Academia de Cinema divulga os filmes nacionais que poderão concorrer ao Oscar

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A Academia Brasileira de Cinema divulgou na segunda-feira, 16, a lista dos filmes que poderão representar o Brasil no Oscar 2025. São seis filmes, dos quais apenas um será selecionado e enviado para a avaliação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, na esperança de disputar o prêmio de melhor filme internacional.

Na semana passada, a Academia Brasileira de Cinema havia divulgado uma lista com os 12 filmes que estavam aptos para concorrer na categoria. Os títulos passaram por uma votação interna, resultando nos seis finalistas. Neste ano, a atriz e diretora Bárbara Paz é presidente da comissão de escolha. O filme selecionado será anunciado na próxima segunda, 23.

Confira os seis selecionados e saiba onde assistir:

Ainda Estou Aqui (Walter Salles)

Candidato favorito da lista, Ainda Estou Aqui estreou no Festival de Veneza 2024, onde foi ovacionado e faturou o prêmio de melhor roteiro. Ambientado no Brasil da década de 1970, o filme é adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, focado na história de sua mãe, Eunice Paiva (Fernanda Torres). Casada com um político de destaque, ela tem sua vida transformada após o exílio do marido (interpretado por Selton Mello) durante a ditadura militar.

Onde assistir: O filme fará sua estreia nacional na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro. Ainda não há data confirmada de lançamento no circuito comercial.

Cidade Campo (Juliana Rojas)

Selecionado para o Festival de Berlim 2024, o filme retrata a jornada de sobrevivência de duas mulheres que perdem suas terras para um desastre natural e precisam reconstruir a vida em novos lugares. Enquanto Joana (Fernanda Vianna) foge para São Paulo, um ambiente totalmente novo, Flávia (Mirella Façanha) e sua esposa, Mara (Bruna Linzmeyer), mudam-se para a fazenda do falecido pai de Flávia, enfrentando os desafios de se adaptar à vida rural.

Onde assistir: O longa, que estreou no fim de agosto, ainda está em exibição em algumas salas de cinema. Em São Paulo, há sessões no Instituto Moreira Salles (IMS) e no Cinesystem Frei Caneca.

Levante (Lillah Halla)

Levante segue a história de Sofia (Ayomi Domenica), uma atleta de vôlei de 17 anos que, em um momento crucial de sua carreira, descobre que está grávida. Ela opta por interromper a gravidez clandestinamente, e a decisão a coloca em conflito com um grupo fundamentalista, disposto a impedi-la a qualquer custo. Determinada a seguir sua escolha, Sofia tem apoio de uma extensa rede de suporte. O longa foi selecionado para o Festival do Rio de 2023.

Onde assistir: Disponível para streaming no Telecine (Globoplay/Prime Video) e para aluguel no Apple TV+.

Motel Destino (Karim Aïnouz)

O filme de Karim Aïnouz estreou no Festival de Cannes neste ano. A trama é ambientada em um motel de beira de estrada no litoral do Ceará. Heraldo (Iago Xavier) é um jovem de origem humilde, foragido de uma gangue, que altera profundamente a vida de Elias (Fábio Assunção), gerente do motel, e sua esposa Dayana (Nataly Rocha). Nasce uma complexa dinâmica de poder e desejo entre eles. O longa explora, ainda, a revolta como formas de resistência contra a opressão social.

Onde assistir: Em cartaz nos cinemas.

Saudade Fez Morada Aqui Dentro (Haroldo Borges)

O longa acompanha a história de Bruno (Bruno Jeferson), um adolescente de 15 anos que vive em uma comunidade humilde e enfrenta os desafios de uma doença degenerativa que eventualmente o levará à cegueira. A iminente perda da visão na adolescência, já cheia de incertezas, se torna ainda mais complexa - mas o destino trágico acaba se transformando em uma jornada de aprendizado e ressignificação.

Onde assistir: O filme está em exibição no IMS, em São Paulo.

