono do automóvel Toyota Corolla, que foi visto na cena do crime. "No veículo Corolla tivemos a constatação de sangue no porta-malas e tudo leva crer que pode ser da vítima. Já foi encaminhado para o exame de DNA", afirmou o diretor do Departamento de Polícia Judiciário da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo.

Daniel Lucas Pereira e Gustavo Vinícius tiveram pedidos de prisão negados, mas continuam na lista de investigados, segundo o diretor do Demacro. Os dois namoraram Vitória.

"O Daniel Lucas Pereira, nós pedimos a prisão dele, mas a Justiça negou alegando que precisa de mais provas. Ele permanece (sob investigação) pois temos no celular apreendido imagens feitas por ele no local onde a vítima desceu, até a residência dela. Foi gravado no celular dele dias antes do fato. Pode ser uma filmagem preparando o local do arrebatamento."

"Vamos falar por enquanto do Maicol, Daniel e Gustavo. Um com muitas provas materiais, no caso do Maicol, e os dois aguardando mais provas para a gente ter suporte, um espectro para pedir novamente a prisão deles. O Gustavo, o que nós pedimos a prisão (e foi negada), é o ex-namorado da vítima, Vitória. Eles ainda tinham amizade entre eles."

Segundo o policial, falta localizar o celular da vítima, que pode auxiliar no esclarecimento do crime. O Estadão não localizou a defesa dos dois.

- Maicol Sales dos Santos - dono do automóvel Toyota Corolla, que foi visto na cena do crime;

- Daniel Lucas Pereira - namorou a Vitória. Ele permanece sob investigação. No celular apreendido, a polícia encontrou imagens feitas por ele no local onde a vítima desceu, até a residência dela;

- Gustavo Vinícius - também namorou Vitória. Ainda havia uma amizade entre eles.

Pai da vítima não é investigado, diz polícia

Carlos Alberto Sousa, pai da adolescente Vitória Regina de Sousa, foi investigado no início das apurações. Nessa segunda-feira, 10, a Polícia Civil de São Paulo esclareceu que Sousa não está entre os suspeitos de participação no crime.

Segundo o diretor do Demacro, apesar de algumas informações terem gerado dúvidas, não foi encontrado nenhum indício da participação dele. "Não existe investigação contra o pai da vítima", afirmou.

O corpo da jovem foi encontrado pela polícia no dia 5 de março, em uma mata na Grande São Paulo. Ela desapareceu no dia 26, após descer do ônibus quando retornava do trabalho para casa. Durante o trajeto, a adolescente relatou "medo" por estar sendo seguida. Na ocasião, o pai de Vitória disse à polícia que sempre buscava a filha no ponto de ônibus, mas naquele dia seu carro estava em uma oficina mecânica e ela faria o percurso a pé.

O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, opera desde sexta-feira, 7, com um aviso que proíbe a manobra de marcha à ré por veículos e equipamentos que transitam dentro da área de embarque e desembarque remoto.

A medida foi adotada um dia depois de um homem de 42 anos, funcionário de uma empresa terceirizada, morrer neste mesmo local do aeroporto após ser atropelado por um ônibus.

Com a medida "fica proibido procedimento de marcha à ré de veículos/equipamentos na área de movimento, englobando todas as vias de serviço, a área de desembarque e embarque remoto".

Em nota, a Aena, concessionária que administra o aeroporto, diz que o aviso emitido é uma "medida protetiva adicional" enquanto outras ações são analisadas.

"A segurança é um valor inestimável para a concessionária e sua evolução é um processo de melhoria contínua", afirmou a Aena, que diz acompanhar as investigações e prestar toda a assistência necessária às autoridades.

A vítima trabalhava para Security Sata, empresa terceirizada responsável por fazer o transporte de passageiros da área de embarque até os aviões. A empresa foi procurada pela reportagem e não deu retorno até a publicação deste texto.

O funcionário morreu após um ônibus, sem passageiros, o atropelar enquanto fazia uma manobra de ré. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital Saboya, no Jabaquara (zona sul), mas não resistiu aos ferimentos.

O caso foi registrado na 2.ª Delegacia de Atendimento ao Turista. Na ocasião, a Aena disse que prestou condolências à família e que ajudava as autoridades na investigação do acidente.

Uma operação conjunta das polícias civil e militar demoliu imóveis de luxo do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o "Peixão", no Complexo de Israel, na zona norte do Rio de Janeiro. Entre eles está um resort mantido pelo suspeito em Parada de Lucas.

