Aliviado com a prata, Caio Bonfim conta que venceu preconceito para treinar marcha atlética

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"Alívio". Foi assim que Caio Bonfim descreveu a sensação de concluir a prova mais aguardada de sua carreira com a conquista da medalha de prata para o Brasil. Nesta quinta-feira, no Trocadéro, em Paris, o País obteve pela primeira vez um lugar no pódio em Olimpíadas. Em sua quarta participação em Jogos, o atleta de 33 anos permitiu se emocionar e relembrou os percalços para alcançar o feito inédito.

 

"Para mim, medalha na marcha atlética não tem cor no Brasil. Uni a ousadia do Rio-2016, a experiência de Tóquio-2021 e o primeiro amor de Londres-2012. A gente pode sonhar. Ganhei muitas medalhas olímpicas em Sobradinho (cidade satélite de Brasília) sonhando. Tem de ter muita coragem para viver de marcha atlética. Os primeiros anos ouvi que atleta era vagabundo: 'Trabalha de quê? Vive de quê?'", contou Bonfim.

 

As regras da marcha atlética impedem que o competidor tire os dois pés do chão ao mesmo tempo, é necessário fazer um movimento com o quadril. Bonfim afirma que foi alvo de preconceito por isso, mas não abriu mão da modalidade, inspirado pelo pai professor e pela mãe marchadora.

 

"Quando meu pai me chamou para marchar, fui muito ofendido naquele dia. Não estou me fazendo de vítima. Eu comecei tarde porque era muito difícil ser marchador. Mas decidi ser xingado e não me ofender. A prova de hoje não foi difícil. Difícil foi o primeiro dia que comecei a treinar. Venci o preconceito. Rejeitado, desacreditado e injustiçado. Ouvi muita coisa. Não sei ainda o que significa essa medalha ainda. Na minha cidade, sempre fui xingado por marchar, depois do quarto lugar no Rio, em 2016, o som da buzina e a frase mudou para 'vamos campeão'", disse Bonfim.

 

Uma das preocupações recorrentes dos brasileiros é com a soma de punições durante as provas. Essas punições e advertências acontecem quando o atleta não mantém um dos pés no chão. O acúmulo de três punições desse tipo obriga o atleta a fazer uma parada que praticamente anula as chances de vitória. Durante a prova desta quinta, Bonfim recebeu duas punições. Para ele, porém, os critérios da arbitragem variam dependendo do país de origem do atleta, favorecendo os locais que têm mais tradição na modalidade, como a Europa.

 

"Vocês sabem como é com brasileiros? Duas faltas, enquanto os outros nada... Essa medalha vai ajudar a construir essa bandeira (brasileira junto à modalidade). É duro não ser penalizado. Agora vão ver que o Brasil já ganhou medalha, plantamos uma semente. Nossa bandeira ainda não está no alto do mastro. O Rio mudou a história da minha marcha. Essa medalha pode mudar a história da marcha atlética brasileira. Vou lutar muito por esse legado. Que essa medalha dê oportunidade para novas gerações", completou.

 

A medalha de Bonfim só será entregue nesta sexta-feira, às 12h40 (de Brasília) no Stade de France, em Saint-Denis, onde serão realizadas as provas de atletismo. Mas a participação do brasileiro nos Jogos de Paris não acabou. Na próxima quarta-feira, em parceria com Viviane Lyra, participa do revezamento misto da marcha atlética.

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.