Sem Coração (Nara Normande e Tião)

Ambientado no verão de 1996, na costa de Alagoas, acompanha as últimas semanas de férias de Tamara (Maya de Vicq) em uma vila pesqueira antes de se mudar para Brasília para estudar. É quando ouve falar de uma jovem conhecida como "Sem Coração", por conta de uma cicatriz notável em seu peito. À medida que o verão avança, Tamara se sente cada vez mais atraída pela garota. O filme foi selecionado para o Festival do Rio de 2023.

Onde assistir: Disponível para streaming na Netflix e para aluguel no AppleTV+.

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O Ministério Público de São Paulo move uma ação de improbidade administrativa contra a Prefeitura da capital pela compra de garrafas de água superfaturadas no carnaval de 2024. Na denúncia, protocolada na Justiça na última sexta-feira, 7, o MP afirma que a compra de itens acima do valor de mercado provocou prejuízo aos cofres da administração municipal no valor de R$ 1.227.240,00.

Em nota, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) informou que a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) já apresentou documentos que atestaram a regularidade da licitação, e que os preços da garrafa de água estão de acordo com a pesquisa de mercado. "O valor pago por cada unidade também englobou os gastos com logística e refrigeração", diz a administração.

Conforme apresenta a denúncia, assinada pelo promotor Ricardo Manuel Castro, a Prefeitura anunciou no começo de 2024 uma licitação para contratar uma empresa para o fornecimento de lanches e água aos funcionários contratados para trabalhar durante o carnaval de rua. O certame, proposto no tipo menor preço e menor valor global, já tinha sido alvo de investigação no ano passado, em um inquérito civil.

A vencedora foi a AMBP Promoções e Eventos Empresariais. A empresa ofertou o menor valor global, R$ 2.795.374, cobrando R$ 695.520,00 por 126 mil garrafas de água de 500 ml. Cada unidade teve o custo de R$ 5,52, segundo o Ministério Público, muito acima do valor médio do mercado, que gira em torno de R$ 0,65 e R$ 0,90.

Em nota, a AMBP diz que não foi notificada sobre a ação movida pelo Ministério Público de São Paulo, mas afirma que o preço apresentado no pregão era "compatível com o mercado" e que, em uma ação do ano passado, o MP já tinha se manifestado pela inexistência de superfaturamento no processo licitatório. Sobre os preços cobrados, empresa alega que os valores foram calculados diante da logística, tratada como complexa.

"Abrangeu o fornecimento, acondicionamento, conservação em temperatura adequada, transporte e entrega simultânea em mais de 30 locais diferentes da cidade, durante os oito dias de festividade do Carnaval de Rua de São Paulo em 2024", diz. "O preço praticado, inclusive, foi semelhante ao de outros fornecedores e ambulantes locais que não estavam submetidos às exigências formais típicas de um contrato público", acrescentou.

Conforme a investigação da promotoria, a Prefeitura utilizou, somente, cotações de fornecedores privados e desconsiderou "referências de preços oficiais, como Painel de Preços e Bolsa Eletrônica de Compras" para considerar os valores da água.

A promotoria menciona também que, em um pregão eletrônico anterior, aberto no final de 2023 com a mesma proposta, o preço da água estabelecido foi de R$ 2,92 a unidade. O certame, porém, foi declarado fracassado. "Na sequência, no Pregão Eletrônico n. 052/2023 (deflagrado em 9/1/24), o mesmo item, no intervalo de 30 dias, foi licitado por R$ 5,52/unidade, sem justificativa plausível", aponta a denúncia.

O MP-SP também acusa que, depois de o pregão ser homologado e antes de o contrato ser assinado, houve redução na quantidade de kit de lanches (de 47.800 para 33.103 unidades) e aumento na aquisição de água mineral. No lugar das 126 mil garrafas disponibilizadas na oferta inicial, foram adquiridas 252 mil unidades, elevando os gastos com água de R$ 695.520,00 para R$ 1.391.040,00.

Com a alteração na quantidade de lanches e garrafas de água, o gasto total da Prefeitura de São Paulo teve um acréscimo de R$ 2.795.374,00 para R$ 2.845.254,79.