"Peixão" é apontado como um dos chefes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), que age dentro e fora dos presídios do Estado. Segundo a polícia, o traficante tem mais de 10 mandados de prisão expedidos contra ele e está foragido. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Santa Rosa.

O traficante acumula imóveis de luxo, entre eles o chamado "resort green", um amplo espaço com piscinas e um lago para a criação de carpas coloridas. Na mansão de "Peixão", funciona também uma academia de ginástica completa, com equipamentos modernos.

Conforme a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, responsável pela investigação, o imóvel foi construído com dinheiro ilícito e funciona também como uma fortaleza do tráfico, armazenando armas e drogas. A academia de ginástica, que já foi desmontada, funcionava como ponto de encontro da facção, segundo a polícia.

Ao ocupar o terreno, o traficante cometeu ainda crime ambiental, pois construiu em a área é de proteção, segundo a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Além de destruir uma extensa vegetação nativa, houve o desvio de um curso de água para abastecer o lago dos peixes.

Na chegada ao complexo, por volta das 6 horas, os policiais foram recebidos a tiros. A Avenida Brasil, uma das principais vias públicas do Rio, foi fechada preventivamente, mas liberada logo após a passagem dos comboios policiais. A circulação de trens na Supervia também chegou a ser suspensa entre Caxias e Penha. O serviço já foi retomado.

Após ocupar o local, as equipes iniciaram o desmonte da academia e demais instalações. "Peixão" não estava no imóvel, encontrado praticamente vazio. As equipes iniciaram ainda a demolição das estruturas da mansão do traficante.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio informou que a operação visa a coletar provas que fortaleçam as investigações sobre associação criminosa, bem como apreender materiais ilícitos, incluindo armas de fogo, equipamentos eletrônicos e documentos que possam contribuir para a elucidação de crimes praticados na região.

Quem é 'Peixão'?

Santa Rosa, o 'Peixão', é atualmente o traficante mais procurado do Rio de Janeiro - ele nunca foi preso. Em fevereiro, as polícias realizaram uma operação para prendê-lo, mas o suspeito conseguiu fugir. Durante o confronto, um helicóptero da Polícia Militar foi alvejado com dois tiros e fez um pouso forçado no Comando Naval da Marinha.

Até 2019, o líder do TCP comandava o tráfico nas favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas. Durante a pandemia de covid-19, ele expulsou rivais e ocupou as favelas de Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, até então dominadas pelo Comando Vermelho, e construiu pontes sobre rios para facilitar a mobilidade entre as cinco comunidades vizinhas. Com isso, ampliou seus domínios para outras comunidades.

Autointitulado evangélico, em 2020 "Peixão" passou a chamar de Complexo de Israel o conjunto de favelas que domina na zona norte do Rio e a exigir de seus comparsas ser chamado de Aarão - segundo o Antigo Testamento, nome de um irmão de Moisés que foi decisivo na libertação do povo hebreu do Egito em direção à terra prometida.

Para demonstrar poder, "Peixão" instalou no alto de uma caixa d'água, na Cidade Alta, uma estrela de Davi, que para os judeus significa um símbolo de proteção contra o mal, visível a quilômetros de distância. Os comparsas dele usam um uniforme semelhante ao do exército de Israel.

Em 2021, em Parada de Lucas, a polícia chegou a uma mansão que seria do traficante e tinha, em um muro do quintal, um desenho de parte de Jerusalém, incluindo o Domo da Rocha, um santuário islâmico. Tido como autoritário e vingativo, ele se tornou conhecido por impor seu domínio baseado no chamado fundamentalismo evangélico, expulsando praticantes de religiões afro-brasileiras dessas áreas.

Nas comunidades, Santa Rosa se apresenta como líder religioso. No ano passado, "Peixão" foi condenado pela Justiça por ter ordenado a destruição de templos de religião de matriz africana na Baixada Fluminense. Sua defesa recorreu. "Peixão" tem atualmente cerca de dez ordens de prisão pendentes, segundo a Polícia Civil, e é alvo de 79 inquéritos e 26 processos, mas nunca foi preso.

No ano passado, ele foi acusado de terrorismo pela Polícia Civil do Rio, após supostamente ter ordenado que seus subordinados atirassem a esmo contra pessoas para desviar a atenção da polícia, que estava perto de capturá-lo, durante operação em 24 de outubro que terminou com dois mortos e quatro feridos.