O prejuízo ao erário citado pelo MP de R$ 1.227.240,00 foi calculado pela promotoria a partir da diferença entre o valor efetivamente pago - R$ 1.391.040,00, considerando R$ 5,52 por unidade - e o que seria gasto caso a média praticada no mercado (entre R$ 0,65 a R$ 0,90 por garrafa) fosse considerada.

Ou seja, se a Prefeitura tivesse adquirido 252.000 garrafas por R$ 0,65 (menor valor representado), a gestão Nunes teria um custo de R$ 163.800. Subtraindo do que foi gasto, de fato, chega-se ao valor de R$ 1.227.240,00.

Para o Ministério Público, outras irregularidades também teriam sido cometidas, como ausência de abertura de outro processo licitatório após decidida pela mudança das quantidades dos itens adquiridos; desclassificação de propostas mais baixas "sem avaliação detalhada ou adequada justificativa"; e também falta de competitividade entre as propostas vencedoras.

"O preço final da proposta vencedora (AMBP PROMOÇÕES E EVENTOS EMPRESARIAIS LTDA) foi superior às empresas desclassificadas. Ainda assim, o preço foi considerado 'aceitável' pelo pregoeiro sem justificativa clara para a diferença significativa entre as ofertas", afirma o MP.

Ainda em nota, a AMBP Promoções e Eventos diz repudiar as alegações de irregularidade e diz possuir compromisso com a ética, transparência e eficiência em todos os contratos firmados. A empresa afirma ainda que vai permanecer colaborando com as autoridades e lamenta que "seu nome esteja sendo indevidamente utilizado em um contexto claramente influenciado por disputas políticas".

Para o carnaval deste ano, a Prefeitura e SPTuris informaram que mais de 1,8 milhão de copos de água foram distribuídos nos oito dias de festas, que englobam do pré-carnaval ao pós-carnaval. A operação de hidratação incluiu também o reforço de água espalhadas pelos caminhões-pipa e veículos da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado.

"Não existiu nenhum momento da operação, em nenhum dos trajetos que teve falta de água. A gente lidou com o calor extremo", disse o presidente da SPTuris, Gustavo Pires. As festas deste ano reuniram 16,5 milhões de foliões, segundo dados da Prefeitura apresentados na última segunda, um recorde para o carnaval de rua paulistano.

Os hospitais do leste do Congo, que já estiveram na vanguarda da resposta do país ao surto de Mpox, estão enfrentando um retrocesso na detecção da doença e na oferta de tratamento após o avanço dos rebeldes apoiados por Ruanda na região.

A emergência de saúde global da Mpox está piorando à medida que os combates entre o grupo rebelde M23 e as tropas congolesas aumentam no leste do país, que tem sido o epicentro da crise de saúde. Muitos pacientes fugiram e não podem ser encontrados. As vacinas recém-chegadas estão acabando, pois os suprimentos não conseguem chegar às zonas de combate.

O papa Francisco, hospitalizado há 26 dias devido a problemas respiratórios, segue estável e apresentou leve melhora, segundo divulgado pelo Vaticano na tarde desta terça-feira, 11. "A situação continua estável, com uma leve melhora dentro de um quadro que, para os médicos, ainda é complexo". O pontífice foi internado em 14 de fevereiro na clínica Gemelli, em Roma.

Na noite de segunda, 10, o prognóstico deixou de ser reservado após as melhoras no seu estado de saúde se consolidarem. O termo é normalmente usado no meio médico para indicar que não é possível prever as chances de recuperação de um paciente. A expressão costuma ser empregada para se referir, portanto, a quadros clínicos mais graves.

Durante a última semana, depois de dias com quadro de saúde estável, ele teve uma recaída e precisou, novamente, utilizar ventilação mecânica não invasiva. Além dos vários episódios de insuficiência respiratória e broncoespasmo, ele teve insuficiência renal leve e precisou de transfusão de sangue.

As melhoras registradas foram confirmados pelos exames de sangue e testes clínicos, assim como pela boa resposta do papa à terapia farmacológica. Na segunda, Francisco enviou uma mensagem às vítimas das enchentes na cidade de Bahía Blanca, na Argentina, e também na cidade vizinha de Cerri.